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Mr. Scofield

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    Mr. Scofield reacted to Thiago Lucio in O Que Você Anda Vendo e Comentando?   
    RUBY SPARKS - A NAMORADA PERFEITA - 9/10 - É uma estranha, bizarra e deliciosa comédia com toques dramáticos que aposta em uma boa dose de humor negro e narrativa surreal para ilustrar o romance de um escritor (Paul Dano) com a personagem principal do seu próximo romance, a apaixonante Ruby (Zoe Kazan). Os diretores Jonathan Dayton e Valerie Faris, os mesmos responsáveis pelo encantador e igualmente bizarro "Pequena Miss Sunshine", exploram com sutileza a psicodelia temática do ótimo roteiro feito pela própria Zoe Kazan que de uma maneira bastante inusitada explora alguns dos dilemas do escritor e sua crise de inspiração assim como dos relacionamentos amorosos, como a idealização da mulher perfeita, a aceitação dos defeitos, a submissão, a dependência e o desapego. É uma temática que se assemelha com "Mais Estranho Que A Ficção" com a diferença que o escritor é consicente das ações que coloca no papel. O maior dos pecados do filme, talvez, seja a pequena "barriga" imposta pela narrativa para apresentar os pais de Calvin, o escritor, que embora permita duas performances inusitadas de Annette Bening e Antonio Banderas acaba chamando mais atenção pela estranheza, sem oferecer maiores subsídios para o desenvolvimento da narrativa, mas que em seguida retoma seu rumo. Contando com um clímax extremamente melancólico e que beira o doentio, o filme consegue ao longo de sua narrativa um alcance muito maior que a média das produções de gênero justamente por apostar em uma narrativa que mescla inteligência e criativa, fugindo de lugares comuns e apostando na extravagância e na estranheza da proposta. Logo, não deixa de ser uma grata surpresa e uma recompensa mais do que bem-vinda já que o próprio Calvin faz questão de não exigir do espectador que esperemos respostas definitivas e que aceitemos pelo menos a hipótese de que tudo aquilo realmente poderia ter ocorrido. E o final acaba sendo lindo e romântico por permitir que o arco dramático se encerre de uma forma positiva sem soar piegas ou impositivo. Um filme belíssimo pela sua esquisitice e bizarrice!!!!"
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    Mr. Scofield got a reaction from Gustavo Adler in Religião (#4)   
    Acredita que estava pensando nisso agora mesmo? As leis funcionam de fato como conceitos impostos a todos os cidadãos, é um exemplo muito interessante do que estávamos comentando. Mas ao mesmo tempo, se observarmos bem, há diferenças muito grandes entre os dois casos.
     
    A princípio considero esse conceito de amor ao próximo muito utópico e infactível pelo excesso de componentes que o constituem. Seria muito difícil, por exemplo, definir o que é "amor ao próximo" e ainda mais difícil impor um conceito que NINGUÉM cumpre, ele só é desejado. A suposta perfeição viria de Deus e é da natureza humana defeitos que impedem de forma fatalística a concretização de qualquer indivíduo comum assim. Como punir alguém que não respeitasse a regra se NINGUÉM é capaz de ser perfeito nisso? Pior: como punir alguém se isso INFRINGIRIA a própria ideia de amor ao próximo (pois privar alguém de sua liberdade já daria pano para manga à beça quanto ao ato de ser ou não um ato de amor).
     
    Além disso, a diferença no caso do estabelecimento de uma moral imposta a todos versus a existência de leis é que TEORICAMENTE há uma estrutura, ao menos no nosso país, que tenta dissolver algumas discrepâncias advindas de uma imposição implícita. Em primeiro lugar, elegemos representantes de nossos interesses (muito embora não seja tão indiscriminadamente, há uma estrutura razoavelmente estável de sustentação do voto como instrumento democrático de participação) . Embora o conceito seja amplamente questionável, na teoria demos poder a tais indivíduos para decidir por nós pela impossibilidade de agregação de tantas opiniões diferentes dentro de um estado tão extenso. As leis são votadas, instituídas e podem ser modificadas diante das demandas novas que a população possui. Os representantes também periodicamente são substituídos por outros.
     
    É claro que no exemplo abstraímos toda a dinâmica nojenta de interesses políticos para facilitar a compreensão do modelo idealizado, mas também devemos levar em conta que usamos um conceito relativo (sim, as leis são relativas a cada país, no caso) em um ambiente mais amplo aqui. Efetivamente o espectro das leis se limita ao Brasil (ou ao país de origem) e é garantido ao estado, como já discutimos, pelo poder de polícia e detenção por ele dos meios de coerção.
     
    Não é, nesse contexto, justo ou possível comparar com um conceito de moral expansiva a toda a população mundial. As diferenças que seriam grotescas em nível nacional se tornam praticamente intransponíveis em nível mundial. Há culturas predominantes diferentes, religiões predominantes diferentes, conceitos diferentes e tampouco existe uma estrutura legitimadora para impor qualquer coisa. Seria necessária uma polícia mundial, o que na minha opinião pessoal seria uma aberração épica e um retrocesso ímpar na história da humanidade.
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    Mr. Scofield got a reaction from jujuba in Prometheus (dir Ridley Scott) 2012   
    Vi. Achei uma bosta. Quer ser muito e não é nada, superficialidade absurda e feito para deixar lacunas para continuações comercialmente rentáveis. Não precisava ser se ele mesmo não se propusesse. Sugiro uma olhada no excelentemente estruturado "Eram os Deuses Astronautas?", uma das fontes das quais o filme bebe. Verão que a ideia muito questionável é desenvolvida em argumentos muito coerentes e lógicos, concatenados de forma factível (mesmo que você não concorde com eles). Pessoal precisa aprender que um grande filme não se faz só com efeitos especiais impecáveis e um plot promissor que você não sabe desenvolver.
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    Mr. Scofield reacted to Dook in Religião (#4)   
    Scofa, estou te devendo a resposta sobre o leap of faith, mas falta-me tempo, ainda mais considerando a necessidade de algumas réplicas para colocar algumas coisas em seu devido lugar.
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    Mr. Scofield reacted to Dook in Religião (#4)   
    Continuo achando que não fui surtado, ao contrário, fui extremamente sensato e sincero na minha colocação. Por mais que sejamos mais que racionalidade, ainda assim acaba sendo ela que nos orienta a um nível de maturidade e reflexão, algo que as sensações, impulsivas como são, não conseguem realizar esse trabalho.
     
    A minha posição reafirma meus valores religiosos com certeza. Mas ela não está calcada simplesmente pq os valores religiosos assim o dizem, mas porque eu a submeto à problemáticas como as que apontei nas páginas anteriores. Mas dentro dos valores religiosos já mudei inúmeros conceitos dentro dos valores religiosos simplesmente pq tais conceitos não sobreviveram a uma revisada mais atenta e racional.
     
    Daí vem uma questão: será que a gente não se esconde atrás de uma complexidade da nossa natureza para alimentarmos conceitos simplesmente porque eles nos satisfazem? Aí para não nos desfazermos deles, argumentamos que a natureza humana é assim e tal.
     
     
    Mas de que outra forma isso seria possível? Se eu analisar a moral relativa aplicando conceitos relativos, nunca haverá problema. Sim, eu reconheço que o homem trata a moral como relativa e isso é resultado da natureza pecaminosa do ser humano. Agora o fato dele tratar a moral como relativa, significa que a moral efetivamente o seja? Veja, você mesmo deu um exemplo: a nossa sociedade condena o aborto - por ora. Você é a favor. O fato de sê-lo a favor do aborto torna o aborto objetiva e moralmente correto? Há verdades que existem independentemente do que pensamos ou arrazoamos sobre elas.
     
     
    É capaz. Se os meus conceitos conseguirem dar conta da regra e da exceção, no máximo que conseguirem, não há razão para abandoná-los. Agora se eles falharem ao resolver problemáticas relativamente simples, não vejo razão racional para mantê-los. Só os manteria por puro capricho e insistência, mesmo diante de tantas evidências contra eles.
     
     
    Bom, vamos lá... Eu não vejo que forçar é uma solução adequada. Por outro lado, pregar tais princípios como sendo corretos não só entendo como perfeitamente válido e possível, como incentivo qualquer manobra nesse sentido. É isso que a igreja cristã tenta fazer, ainda que mete os pés pelas mãos em inúmeras situações.
     
    Agora vamos colocar esse item 2) aí e exemplificá-lo: você não acha que seria bom forçar todos os indivíduos do planeta a "amar ao próximo como a ti mesmo"? Não seria legal que trabalhássemos para isso? Ainda que saibamos que haverão pessoas que não vão aderir a isso, se tal princípio fosse realmente imposto, de modo a formar uma consciência que se encaixe nesse princípio - e sim, não vou ser ingênuo, isso levaria anos - a humanidade não seria mais feliz e realizada? Ou vocês crêem que uma pessoa pode viver sem observar este princípio e ser realmente feliz? Que dá pra viver dessa forma?
     
     
     
    Ok, reconheço em minha limitação que isso dependeria do valor, da problemática e da não resolução da mesma. Eu por exemplo abandonei o agnosticismo em que vivia e me posicionei a favor do cristianismo há 6 anos porque submeti o meu agnosticismo a uma série de problemas e ele não os respondeu satisfatoriamente. Portanto, sim é possível alguém abandonar valores/conceitos por estes não responderem esta ou aquela problemática.
     
     
     
    De novo, vide o exemplo do "amar ao próximo como a ti mesmo". O cidadão pode crer que isso é uma bobagem. Mas será que é mesmo? Será que este valor social, se estabelecido em nível individual, não faria bem à ele? E, portanto, não seria válido impor esse valor à ele, para o bem dele mesmo e da sociedade?
     
     
     
    Por que é? É possível a idéia de matar alguém ser certo ou errado só porque "acreditamos" que o seja?
     
     
     
    Depende do caso... Se estamos a falar de alguém que não conhecemos, fica difícil mesmo fazer qualquer afirmação nesse sentido e nem ouso. Contudo, se eu acompanhar determinada pessoa por um tempo, é perfeitamente possível determinar se ela mantém determinados conceitos para si simplesmente porque se satisfaz neles ou porque quer mantê-los, apesar deles não serem mais aplicáveis. A psicologia faz isso direto e reto.
     
     
     
    TOUCHÉ! Agora o fato do homem pelo livre arbítrio tratar a moral como relativa (e isso é fato) isso significa que ela seja? Por isso que entendo ser necessário submeter nossos conceitos às problemáticas propostas.
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    Mr. Scofield reacted to Dook in Religião (#4)   
    Scofa, tive que postar em mais de um post pq o sistema não permite a quantidade de quotes... hahahaha
     
     
    Repare que eu disse "me parece que..."
     
     
    Certamente é problemático, mas por causa do quê? Da moral ou do indivíduo?
     
     
     
    Sim, eu entendo isso. Agora pare pra pensar: será que o pensamento é tão complexo porque há uma tentativa de vocês em conciliar todas as variantes que surgirem? Será que não estaria havendo uma tentativa de respeitar toda e qualquer peculiaridade só porque ela é peculiaridade e não poderia ser examinada moralmente? Será que nós não estamos perdendo tempo em entender algo complexo que nós mesmos tornamos complexo quando poderíamos simplificá-lo? Acho que isso q acabei de escrever vai ficar mais claro quando analisado diante do que falarei mais abaixo...
     
     
    Então, mas isso funciona na prática? Por isso que dei os exemplos, por mais absurdos que sejam. Porque eles mostram que apesar da moral relativa supostamente respeitar a complexidade das relações e as suas peculiaridades, na prática ela acaba não funcionando a contento, servindo mais como uma espécie de política de boa vizinhança para com o outro. Algo do tipo: você pode praticar incesto na sua casa, mas não venha me impor isso.
     
     
    Ao contrário, eu entendi. O que estou tentando explicar é que este raciocínio não tem aplicação prática efetiva (e vocês confirmaram isso), uma vez que confrontos existem e ele não responde satisfatoriamente nem uma questão relativamente simples de "certo" e "errado" no caso concreto.
     
     
     
    Na verdade não cabe porque vocês partem de um pressuposto diferente do meu (e vice-versa). O conflito no caso existe independente da posição que tomamos. Qual a posição que dá resolução ao conflito? Este é o ponto e daí vem a minha defesa de que a posição que resolve o conflito é que deve ser tomada como referencial.
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    Mr. Scofield got a reaction from Gustavo Adler in Religião (#4)   
    Não entendo o que quer instigar. Acho que você não percebeu que se trata de uma situação atípica, excêntrica ao comum. TODOS os conceitos relativos envolvem confronto quando indivíduos com conceitos diferentes deparam com uma situação em comum. Se há confronto é necessário acordo porque não existe o certo e o errado "genérico". Os conceitos de uma sociedade são aplicados aos indivíduos daquela sociedade. No momento que um "forasteiro" é atingido há um confronto e não cabe falar em imoralidade. É um CHOQUE, que necessariamente precisa ser resolvido através de um acordo entre os dois. EU acho que o menos danoso seria adotar o ponto de vista da vítima, do objeto da ação, outras soluções podem ser apontadas.
     
     
    Nossa, que confusão. Essa parte do post não tem o mínimo sentido.
    Em primeiro lugar não se trata de escolha, se trata do que eu ACREDITO. E essa diferença é tão perigosa que pela sua frase parece que você abandonaria, diante de um cenário de depressão a realidade palpável para acreditar em um outro mundo onde você fosse um herói por facilitar a resolução de problemas (criaremos esquizofrênicos por opção??). Simplesmente por escolha.
    Ai eu vou passar a acreditar que ganhei na loteria e sair comprando tudo por aí simplesmente porque é mais FÁCIL e provê resposta para meus anseios materiais do momento.
    Os problemas são CONSEQUENTES e não originados pela crença. Confrontar os problemas (alguns aparentemente intransponíveis) é confrontar a realidade ao invés de viver em um mundo de fantasia (para mim seria uma fantasia adotar um conceito absoluto quando não acredito nele) criando atalhos facilitadores.
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    Mr. Scofield got a reaction from Gustavo Adler in Religião (#4)   
    Concordo, e de fato não há nenhuma discordância aqui. A única questão para mim é que o fato de haver resposta no cenário da moral absoluta não faz da moral uma questão absoluta. Pior: eu não vou considerar a questão como absoluta - o que para mim é impensável - para resolver essa questão em específico, não tem o menor sentido. Mais: para mim é absolutamente coerente ser esta uma questão relativa (se você adotar um ponto de vista agnóstico vai compreender bem a ideia, creio).
     
    Acho que há um problema de expectativa aqui. Você acha que o nó com o qual estamos lidando precisa se desatar para que haja uma resolução. Até concordo. Só que nós não estamos lidando com uma questão factual e sim criada por comportamentos (questões criadas podem nem seguir a lógica nem ter resolução simples). Explico: se estivéssemos discutindo a questão hipotética de uma raiz ser o sustentáculo de uma árvore poderíamos traçar vários pontos de vista. Não haveria lógica, por exemplo, numa hipótese que considerasse uma folha como sustentação porque removendo a folha notaríamos FACTUALMENTE que a planta continua se sustentando e eliminaríamos a hipótese. Há um FATO que requer uma RESPOSTA COERENTE com a circunstância.
     
    No caso de uma questão moral o mesmo não ocorre. O confronto entre morais produzidas em sociedades diferentes e de origem diferentes (e, portanto, que considera a relativização da moral) não requer uma solução factual. O único incômodo disto (e que parece criar uma expectativa falsa) é que não conseguiremos encontrar uma resposta que consideramos JUSTA com os dois casos (ou sequer nenhuma resposta). Só que, se encontrar nesse redemoinho não traz como consequência imediata considerar a moral como absoluta. Não estamos no mundo do "se"... "então". Simplesmente implica numa solução difícil e que necessariamente causará prejuízo em alguns casos para um lado, em outros para outro (talvez um acordo entre as partes). E se não houver um consenso o choque entre morais continuará existindo sem resolução. Em suma: não há fatos que comprovem nenhuma das duas alternativas de forma independente como no caso da planta/raiz. Independente da questão e da dificuldade da resolução a moral não se torna absoluta do mesmo jeito, só mostra que conceitos não precisam obedecer a racionalidade humana e termos resposta para tudo. Eu entendo a frustração advinda disso, mas não me faz acreditar em um conceito que eu não acredito só para facilitar as coisas para mim.
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    Mr. Scofield reacted to Gust84 in Religião (#4)   
    Caramba scofield.
    Quem me dera poder me expressar assim.
     
    Parabéns.
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    Mr. Scofield got a reaction from Gust84 in Religião (#4)   
    Nightcrawler, realmente você não entendeu o post do Gust, dê uma lida, acho que você entendeu o oposto da frase que ele disse.
    Quanto a seus questionamentos, acho que você está incitando uma outra problemática ainda diferente do que estamos discutindo. Falávamos de confronto de conceitos morais considerando a moral como relativa ou absoluta. Sua questão também fala disso, mas abrange a propagação de conceitos de um indivíduo para um grupo maior (que pode estar na mesma sociedade).
     
    Vou responder as questões para a gente discutir melhor:
     
    Aborto - sou radicalmente a favor
    casamento gay - sou indiferente
    tortura - sou contra, mas a favor da pena de morte
     
    No entanto, a sociedade onde estou inserido hoje condena essas práticas. Posso considerar relevante lutar para que haja uma ampla discussão a respeito disto ou não me importar com essas questões suficientemente para confrontá-las de forma significativa (até porque para isso teria que lidar com a hipótese de minha perspectiva jamais ser adotada). Mas o ponto é que: independente de minha opinião a respeito, a sociedade onde estou inserido hoje condena essas práticas, aí vem a pergunta: qual o limite de abrangência dessa sociedade? Aqui está o pulo do gato: pela teoria da moral absoluta não há limites, já que TODOS seriam submetidos ao conceito. Pela teoria da moral relativa não, a adoção do conceito envolve única e exclusivamente a delimitação de sua abrangência. Senão, vejamos. Pela constituição do Brasil hoje somos uma nação federativa, cujos estados não detém poder para elaborar leis desse espectro. Logo, a sociedade a ser considerada é o PAíS. Fora do país existem outros países com legislação própria e outras "sociedades" que podem adotar consensualmente entre os indivíduos da população outras alternativas. A moral continua relativa e restrita a um grupo de cidadãos (que pode ser grande ou pequeno), jamais absoluta.
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    Mr. Scofield got a reaction from Gust84 in Religião (#4)   
    Não entendo o que quer instigar. Acho que você não percebeu que se trata de uma situação atípica, excêntrica ao comum. TODOS os conceitos relativos envolvem confronto quando indivíduos com conceitos diferentes deparam com uma situação em comum. Se há confronto é necessário acordo porque não existe o certo e o errado "genérico". Os conceitos de uma sociedade são aplicados aos indivíduos daquela sociedade. No momento que um "forasteiro" é atingido há um confronto e não cabe falar em imoralidade. É um CHOQUE, que necessariamente precisa ser resolvido através de um acordo entre os dois. EU acho que o menos danoso seria adotar o ponto de vista da vítima, do objeto da ação, outras soluções podem ser apontadas.
     
     
    Nossa, que confusão. Essa parte do post não tem o mínimo sentido.
    Em primeiro lugar não se trata de escolha, se trata do que eu ACREDITO. E essa diferença é tão perigosa que pela sua frase parece que você abandonaria, diante de um cenário de depressão a realidade palpável para acreditar em um outro mundo onde você fosse um herói por facilitar a resolução de problemas (criaremos esquizofrênicos por opção??). Simplesmente por escolha.
    Ai eu vou passar a acreditar que ganhei na loteria e sair comprando tudo por aí simplesmente porque é mais FÁCIL e provê resposta para meus anseios materiais do momento.
    Os problemas são CONSEQUENTES e não originados pela crença. Confrontar os problemas (alguns aparentemente intransponíveis) é confrontar a realidade ao invés de viver em um mundo de fantasia (para mim seria uma fantasia adotar um conceito absoluto quando não acredito nele) criando atalhos facilitadores.
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    Mr. Scofield reacted to Dook in Religião (#4)   
    Sobre a questão da frase "Deus seja louvado", fico com uma frase que li num artigo na internet ainda agora:
     
     
    I rest my case.
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    Mr. Scofield reacted to Gust84 in Religião (#4)   
    Eu não entendi o porque não prevê resposta satisfatória.
    Não prevê resposta satisfatória pra sua visão de moral e de valores e sua ideia sobre isso.
    Eu vejo exatamente como o scofield.
    E acrescentaria que esse é exatamente o trunfo da vida em sociedade. Saber viver com as diferenças e valores e quando o caso concreto surgir a resolução será específica para àquela situação, que gerará alguns prejuízos a alguns.
    Claro que nas hipóteses que você citou são situações extremas e quase inconcebíveis.
    Porém no mundo atual, a tolerância e a aceitação do diferente e a não necessidade, na minha opinião, de sempre ter de, existir um certo e um errado, são imprescindíveis pra convivência harmoniosa.
     
    Fica claro que no seu exemplo o conflito de valores
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    Mr. Scofield got a reaction from Dook in Religião (#4)   
    Nossa, que discussão difícil vocês se enveredaram, hein? hahah.
     
    Em geral, concordo plenamente com o Gust quando diz que a moral é relativa à cultura e que eu não mudaria minha moral se estivesse em um contexto diferente por ter vivenciado outra perspectiva, para mim ela seria absoluta mas no contexto referencial da sociedade que lá vive respeitaria o que eles acreditam. Eu tenho verdadeiro pavor de conceitos como "certo" e "errado" impostos.
     
    Mas por outro lado o Dook foi absolutamente brilhante ao questionar se de fato conseguiríamos viver isso quando em uma situação em que fôssemos injetados em outra civilização e fôssemos agredidos de acordo com o outro lado que supomos respeitar. O choque de culturas causaria um paradoxo que realmente não sei como me posicionaria. Provavelmente tentaria me impor radicalmente por ter sido prejudicado do meu ponto de vista.
     
    Não sei se conseguiria formular uma resposta considerando só a racionalidade, mas, embora altamente incoerente, acho que tenderia a ficar entre as duas opções, em algumas situações optando por um lado, em outras pelo outro. E sequer saberia explicar porque. Vocês me deram um nó na cabeça, hahaha.
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    Mr. Scofield got a reaction from Dook in Religião (#4)   
    Bacana demais essa parte. Eu não lido com argumentos desse tipo por ser agnóstico e, obviamente tais argumentos não serem compatíveis com minha lógica pessoal, mas é genial ver alguém lidando com um conceito tão polêmico e de difícil formalização de forma tão concretizada e delimitada, lógica e coerente. Não conseguiria nunca fazer algo assim para esse tema.
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    Mr. Scofield reacted to Gust84 in Religião (#4)   
    Então.
    Achamos a divergência.
    Pra você existe a necessidade de estabelecer certo e errado de maneira absoluta quando pra mim não.
     
    Eu achar isso errado, tão errado quanto você, não faz isso uma regra absoluta em que naquele ambiente mesmo sendo "aceitável" é errado. É errado pra mim e não é errado pra eles. E vivo desse jeito. Pra mim não existe a necessidade de eu ter de impor essa minha opinião ou moral sobre outra de outra cultura, etc.
     
    Quando você diz a perspectiva moral diferenciada no mesmo ato, pra você uma delas obrigatoriamente é errada, quando pra mim elas são simplesmente diferentes.
     
    O que pode ser errado pra mim não é pra eles, e vice versa.
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    Mr. Scofield reacted to Dook in Religião (#4)   
    Eu encontro textos como esse em sites de apologética cristã... Esse aí foi no Respostas ao Ateísmo:
     
    http://www.respostasaoateismo.com/
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    Mr. Scofield got a reaction from Dook in Religião (#4)   
    Eu não li os outros posts do tópico, mas tenho que me manifestar sobre esse texto maravilhoso que o Dook postou (não sei como ele acha esses comentários tão enriquecedores...muito bom mesmo). Não sou neo-ateísta (aliás, nem ateu, sou agnóstico, como sabem) mas é mais ou menos por aí que penso sobre os efeitos de qualquer crença radical. Não há o que acrescentar.
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    Mr. Scofield reacted to Dook in Religião (#4)   
    Por que eu não sou um neo-ateu
     
    Por Renan Felipe
     
    Alguns ficam confusos com a minha posição quanto à religião. Alguns chegam a pensar que sou católico e quando digo que sou ateu se assustam. Isto porque não me engajo em militância ateísta, não me identifico com os “neo-ateus” e acho a antirreligião uma babaquice que vai contra os princípios de liberdade individual ao culto, à associação e à expressão.
    Sou um ateu despreocupado. Não me preocupo se as pessoas adoram Javé, Allah, ou Iansã. Isto não é relevante para mim. Deuses não são relevantes para mim. Eu os desconsidero em toda e qualquer atividade cotidiana da minha vida. Penso que a religião é um hábito, uma tradição da maioria das pessoas, embora hajam aqueles que de fato tenham e vivam a fé.
    Tive minha fase de contestação da religião e de “neo-ateísmo”, mas nunca tive uma oposição forte à “rebeldia” inicial por causa da educação que minha mãe, descrente, me deu. Por isso acho muito infantil o modo como se portam hoje ateus de mais de 20 anos na cara que parecem pré-adolescentes com oxiúros. Por isso listei dez razões para que você, ateu level 1, não seja um neo-ateu por muito tempo.
     
     
    1. Ateísmo não é diploma
     
    Descobriu que é ateu ontem? Ótimo. Não precisa usar as palavras “lógica”, “razão” e “argumento” cinco vezes por frase. O fato de ser ateu não te faz mais inteligente, melhor informado ou maior conhecedor da ciência. Na verdade, grandes gênios da humanidade foram crentes até o final de suas vidas e grandes nomes da ciência hoje continuam sendo crentes. Considere que ateísmo, apesar de não ser recente, é uma filosofia minoritária entre as pessoas. A maioria das pessoas é crente e não deixa de desenvolver habilidades fantásticas por causa disso.

    O grande problema dos neo-ateus é justamente o proselitismo. A maioria está recém se descobrindo como ateu e precisa se afirmar de um jeito ou de outro. O resultado é um púbere falando besteira e ofendendo os outros porque acha que é um iluminado que descobriu a verdade.
     
     
    2. Religião não é doença
     
    O neo-ateu acha que foi milagrosamente curado, e acredita que deve curar os outros “doentes”. Insiste que a religião é um mal no mundo e que ela precisa ser eliminada. Na sua cabeça, a religião é instrumento de poder, de dominação, de enganação, etc.
    Iludido pela novidade, embarca numa verdadeira pregação do Devangelho. É um dever moral fazer o maior número possível de desconversões.

    Não sabe portanto que a religião nunca foi o mal, e sim a repressão religiosa. Repressão religiosa é feita de religião para religião e de ideologias políticas para religiões em geral. Quando sustentamos que a religião é um mal a ser eliminado, estamos perpetuando justamente a repressão religiosa.
     
     
     
    3. Ignorância não é força
     
     
    Caindo na ilusão de que tudo que é contra a religião é “científico”, o neo-ateu pensa que crer em figuras do “ateísmo” é um tipo de ceticismo ou livre pensamento. Repete ipsis literis as besteiras de Sam Harris e Richard Dawkins sem considerar se estas pessoas estão habilitadas para discutir o assunto ou se o que dizem é lógico e faz sentido. Acreditar no que diz Dawkins sobre Teologia é como acreditar no que diz Craig sobre zoologia. Ambos podem emitir opinião sobre o assunto, mas nenhum está qualificado para discuti-lo com propriedade. Dawkins é um excelente zoólogo, e só isso.

     
    Para deixar o estado de credulidade do neo-ateu, é necessário que ele entenda que o ateísmo é uma postura filosófica como as outras, que precisa ser estudada se pretende levá-la à sério. Não se pode discutir religião sem entender religião. E entendê-las não através de esteriótipos desenhados por aqueles que as atacam. Sem conhecer os argumentos do outro lado, jamais se pode ter segurança e convicção da própria posição, mas sim uma opinião escorada na credulidade, como a de um crente fanático sem conhecimento da própria doutrina religiosa.
    É mais fácil ler críticas contundentes à religião em autores que escreveram há séculos como Locke, Paine e Mill, ou até religiosos como Erasmo de Roterdã, do que nos livros de comédia e ficção de nova seita antiteísta.
     
     
    4. Antiteísmo não é ateísmo
     
    Chame como quiser: neo-ateísmo, ateísmo militante, humanismo secular, fundamentalismo ateu, etc. Antiteísmo não é ateísmo. Ateísmo, com prefixo -a-, indica uma ausência: ausência de crença, de religião, de deus ou deuses. Um ateu não acredita que deuses existem (ou acredita que deuses não existem, dá na mesma), e não segue religião teísta alguma. É só isso. Ateísmo acaba aí.
    Hoje em dia pouca gente pensa nisso, mas um ateu poderia acreditar em espíritos, forças sobrenaturais e planos não-materiais. É suficiente para ser ateu que não se acredite em divindades. Nada impede a existência de um espiritismo ateu, por exemplo. De fato, existem até religiões ateístas como o positivismo (religião da humanidade), o humanismo, a cientologia, etc.
    Antiteísmo é oposição às religiões teístas e ao pensamento teísta. Na prática, significa que o antiteísta acredita que a religião e a crença em deuses são um mal a ser eliminado. O antiteísmo é portanto tão intrusivo quanto uma religião expansionista, já que busca a conversão. Ou, neste caso, a “desconversão”.
     
     
    5. Se fosse para pregar, eu seria crente
     
    O antiteísta não se contenta em pregar que a religião é nociva e (des)converter os outros para a sua seita. O neo-ateu também se congrega em igrejas, virtuais ou não. Eles se juntam em congregações como a ATEA, a Liga Humanista Secular, etc.
    Se fosse para pregar, ter liturgia, ir numa congregação e ter discurso oficial, eu seria crente. Qual o sentido de se congregar em torno de uma descrença? É como juntar pessoas num clube de não-torcedores do Flamengo, ou numa associação de não-moradores da Vila Cruzeiro. É óbvio que as associações se dão em razão de características comuns e positivas: torcedores do Flamengo e moradores da Vila Cruzeiro. Anticomunistas se associam, antifascistas se associam, anticapitalistas se associam. No caso dos neo-ateus, são antiteístas e antirreligiosos se associando em prol de uma doutrina política antirreligiosa.

    O que não falta é religião ateísta. Desde as mais respeitáveis e milenares como Budismo, Taoísmo e Confucianismo às mais recentes e cientificistas Religião da Humanidade, Culto da Razão, Cientologia, etc. É inevitável: quanto mais ateus dogmatizam o próprio pensamento para combater religiões e quanto mais incentivam o “ateísmo organizado”, mais os “ateus” entram em esquemas prontos que formatam seu pensamento numa doutrina religiosa. Se religião fosse um problema, antiteísmo não teria virado uma.
     
     
    6. O antiteísmo tem um passado imundo (e um presente também)
     
    Toda perseguição religiosa trouxe efeitos devastadores quando tomou o poder político. Da Guerra Cristera provocada por Plutarco Elías Calles no México aos verdadeiros massacres cometidos na União Soviética, na China, na Albânia e em todo lugar onde o comunismo se instalou ou tentou se instalar, podemos tirar a lição de que o sectarismo ateu não é menos nocivo que o religioso.
    Se neo-ateus acham que podem julgar cristãos por causa das Cruzadas ou da Inquisição, desconhecem que a militância ateísta fez coisa semelhante em lugares onde crentes foram fuzilados e a religião, proibida.

    Palden Choetso, monja budista, suicida-se por auto-imolação em protesto contra a repressão religiosa e a ocupação chinesa no Tibet. Protestos deste tipo são frequentes, mas pouco reportados pela mídia.
    É difícil calcular quantas foram as mortes decorrentes da repressão à religião. Mas podemos citar alguns eventos desagradáveis decorrentes dela:
    A Guerra Cristera provocada por Plutarco Elías Calles, que matou mais de 30 mil cristeros e 50 mil soldados federais.
    O massacre de religiosos pelos republicanos espanhóis durante a Guerra Civil Espanhola que totaliza umas 6,8 mil pessoas.
    Campanhas de “reeducação” e campanhas “anti-reacionárias” do Partido Comunista Chinês durante o governo de Mao Zedong. Um exemplo é a Revolução Cultural que matou cerca de 500 mil pessoas, o que inclui muitos religiosos já que a China era e é um Estado Ateu.
    Os expurgos socialistas na Mongólia para erradicar o Lamaísmo, que custaram entre 30 mil e 35 mil vidas.
    A repressão religiosa do governo de Enver Hoxha na Albânia.
    A repressão comunista no Camboja, que mandou para os campos da morte Chams (cambojanos muçulmanos), cambojanos cristãos e monges budistas.
    As campanhas antirreligiosas da União Soviética de 1917-1921, de 1921-1928, 1928-1941, de 1958-1964, e de 1970-1990, cujo número de vítimas não é conhecido.
    A completa repressão religiosa na Coréia do Norte, que impôs o culto ateísta ao Estado (Juche).
    A repressão religiosa por Estados Ateus como a República Popular da China, o Laos, o Vietnã, e a Coréia do Norte, que resiste até hoje.

    7. O neo-ateísmo desrespeita a liberdade de pensamento
     
    Longe de ser um grupo aberto ao diálogo, os neo-ateus são combativos e desrespeitosos. Não admitem diálogo: para eles a religião é uma enganação, e um mal a ser extirpado.
    Nesta posição, sua reação é o fechamento ao debate. As verdades estão evidentes e as peças estão dispostas no tabuleiro: de um lado os religiosos fanáticos, do outro os iluminados defensores da razão e da ciência. Incapaz de um diálogo interreligioso, ele resume sua linguagem à mera afronta à doutrina religiosa que escarnece. Não dialoga: xinga; não argumenta: faz deboche; não aceita negociação: ou você está do lado da razão ou você é um crente que precisa ser desiludido.

    Não havendo espaço para diálogo, o objetivo dele é um só: calar a boca dos crentes. Ele quer que retirem as cruzes dos tribunais, que retirem a palavra “Deus” da Constituição e das notas de real, que se acabe com o ensino religioso, que se proíba os crentes de manifestar publicamente a fé ou divulgar as suas opiniões e a sua ideologia na mídia. Combatem, assim, não só a liberdade de culto como também a liberdade de expressão.
     
     
    8. Darwin não é deus e ciência não é religião
     
    A mentira mais repetida por e para neo-ateus é que religião é inimiga da ciência. É claro, se você fingir que a comunidade científica ocidental não nasceu dentro da Igreja Católica e que todo o sistema universitário ocidental não é baseado num modelo acadêmico estabelecido pela Igreja.
    Outra idiotice é militar pelo evolucionismo como se fosse a corporificação da ciência e da razão. Uma teoria científica, válida hoje, pode estar refutada amanhã. O que farão se o evolucionismo for posto em cheque? Admitirão que militavam por uma mentira ou vão cair na real, que não existem “fatos científicos”, verdades incontestáveis? Outra é atacar ad nauseam o criacionismo como se todo cristão fizesse interpretação literal do Gênesis, e esquecendo que quem formulou a teoria do Big Bang era um padre. Um indivíduo pode perfeitamente ser crente e lidar com ciências sem problemas.

    Típicos crentes anti-ciência: Pascal, Descartes, Newton, Mendel, Faraday, Lamaître e Schrödinger.
    O pior não é ver alguém militar pelo “evolucionismo”, mas ver que o mesmo sujeito não entende a Teoria da Evolução: diz que “animais passam por mutações” ou que “o homem descende do macaco”. Para piorar, louva este ou aquele cientista e sua teoria como se fossem santos e padroeiros da ciência. Darwin, Newton e Einstein foram importantes, mas fazer desta pessoas e de deturpações de suas teorias uma bandeira de militância é idiota, deturpa a visão das pessoas da ciência, tornando-a cada vez mais impopular entre crentes.
    Por fim, o cientificismo. A idéia idiota de derivar padrões morais da ciência. A ciência, assim como a filosofia e a religião, tem um escopo, um campo limitado de atuação. Ciência serve para descobrirmos coisas novas e acumular conhecimento, e não ditar como devemos empregar o conhecimento. Podemos usar energia nuclear para iluminar cidades inteiras ou para fazer armas de destruição em massa. O que determina o que fazer com os avanços científicos depende de um padrão moral extrínseco à ciência: vem de uma doutrina política, filosófica ou religiosa.
     
     
    9. O ateísmo não propõe coisa alguma
     
    Você propõe alguma coisa? Fale por si. O ateísmo não propõe coisa alguma. Ateísmo é não acreditar em deuses e religiões teístas. Ponto. Qualquer coisa além disso é parte de uma doutrina, ideologia e filosofia pessoal sua. Não existe medida científica para o bem e o mal e não vai ser você quem vai inventar.
    Se você defende a política X ou Y, você fala de um conjunto de idéias políticas suas. Ateísmo é outra coisa.
     
     
    10. O antiteísmo sabota a causa da razão.
     
    Qual o sentido de difamar algo que não existe? Que tipo de pessoa escreve livros, faz vídeos e dá palestras para criticar algo que não existe? Das duas uma: ou esta pessoa quer ganhar dinheiro de trouxas, ou ela está conduzindo uma cruzada contra a lógica. Você conhece alguém que escreve livros ou faz vídeos para contestar a existência de duendes, de fadas do dente, do coelhinho da páscoa ou do papai noel? Então porque seria menos ridículo alguém que escreve para contestar a existência de deuses ou espíritos?

    Dentre os males causados pelo neo-ateísmo, podemos mencionar:
    Emperra o diálogo interreligioso.
    Inculca nos crentes o ódio pela ciência, em vez de estimular a sua apreciação.
    Deturpa as ciências pela propagação de versões caricaturizadas de teorias científicas.
    Cria um tumulto em torno de um ente que não existe, provocando mais militância de ambos os lados.
    Desvia o foco do estudo das ciências de questões mais proveitosas para questões que tem pouca aplicação prática.
    Pseudoceticismo: fomenta a blindagem cerebral ao aceitar credulamente qualquer coisa com o rótulo de “científica” e ao rejeitar qualquer coisa com o rótulo de “religiosa”.
    Dogmafobia. O medo de ter princípios morais e fazer o julgamento da realidade com base em princípios, em vez de fins. O resultado é que o sujeito ataca qualquer coisa “moral” e defenderá qualquer coisa imoral que tenha a pecha de “científica”.
    Tornar-se um pé no saco. O sujeito começa a evitar igrejas, grupos de amigos, foge quando alguém reza antes do almoço, critica até a avó porque ela lê a Bíblia, quer discutir com pastor, etc.

    Conclusão:
     
    Se você ainda está na fase de contestar os dogmas, mitos e tradições religiosas da sua sociedade para afirmar-se, esqueça esta militância. O ateísmo não é um fenômeno novo, não apresenta nenhum tipo de avanço ou progresso da sociedade moderna. É mais provável que ele seja anterior a qualquer religião que tenha existido, e é portanto mais antigo do que qualquer tradição religiosa. Não se preocupe em desconverter as pessoas, preocupe-se em transmitir os valores que tornam a sociedade melhor: a tolerância, o diálogo, a liberdade individual, a liberdade de expressão. As verdades, “científicas” ou não, cedo ou tarde vão sendo descobertas.
     
     
    Fonte: http://direitasja.wo...ou-um-neo-ateu/
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    'The Strangers' é um dos suspenses mais fortes que já vi, sem dúvida. O melhor filme que John Carpenter nunca fez. Aproveitamento intensivo da tela larga, dos cantos sombrios dos cenários; sonoplastia criteriosa, valorizadora do silêncio e de uma trilha musical minimalista; claustrofobia; pessimismo; desfecho longe de algum conto de fadas... Preciso mandar a calça do meu pijaminha pra lavanderia. 4/5
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    Sem ordem
     
    Persona
    8 e meio
    Magnólia
    O Grande Lebowski
    Bonnie e Clyde
    A Separação
    Na Natureza Selvagem
    Por uns Dólares a Mais
    Trainspotting
    Testemunha de Acusação
    Mother's Day (Dominados pelo Ódio)
    Patton
    Rede de Intrigas
    The Apartment
    Doce Vingança
     
    Meus preferidos são Persona, Na Natureza Selvagem, A Separação e Dominados pelo Ódio. Mas tem alguns aí que eu não vi.
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    1. LavourArcaica
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    .
    2. Ilha das Flores
    3. Cidade de Deus
    4. Limite
    5. Tropa de Elite
    6. Abril Despedaçado
    7. O Auto da Compadecida
    8. O Palhaço
    9. Um Copo de Cólera
    10. Jogo de Cena
     
     
    Preciso ver:
    Vidas Secas, Deus e o Diabo na Terra do Sol e Noites Vazias
    By the Way, detesto Central do Brasil
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    Voltamos.
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