Jump to content
Forum Cinema em Cena

Leaderboard

Popular Content

Showing content with the highest reputation on 08/02/20 in all areas

  1. A visibilidade trans alcançada pelo seu lugar de fala com a crítica inevitável para Hollywood. Quando se pensa em pessoas trans, logo se vê os estereótipos que o cinema reforçou sobre os estigmas da identidade de gênero. O documentário vai destrinchar todos os erros que o cinema já cometeu com a população que mais morre no mundo por apenas existir. O documentário começa sobre os tipos de interpretações que são endereçadas às pessoas trans, começando com pessoas cis representando-os; passando pelo sentido de vilão que pessoas crossdresser se comportam, exemplos em Psicose (1960) do Hitchcock até Silêncio dos Inocentes (1991) dirigido pelo Jonathan Demme; concluindo pela cultura da comédia que sempre permeiam as suas personificações, como Uma babá quase perfeita (1993) até As Branquelas (2004). Nesse sentido, Laverne Cox confessa as violências sofridas pelo sorriso ao seu corpo; como se a cultura que a população cis consome desse essa permissão. Como se cada pessoa trans fosse um personagem para vilanizar ou rir. Outra questão que é horripilante é o sentido de "revelação" que dá o título do documentário. Colocando o grande questionamento de quanto de satisfação tem que dar sobre as suas próprias escolhas. O grande bordão de "quando você escolheu ser hétero?" vira o "quando você decidiu permanecer no seu sexo biológico?". Uma outra problemática adotada acontece até em produções que são direcionadas ao público LGBTQI+, por exemplo a série The L World (2004): a série que trata da homossexualidade feminina, trata o personagem transmasculino com um desenvolvimento problemático. Sei que o grande mote é a crítica a essas produções, mas meu único porém é o fato de não ressaltar tanto as produções que deram um pouco mais de visibilidade positiva.
    1 point
  2. Encerrando o sábado com os "cancelados" do cinema, fui com o gênio Woody Allen, e seu "Crimes e Pecados", de 1989. Sem dúvida, um dos grandes filmes dele. Tudo é redondo, tudo flui. Embora ele mesmo tenha confessado não ter ficado tão satisfeito com a parte de comédia desse filme, e em "Match Point", segundo o próprio, ele tenha conseguido fazer um "Crimes e Pecados" só com drama. Engraçado, que a filmografia continua, e depois ele trabalharia o tema ainda em "O Homem Irracional", de 2015, por exemplo. Bem como dividiria a comédia e o drama, de maneira formal, no subestimado "Melinda e Melinda", de 2004. A inveja é um dos temas principais desse filme. Um pecado que está relacionado com o olhar, daí estarmos diante de um personagem oftamologista e outro diretor de cinema. Mas a inveja é um pecado, não é um crime. Contudo, quem será "punido" será o pecador, não o criminoso. É a ironia dramática desse roteiro fabuloso (indicado ao Oscar), desse diretor fabuloso (indicado ao Oscar), com um ator fabuloso (Martin Landau, indicado ao Oscar, que iria se superar depois estupendamente em "Ed Wood"). Deus também, lá do alto, só "olha", ou, dependendo, pune. No final, dá-se o encontro entre esses dois personagens, bebendo uísque, celebrando a derrota e a vitória de serem quem são, sob a sombra trágica do fotógrafo bergmaniano Sven Nykvist. Talvez o ranking mais difícil de se fazer. Meu ranking Woody Allen é assim: 1) Manhattan; 2) Annie Hall; 3) Match Point/ Zelig 4) A Outra/ A Era do Rádio/ A Rosa Púrpura do Cairo; 5) Desconstruindo Harry/Todos Dizem Eu Te Amo/ Um Misterioso Assassinato em Manhattan Não dá pra escolher!
    1 point
  3. Vocês sabem, sou bem fã do cinema do Kim Ki-duk, já vi quase todos. Mas faltava esse "Endereço Desconhecido", do começo de sua carreira, 2001, que abriu o Festival de Veneza na época. É um filme bem trágico a respeito de três jovens que, mesmo tantas décadas depois, ainda padecem das consequencias da Guerra da Coreia. A presença americana ainda está lá, na forma de uma base militar. A cidadezinha ao redor convive com a tropa que ronda com um discurso de promoção da paz; alguns moradores tentam arranhar o inglês na expectativa de um dia viajarem; veteranos nacionalistas se amarguram com o passado enquanto treinam o Tiro ao Arco; uma ex-prostituta que teve um caso com um soldado americano envia-lhe cartas que voltam com o selo de "Endereço Desconhecido"; o filho dela é um mestiço, um asiático afrodescendente, que sofre racismo; uma mocinha apaixona-se por um soldado americano viciado em LSD... E por aí vai..É um amplo painel de personagens, sempre a trabalhar criticamente a ideia do militarismo estrangeiro na província coreana. Quem diria que esse Kim ki-duk politizado iria atravessar posteriormente uma fase mística-contemplativa, até voltar, mais recentemente, amarrando as duas pontas da vida, aos filmes mais politizados?!... Voltando ao filme em si, a primeira hora é detestável, muito difícil de acompanhar, pois envolve tortura de cachoros em várias cenas. Mesmo com o aviso inicial nos créditos que nenhum animal sofreu, pra mim passou do ponto. A segunda hora - quando os cachorros se vingam - é muito melhor. E, ademais, os conflitos humanos também já estão mais estabelecidos. Como sói acontece, o final dos filmes dele é excelente, e aqui não fica por menos. Meu ranking Kim Ki-duk, contudo, permanece inalterado: 1) Pietá; 2) A Rede; 3) Primavera, Verão, Outono, Inverno...e Primavera; 4) O Arco; 5) Dente por Dente.
    1 point
×
×
  • Create New...