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Boss


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Que vergonha, ninguém criou ainda tópico para essa série. Uma das três melhores do ano, junto de Homeland e American Horror Story. 04.gif

 

 

 

Matéria da Fernada Furquim:

 

 

 

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A primeira série dramática estrelada por Kelsey Grammer só estreia nos EUA no dia 21 de outubro, mas o canal Starz já disponibilizou o episódio piloto online, via VOD. Esta é uma estratégia que vem sendo utilizada por canais americanos (a cabo e abertos) para atrair o interesse do público para novas produções.

 

 

 

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Hannah Ware é Emma

 

 

 

“Boss” tem oito episódios produzidos para sua primeira temporada. Já renovada para a segunda, que terá 10 episódios, a série é uma das grandes apostas do canal para este ano.

 

 

 

O interessante é que ela foge do perfil que o Starz vinha construindo. Conhecido por apresentar histórias de aventura épicas, como “Spartacus”, “Os Pilares da Terra” e “Camelot”, esta última já cancelada, o Starz parece interessado em ampliar seu horizonte.

 

 

 

O canal já investiu em outros gêneros, mas sem sucesso. Entre eles, ficção, com a quarta temporada de “Torchwood”; em comédia, “Party Down” e “Head Case”, e em drama, “Crash” e “Gravity”, as quatro últimas canceladas, sendo que a primeira é uma co-produção com a BBC britânica.

 

 

 

A expectativa do Starz para 2011-2012 é a de que seus novos dramas, “Boss” e “Magic City” (que estreia em abril de 2012), consigam colocar o canal na mira dos críticos, como aconteceu com a HBO, o FX e o AMC.

 

 

 

Pelo que foi apresentado no episódio piloto de “Boss”, o canal parece ter encontrado um bom caminho para seguir. Criada por Farhad Safinia (do filme Apocalypto), a série teve o episódio piloto dirigido pelo cineasta Gus Van Sant (Elefante e Milk), em seu primeiro trabalho na TV.

 

 

 

A primeira cena (que lembra um palco vazio) já define ao público a situação do personagem principal, bem como a do ator, deixando claro que não se trata de uma comédia, gênero pelo qual Kelsey Grammer ficou conhecido e no qual vem atuando nos últimos 25 anos, ao menos na TV.

 

 

 

O ator interpreta Tom Kane (seria o nome uma referência a “Cidadão Kane”?), prefeito da cidade de Chicago, que é diagnosticado com uma doença degenerativa, semelhante ao Mal de Alzheimer. Complexo e controverso, Kane se preocupa com a cidade, mas não se importa com as pessoas. Considerado um homem impiedoso, ele não tem intenção de deixar o poder. Por isso, esconde sua condição de todos. A única que sabe do seu problema é sua médica, ameaçada para não revelar a informação.

 

 

 

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Connie Nielsen é Meredith

 

 

 

A história é inspirada em “Rei Lear”, peça de William Shakespeare. Porém, não se trata da mesma trama, mas da adaptação de situações, ideias e personagens. Kane é Lear, um homem ambicioso que está sendo consumido pela loucura. Na peça o personagem tem três filhas, representadas na série pelas mulheres na vida de Kane.

 

 

 

A primeira é sua esposa, Meredith (Connie Nielsen), com quem mantém uma relação de aparências. Morando sob o mesmo teto, eles seguem vidas separadas. Fria, distante, calculista e ambiciosa, ela esconde suas intenções por trás de um sorriso e olhar serenos. Quando está na companhia do marido, ela é apenas sua companheira, mas sozinha em casa ou em eventos sociais, ela é a ‘rainha’.

 

 

 

A segunda mulher na vida de Kane é sua assistente Kitty (Kathleen Robertson, de “Barrados no Baile”), que trabalha para ele há oito anos realizando suas tarefas de forma impecável. No entanto, ela não parece ser uma pessoa totalmente leal a ele. A terceira é sua única filha, Emma (Hannah Ware), ministra da igreja presbiteriana, que também trabalha como auxiliar em um hospital. Há anos os dois não se falam. No episódio piloto não é revelado o que aconteceu entre eles para provocar esse rompimento. Ao receber o diagnóstico, Kane tenta entrar em contato com a filha, a única pessoa que realmente importa para ele. Mas esta, sem saber pelo que o pai está passando, se mantém distante.

 

 

 

Ao longo do episódio vemos Kane lidar com suas tarefas do gabinete. Entre elas, apoiar publicamente a reeleição do governador Cullen (Francis Guinan), um ‘macaco velho’ que manipula a burocracia e os interesses políticos a seu favor. Mas, longe dos olhos do público, Kane praticamente convoca Ben Zajac (Jeff Hephner, de “Hellcats”) um jovem político, ambicioso como ele, a disputar o cargo.

 

 

 

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Kathleen Robertson é Kitty

 

 

 

O ‘bobo que sabe tudo’, personagem que costuma surgir nas peças de Shakespeare, pode ser representado pelo jornalista Sam Miller (Troy Garrity), que ‘fareja’ algo no ar e começa a investigar, chegando à médica que atendeu Kane.

 

 

 

Como trama paralela, uma construtora descobre que um antigo cemitério, que está sendo demolido para dar lugar a uma outra obra, foi construído em uma área indígena. O fato leva defensores desta cultura a exigirem mudanças de planos para poder preservar o local.

 

 

 

A interpretação de Grammer neste primeiro momento é boa. Sob a direção de Van Sant, o ator se revela bem concentrado, oferecendo uma atuação sem exageros.

 

 

 

A série não traz nenhum elemento de apelo popular. Sem explorar personalidades que possam criar uma relação afetiva com o público, os personagens mantém uma postura distante e fria, tanto entre eles quanto com o telespectador.

 

 

 

A intimidade deles somente é exposta através do uso da câmera que, em movimento, invade a privacidade de cada um oferecendo super closes ou detalhes de expressões faciais ou físicas. O ritmo do episódio lembra um pouco o filme “Elefante”, de Van Sant, mas com mais diálogos.

 

 

 

O tema é puramente político, embora seja evidente que as relações pessoais de Kane sejam parte essencial da trama. O perigo que a série corre é pesar demais, não oferecendo ao público qualquer situação ou personagem com quem possa se relacionar. Embora ainda seja cedo para saber se “Boss” conseguirá desenvolver bem sua proposta e personagens, o piloto revela potencial tornando-se uma das melhores estreias da Fall Season 2011-2012.

 

 

 

Fonte:   Veja

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