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Forum Cinema em Cena

Lucy in the Sky

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Everything posted by Lucy in the Sky

  1. Hour of the wolf (Vargtimmen, Ingmar Bergman, Suécia, 1968) Experiência delirante que perturba pela estranheza dos diálogos e comportamentos. Cada fala absurda contribui para a morbidez e a sensação desagradável que vão se acumulando. É como se os personagens estivessem presos em um lugar terrível onde só podem sofrer (o que me faz lembrar de Gritos e Sussurros). Bergman é um dos raros diretores que conseguiram reproduzir de verdade a sensação de pesadelo. Demência transformada em terror. A Real Young Girl (Une vraie jeune fille, Catherine Breillat, França, 1976) Uma adolescente vivenciando sua sexualidade, desejando liberdade e sonhando com novas experiências. Ao invés de romantizar, Breillat decidiu fazer um filme explícito, cafona, feio, sujo e grosseiro, que cospe no nosso senso de normalidade e dignidade e provoca uma sensação constante de mal estar. Chega a ser caricato e a beirar o mau gosto imperdoável. Talvez uma obra do tipo ame ou odeie, e eu não posso dizer que odiei. Certamente não é um filme fácil de gostar.
  2. Kitty! She's a bitch e por isso eu gostava dela, apesar do apelo sexual semipornográfico bem ao (péssimo) gosto masculino e que nela é ainda mais exagerado. Emma ficou até melhor ao lado dos heróis, já que ela se destaca por passar longe do ideal de herói impecavelmente nobre. Eu lamento que em First Class ela não tenha mais destaque do que teria uma Barbie jogada no cenário. Nada me impede de achar que ela pode ser interessante em filmes, mas não consigo lamentar muito a ausência dela no próximo.
  3. Street of Shame (Akasen chitai, Kenji Mizoguchi, Japão, 1956) O filme se desenrola durante uma discussão que usa os Direitos Humanos como argumento para tentar proibir a prostituição, mas o foco não é na política, e sim no cotidiano de um grupo de prostitutas. Sem idealizar a profissão e sem moralismo hipócrita, o diretor exibe a falta de oportunidades e as frustrações das mulheres, cada uma com sua própria história e seus próprios problemas. Refletindo a forma como a vida funciona no mundo real, entre um e outro momento de descontração, o filme sempre volta ao drama, não nos deixa ignorar por muito tempo como a vida delas é difícil (é ao mesmo tempo engraçado e deprimente ver as prostituas na rua agarrando os homens e tentando desesperadamente conseguir clientes). A mensagem é de que o problema é bem mais profundo e não pode ser resolvido com uma simples lei que ignora a realidade.
  4. Eu dou nota máxima a Les quatre cents coups. A Fahrenheit 451 também. Os dois melhores filmes de Truffaut. Da sua lista, nenhum dos outros eu assisti. Continuo ignorando os filmes do Oscar. Os únicos que eu planejo ver algum dia são Django Unchained (DiCaprio e Tarantino), Amour (Haneke) e Holy Motors (desenvolvi um grande interesse pelo cinema francês e vocês elogiaram muito o filme). Fora isso, estou tomando coragem pra ver Prometheus.
  5. JANEIRO 15 filmes. Nenhum ruim. A heart in winter (Claude Sautet, 1992) - 3/5 Syostry (Sergey Bodrov Jr, 2001) - 4/5 I'm glad that my mother is alive (Claude Miller / Nathan Miller, 2009) - 4/5 À ma soeur! (Catherine Breillat, 2001) - 5/5 Grotesque (Kôji Shiraishi, 2009) - 5/5 Brief Crossing (Catherine Breillat, 2001) - 4/5 Uzumaki (Higuchinsky, 2000) - 4/5 A bela adormecida (Clyde Geronimi, 1959) - 5/5 Hour of the wolf (Ingmar Bergman, 1968) - 5/5 A Real Young Girl (Catherine Breillat, 1976) - 5/5 Caché (Michael Haneke, 2005) - 3/5 I Killed My Mother (Xavier Dolan, 2009) - 5/5 Ratatoing (não importa, 2007) - 5/5 Street of Shame (Kenji Mizoguchi, 1956) - 4/5 Funny Games (Michael Haneke, 1997) - 5/5
  6. Brief Crossing (Brève traversée, Catherine Breillat, França, 2001) Um adolescente e uma mulher que passou dos 30 atraem um ao outro quando se conhecem cruzando o Canal da Mancha. Ela é interessante, mesmo com o discurso amargo e aborrecido sobre relacionamentos, e a atuação da atriz se destaca, sendo talvez o melhor do filme. O rapaz, ao contrário, é aguado e não chama a atenção de jeito nenhum, o que atrapalha um pouco. Não incomoda tanto quanto os outros filmes de Breillat que eu já vi, mas nem assim deixa de ter impacto. Uma história de atração sexual, efemeridade e hipocrisia, levanta uma discussão sobre e a questão da idade, o amor e o comportamento de mulheres e homens em relacionamentos, enquanto desafia o espectador a sonhar com mais do que um encontro passageiro. Uzumaki (Higuchinsky, Japão, 2000) Filme esquisito em que uma cidadezinha é assombrada por espirais. O objeto de horror é inusitado, pelo menos pra nós, mas o filme consegue ser sinistro e meio triste, mostrando a degeneração das pessoas enlouquecidas, transformadas e consumidas por uma força inexplicável (destaque para a centopéia no ouvido e para os deprimentes caracóis). Há um ou outro momento ridículo, como a garota que quer ser o centro das atenções, mas nada que estrague. E a simpatia da atriz principal, Eriko Hatsune, ajuda. É adaptado do ótimo mangá homônimo de Junji Ito.
  7. Grotesque (Gurotesuku, Kôji Shiraishi, Japão, 2009) Médico sádico rapta um casal pra humilhar, aterrorizar e arrancar pedaços. O desenvolvimento de personagens é ínfimo e não tem o que eu chamaria uma história. É apenas violência. A nossa fantasia de destruir os outros e encontrar satisfação no sofrimento deles transformada em cinema de um jeito tenso e emocionante. É um filme surpreendentemente lindo.
  8. Acho charmoso Liam na posição padrão que ele usa pra cantar. Não consigo imaginá-lo de outra forma e concordo com ele sobre não estar numa banda de rock pra dançar. Eu ri imaginando a cena, mas não é engraçado quando eu penso que eles se desentenderam até o ponto da banda acabar. Pessoas feiosas que se acham lindas são ridículas ou admiráveis? Eu sei. Fico com a impressão de que Liam é insuportável e me sinto sortuda por não ter que conviver com ele.
  9. Pronto, Oasis agora é a melhor banda do mundo. Até editei o post anterior. A imagem eu tirei da Revista Bizz de Março de 1995. Eu adoro algumas músicas de Definitely Maybe, não todo o álbum, então não concordo com a escolha, mas gosto mesmo assim. O mais importante pra mim é que as pessoas ficaram tão empolgadas com Oasis nos distantes 1994-95, quando a banda estava no início.
  10. Tudo bem, então não houve estupidez da sua parte. O comentário fica valendo pra quem pensa daquele jeito. Não me incomoda que as pessoas amem The Beatles com todas as suas forças e considerem a banda mais importante. Eu gosto o suficiente pra andar pelo fórum carregando referências a duas de suas músicas. Gosto muito da segunda fase da banda, mas não o suficiente pra que seja uma das minhas bandas preferidas. Não gosto da primeira, com exceção de algumas músicas. Daí que, juntando tudo, eu chamo de razoável.
  11. Mesmo assim ninguém tem a obrigação de gostar e de só falar bem da banda. Aí é que está o problema. A gente fala que não gosta muito ou que detesta e surgem os comentários que, de forma velada ou não, impõem uma opinião positiva sobre a banda. Eu acho a música de Oasis muito melhor do que aquela na qual eles se inspiraram. Por isso mesmo faço questão de dizer que as melhores músicas de Beatles foram feitas por Oasis, numa referência a músicas como She's Electric e Who Feels Love. Pra mim The Beatles fez um trabalho de modo geral razoável que pelo menos teve a vantagem de inspirar obras muito melhores. Isso não a torna a melhor banda do mundo. "Mas pra mim o título de maior banda de todos os tempos é incontestável." Incontestável pra você. Não é pra todo mundo e não ter que ser. É estúpido impor que uma banda tem que ser a melhor pra todos.
  12. Eu gosto razoavelmente de Beatles. Acho mais legal detestar a banda do que ser fã, só por causa da atitude insuportável dos fãs que se apóiam na fama de melhor banda ever pra impor que é inaceitável não gostar. Não gosto do rock dos anos 60, só no final da década começa a ficar bom. É só dizer isso que os fãs imbecis farejam o comentário e chegam pra impor Beatles. Assim como o Scofield, não gosto de AC/DC, Queen, A-Ha e Legião Urbana. Outra banda idolatrada que eu não gosto é Sex Pistols.
  13. A melhor banda do mundo.
  14. Se dependesse de mim, o filme seria sobre Bobby, Kitty e Rogue.
  15. Tenho um Samsung Ace Plus e estou satisfeita. Uso pra tirar fotos, acessar a internet (principalmente o Facebook), escutar música e ler livros. É ótimo pra livros, por ser pequeno, leve e fácil de usar com uma mão, e é só controlar o brilho da tela pra não incomodar. A câmera é relativamente boa. Eu gostaria que sempre deixasse as músicas organizadas, do jeito que eu copio, mas faz um pouco de bagunça em alguns álbuns. Meu Samsung anterior, um S335, tinha o mesmo problema, só que muito pior.
  16. Sem ordem de preferência, minhas 10 músicas preferidas das últimas semanas: Blind Melon * Change * No rain * Vernie * Toes across the floor Megadeth * Foreclosure of a dream * This was my life Oasis * Cast no shadow * Some might say * Stay young * Fade in out
  17. Algumas eu gosto, mas nenhuma sequer chega perto de entrar no meu top 10. Gosto de poucas músicas de No Doubt. Don't Speak e Sunday Morning são as melhores. Viva Forever é uma das três músicas boazinhas de Spice Girls. As outras são Goodbye e Too Much. De qualquer forma, não consigo dar valor a uma "banda" de cinco integrantes em que ninguém toca instrumentos. Cinco vocalistas pra quê? Frozen é a mesma coisa, uma das raras músicas boazinhas de Madonna. Não gosto dela. Olho feio pra artistas que precisam de coreografias e dezenas de dançarinos pra fazer um show. A música deveria deveria ser o show. Linger é o único hit de The Cranberries, não? Eu gosto. Tentei outras da banda e não consegui gostar. Torn, mais um caso de one hit wonder, eu ouvi muito quando fez sucesso. Hoje não vejo graça nela.
  18. Li o início do primeiro. Achei insuportável. Normalmente eu não teria implicância com a adaptação por causa do livro. São obras diferentes e no filme os defeitos podem ser consertados, como eu já vi acontecer.
  19. Desenvolvi implicância com o filme porque odeio o livro.
  20. Oba, um filme holandês. Coloquei na fila pra baixar. O único filme holandês que eu lembro de ter visto foi o ótimo The Vanishing (1988).
  21. Fat girl (À ma soeur!, Catherine Breillat, França, 2001) Relacionamentos doentios, atitudes autodestrutivas e bizarrices tornam o filme difícil de assistir. ‘Que loucura é essa’ e ‘por que as pessoas estão agindo assim’ são perguntas que atormentam o tempo todo. Ao jogar na nossa cara, sem dó, a extrema diferença entre as duas irmãs e uma faceta cruel da iniciação sexual adolescente, Breillat entrega um filme extraordinário que desafia nossos conceitos de comportamento apropriado e autopreservação. Infelizmente o final é forçado, embora não inteiramente ruim, mas o filme consegue ser maior do que o seu final.
  22. I'm glad that my mother is alive (Je suis heureux que ma mère soit vivante, Claude Miller / Nathan Miller, França, 2009) Conflito implícito na relação mal resolvida de mãe e filho. Rancor misturado à necessidade de tê-la como figura materna, anos depois dela tê-lo deixado para adoção. A vontade de fazer parte da vida dela se torna mais angustiante por causa do desejo reprimido de ocupar outra posição que não a de filho. Há uma certa tensão em todo o filme. De um lado, a mãe age simplesmente como uma pessoa normal, ao invés de ter uma atitude redentora, o que é provocativo. Do outro, os olhares rancorosos do filho expressam a revolta mal contida.
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