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Forum Cinema em Cena

Indiana Jones

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Everything posted by Indiana Jones

  1. Estou me sentindo mais enganado que o Fergus..
  2. Traídos pelo Desejo da Warner por 6 pilas num sebo. Pena que está com imagem mutilada de 2.35:1 para 1.85:1. Pelo menos é anamórfico. Porquê ninguém me avisou?
  3. O que me preocupa são esses imbecis das igrejas evangélicas que cometem verdadeiros crimes em seus "templos". Os caras passam do limite da liberdade de expressão. Entrem em uma igreja mais radical (o que não é muito difícil) para ouví-los falar mal do espiritismo (que confundem com candomblé e umbanda, já que imaginam tambores e sacrifícios - o que, por sinal, já é um estereótipo das religiões africanas) e da 'Cidinha' (Nossa Senhora Aparecida, dos católicos romanos). Chega ao ponto de ser criminoso, da mesma forma que os padres pedófilos no catolicismo, os extremistas islâmicos terroristas e os judaísmo imperialista de Israel. Não estou atirando pra tudo que é lado, mas não consigo ignorar o que vejo de errado nas religiões. Sem falar que os ateus estão tão ou mais fanáticos que os religiosos que eles acusam... Opa, contra a OAB não porra.
  4. Ah se vocês soubessem como eu GOSTEI de Os Vingadores... Só não consigo engolir que é essa Obra Prima toda. Nem uma obra prima do entretenimento. Não tem como interpretar algo mais elaborado. Indiana Jones tem cenas de ação sofisticadas e inteligentes, em todos os 4 filmes (quer você goste ou não do último, que eu achei o "menos bom", mas ainda assim excepcional). Os Vingadores funcionam MUITO bem; não por sua ação, que é muito bacana, apesar de mais burocrática, mas pelo relacionamento bacana de seus personagens. Aliás, não tem como personagens de mundos tão diferentes darem certo no mesmo grupo, o que é uma boa sacada do roteiro, e que garante o sucesso do filme. Mas o filme faz meu cérebro trabalhar mais que isso? Não é demérito, mas deixa de ser um ponto a mais. É cool/bacana ao extremo, mas isso faz do filme uma obra prima? Eu gosto de ter meu cerébro estimulado, mesmo em um filme de ação. Os Vingadores têm muito (muito mesmo) mais neurônios do que toda a obra de um Michael Bay, por exemplo. Nolan, em comparação, usa muito mais a cabeça do que um Whedon da vida. E eu aprecio isso, fazer o que? Não consigo forçar uma interpetação "T" de Os Vingadores na minha cabeça, de que é uma "obra prima do entretenimento". Nolan tem suas falhas, mas prefiro um cara que tenha ideias interessantes, ainda que falhe em parte ao traduzí-las para a tela, do que alguém que não use tanto (ainda que use) a cabeça.
  5. Tenho consciência de que meu post pode parecer pretencioso, esnobe, elitista, arrogante, virgem, intelectualóide e os diabos, mas pelo menos leiam antes de falarem bobagens. E garanto que estou simplesmente expondo meu pensamento da melhor forma possível, sem me enquadrar em nenhum dos adjetivos que citei. Pelo menos é essa a minha intenção. Umberto Eco escreveu várias obras sobre a interpretação da arte. Em seus primeiros trabalhos, defendia que as interpretações são infinitas (estou resumindo seu pensamento de acordo com minhas memórias, se tiver algum erro me corrijam, mas sem fundamentos ctrl c + ctrl v da Wikipedia). A obra de arte se desprendia do autor e estava aberta a toda e qualquer intepretação que fosse possível extrair dela. Depois de alguns anos, um intelectual imbecil publicou sua interpretação de uma obra de Eco (O Nome da Rosa, salvo engano), que consistia em uma porcaria absurda, distorcendo de forma inacreditável TUDO que estava no livro. Eco, chocado, veio então aprimorar sua teoria, que não estava óbvia aos olhos (e mentes) de todos que a conheciam. As interpretações válidas são várias. A "A" seria a do autor, mas esta não é mais ou menos válida do que a "B", C, D ou E. O problema é quando ignoram o objetivo do artista de tal forma que a pessoa parece ter tido contato com outra obra, completamente distinta, tamanho é o excesso de masturbação intelectual. É a interpretação Z. Se preocupar com firulas e dizer que elas estragam um filme ou ignorar o todo de uma obra, analisando cenas isoladas e ignorando o que gosta (ou não gosta), são atitudes imbecis que se aproximam da tal interpretação Z (ou M , ou P, o que já é longe demais). Qual a dificuldade de analisar um filme como Os Vingadores e Ressurge? "Gostei mais de um que do outro, mas não quero expremer muito meu cérebro. Vou ignorar os erros ou os acertos de Os Vingadores ou Ressurge que me convirem e vou mandar um comentário escroto nerd-virgem cheio de ódio". Caceta, Os Vingadores são um filme vendido, cheio de propaganda e decisões nada arriscadas, para agradar a toda a família. Não tem como interpretar algo mais profundo nisso. Não gera nenhuma discussão mais profunda ou uso da área cinzenta do cérebro. Díficl ver isso?
  6. Rises está a uns 30 milhões de neurônios à frente de Os Vingadores. Period. Falar que Os Vingadores é inteligente vai ser demais para a minha cabeça. É comparar Alex Atala com McDonalds (já que o povo gosta tanto de comparações).
  7. Batman & Robin tem uma subtrama bacana envolvendo a doença do Alfred, mas nunca evolui para algo mais interessante. Foi uma ideia interessante dar um peso dramático envolvendo uma possível morte do aliado mais fiel do Batman, mas todos conhecemos o resultado final, infelizmente.
  8. Ressuscitando o tópico. Batman Eternamente não é tão ruim quanto sua sequência, apesar de estar longe do nível dos filmes de Burton e Nolan. O que destrói o filme, na verdade, é o fato de ser uma sequência dos filmes anteriores do Burton. Poderiam ter feito um reboot meia boca, ao nível do que fazem na série 007 toda vez que mudam de ator: é continuação, mas num estilo meio "foda-se", não vamos fazer muitas referências ao que ocorreu antes. O filme do Schumi faz quase isso, mas mantém laços claros com a série anterior, apesar do visual e do tom mais alegres. Já ouvi histórias de que o diretor queria seguir adiante com a abordagem gótica de Burton (que inclusive se manteve como produtor do filme), mas o estúdio impôs sua visão escrota. Schumacher, por sua vez, topou largar sua visão sombria por algo mais alegre, que também contentasse sua persona gay. O resultado é muuito abaixo dos filmes de Burton, mas é um filme suficientemente bacana e eficiente para se assistir novamente. O maior erro é se levar a sério demais, em contraste com o roteiro kitsch. O filme da década de 60 funcionava porquê era uma comédia trash, que tinha consicência do ridículo de ter um cara saindo vestido de morcego para combater heróis fantasiados. Funcionava exatamente por isso, e eu agradeço por alguém ter feito essa visão sobre o lado ridículo do personagem. Schumacher não. Os personagens se levam a sério demais (em especial em seu segundo filme), mesmo com o tom da série de TV. Os diálogos são pavorosos, mas sem a graça e auto-consciência da série com Adam West. Se Schumi tivesse feito seus filmes à luz do dia e com poucos recursos (um dos motivos pelo qual o filme de 66 é tão delicioso de assistir, mesmo com seus defeitos), teríamos um tributo sincero (e menos ofensivo) ao lado cômico do personagem. Eternamente tem muita coisa boa, em parte pela ainda presente influência dos filmes de Burton. Claro que aquele monte de tomadas em ângulo (que remetem à Adam West) são uma porcaria, mas Schumacher tem um senso visual apurado para a composição visual, mesmo com a direção de arte pavorosa. Funciona também por não ser tão influenciado pelo lado ruim da série dos anos 60, mas mais pelos quadrinhos dos anos 40, antes de Denny O'Neil e Neal Adams, quando as aventuras eram fantasiosas, mas respeitavam, o lado psicológico do personagem, ainda que de uma forma meio capenga. Depois de A Sedução de um Inocente os gibis viraram um lixo absoluto, piores do que um Batman & Robin. Mas Eternamente tem influência dos gibis antes dessa fase (mas não do início sombrio em 39/40, com roteiros mais elaborados, influenciaram parcialmente o primeiro de Burton).
  9. Eu entendi seu posto de vista Questão. Pessoalmente, considero qualquer porcaria, inclusive as feitas pelo Michael Bay, como arte. Os Vingadores também se encaixam nessa definição. Mas para mim o apelo comercial do filme da Marvel é mais chamativo que o da DC em TDKR (que é quase nulo, se considerarmos somente o filme, onde o próprio Batman quase não aparece; mais uma decisão arriscada de Nolan), o que atrapalha um pouco seu aspecto de obra de arte. A questão é: o público gostou do que Nolan fez, sua abordagem menos comercial (ao menos no conceito de "comercial" que os estúdios tem), mas que agrada (e muito) ao público. Percebo que o público leigo repara nos cuidados de produção cinematográfica dos TDKs e no apelo emocional e dramático dos personagens, mas Nolan ainda aposta em cenas de ação espertas que contribuem para os filmes, não sendo meras desculpas para criarem bonequinhos e brinquedos na esteira do lançamento da obra. A cena de ação boa (mesmo que, numa análise mais cuidadosa, tenha seus defeitos) é real ao drama vivido pelos personagens, é parte crucial da história que está sendo contada. E Nolan entende isso. Seus filmes podem ter falhas se analisarmos algumas cenas isoladamente, mas o todo, o conjunto, é bem coeso, fazendo com que as falhas sejam diminuídas pela habilidade de contar a história. Não deixam de ser falhas, e insisto nesse ponto, mas o cara consegue maquiar bem as suas fraquezas. E, convenhamos mais uma vez, Cinema é um contínuo. Não dá para analisar uma cena específica de um filme sem levar em consideração o que veio antes e depois dessa cena. Não é que não dá para analisar a criação de uma cena específica (uma tarefa bem produtiva para qualquer cinéfilo, diga-se de passagem), mas o contínuo, o filme completo, é o que deve ser analisado de forma crucial em uma análise de cinema. Mesmo com seus problemas de ritmo nesse filme, Nolan consegue se recuperar a tempo e fornecer um todo satisfatório e envolvente.
  10. Nolan pode ter suas falhas mas pelo menos sabe o que está fazendo, em todos os aspectos da produção. Isso é arte sim, e bem elaborada. Prefiro bem mais o cinema que um cara que sabe o que está fazendo, mesmo não concordando com ele, do que um pau mandado como o Whedon. TDKR não é um comercial gigantesco como um Transformers, ou algo bem pobrinho do ponto de vista artístico, como Os Vingadores. Ao meu ver, é um filme de alto orçamento que atende às expectativas de lucro do estúdio, mas sem sacrificar em nenhum momento (pelo menos não vi nada gritante) o cinema como arte. Não é todo artista que tem um orçamento de 250 milhões de dólares para fazer um filme com controle criativo e que ainda deixe os bolsos dos envolvidos felizes, e ainda sem ter que entregar um produto "seguro". Os Batman do Nolan são arriscados do ponto de vista comercial, mas o público comprou a visão mais autoral de Nolan, e a Warner deixou o cidadão tocar sua visão adiante, ao menos enquanto desse lucro. São os filmes que Nolan teria feito se tivesse controle ilimitado sobre a produção, sem se preocupar com o dinheiro (na verdade, algo bem próximo disso). Digo isso tudo porquê, numa análise mais racional, é arriscado contar a origem de um personagem (que todo mundo já está careca de saber) sem abrir mão de sua visão artística e personalidade como diretor/roteirista. Não chego ao ponto de acreditar que Nolan teve carta branca em 100% da produção do filme, mas é algo muito próximo do que ele faria se o tivesse. A trilogia lembra muito os demais filmes autorais do diretor, mostrando que a Warner se arriscou em entregar o controle artístico de um personagem potencialmente lucrativo a um cara que não estaria disposto a entregar algo "seguro" para agradar a todos. Claro que seria absolutamente inapropriado fazer um Batman com censura 18 anos, se Nolan quisesse. A violência pesada não choca tanto nos quadrinhos, mas cinema é outra coisa, convenhamos. Parei aqui. Argumento muito forte e maduro para ser contestado. Sem mais, MM.
  11. Poutz... Não tem como negar que Os Vingadores foram feitos para crianças (também), ao contrário do novo Batman. Não é nenhum demérito ou mérito de nenhum dos filmes, mas a abordagem do Nolan é mais sóbria e criativa que o produto (bacana) criado com o único intuito de gerar MUITA grana para a Marvel. Enquanto os filmes de Nolan tem uma ambição artística que é satisfeita pelo talento do diretor, Whedon é um empregadinho que não se arrisca em nada, entregando um arroz com feijão delicioso, mas nada mais elaborado. Tem uma diferença brutal na concepção artística dos dois diretores (se é que alguém pode chamar Os Vingadores de arte ou Whedon de artista...), apesar do alto orçamento dos dois filmes (o que não quer dizer porra nenhuma, contanto que o profissional faça seu trabalho da mesma forma que faria um Cidadão Kane, sem distinção entre filme comercial e arte, o que é um problema sério na indústria atualmente). Os TDKs do Nolan cumprem a função de dar lucro ao estúdio, mas também são obras de arte elaboradíssimas. Agradam a gregos e troianos, algo que a Marvel parece não saber fazer, já que continua apostando em histórias infantis e NADA audaciosas (por favor, sem comentários sobre a qualificação dos filmes no RT mou MC). Sobre os clichês, é um típico argumento falho de quem está começando a se aventurar no mundo marvilhoso do Cinema, mas eu perdoo. O problema não são os clichês, mas a forma como são utilizados. Tire os clichês dos filme de Sergio Leone, por exemplo, e não vai sobrar nada. Simples assim. A questão é o cara saber utilizar ou não os lugares comuns e convenções que existem há mais de um século no Cinema. E Nolan, apesar de suas falhas menores, sabe utilizá-los muito bem.
  12. Nolan não é realista. Pelo menos não da forma como alguns sugerem. É um universo insano, talvez a última coisa possível que poderia acontecer na vida real, mas não chega ao ponto da fantasia. Aliás, pra mim foi um remake do Batman - O Retorno do Burton: Bane e Pinguim tem o mesmo plano de "libertar Gotham"; os dois filmes de passam no inverno; os dois tem a Mulher-Gato se aliando ao vilão terrorista; Wayne e Selina num baile de máscaras Wayne e Miranda trepando no sofá próximo à lareira da mansão Wayne lembra muito uma cena no sofá (divã?) entre Selina e Bruce no filme de Burton os dois filmes se passam nos esgotos de Gotham o vilão se aloja no esgoto da cidade Bane sequestra Gordon da mesma forma que Pinguim rapta o Christopher Walken ainda sobre o rapto, Bane obtem um documento que está junto de Gordon, e o Pinguim revela a Shreck um documento picado que ele retirou do lixo Dagget/Shreck como o empresário corrupto rival de Wayne Pinguim e Bane manipulam materiais nucleares em determinados momentos dos filmes Pinguim e Bane querem dominar a cidade como governantes, à força, cada um ao seu modo A história do bebê abandonado e criado no submundo do crime/prisão Tem outros que eu não me lembro, mas já enumerei alguns. Tem também conexões fortes entre toda a trilogia de Nolan e os dois do Burton. Chega a ser bizarro ver o povo defendendo os novos filmes como se fossem a coisa mais inovadora da história do cinema.
  13. Povo tá forçando a barra legal pra defender o filme, mas ok. O hype está pesadíssimo ainda.
  14. Bom, já que a Boscov mandou um spoiler... Dá para dizer que é curioso ver a influência totalitária de Bane em Gotham tendo um tribunal sumário presidido pelo chefe do hospício da cidade, num cenário expressionista e levemente surreal. Caligari era o chefe do hospício no filme alemão e, de certa forma, representa o poder totalitário que os realizadores anteviram que tomaria conta da Alemanha em alguns anos. Cinema é subjetivo. Foi a sensação imediata que a cena me causou. O Pinguim de Burton é visualmente parecido com o Caligari (e tem ideias parecidas com as de Bane...), mas não no aspecto ideológico.
  15. É um filme do Batman, porra. Gosto de ver um personagem bem desenvolvido, seja ele como Bruce Wayne ou como Batman. Mas que o diretor faça direito. Nolan demora uma hora para chegar no ponto que interessa, investindo em um desenvolvimento sonolento do personagem. Simplesmente não interessa ver Wayne quebrado no início, gastando um tempo precioso da projeção para, logo depois do seu retorno ao uniforme, ser quebrado novamente, e Batman ficar até o terceiro ato fora de cena. O problema não chega nem a ser a duração do filme, mas o tempo que Nolan gasta desenvolvendo bobagens (e ainda de forma pouco clara e interessante, diga-se de passagem) e ignora momentos realmente importantes. Dava para aproveitar todo o tempo gasto com o draminha besta da primeira parte do filme nas cenas da prisão, por exemplo. E o que dizer da revelação chumbrega do final? Era previsível, e isso é um defeito. Não tem como negar que é, se alguém achou que foi previsível. "O clímax é previsível mas eu gosto, porquê é o Nolan, e o restante do filme é bom". É isso então? Disse que o filme ficou over the top. Isso inclui O Morcego, a fonte de energia limpa-bomba atômica, a queda inacreditável das Indústrias Wayne, o número absurdo de personagens com destaque na trama (dava para excluir o deputado, Foley, Dagget, e aquele monte de policiais com diálogos sem nenhum prejuízo à trama; a tal Jen também é um desperdício de filme). Não são defeitos muito graves a ponto de comprometer o filme como um todo, mas não deixam de ser falhas. Um mérito grande do filme é dar o clima "Ra's al Ghul" à trama. Os momentos mais etéreos, misteriosos, são o trunfo de Nolan. Os problemas com a montagem e mise en scène estão presentes em todo o filme, mas as qualidades de determinados momentos maquiam bem as falhas de Nolan como diretor. Para cada bobagem envolvendo os subalternos de um policial coadjuvante em Gotham, Nolan nos brinda, em contrapartida, com um breve relance dos enforcamentos na cidade, só para citar um exemplo. Na verdade, é nosso interesse pela jornada dos personagens que aprendemos a admirar nos filmes anteriores que sustenta o filme. Bruce Wayne sempre foi o protagonista nos filmes de Nolan, mesmo com o público se esquecendo da performance discreta (e eficiente) de Bale em detrimento do Coringa de Ledger, durante o segundo filme. Nolan acerta em cheio ao deixar claro que o coração dos três filmes é a jornada de Bruce Wayne, que não deve ser eclipsado por nenhum outro coadjuvante. Bale contribui ainda com sua melhor performance nos três filmes, fazendo com que acreditemos e nos importemos com aquele personagem. E esse é o ponto forte da obra: seu aspecto emocional é devastador, mesmo quando Nolan infla o ritmo do filme com subtramas desncecessárias. Poderia citar precisamente alguns pontos mais precisos do filme mas prefiro esperar a poeira baixar. Em tempo: Miranda Tate é mal desenvolvida, mas não compromete de forma grave o filme, mas não deixa de ser um defeito. PS: não é porque algo em um filme não funciona 100% que isso seja ruim. São defeitos, graves ou não. Nolan não cometeu esse tipo de bobagem nos dois primeiros filmes, pelo menos não de uma forma que comprometesse a estrutura do filme. Só é uma puta ignorância vocês fingirem que os erros (que alguns admitiram que existem) não prejudicam o filme. Erro é erro, qualidade é qualidade. Gostar é algo diferente. Eu admito que gostei muito do filme mas consigo reconhecer seus defeitos. Simplesmente não consigo ignorar o que deu errado (na minha concepção) e fingir que é o maior filme do ano ou de todos os tempos. Ou pior, uma obra-prima.
  16. Claro que vi. Muitas vezes inclusive. E é até bem simples fazer a associação entre o "juiz" de Ressurge com o Dr. Caligari do filme de Wiene, a não ser que você tenha se esquecido dos detalhes de Batman Begins. O próprio cenário do filme de Nolan remete ao expressionismo alemão, na cena em questão. Aproveito para deixar claro que vou comentar o filme com mais profundidade daqui há algumas semanas, quando muita gente já terá visto o filme. Por enquanto, prefiro evitar qualquer forma de spoilers.
  17. Mostrou o lugar em seguida, mas a mise en scène do Nolan é tão fraquinha que você não sente o efeito da cena como deveria. Você apenas junta na sua cabeça que tal pessoa estava naquele lugar e que ela morreu. Nolan também não é nenhum mestre na montagem. Apesar da longa (e inustificável) duração alguns momentos importantes parecem muito corridos; não temos tempo de assimilar tudo. Culpa também dos cortes rápidos de Lee Smith e dos chefões da Warner, que deveriam ter imposto uma duração máxima de 155 minutos ao filme, estourando (e contando com os créditos finais). Abro espaço ainda para reclamar de alguns enquadramentos do diretor, que desperdiçam o potencial de diversas cenas de forma irritantemente amadora. O uso excessivo de foco no primeiro plano em diversos momentos tira a epicidade de algumas cenas que Nolan gostaria de tornar grandiosas, mas que soam como tentativas frustradas; alguém que tem Orson Welles como influência não deveria fazer esse tipo de coisa. Ah, em tempo: o hino dos EUA e alguns closes na bandeira foram ridículos. Nolan não é americano, mas se porta como um republicano middle-class. Se for pra mostrar a patriotada, que seja como fez Spielberg em O Resgate do Soldado Ryan, que abre e fecha o filme com a bandeira americana, mas a sensação que temos nessas duas situações ao ver a bandeira são distintas (pura e aparente patriotice no primeiro instante, e um tom amargo e reflexivo no final; pelo menos ao meu ver).
  18. Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge (sem spoilers, com apenas a estrutura do filme sugerida no texto; leia por sua conta e risco; eu não leria sem antes ver o filme) É díficil entender como é possível gostar muito de um filme e ainda assim reconhecer seus inúmeros problemas. Pelo jeito, Nolan aprendeu somente sobre câmeras e lentes na faculdade cinema, o que pode ser evidenciado nos making offs de seu segundo Batman. Ou melhor, aprendeu mais outra coisa que é extremamente importante: dê-lhes um final excelente que o público esquecerá de todo o resto. E, surpreendentemente, é o que ocorre aqui, e com resultados mais do que satisfatórios. Antes de começar a tecer comentários mais desenvolvidos sobre o filme, preciso fazer um adendo. O público (em especial casais de namoradinhos adolescentes discutindo a "relação" no meio do filme) geralmente me irrita, e muito, durante a exibição de um filme nos cinemas, falando o tempo inteiro. É o motivo maior que tem me levado a ir cada vez menos ao cinema. Recentemente, entretanto, tenho, de certa forma, compreendido as razões que levam as pessoas a conversarem durante os filmes. Ridley Scott (mais uma vez ele) disse que presta atenção à reação do público durante as sessões teste de seus filmes. Cita uma tal de "movimentação de traseiros" nas poltronas, que sugere que o público está pouco interessado ou entediado com o filme. Creio que a teoria valha também para pessoas (imbecis) conversando na sala de cinema. O novo Batman começa muita bem com uma tensa e elaborada sequência que nos apresenta Bane num avião. Vemos também que Bruce Wayne se transformou numa espécie de Howard Hughes depois dos eventos do último filme. É uma reintrodução dura e melancólica para um personagem que aprendemos a admirar anteriormente. Retirado do exílio auto imposto por uma furto da Mulher-Gato, Wayne retorna à ativa como Batman, com aparatos tecnologicamente mais desenvolvidos e ainda contando com o efeito psicológico causado por sua fantasia, mas extremamente enferrujado devido aos oito anos sem prática no combate corporal. É aí que Nolan trai o público com a interessante premissa que havia introduzido para focar em uma subtrama besta e confusa envolvendo o roubo das digitais de Wayne, um rival bilionário corrupto (que poderia ser Wayne, numa temática abordada com mais eficiência por Burton com Christopher Walken em Batman - O Retorno), um vilão que nunca diz a que veio (Bane; e realmente é difícil se interessar pelo vilão durante sua estadia em Gotham, pelo menos até seu confronto com Batman), uma personagem mal-desenvolvida chamada Miranda Tate (que atrasa de forma injustificável o esperado confronto de Batman e Bane, investindo num romancezinho babaca que poderia ter sido cortado do corte final) e o desaparecimento inacreditável (e imperdoável) de Alfred pelo restante da projeção. Essa parte do filme entre a boa introdução a a luta com Bane são os momentos em que o público mais conversou e se mexeu em suas poltronas, e a parte em que quase dormi, acreditando estar assistindo ao pior filme do Batman (o período daquela bicha carnavalesca não conta). É difícil ainda engolir os furos do roteiro, que abusam do bom senso so espectador com cérebro. Batman e Wayne sumiram há exatos oito anos? E ambos retornam à vida pública ao mesmo tempo? Lembrando ainda que em Batman Begins houve um hiato de 7 anos entre o desaparecimento de Bruce em Gotham e seu reaparecimento na cidade, coincidentemente ao mesmo tempo em que surge um herói mascarado com um aparato tecnológico fornecido pelas indústrias Wayne. A decisão de Nolan está no mesmo nível dos filmes de Superman, em que o herói não usa máscara mas ninguém o reconhece como Clark Kent, com a diferença de que o tom dos filmes era leve e descontraído, o que permitia esse tipo de artifício. A falta de interesse de Nolan no desenvolvimento da primeira metade do filme é assustadora. Parece uma versão melhorada de Homem-Aranha 3, mas ainda abaixo do padrão do diretor. Talvez seja uma abordagem tão radical que eu mesmo não estava preparado. Uma revisão futura pode melhorar minha opinião sobre essa parte, mas não no momento, talvez alguns anos depois do lançamento em BD. No momento, acho uma pasmaceira danada. Não é ruim, apenas não cativa tanto como deveria. Não vou comentar em detalhes a segunda metade, mas a qualidade melhora bastante (o filme tem 3 atos mais ou menos distintos, com o segundo ato mantendo a besteira inicial, mas melhorando logo, salvando um filme que parecia perdido). A motivação de Bruce e sua jornada para salvar a cidade, apesar de carecer de mais tempo de desenvolvimento, em comparação com a ação parelela que toma conta de Gotham, é cativante e eficiente. Lembra os melhores momentos dos dois filmes anteriores, em especial do primeiro. Chegamos enfim a um terceiro ato estupendo, em que Nolan abandona de vez a tentativa de criar uma realidade enfadonha (o problema do segundo filme), e cria situações surreais, mas que são abordadas de forma verossímil pelo cineasta. Afinal, um cara vestido de morcego é impossível de se adaptar de forma satisfatória para um mundo extremamente real. O tribunal composto de forma expressionista (e presidido por um Dr. Caligari) e suas penas impostas são talvez os melhores momentos do filme. O twist final é previsível ao extremo, o que prejudica um pouco a construção do personagem envolvido, e acaba também prejudicando de forma indireta o próprio Bane, mas não é tão grave quanto eu inicialmente achava que seria. Talvez seja mais um ponto que melhore no meu conceito com uma revisão. Não vou citar os pontos positivos do filme, que seriam spoilers gigantescos. Deixo isso para um comentário futuro. Para finalizar, digo apenas que a última cena do filme é uma pequena traição por parte de Nolan, mas que não prejudica de forma mais grave o que vimos antes. Mas não deixam de ser alguns segundos decepcionantes (a última cena mesmo, antes dos créditos). Talvez porquê este seja o final da série e Nolan já esteja planejando um reboot como produtor. Uma pena. Realmente triste que ele abra uma porta tão importante que nunca será desenvolvida neste mundo que criou. Melhor: chega a ser revoltante.
  19. Sério mesmo que só eu vou fugir da estreia e do hype? Fui na estreia dos outros dois, mas sei lá. Muita nerdice pra quem trabalha o dia inteiro. Estou puto também com a crescente falta de educação do povo nos cinemas: é casalsinho discutindo a relação e zé graça fazendo piada o tempo inteiro. Fora que volta e meia tem um nerd virgem que se acha o máximo porque leu o filme inteiro na wikipedia e fica contando em voz alta no meio da fila. Duro vai ser escapar dos spoilers que vão pipocar pelo FB, mas tudo bem, é só ficar distante. Ódio desses eventos mega-hypados que prejudicam quem realmente gosta de um bom cinema.
  20. Estou comparando apenas os filmes. A impressão que o primeiro filme do Raimi passa é a de que Mary Jane é uma boa pessoa, mas já deu pra turma toda. Depois a personagem evolui para algo mais interessante. Mas o contraste ajuda no desenvolvimento da personagem.
  21. Bobinho e inofensivo. Inacreditável que esse diretorzinho capenga leve 136 minutos para contar uma história pobre e desinteressante. Uma fotografia triste e fria que tenta emular um efeito de realidade de forma ineficaz. A mesma história que vimos no primeiro filme de Raimi é recontada com alguns adendos interessantes, mas sem a mesma emoção; não é culpa dos atores, mas do roteiro e direção pouco inspirados: é óbvio que os três roteiristas creditados tiveram seus textos reescritos por script doctors fantasmas do estúdio (o trio deve ter sido creditado por alguma cláusula no contrato, não é possível...). É difícil acreditar que três roteiristas desse calibre tenham entregado um produto sem sal e pouco inspirado. A estrutura do roteiro é boa, mas o desenvolvimento é ineficiente. Esse merdinha chamado Marc Webb também não contribui muito para melhorar a situação, apostando numa direção sem personalidade, que não se arrisca em nenhum momento para sair do lugar comum. Webb não teve coragem de produzir algo mais ousado e acabou se saindo como mais um diretorzinho comercial e sem personalidade que faz tudo para agradar o estúdio (Joss Whedon?), sem se arriscar por caminhos mais incertos e entregando o arroz com feijão de sempre. É difícil dizer o que há de bom no filme, já que nada é completamente ruim... É apenas um trabalho frio, distante e pouco inspirado. Vale lembrar que Emma Stone e Andrew Garfield, em especial este último, se esforçam o suficiente para fazer o filme funcionar durante duas horas. Não fosse meu interesse por eles, teria dormido logo de cara, no início da projeção. Não que isso seja mérito do roteiro ou da direção, mas a química entre os dois funcionou surpreendentemente bem. É diferente do que vimos na trilogia original entre MJ e Peter. Maguire era o típico nerd fracassado, já Garfield é só um cara tímido e inteligente, sem aquela aura de loser americano; e a nova Gwen Stacy não é a putinha do grupo, como era a MJ de Dunst.
  22. Um filme simples e bacana, pena que o povo levou a sério demais. Nenhuma obra-prima, mas bom o suficiente para manter o interesse por duas horas. Burton brinca com as convenções novelescas de forma afiada. Sobram até referências a Rebecca e aos filmes de monstro da Universal dos anos 30. O terceiro ato equivocado prejudica o filme, com uma mão pesada de Burton nas cenas de ação, que parecem ter sido incluídas a pedido do estúdio e dirigidas a contragosto pelo diretor, tamanha a má vontade de sua concepção.
  23. O filme é uma pérola. Scott não perde tempo com falso desenvolvimento de personagens (que morrerão logo) e foca mais na trama e na tensão permanente. A estrutura do filme se assemelha, em uma análise mais superficial, à do primeiro Alien, mas as semelhanças param por aí. O original não tinha nenhum tema mais ambicioso para explorar (o que não é demérito algum), ao contrário do que vemos aqui. Scott e seus roteiristas não são pretenciosos de responder as questões que levantam e, quando as respondem, surgem muitas outras. O filme seria criticado de qualquer jeito, simplesmente por ser de Ridley Scott: se respondesse tudo, ia ser pretencioso e seria acusado de dar tudo de mão beijada, sem dar nada para o espectador refletir; como deixa para responder em outro filme (e neste primeiro focar na apresentação deste novo universo ao público, sem responder muita coisa e evitar que o filme fique sobrecarregado e corrido, dada a grandiosidade dos temas abordados), é acusado de enrolar e tentar arrancar mais dinheiro do público com uma sequência. A criticada cena do encontro com os aliens-minhoca, em que dois imbecis brincam com uma criatura desconhecida, também foi subestimada. É simples demais um diretor deste calibre se render a uma convenção estúpida do gênero, motivo pelo qual acredito que foi uma decisão consciente de Scott. Como dar um impulso para o segundo ato do filme começar e o terror finalmente tomar conta? Obras como Bullitt e Cidadão Kane utilizam um recurso puramente cinematográfico para por a trama em diante; sem esse elemento, não haveria filme (o trinco da porta em Bullitt e Kane sussurrrando Rosebud no início, sozinho no quarto; como alguém foi ouví-lo?). Scott une este elemento à lição de Hithcock de que ninguém aguenta muita tensão sem momentos de humor. Dois caras, provavelmente chapados pela maconha, decidem dormir no meio da sala dos vasos de gosma e acabam brincando com o alien-minhoca-cobra. É um artefato ridículo, mas o terror que se instaura a partir deste momento é extremamente bem construído. Fico imaginando um desses diretores "sérios" bolando mil artifícios para que os dois entrassem em contato com a gosma de forma mais realista, mas perdendo um tempo precioso de filme. Scott utiliza de forma consciente e bem humorada um velho clichê (não toque em nada! e os idiotas fazem o que? tocam...) para não perder o ritmo do filme. A platéia no cinema se divertiu no início da cena e ficou chocada no final, segundo minhas observações (funcionou então, não é mesmo?). Scott, aliás, já declarou que o corte de cinema é seu director's cut. Não tenho do que reclamar. A montagem dá ao filme um ritmo acertado, tenso mas não muito longo. Spielberg fez algo semelhante no estupendo Guerra dos Mundos, sem esticar muito, mas sem ser muito curto. Minha ressalva quanto ao filme são quanto à apresentação de brusca de Guy Pearce no terceiro ato. Já tinhamos pistas sobre isso (ok, estava bem óbvio até), mas não funcionou de forma muito orgânica. Não machuca o filme de forma grave, mas a construção do roteiro poderia ter sido mais elegante neste aspecto.
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