Gago

É, de minha parte as expectativas chegam a ser obscenas. Um dos grandes desafios do Hillcoat será alcançar, tanto em imagem quanto em termos narrativos, o nível poético estabelecido pelo McCarthy. Além, claro, de dar vida à lacônica dramaturgia do livro.

Curiosidade: alguém já leu o material do McCarthy que serviu como base pra esse filme com o Mortensen? É divino. Eu diria que não tem o menor cara de Oscar, mas depois de Onde os fracos não têm vez passei a reconsiderar afirmações desse tipo.

Só pra completar: Sou totalmente contra essa cultura que tende a transformar uma disputa esportiva como o futebol em guerra. É um troço ridículo, tanto quanto os desdobramentos causados por coisas desse tipo, e que não têm nada a ver com o esporte. Acho que há discernimento e inteligência sufiente em todo mundo pra entender que é possível jogar/torcer sem a menor necessidade de uma coisa pequena dessa.

E, finalmente, sobre a questão Elicarlos-Maxi (esse argentino está em todas, caramba!): Primeiro, o Maxi é um babaca por ter dito isso (tanto quanto qualquer outro jogador que faça algo do tipo, como o Materazzi xingando a mãe e a irmã do Zidane). E não acho que esse tipo de atitude faça parte do jogo. Uma coisa é forjar faltas, fazer cera, esse tipo de coisa. Outra é ser baixo, mesquinho. Há milhares de formas de provocação, mas essa que o Maxi escolheu é simplesmente imbecil e retardada. E segundo que se o caso tivesse ocorrido comigo, eu certamente não tomaria qualquer tipo de providência, mas basicamente porque eu não ligo pra xingamentos em geral. Em mim, é o tipo da coisa que não surte efeito, é bobeira mesmo. Mas se ofendeu o Elicarlos (e isso é, como disse o Alex, compreeensível) ele deve buscar medidas legais caso haja o respaldo da lei. A única palhaçada ao redor desse episódio mesmo é o espetáculo armado pela polícia (talvez armada estrategicamente pela diretoria do Cruzeiro, pelo que deram a entender as reportagens).

Eu já perdi tempo demais com o primeiro. Passo!

Eu já comentei anteriormente (neste tópico mesmo, eu acho) e farei mais uma vez: não entendo como o Daniel Alves é reserva desse time. Praticamente em todas as partidas nas quais ele joga algum gol ou jogada importante sai dos seus pés. Sei que é porque há esse hype monstruoso ao redor do Maicon - que é bom jogador na maior parte do tempo e ótimo às vezes (mas só às vezes) -, mas, pra mim, o lateral do Barça é melhor.

Um detalhe do qual havia me esquecido: qual o salário do Maxi? Se eu não me engano é uma coisa meio exorbitante, não?

Sim, tem tudo para ser bem mais interessante que o de ontem. Por isso eu disse que o gol do Souza foi importantíssimo para o Grêmio e, acima de tudo, para a Libertadores.

E, Bat, acrescento mais: o Cruzeiro jogou razoavelmente desfalcado ontem. E nem só pelo Ramires (que considero uma perda mais para o Cruzeiro que o Victor representa para o Grêmio, apesar deste também ter sido significativo para o tricolor gaúcho), mas pela falta de um lateral-esquerdo de ofício, do Fabrício e de algumas outras lesões.

Falando sobre os lances polêmicos: Também não teria marcado falta no lance que originou o gol do Grêmio. Mas não há o que discordar quando dizem que é interpretativo. Eu acredito que não apenas o Túlio pisou na mão do Kléber como deveria ter sido espulso por isso. E o reflexo ou possível encenação do cruzeirense não tem a menor influêncio nisso, penso eu. O jogador do Grêmio olha, vê a mão do Kléber e pisa. Pra mim, é um tchau. Teria expulsado o Elicarlos pela falta agressiva na entrada da área (ou intermediária) do Grêmio, pela qual foi punido com um cartão amarelo. Aqui eu tenho que discordar. No geral ele foi um dos mais participativos da equipe do Cruzeiro, e nem foi só pela assistência. No primeiro tempo, por exemplo, praticamente todas as jogadas passaram pelos pés dele, quando não feitas unicamente por ele. Já no segundo, houve um outro cruzamento bonitinho desperdiçado por alguém que agora eu não lembro. Além da movimentação (importante), etc. Pra mim, não é apenas no geral, mas ontem em específico ele foi superior ao Maxi. Gago2009-06-25 13:22:37

É, dizer que o cenário está a favor do tricolor gaúcho é como presenciar trovões anunciando uma forte tempestade e dizer que uma árvore é um lugar seguro. Não tem jeito: a vantagem é do Cruzeiro, que pode perder e ainda assim ficar com a vaga. O lance é que fazer dois gols dentro de casa, especialmente no embalo de uma torcida ensandecida como a do Grêmio, é um resultado normal, anos-luz de ser impossível. Há uma boa possibilidade de reverter a situação sim. E aí, Bat, realmente entram as percepções quanto ao times, e não situações gerais do futebol. Eu particularmente continuo acreditando no Cruzeiro (minha aposta de título desde as oitavas). Mas provavelmente num jugo duro, bem disputado, talvez perdendo para o Grêmio.

Eles não conseguem indicar um blockbuster ou filme de maior apelo popular no lugar daqueles produtos de microondas feitos com apenas o Oscar em mente, e a única solução que encontram para salvar a audiência é adotando uma bobagem dessas. É óbvio que injustiças ocorrerão com cinco, dez ou vinte vagas - quanto a isso não tem jeito. Mas, acima de tudo, há o problema do prestígio, do charme de ser indicado: mais vagas, maiores chances e, claro, menor o sabor e a recompensa. Um pouco chato. Gago2009-06-25 14:12:49

Eu juro que não me lembro se o cronômetro parou ou não. Tive a impressão que sim na hora, mas nem lembro o porquê. Enfim, vai ver estou imaginando coisas. Tranquilo. Eu até que não acho um absurdo alguém considerar o Maxi melhor, até porque eu de vez em quando penso que estimo o Kléber um pouco mais que o normal (estaria vestindo a amarelinha hoje contra a África do Sul, caso eu estivesse no lugar do Dunga). Mas não acho que ele (Maxi) seja perna-de-pau, só tecnicamente limitado. Gago2009-06-25 11:14:53

Mas o cronômetro ficou paralisado enquanto o árbitro recebia atendimento, não? Meus únicos poréns nesse sentido foi com relação às punições. No caso, a falta delas. Pra mim, o Elicarlos e o Túlio deveriam ter sido expulsos. E acho que o gol do Souza não foi importante apenas para o Grêmio, mas para a semi-final como um todo. Dá mais emoção a disputa. E, claro, o Cruzeiro abriu uma vantagem considerável nessa partida de ontem (que foi muito boa mesmo), mas nada sobrenatural e irreversível. Dois a zero é um placar bem, hmm, natural. Principalmente com o Grêmio jogando num Olímpico lotado. Sobre Kléber versus Maxi eu não vejo como. O brasileiro é, pelo menos pra mim, substancialmente melhor. Sem comparação. Inclusive um dos melhores do Brasil. Até no quesito vontade (ou bravura, garra, empenho, raça - chame como quiser), que é o que o argentino tem de melhor, o gladiador ganha. Falar em termos de habilidade, então, é sacanagem - aquele gol perdido ontem é flagrante! Haha. Gago2009-06-25 11:00:05

Robert Eroica Dupea é um que na verdade nunca saiu da minha cabeça. Sinto até hoje Cada um vive como quer como o mais interessante e doloroso character study ao qual pude assistir. Vez em quando penso também a respeito de Dixon Steele em No silêncio da noite. Mas este, apesar de maravilhoso, só chega perto.

Você realmente tem assistido aos jogos e coisa e tal? Porque o Chelsea, contra o Barça, atacou bastante, criando e perdendo várias oportunidades de gol. E contra o Liverpool, que é time grande nível top da Europa, que em dois jogos eles enfiaram sete gols? Sem contar que há toda uma lógica por trás das intenções do Hiddink, que é uma óbvia cautela defensiva contra simplesmente a mais eficiente das equipes no ataque durante toda a competição. Quem vê você falando assim pensa que ele jogou com dez atrás e um no gol, esperando os pênaltis ou algo que o valha, quando na verdade em praticamente todas as partidas decisivas os azuis buscaram o resultado. E é claro que o time do Chelsea merecia muito mais estar na final em Roma que o Barcelona, e os motivos - óbvios que só eles - desfilaram em 180 minutos disputados dentro das quatro linhas. Não era o time pelo qual eu torcia, mas simpatia e merecimento são duas coisas que no futebol nem sempre andam lado a lado.

O que é algo meio d'oh, não? Porque House é mais que os mistérios de cada episódio, penso eu. Todos os relacionamentos e pelejas daí advindas são construídos dia após dia, o que dá sim um certo caráter sequencial à série. É claro que vai de cada um sobre qual é o âmago da série, mas daí a recomendar desse jeito eu acho meio sem noção sim. É um pouco reducionista.Gago2009-05-09 16:48:00

Particularmente acho que espero uns cem filmes com mais empolgação que esse. Mas realmente, imagino que seja obscenamente empolgante para quem admira os trabalhos do Romero. Voltando para a filmografia do homem, eu só assisti aos filmes que fazem parte do subgênero que virou sinônimo de Romero: o dos zumbis. E, apesar de não considerá-los ruins, não acredito que sejam nada de mais.

Não há muito o que discordar quando dizem que as duas melhores equipes do mundo farão a final da liga, hun? Mas uma coisa é verdade: com todo o brilhantismo do elenco do Barcelona, Gus Hiddink é maior, e só não irá a Roma porque não apenas os deuses do futebol conspiraram contra, mas também porque o árbitro foi tão ou mais decisivo que o Iniesta.

Nessas últimas semanas eu deixei minha disponibilidade e o cinema inteiramente de lado. Falta de tempo é uma coisa um pouco triste. Como conseguia somente intervalos esporádicos, a única solução que encontrei foi retomar House, uma série que eu não assistia desde o final da segunda temporada. E continua daquele jeitinho, apostando numa fórmula bem resolvida ao mesmo tempo em que amplia as discussões ao redor da psique e princípios de cada personagem. É um estilo que além de me agradar muito não sofreu qualquer tipo de desgaste comigo, pelo menos até agora. E fico na torcida para que não surja qualquer porém, ainda que a série não se renove ou apareça com frescor algum.Gago2009-05-09 10:51:26

Como você viu? Desculpa, mas somente hoje vi a pergunta. Eu o assisti da melhor maneira possível: dentro de uma boa sala de cinema. Ficou em cartaz por pouco tempo, mas o suficiente para que eu pudesse conferi-lo antes de qualquer porém.

Meu problema principal com Lost é a incapacidade que os roteiristas têm de solucionar seus mistérios com a mesma eficiência com a qual os sugerem. É uma síndrome, na verdade. E acho que, de certa forma, tem muito a ver com os rumos que a série foi tomando, com essa aparente necessidade que os criadores têm de torná-la cada vez mais enigmática e intrincada. Em retrospectiva, a série já não é mais a mesma que a da primeira temporada, quando o medo do desconhecido e da impotência, aliado aos seus desdobramentos, lhe conferia um caráter aventuroso. Hoje, é um produto cujo objetivo principal é surpreender o espectador antes de qualquer outra coisa, cheio de vaivéns na trama que na maior parte do tempo me parecem desinteressantes e com o único intuito de chocar.

Apesar da minha vontade e dos meus esforços, este é um (sub)gênero que até hoje não me conquistou pra valer. Nem a quadrilogia do Romero me encantou de verdade. Mas Extermínio, REC e principalmente Todo mundo quase morto me divertiram bastante.