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frossit

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    frossit got a reaction from SergioB. in O Que Você Anda Vendo e Comentando?   
    O mote principal deste filme sempre me incomodou um pouco. Não gosto do comecinho e nem do final (bem pontuado por você). Mas curto o recheio: a sequencia da invasão é espetacular, tem boas interações entre os personagens e boas batalhas ao longo do filme. 
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    frossit reacted to SergioB. in O Que Você Anda Vendo e Comentando?   
    (176)
    As pessoas em geral têm ódio de "Shakespeare in Love" ter ganhado/ comprado o Oscar. Fico a me perguntar em que filme as pessoas votariam, naquele ano de 1998, e acho que "O Resgate do Soldado Ryan" parece a principal opção. Meu voto segue imutável, no entanto, "Além da Linha Vermelha". Bom, fui rever o filme do Spielberg depois de uns 15 anos, e, nossa, o que a primeira parte tem de espetacular, a segunda parte tem de arrastada. Evitou-se a morte do Ryan, mas não a morte da história. Roteiro muito descalculado.
    Os primeiros e caríssimos 27 minutos, no que tocam ao desembarque, são o melhor do filme. Mas me peguei gostando mesmo é daqueles momentos humorados típícos do Spielberg, em que um soldado joga o capacete um no outro; ou aquele do começo em que o "sortudo" soldado retira o capacete...Me lembram Indiana Jones capturando o chapéu, sabe? Esses momentos continuam funcionando...Mas o que eu amo mesmo é o soldado que atira rezando. Isso é uma dimensão a mais!
    Fiquei meio abismado de ver como a cena mais importante do filme, é dizer, quando o capitão revela ao soldado por que o procuravam, é mal atuada. O Matt Damon até manda bem em outras passagens do filme, mas nesta, a meu critério, não. Não que eu quisesse uma reação dramática exagerada, não é isso, mas as decisões de olho e corpo, dele, na cena, não me convenceram. Eu, como diretor, a teria refeito. 
    Lindíssima a fotografia do Janusz Kaminski, que lhe valeu seu segundo Oscar. E nem precisa falar do trabalho de Som, maravilhoso! Pena o Thomas E. Sanders ter morrido sem um Oscar, aqui com mais um trabalho espetacular de Design.
    O filme foi um sucesso comercial incrível. Todo mundo só falava nele. 
    Mais de vinte anos depois, tenho dúvidas se este Ryan faz valer a pena. Afinal, o personagem envelhecido leva à sepultura sua enorme família branca, com filhos e netos chorosos. Uma coisa comum: Uma família estruturada e patriótica. Oferece a descendência como prova - coisa mil vezes melhor realizada no filme anterior em "A Lista de Schindler". Por que não leva um quadro que tenha pintado? Ou uma cêramica que tenha modelado? Ou, então, melhor ainda, por que não se ajoelha sozinho na sepultura, e diz que não construiu nada, apenas sua miséria? Que teve traumas, que teve medo, que acabou desobedecendo a ordem de seu superior?
    Claro, estaria exigindo do roteiro um pensamento fora da caixa. Um final não americano. Um final sem bandeira americana.

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    frossit reacted to SergioB. in O Que Você Anda Vendo e Comentando?   
    (174)
    Descobri agora que as pessoas não gostam de "Trauma", do Dario Argento. Tenho dúvidas se ele fez algo melhor nos anos 1990. Primeira produção americana dele. Mas a mocinha da vez é italiana, romana, e sua filha, Asia Argento.  Linda, mas, como atriz, deixa um pouco a desejar na função da heroína dos filmes dele, como já o foram Jessica Harper ou Jennifer Connelli. 
    O filme, pra mim, é nostálgico e delicioso. Saudade de ver algo assim com a galera, depois de procurar algum dvd com capa de suspense e letras amarelas...Movimentos sofisticados de câmera, referências ao terror histórico (até na escalação da Piper Laurie, ótima como sempre) junto também com imagens bagaceiras como cabeças decapitadas falantes. Sangue, animais, vômitos, ótima maquiagem e efeitos do mestre Tom Savino, um "Quem Matou?" na nossa cara; como não gostar desse "Giallo"?
    Compará-lo com as obras-primas passadas seria exigir demais. Mas diverte muito.
     

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    frossit got a reaction from Big One in O Que Você Anda Ouvindo e Comentando   
    Discografia do Geezer Butler, baixista do lendário Black Sabbath. Metal industrial, interessante mas não muito especial. Avaliação: Razoável. 
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    frossit reacted to SergioB. in O Que Você Anda Vendo e Comentando?   
    (173)
    Caetano Veloso interpreta Lamartine Babo em "Tabu", de 1982, filme experimental do carioca Júlio Bressane. Lamartine Babo, um gênio do carnaval, dos hinos de futebol, das marchinhas, da canção. Agora, no século XXI, devidamente cancelado pelos versos "Mas como a cor não pega mulata/ mulata eu quero o seu amor".  Que dirá agora fazer-se um filme sobre ele! Aqui, mais precisamente, um encontro ficcional com o poeta Oswald de Andrade. O filme é uma defesa do carnaval, do samba, da música popular, como parte fundamental da identidade brasileira.
    Bom, é uma tese boa, os ouvidos agradecem demais, mas como filme...é um filme de montagem. Intercala vários momentos musicais, com "Tabu" de Murnau, filmes não identificados por mim sobre o descobrimento do Brasil, e filmes pornográficos antigos... É o cinema como montagem. Sem ficar refém do consequentalismo de uma ação e outra. Nada tem muito a ver como sucessão de imagens. Não tem trama lógica. 
    Fiquei pensando na escolha de Caetano para viver Lamartine , e pensei um pouco no aspecto físico, do baiano ser delgado, franzino, como o antigo compositor, mas acho que tem mais a ver com aquela sucessão de autênticas marchinhas que Caetano compôs nos anos 1970/1980: "Samba, Suor e Cerveja", " A Filha da Chiquita Bacana", "Atrás do Trio Elétrico", e tal...
    Se a figura de Oswald fica meio perdida no contexto geral, creio que Caetano e Lamartine têm, realmente, muito a ver. Os três, aí sem dúvida, vocacionados para amar o Brasil.
     

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    frossit reacted to SergioB. in O Que Você Anda Vendo e Comentando?   
    (172)
    "N`um vou nem falar nada!!!"
    Uma obra-prima de Woody Allen, infelizmente pouco vista. Um drama bergmaniano, um "Morangos Silvestres" de Nova York. "A Outra", de 1988, é um arraso! Diálogos excelentes, atuações soberbas, primeiro trabalho de Allen e Sven Nykvist - fotógrafo de Bergman - juntos. 
    Muita coisa pra falar. Mas confesso que só o revi por causa de Martha Plimpton. Não canso de ler a respeito de sua atuação no filme "Mass", que pode lhe dar, em 2022, sua primeira indicação ao Oscar. Todo mundo só fala prematuramente em Lady Gaga, mas Martha Plimpton e Ann Dowd é quem podem surpreender. Aqui, Martha tem um pequeno papel, como a enteada e boa amiga de Gena Rowlands, mas já chama a atenção como ela era boa atriz desde nova, desde "Os Goonies".
    Aliás, que elenco: Gena Rowlands, Gene Hackman, Ian Holm, John Houseman, Blythe Danner, Betty Buckley... Perfeitos. 
    Gosto demais desse título, "Another Woman", pois ele se espraia. É "a outra" , a amante que Gena foi; é "a outra", a personagem sem nome de Mia Farrow, ouvida do consultório psiquiátrico; e em suma "a outra", a que vive dentro de você, no seu inconsciente.
    Das mil coisas maravilhosas desse filme que podem ser ressaltadas, uma é a perfeita junção entre sonho-memória-presente. As transições de uma instância para outra funcionam de maneira muito elegante.
    O final, particularmente, é de se aplaudir de pé!
    "Força é mudares de vida"

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    Blu Ray - Com Amor, Simon

     
    DVD Box - Sessão Anos 80 Vol 11

    11 Volumes, 44 filmnes dos anos 80.

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    Box Halloween I e II:


    Cards

    Livreto:

    Posters:


     
    Veio uma máscara também (dessas que usa pra Covid), mas esqueci da foto dela.
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    frossit reacted to Jailcante in Blu-ray - Aquisições   
    Box Blu Ray Carpenter Essencial




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    frossit got a reaction from SergioB. in O Que Você Anda Vendo e Comentando?   
    A Cicatriz é um Kieslowski menor. Se não me engano é o primeiro filme do diretor, mas foi alvo de censura e ficou na gaveta durante muito tempo. Também pudera, tem criticas bem contundentes ao partido e sistema político vigente na Polônia socialista. O clima meio fantasmagórico impera e o final pode desagradar pessoas que não se consideram conservadoras. Assistido no Telecine Cult. Avaliação: Bom.

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    frossit reacted to SergioB. in O Que Você Anda Vendo e Comentando?   
    (163)
    "Era Uma vez na Anatólia", filme do turco Nuri Bilge Ceylan, que ganhou o Grande Prêmio do Júri em Cannes 2011, fazendo parte da sua consecutiva aquisição de prêmios até chegar à Palma de Ouro pela obra-prima "Sono de Inverno" em 2014.
    Desmentindo a simbologia de conto de fadas ou de acontecimento extravagante sugeridos pelo título, acompanhamos neste filme uma delegação de profissionais da Lei: detetive, promotor, policiais, e um médico legista, em busca de um corpo desaparecido nas planícies da Turquia. Junto a eles, os dois assassinos confessos, que não se lembram direito onde desovaram o corpo. Ou seja, não há investigação sobre a culpa, não há mistérios, não há reviravoltas quanto aos motivos do crime, o que temos é apenas a procura pelo cadáver. 
    O que importa é a conversa entre os profissionais, principalmente entre o promotor e o médico legista. Logo percebemos quem é o garantista, quem é o "Datena" da ocasião, quem não vê a hora de largar a profissão...Achado o corpo, a comitiva retorna ao povoado, e se desfaz. O foco fica todo no médico legista e na formação do seu parecer.
    Nos últimos minutos, acontece o grande lance do filme. Isso depois de quase 180 minutos. 
    Um filme silencioso, frio, feito de planos gerais, à distância, nos quais a ambientação "enterra" um mistério. Já se observou que o cinema de Ceylan tem muito de Antonioni. Pergunto eu: Este é um "A Aventura" turco? Já que ambos são sobre a busca por um corpo. Ambos são filmes "vazios". Só que aquele clássico foi intensamente vaiado em Cannes 1960, enquanto este saiu premiado em um ano de competição fortíssima.

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    frossit got a reaction from SergioB. in O Que Você Anda Vendo e Comentando?   
    A Visita é uma tentativa bem sucedida de M shyamalan no sub-gênero found-footage. Não que seja uma obra-prima, mas serviu para acalmar um pouco público e crítica que viviam pegando no pé do diretor. O filme é eficiente, especialmente pela performance do casal de velhinhos e por uma boa reviravolta final. A dupla de protagonistas juvenis também funciona, imprimindo um pouco de humor à trama. Assistido no Net-NOW. Avaliação: Bom.

     
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    frossit reacted to Jorge Soto in O Que Você Anda Vendo e Comentando?   
    Caraca, esse ai eu assisti piratao duma cópi vhs na década de 90 e curti, tanto que dissertei sobre ele numa prova do colegial que pedia esse tipo de assunto, controle de massas pelo consumismo. Tirei nota máxima, feitio que nunca mais consegui...😂 Fora isso, curti aquela porradaria do mocinho (com o negrao?) que leva mais de 10 minutos..pqp!!😁
     
    Team Marco é uma divertida matinê estrelada por um kid, o desconhecido porém competente Owen Vaccaro, ator mirim de filmes indie. A pegada é meio que pra passar sermao na tecnologia e viver a vida, manja? E isso o moleque consegue com ajuda do tio italiano. Plot básico manjado, porém sempre eficiente. Tem um ou outro deslize de edicao mas deixa-se ver de boa. De quebra, o filme ensina como jogar bocha.. 8-10


     
    Running to the Sky é outro filme estreado por kid, desta vez do Quirguistão, ou seja senta que lá vem paisagem contemplativa, ausencia de som e muita imagem estática na película. É isso, quem assistiu algum filme iraniano com criancas ja sabe ao que me refiro. Aqui pelo menos a pegada é mais alegre e menos melancólica, pois o plot simplório é muito bem conduzido até seu desfecho meio abrupto. 8-10

     
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    frossit got a reaction from Jorge Soto in O Que Você Anda Vendo e Comentando?   
    Incrível como Eles Vivem continua atual, ainda mais em uma época de neoliberalismo e individualismo extremo. O cinema de Carpenter não se leva a sério, mas toda a caricatura acaba favorecendo o filme, mostrando o absurdo das situações. Baixo orçamento, criatividade e canastrice no melhor sentido. Assistido no Netflix. Avaliação: Muito bom.
     

  15. Like
    frossit got a reaction from Big One in O Que Você Anda Vendo e Comentando?   
    Incrível como Eles Vivem continua atual, ainda mais em uma época de neoliberalismo e individualismo extremo. O cinema de Carpenter não se leva a sério, mas toda a caricatura acaba favorecendo o filme, mostrando o absurdo das situações. Baixo orçamento, criatividade e canastrice no melhor sentido. Assistido no Netflix. Avaliação: Muito bom.
     

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    frossit reacted to SergioB. in O Que Você Anda Vendo e Comentando?   
    (159)
    Um dos piores filmes que vi neste ano, talvez o pior, "A Última Nota" é um filme que tem vários elementos bonitos: Roupas elegantes para os personagens, paisagens bonitas da Europa, música da melhor já feita pela humanidade, um grande ator, e...Nada! Não tem conflito! É um drama sem conflito! Comé que pode? Um velho pianista que após passar pela morte da esposa tem dificuldades para subir ao palco, e recebe ajuda de uma jornalista...  Nem a paixão romântica que se adivinha, salva, pois tem medo dela.
    E dá-lhem imagens de Patrick Stewart pensativo na janela, andando pelas ruas matutando, imaginando brancos ao executar o instrumento. Mas não acontece nada. É reto, é uma régua. Não tem nada ! Acho que é daqueles filmes para nossas mães acharem "sensível".  
    A direção é amadora, sem criatividade para resolver o problema dos filmes de piano, que é o de filmar a execução em plano médio. Só planos por cima das teclas, ou por cima do tampo.
    Um filme completamente falso, que tem medo de si mesmo! Terrível!

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    frossit reacted to Lopes1974 in O Que Você Anda Vendo e Comentando?   
    Na minha busca pelo pior filme de sempre deparei-me com Os Tomates Assassinos!
     Simplesmente Horrivel  em todos os aspetos
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    frossit got a reaction from Big One in O Que Você Anda Vendo e Comentando?   
    Finalmente recuperei minha conta !!!
    O Fantástico Sr Raposo é a primeira incursão do W. Anderson no mundo das animações. O filme exagera um pouco na quantidade de informações jogadas na tela, mas tirando isso é um desenho para adultos muito divertido e que levanta algumas questões sobre o que gostariamos de ser e o que nos tornamos. Destaque para o impagável Rato marginal. Assistido no Primevideo. Avaliação: Muito Bom. 

     
  19. Like
    frossit got a reaction from SergioB. in O Que Você Anda Vendo e Comentando?   
    Finalmente recuperei minha conta !!!
    O Fantástico Sr Raposo é a primeira incursão do W. Anderson no mundo das animações. O filme exagera um pouco na quantidade de informações jogadas na tela, mas tirando isso é um desenho para adultos muito divertido e que levanta algumas questões sobre o que gostariamos de ser e o que nos tornamos. Destaque para o impagável Rato marginal. Assistido no Primevideo. Avaliação: Muito Bom. 

     
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    frossit got a reaction from Jailcante in Paramount+   
    Será que o Telecine vai dançar nessas ???
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    frossit got a reaction from Gust84 in Star Wars Ep. IX - A Ascensão Skywalker   
    Eu gosto do episódio 7 (misto de remake, refilmagem e continuação) e mais ainda do 8 (bom equilíbrio entre a homenagem e a ruptura). São filmes bem dirigidos, dinâmicos etc. Agora esse episódio 9 jogou tudo pro alto e bagunçou o coreto...não acho PODRE como muitos, mas no fim ficou parecendo fogos de artificio molhado e é realmente decepcionante. As saídas foram muito preguiçosas. No fim é tudo que Star Wars não devia ser...mediano. 
    PS: Desgosto mesmo da trilogia preludio, concordo que é muito criativa e REALMENTE adiciona novos conceitos para o universo, mas a execução em termos cinematográficos é um desastre, os filmes são travados demais...entre outras bizarrices.  
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    frossit reacted to SergioB. in O Que Você Anda Vendo e Comentando?   
    De madrugada, "Near Dark"/ "Quando Chega a Escuridão", de 1987, primeiro filme solo de Kathryn Bigelow.
    Já escrevi diversas vezes que o gênero Terror e suas subespécies a meu juízo são o melhor gênero para se começar. Os erros são tratados com uma estranha boa vontade. E o diretor ainda pode treinar suas aptidões.
    Foi maravilhoso rever esse filme depois de uns 15 anos, ou mais, e saber o que a pintora (!!) e diretora fez a partir dele para a frente, inclusive, de quebra, entrar parar a História.
    Este é um filme que embora registre diversas vezes a aurora e o crepúsculo, centra-se na noite, como todo filme de vampiros. Mas para por aí. Não há caninos projetados, não há crucifixos, caixões, estacas; o tradicional veludo foi substituído pelo jeans. Quem tem olhos para ver, entenderá que estamos diante de um faroeste, com rednecks dos anos 1980, e em vez do confronto entre pistoleiros na terra batida, o confronto é entre marginais no asfalto, ao som de Rock n`roll. Muito estilo. Muita senso visual, desde o início da carreira. 
    Gosto da falta de explicações, gosto da falta de diálogos. É parte da escuridão do filme. Mas reclamo, somente, do finalzinho romântico...Por quê? Inaceitável, estraga o clima. Introduz-se o sol e a alegria. Ora, para quê? Quem gosta de Terror, gosta justamente do peso da madrugada, gosta, afinal de contas, de quando chega a escuridão.

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    frossit reacted to SergioB. in O Que Você Anda Vendo e Comentando?   
    "N`aum vou nem falar nada!"
    Na leitura das peças de Arthur Miller, adivinhem qual a que mais me conquistou? As Bruxas de Salém. Nunca tinha lido esse texto de 1953, anti-Macartismo, antidelação política (tal como "Um Panorama Visto da Ponte" tem este lado também), em analogia com fatos históricos realmente sucedidos nos Estados Unidos.
    Lembro-me que "As Bruxas de Salém", de 1996, bateu recordes de permanência nos cinemas do Brasil. Mais de um ano e tanto de lançado, ele ainda estava em cartaz, merecendo até reportagem de tevê sobre isso. É impossível não gostar. É impossível não bater palmas efusivamente para Paul Scofield, Winona Ryder, Elizabeth Lawrence, Bruce Davison, Daniel Day-Lewis, e Joan Allen, e todo o elenco brilhante brilhante. No Oscar de 1997, meu voto seria para a Allen.
    Deve ser a décima vez que vejo o filme. E o "Because it`s my name"  gritado do fundo da alma, com a Joan Allen pondo as mãos no rosto como uma concha, ainda me emociona. Na peça, a indicação do grito abissal é textual. Está lá. Grande Arthur Miller! Que se recusou a denunciar seus colegas escritores de ideologia comunista, perante o odioso Comitê Parlamentar.
    O filme do inglês Nicholas Hytner foi roteirizado pelo próprio Miller, o que lhe valeu sua única indicação Oscar. Há algumas diferenças quanto  à peça, mormente a cena final, que não é "descrita", e no cinema é "mostrada". Também, no começo, o ritual da floresta é apenas relatado indiretamente, não é vivido na peça. E, lembrei, a "fuga" é apenas relatada na peça, uma fuga acompanhada. A maior diferença é a quantidade de momentos em que Abigail e Proctor passam juntos. No filme, optou-se por colocar mais momentos.
    Nada que perturbe o conceito de fidelidade.
    Eu amo os filmes do Hytner. Adoro "As Loucuras do Rei George", sou apaixonado por "A Razão do Meu Afeto", mas é que "As Bruxas de Salém" é realmente um trabalho ímpar.

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    frossit reacted to Jailcante in O Que Você Anda Vendo e Comentando?   
    O Sócio Silencioso (The Silent Partner, Dir.: Daryl Duke, 1978) 3/4

    Caixa de banco descobre que bandido planeja roubar o banco, ele pega o dinheiro antes do assalto, e começa um jogo de gato e rato entre ele e o assaltante.
    Eficiente suspense, e bem tenso, valorizado ainda mais pela dupla de atores principais (Eliott Gould e Christopher Plummer) fazendo uma boa parceira, com perseguido e perseguidor. 
     
    Mãos sujas sobre a Cidade (Busting, Dir.: Peter Hyams, 1974) 2/4

    Dupla de policiais tenta dar um fim no reinado do chefão de drogas da cidade.
    É um filme policial mais convencional. Não traz nada de novo, e não se aprofunda muito, mas é eficiente. Tem um final pessimista e isso valoriza um pouco, tornando ele algo um pouco mais notável dentro do gênero.
     
    O Limite da Traição (Extreme Prejudice, Dir.: Walter Hill, 1987) 2/4

    Xerife numa cidade na fronteira do EUA e México é amigo de infância do chefão de drogas local. A relação estremecida entre eles piora quando um grupo de ex-militares planeja um roubo ao banco local.
    Tem mais cara de um faroeste moderno do que um filme policial em si (ok, protagonista é policial então é um 'filme policial'). Produzido pela mesma dupla responsável pelo Rambo (abertura e final do filme até parece um filme do Rambo mesmo), que não escondem que gostam de colocar americanos dando de machões em território alheio. Walter Hill era um nome grande nos anos 80 e aqui entrega outro filme notável.
     
    Um Policial Acima da Lei (Cop, Dir.: Andrew Davis, 1988) 3/4

    Policial ao investigar assassinado de uma repórter, descobre que pode ter sido cometido por um serial killer que poderia ter feito outras vítimas.
    Considero que foi uma tentativa de fazer um "Dirty Harry anos 80", nisso o filme é eficiente. Título nacional até que acertou mesmo, o cara passa por cima de muita coisa pra fazer sua investigação. James Woods até que foi uma escolha certeira nisso. Altamente recomendado.
     
    Todos visto aqui:

    Box Cinema Policial Vol. V
    Continua com uma seleção boa de filmes (não tem filme ruim nesses boxes desde o 1º box). Primeiro disco traz 2 filmes com o Eliott Gould, curiosamente. Disco 1 com dois filmes dos anos 70, e Disco 2 com dois dos anos 80. Ponto negativo: Colocaram extra de Sócio Silencioso no disco 2, e filme está no disco 1. Mesma coisa com O Limite da Traição, que está no disco 2, mas extra está no disco 1. Porque filme e extra não está no mesmo disco em ambos os casos? Versátil sempre comete esse tipo de coisa nesses boxes, não sei porque. Mas ok.
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    frossit reacted to SergioB. in O Que Você Anda Vendo e Comentando?   
    F I N A L M E N T E !
    Um dos filmes que mais desejei ver na vida, difícil de achar, difícil de ver, quase 4 horas de duração, encontrei-o apenas em inglês, mas valeu a pena. É "A Viagem dos Comediantes", de 1975, de Theodoros Angelopoulos, um filme sempre na lista dos melhores de todos os tempos, ou dos mais importantes de todos os tempos - que são coisas diferentes...
    Exige demais do espectador. Não só o esforço físico das 4 horas, mas o esforço mental, bem como demanda que o espectador tenha algum conhecimento de como foi a Segunda Guerra Mundial na Grécia, seu efeitos, suas consequências...E acrescento que para perceber o quanto ele é notável, há de se ter um conhecimento acerca dos planos cinematográficos. 
    Já escrevi aqui que ele é o cinesta dos planos-médios, mas aqui é quase uma extrapolação. Li em um comentário que não tem nenhum primeiro-plano. Na verdade, há 3. São os 3 testemunhos, de 3 personagens, sobre as agruras do que se passou no período entre 1939-1952, período histórico retratado no filme. O resto é só planos à média distância para mais. E, como enaltecido mundialmente, vou confiar na informação, 80 planos-sequência! Fiquei observando como essa estratégia de filmar de longe realça na tela o chão das locações. Talvez por isso ele escolha tanto praias, ou linhas de trem, ou pátios antigos. Mas divago...
    Uma trupe de atores reúne-se em 1952 para levar aos palcos uma popular peça grega do século XIX. Passa um carro anunciando o processo de eleição que culminaria na vitória do Marechal Papagós, que derrotara os comunistas da guerra civil que se seguiu à libertação grega do regime nazista, e colocaria o país na Guerra Fria ao lado dos americanos, e na adesão à OTAN. Mas como se trata de Angelopoulos, já sabemos que tempo e espaço se dissolverão, e logo estamos em 1939, ou 1944, ou 1946. O filme viaja.
    Esse mecanismo nos permite depreender - porque nunca é explicado tintim por tintim - quais integrantes da trupe eram aliados dos ingleses, quais eram informantes do nazismo, quais estavam do lado comunista. Bem como nessa viagem entre épocas vamos conhecendo o passado ou o futuro dos integrantes da companhia. Assim, como é um passeio sobre a história da metade do Século XX da Grécia. Tal como a Alemanha, o país foi um dos palcos da divisão entre dois regimes político-econômicos. A Grécia parece um caso sem muito glamour, ninguém fala disso.
    Planos longuíssimos, alguns belíssimos, outros chatíssimos, como sempre em seus filmes têm alguém dependurado na forca, cenas de música, cenas de dança, helenismo...
    Um filme muito rico, muito difícil, mas que é cinefilia na veia.
     

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