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  1. Primeiras fotos dó Joaquim Phoenix são divulgadas.
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  2. Conferi a 2ª temporada de PUNHO DE FERRO É quase consenso que a primeira temporada de PUNHO DE FERRO representou o ponto mais baixo da parceria entre a Netflix e o Marvel Studios. A primeira temporada não só se mostrou arrastada, como trazia um elenco de personagens desinteressantes em sua maioria, e um protagonista profundamente irritante na forma do Danny Rand de Finn Jones. Pra piorar, as sequências de luta eram sofríveis, algo imperdoável quando estamos falando de um programa estrelado por um dos maiores artistas marciais do Universo Marvel. A participação do herói na minissérie OS DEFENSORES não ajudou a melhorar a sua imagem, com o defensor de Kun Lun trazendo muitos dos problemas de sua série solo para a reunião dos heróis da Netflix. Quando a Netflix anunciou uma segunda temporada, a expectativa da grande maioria era zero. Entretanto, as críticas a desastrosa primeira temporada não passaram em branco. O Showrunner Scott Buck, que cometeu a horrível série INUMANOS foi afastado, sendo substituído por Raven Meltzer. O coreógrafo responsável pelas sequências de luta de PANTERA NEGRA foi chamado para supervisionar a temporada. Por fim, a participação de Danny Rand na segunda temporada de LUKE CAGE trazia um herói muito melhor construído e relacionável em um único episódio do que o visto em toda a primeira temporada de sua série solo e OS DEFENSORES, dando a entender que os produtores finalmente haviam entendido o personagem. Após conferir esta segunda temporada, posso afirmar que a melhora foi muito grande, e a série estrelada por Finn Jones tornou-se digna de ser assistida, embora ainda apresente problemas que continuem a deixa-la na lanterninha das séries da Marvel/Netflix. A trama companha Danny Rand tentando manter a promessa que fez ao Demolidor no fim de OS DEFENSORES de proteger as ruas de Nova York, atuando principalmente no bairro de Chinatown. Danny se afastou das Empresas Rand, e vêm tentando conciliar a vida de vigilante com uma existência mais normal ao lado de Colleen, que por sua vez deseja se afastar dos combates, inclusive fechando o seu dojo. Ao mesmo tempo em que tenta evitar uma guerra entre as tríades de Chinatown, Danny precisa lidar com o retorno de Davos, seu antigo amigo de Kun Lun, que exige que Rand lhe dê os poderes do Punho de Ferro. Em sua segunda temporada, PUNHO DE FERRO apresenta uma história muito mais engajante do que a terrível temporada de estréia. Os dois pontos que chamam a maior atenção é o novo tratamento dado as sequências de luta, e a maior fluência da narrativa. Tendo dez episódios (três a menos do que o convencional para as séries Marvel/Netflix) a trama vai mais diretamente ao ponto. No primeiro episódio, já sabemos quais temas serão trabalhados na temporada, quem são os antagonistas, qual são os seus objetivos, e como eles se relacionam com os protagonistas. As sequências de luta ainda não são tão impressionantes quanto aquelas vistas em DEMOLIDOR, mas conseguem transmitir a emoção e a dinâmica desejada, sem os mil cortes da temporada passada. O destaque vai para uma sequência no segundo episódio envolvendo o flashback que traz a luta entre Danny e Davos (ambos usando a mascara clássica do herói nas Hqs) pelo direito de enfrentar o Dragão Shao Lao, um combate de muita perícia porém brutal. Os personagens em sua maioria estão muito melhor trabalhados também. Finn Jones está muito mais confortável como Danny Rand não sendo mais aquele moleque irritante que tem que repetir vinte vezes por episódio que é o imortal Punho de Ferro. Ele ainda se mostra imaturo e impulsivo em muitos pontos, e ainda não é o herói zen das Hqs, parecendo estar ainda em formação, o que convenhamos, é um pouco irritante depois de duas temporadas. De fato, muitas vezes Rand parece perder o protagonismo para outros personagens como Ward Meachun, e principalmente Colleen, mas tem um arco dramático muito melhor definido, e chega ao fim da temporada muito diferente do início. Danny também mostra um controle muito maior de seus poderes, diferente da primeira temporada, em que era um parto pra acender o maldito punho, técnica que em tese deveria dominar. Mas pelo menos não é mais um protagonista irritante, sendo alguém que gostamos de acompanhar, especialmente devido a química com os coadjuvantes que orbitam ao seu redor. A Colleen Wing de Jessica Henwick, apontada por muitos como o maior acerto da primeira temporada, começa tímida, mas vai ganhando uma importância maior ao longo da temporada, até ganhar uma importância totalmente igualitária com a de Danny Rand, e verdade seja dita, é uma personagem muito mais carismática do que ele, além de claramente lutar melhor. Sua parceria com Misty Knight, depois de ser brevemente explorada na segunda temporada de LUKE CAGE finalmente é aprofundada, rendendo uma parceria fantástica, embora inusitada. Os episódios finais trazem grandes reviravoltas envolvendo Colleen, que pode irritar os fãs mais conservadores, embora eu tenha achado corajoso. Destaca-se também Ward Meachum, que embora tenha uma subtrama que na maior parte do tempo fica á parte da trama principal, torna-se o personagem mais humano da temporada, em suas tentativas de vencer o vício e se reconciliar com a sua irmã Joy. A amizade que ele desenvolveu com Danny traz também alguns dos momentos mais divertidos da temporada, devido ao contraste de personalidade dos dois. Falando um pouco dos vilões, a série se sai melhor nesta temporada neste quesito, depois das chatices de intrigas empresariais envolvendo o Tentáculo e Harold Meachum na primeira temporada. Entretanto, não dá pra se elogiar muito Davos e Joy Meachum como os vilões da temporada. Joy é a que se sai pior, já que a sua motivação para se vingar de Danny Rand é completamente descabida, como os próprios personagens parecem perceber, e sua ligação emocional com Davos não tem credibilidade alguma. Davos, por sua vez, funciona como antagonista, mas não consegue ir muito além. Como tantos antagonistas da Marvel no cinema, Davos parece não ser muito mais do que o "espelho sombrio" do herói, o que é uma pena, pois acho que o personagem tinha um potencial maior. Suas motivações acabam sendo reduzidas a mera inveja, abastecida por uma criação abusiva por parte da mãe, muito pouco quando consideramos que tínhamos a falha de Danny Rand em proteger Kun Lun como o Punho de Ferro como uma motivação muito mais poderosa e menos clichê. Na área dos novos personagens, o destaque vai para a Mary Walker de Alice Eve. A assassina com múltiplas personalidades oriunda das Hqs do Demolidor tem uma boa estréia em Live Action (desconsidero a personagem bizonha vista na boma ELEKTRA) com Eve defendendo muito bem o papel, especialmente quando interpreta Walker, a persona fria e homicida. A sua interpretação de Mary, a personalidade mais vulnerável e inocente da personagem já não não é tão boa, talvez por que o roteiro entenda "inocente" como "retardada". Ponto dado, passamos muito mais tempo com Walker na série do que com Mary, então talvez uma das personalidades não tenha tido tempo de mostrar mais camadas. Por fim, como dito acima, temos Simone Missick de LUKE CAGE reprisando o seu papel como Misty Knight. Não há nenhum grande arco para a personagem aqui, mas a sua amizade com Colleen é bem desenvolvida, dando diversos acenos para a parceria entre as duas existente nos quadrinhos. Muitos dos acertos com certeza se deve ao novo Showrunner. Raven Meltner entende muito melhor os personagens que está trabalhando do que o seu antecessor, fazendo muito bem em se afastar de todas as chatas intrigas empresariais da temporada passada para focar em problemas mais reais de seus personagens, ao mesmo tempo em que se aprofunda muito mais na mitologia de Kun Lun e do Punho de Ferro, mas sem denunciar o pequeno orçamento da série. A temporada de fato é muito simples, objetiva e sem grandes pretensões, o que neste caso, achei um acerto. Entretanto, não se pode negar que a temporada tenha um aspecto intermediário, como se funcionasse como uma ponte entre as histórias que o antigo showrunner queria contar com as que o próprio Meltzer quer contar. Ele precisa dar continuidade a história de Davos iniciada na primeira temporada, e a promessa feita a Matt Murdock em OS DEFENSORES, mas ao mesmo tempo insere elementos das histórias que quer contar, como a mitologia do Punho de Ferro e o surgimento de Mary Tifoide. Mas a subtrama que levara a busca pela linhagem dos antigos defensores de Kun Lun surge e desaparece de forma desorganizada ao longo de toda a temporada, somente para descobrirmos que ela só será trabalhada de fato na temporada seguinte. Mary Walker (Walker na maior parte do tempo) também surge de forma um pouco descolada da trama principal, de forma quase aleatória, dando a entender que a sua participação não passou de uma grande introdução á personagem. Cria-se um vínculo entre ela e Joy Meachum, mas assim como ocorre com Davos, a natureza deste vínculo nunca é trabalhada. A própria condução da trama escorrega em muitos momentos, revelando-se não muito bem amarrado. Enfim, pode-se dizer que a Segunda temporada de PUNHO DE FERRO foi uma temporada pra "arrumar a casa", digamos assim, melhorando muito as cenas de ação, e trazendo uma trama mais simples e direta (talvez até demais em alguns momentos). A série segue sendo a mais fraca do pacote Marvel/Netflix, e ainda carece de identidade própria, mas percebe-se uma tentativa genuína de acertar. Embora ainda traga tropeços, muitos dos defeitos foram corrigidos, e o episódio final aponta pra novos rumos muito interessantes. Está longe de ser impressionante, mas ao menos vale a conferida.
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