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Forum Cinema em Cena

A Espinha do Diabo


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Acabei de assistir o filme "A Espinha do Diabo", na tv, e gostei muito do que vi. Atmosfera interessante criada em cima de figuras simbólicas e incertezas. Foi para mim como o prazer de ler um bom e intrigante livro, enquanto criança (parece que enquanto criança os livros eram melhores)... O filme consegue despertar, com grande êxito, alguma coisa adormecida dentro de nós, uma certa curiosidade mais selvagem e destemida, desbravadora, que só quando crianças temos (ou tínhamos). Não sei...não estou em condições de fazer um comentário decente, então recorro às palavras de terceiros.

 

Filme impecável. Merece ser descoberto. Nota 10/10. 10

 

Os que já assistiram, comentem.

 

 

 espinha3.jpg

 

espinha.gif

 

espinha1.jpg

 

espinha5.jpg

 

 

Retirado do site "Boca do Inferno":

 

 

SINOPSE:

    Depois de perder seu pai, Carlos, um garoto de 12 anos, é deixado no orfanato Santa Luzia, um importante edifício. Lá observa e convive com os agressivos e esquisitos adultos e crianças do local. Espírito de ex-aluno começa a guia-lo à vingança.

 

 

ANÁLISE DO FILME (Contém spoilers):

 

 

"A Espinha do Diabo costuma aparecer em bebês que não irão nascer.
Com essa informação, Guilhermo Del Toro deu vida à uma brilhante alegoria política sobre as conseqüências da guerra na vida de uma comunidade.Os primeiros pensamentos que surgem quando acompanhamos cenas de guerra se referem ao futuro (se é que haverá um) da pessoas envolvidas. Essa espetacular produção espanhola tem como base uma história sobrenatural sobre a presença de um fantasma num orfanato pobre, em plena Guerra Civil Espanhola.
Tudo começa quando um bombardeiro lança uma bomba sobre uma região escura, porém civilizada. Depois presenciamos a morte um garoto, aparentemente espancado, e o choro de um menino diante do ocorrido. Na cena seguinte, somos apresentados ao pequeno Carlos, um garoto que acabou de perder o pai (vítima de uma bomba), mas que não sabe disso. Carlos é deixado (obrigatoriamente) por um tutor em um orfanato comandado por uma família simples, leal aos Republicanos: Carmen, uma senhora bondosa, professora, perneta (uma prótese a ajuda a caminhar), que esconde dois segredos - uma fortuna em barras de ouro e seus momentos de prazer com o vigoroso Jacinto; Cesares, o administrador do orfanato, poeta e completamente apaixonado por Carmen, mas que esconde um grave problema - é impotente; Conchita, uma bela jovem que ajuda na organização da casa e que namora e sonha em se casar com Jacinto; já este último é um ex-aluno do orfanato, que cuida da segurança do local e que deseja roubar os ouros que a pobre Carmen esconde. Ele aproveita os momentos íntimos proporcionados à senhora para lhe roubar as chaves que abrem o cofre, escondido na cozinha. Jacinto também esconde um sinistro segredo, mas que será revelado apenas no final.
Assim que Carlos entra no orfanato já nota a presença macabra de uma criança extremamente pálida, que verte sangue pela testa e que é envolto em bolhas de água. Por mais curiosidade que ele tenha, o medo impede qualquer aproximação. O espectro, sempre que esbarra com Carlos, diz: "Muitos de vocês irão morrer."
Além da estranha figura, Carlos entra em contato com os outros órfãos e surgem reações diferentes: alguns o admiram e querem torná-lo um amigo, enquanto outros, principalmente o mesmo menino que no início do filme aparecia chorando diante do corpo do colega morto, querem distância e até demonstram ódio. Um dos motivos do desprezo desse garoto do início do filme é o fato de Carlos estar dormindo na cama de um ex-aluno chamado Santi. Segundo Carmen, algumas crianças fogem do estabelecimento (que não há nenhuma grade ou corrente que os impeça) e acabam morrendo no deserto que cerca o local, pois a cidade mais próxima fica a milhas de distância.
Há outros fatos importantes sobre esse garoto que não gosta de Carlos: primeiro, ele é apaixonado por Conchita, tanto que até a presenteia com um belo anel, deixando-a encantada. Segundo, adora desenhar e sonha em trabalhar numa empresa de revista em quadrinhos assim que crescer.
No centro do orfanato, bem no pátio, há uma bomba que caiu durante a guerra, mas que não chegou a explodir. Alguns dizem que é possível ouvir o tic-tac funcionando dentro dela e que a qualquer dia ela conseguirá explodir. Ora, esse não é o objetivo de toda bomba? Mas, como as pessoas do local, ela é apenas mais uma sonhadora que não alcançará seus desejos.
Com o passar do tempo, Carlos descobre que "aquele que suspira", o fantasma, na verdade, é Santi, o menino que desaparecera há alguns meses. Irá descobrir também que Santi era o melhor amigo do menino que odeia Carlos (que eu juro que não lembro o nome). Talvez esse seja o motivo de tanta raiva e rebeldia do garoto. Na única cena em sala de aula mostrada, Carmen mostra aos alunos a foto de um mamute, sendo atacado por vários caçadores. Eles percebem que por maior que seja o animal, o ataque em grupo consegue vencê-lo. Esse será um ensinamento importante para os meninos do orfanato.
Enquanto isso, os Francos se aproximam da região e o orfanato está ameaçado de ser tomado pela guerra. Dona Carmen decide fugir com Cesares, as crianças e os funcionários do local, mas é ameaçada por Jacinto. Ele quer o ouro. Depois de reveladas suas intenções, Jacinto é expulso do orfanato, mas volta para se vingar. Espalha gasolina pela cozinha e pelo transporte e põe fogo. O local explode.
Como havia previsto o menino-fantasma, muitos garotos e funcionários do orfanato morrem com a forte explosão. Cesares fica praticamente surdo, enquanto Carmen fica em estado terminal. Num dos momentos mais bonitos do filme, ele, mesmo sabendo da traição dela, recita uma poesia para Carmen, enquanto ela apaga lentamente. Conchita decide caminhar até a cidade para buscar socorro, mas é surpreendida por Jacinto e seus comparsas e ele a mata friamente. Cesares, bastante ferido, decide se vingar de Jacinto. Caminha até a janela do orfanato e, ao som de suas músicas favoritas, e carregando uma espingarda, aguarda o retorno do bandido. Mas, suas feridas o impedem de esperar e ele falece, deixando apenas sete garotos, entre eles Carlos e o menino que o odeia. Carlos encontra mais uma vez o fantasma, mas desta vez, ele não foge, não está mais com medo. "Aquele que suspira" pede a Carlos que traga Jacinto até ele. Carlos conversa com o menino que o odiava e este conta que presenciou o momento em que Jacinto matou Santi, afogado num lago escondido embaixo da cozinha.
Antes mesmo que os meninos pudessem se preparar para combater os inimigos, eles se tornam prisioneiros. Jacinto procura o ouro no cofre da cozinha, mas não o encontra, então, por esse motivo, os dois bandidos que o acompanhavam resolvem abandoná-lo no orfanato. Sozinho, Jacinto descobre as barras de ouro na perna falsa de Carmen e as amarra em seu corpo e prepara-se para fugir definitivamente do lugar.
Carlos e os meninos tentam fugir do quarto onde se encontram presos. Um dos garotos passa por uma janela, mas quando desce, quebra o pé. De repente, a porta se abre. Quem os teria libertado? O menino que passou pela janela diz que foi Cesares e que ele deixou a seguinte mensagem: juntos vocês irão conseguir.
Confiantes, os órfãos se armam de lanças e pedaços de madeira e, seguindo os passos dos caçadores de mamute, atacam Jacinto. Sem chance alguma, ele cai no pequeno lago e afunda, graças ao ouro preso em seu corpo. Quando começa a se soltar, Santi, o menino-fantasma, o impede de voltar para a margem. Assim, os jovens sobreviventes abrem o portão do orfanato e caminham em direção ao deserto. Que destino terão pelo deserto, essas pobres crianças?
Como foi dito no princípio dessa análise, a guerra é uma destruidora de sonhos. Ela é a espinha do diabo que impede que pessoas consigam viver uma vida tranqüila, sem preocupações e conflitos. A bomba poderia ter destruído o orfanato, mas não conseguiu e nem precisou. A guerra mata sem precisar dar tiros ou explodir bombas. Aquele menino que odiava Carlos queria ser desenhista. Ele também quis conquistar o coração de sua amada, mas não conseguiu. O amor de Cesares por Carmen também não se concretizou. Jacinto não ficou com o ouro, Conchita não conseguiu se casar. Santi não viveu; a bomba não explodiu.
A Espinha do Diabo é um filme para ser visto mais de uma vez. Há muito simbolismo e mensagens escondidas em cada cena. È o melhor de tudo: é um bom filme de terror, com efeitos especiais e suspense. Deve ser apreciado e entendido por todos, principalmente pelos americanos que, nessa guerra, perderam feio".

Marcelo Milici

 
Enxak2007-08-25 04:14:57
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Já assiti uma vez no Corujão e ontém vi umas partes' date=' acho a história interessante e instigante, é aquele tipo de filme bom de se ver de madrugada. 03 

 

Só achei meio incoerente o título de Espinha do Diabo somente por causa dos fetos em conserva06
[/quote']

 

O texto mais acima tenta explicar o motivo da escolha do título.
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Já assiti uma vez no Corujão e ontém vi umas partes' date=' acho a história interessante e instigante, é aquele tipo de filme bom de se ver de madrugada. 03 

 

Só achei meio incoerente o título de Espinha do Diabo somente por causa dos fetos em conserva06
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O texto mais acima tenta explicar o motivo da escolha do título.
Entendi, bem sacado mesmo05
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Se eu disser que detestei vou ser expulso daqui?06

 

O estranho é que eu achei que fosse gostar, pois geralmente eu amo esse tipo de filme. Mas do jeito que foi colocado não me desceu bem. Extremamente enfadonho, não senti nem um mísero cala-frio. Definitivamente não o qualificaria como suspense ou terror, mas sim como drama ou fantasia, que só me deu sono. Parecia até uma fábula, uma história para dormir, cheia de simbolismos e alegorias. O fantasma nem parecia fantasma.

 

Mas para não dizerem que sou irredutível, pretendo dar uma segunda chance ao filme assim que for possível. Pela propaganda, pensei que fosse um filme no estilo daqueles filmes de terror asiático ou um suspense no estilo de O Sexto Sentido ou Os Outros, coisa que definitivamente ele não é. E como me foi vendido de maneira errada, acredito que isso tenha influenciado na minha primeira impressão. Mas também acho difícil que essa impressão mude com uma revisada.

 

 

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Você foi assistir o filme esperando por um terror ou suspense? Talvez tenha sido esse o problema' date=' hehe... Não acho que ir assistir a qualquer filme já predisposto a se asustar, ou a se comover, ou a rir, seja uma boa idéia.[/quote']

 

Sim, foi esse o problema, pela propaganda achei que fosse um filme de terror. Por isso estou disposto a dar uma segunda chance.

 

Mas também acho impossível assistir um filme sem qualquer expectativa sobre ele, e não acho isso errado. Errado eu acho é alguém assistir um filme querendo que ele seja uma coisa que ele não é e depois dizer que o filme foi ruim por causa disso.

 

Quando eu comecei a assistir o filme, pensei que ia ser um filme de terror ou suspense, mas quando percebi que não era uma coisa nem outra, tentei me interessar pelo que eu estava vendo, mas não consegui pois a linguagem usada não funcionou comigo. Isso já ocorreu com outros filmes também.

 

De qualquer forma, o estilo desse diretor não me agrada muito. Mas vou dar uma segunda e última chance.

 

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