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Forum Cinema em Cena

Encarnação do Demônio


Christopher_P
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Primeiro que nem você apresentou argumento, apresentou uma premissa (falsa ainda por cima). Como pode exigir argumentos dele?

 

A propo, a idéia de que o cinema precisa ser plausível é tão so-so que sequer merece maiores comentários, que dirá uma exposição plena de argumentos contra.
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Primeiro que nem você apresentou argumento' date=' apresentou uma premissa (falsa ainda por cima). Como pode exigir argumentos dele?

 

A propo, a idéia de que o cinema precisa ser plausível é tão so-so que sequer merece maiores comentários, que dirá uma exposição plena de argumentos contra.
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 Medo. É vergonhoso ver como seu conceito do que seja um ARGUMENTO e uma PREMISSA varia de acordo com a sua conveniência... 

 Enfim... Vi o filme e fiz meus "comentários". Deixo aos interessados o desenvolvimento dos argumentos prós e contra a plausibilidade ou o que seja do filme do Mojica.      
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Recolha as garras, Deadzinho. Mostre-as à sua esposa ou ao seu terapeuta. O conceito de argumento e premissa é o mesmo ontem, hoje e sempre. Se eu os utilizei de forma a fomentar a minha conveniência, por favor, prove o alegado.

Serviço de utilidade pública:

 

Argumento

 

Prova que serve para afirmar ou negar um fato: argumento válido.

Sumário de um livro, de uma peça de teatro etc.

Lógica Raciocínio pelo qual se tira uma conseqüência de uma ou várias proposições.

Lógica Argumento de uma função, elemento cujo valor é bastante para determinar o valor da função dada.

 

==========================

 

Premissa

 

Lógica Cada uma das duas proposições de um silogismo (a maior e a menor), das quais se tira a conclusão.

P. ext. Ponto de que se parte para armar um raciocínio.
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Não precisa perdir desculpas pelo uso do palavreado chulo. Pau no cu' date=' sodomia, fazer sexo anal, empurrar o barro da plausibilidade ou whatever relativo ao reto que queira: seu "argumento" continua ridículo. Com ironia ou sem. Pela direita ou pela esquerda.

[/quote']

 

Deixo a discussão sobre a definição de argumento para você e o Calvin. Remeto apenas ao que eu disse antes - a caracterização é elemento definidor do personagem Zé do Caixão... é bobagem querer que Mojica apareça em roupas civis em nome de uma plausibilidade que o filme nunca abraçou. A mesma questão em relação as mulheres: nem preciso assistir aos filmes anteriores da trilogia (mas desejo vê-los o quanto antes) para saber que a sedução do Zé é pela aplicação da tortura... não precisa mais nada... Na boa, no que o filme ganharia explorando o processo de mudança de um bando de Joanas-Ninguém que o Bruno e os outros asseclas seqüestraram? Minutos desnecessários... eu mesmo respondo.

 

Nada que disse aqui não estava no meu outro post. Mas você ignorou. Pensei que fosse para escapar de retrucá-las. Mas sei-lá... vai que você se fixou no "pau no cú", nunca se sabe... hehehehehe...

Lucas2008-09-01 18:20:00

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 Trocando de assunto, alguem aqui lêu PRONTUARIO 666, a historia q serve de prologo para o filme? Eu ainda não ví o filme04, da trilogia, ví somente o primeiro, q é muito legal.

 Mas recomendo, q quem puder leia a revista, é de fato perturbadora, bem ao estilo Zé do caixão.

 Quanto a mim, tentarei ver o filme nessa semana ou na proxima.

 

Valeu16
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Nada que disse aqui não estava no meu outro post. Mas você ignorou. Pensei que fosse para escapar de retrucá-las. Mas sei-lá... vai que você se fixou no "pau no cú"' date=' nunca se sabe... hehehehehe...
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Sinto cheiro de post do ano no Pablito aqui...

 

06
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bom, eu realmente vou prestar um anti-serviço para este filme, não irei vê-lo no cinema (tenho quase certeza que no cinema da minha cidade nem sequer chegou) mas mesmo que chegasse não iria, a razão é simples, realmente não tenho feito mais questão há um bom tempo de gastar fortunas com cinema (a exceção a regra como todo mundo deve imaginar foi tdk, 06.gif) e com esse não será diferente, mas, alugarei ou verei na tv com toda certeza, até já imagino como não devem ser top trash os defeitos especiais do filme, mas em se levando consideração que é cinema nacional, verei como qualidade, tentarei apreciar pelo que é, uma tentativa de relevar o cinema nacional, não garanto que irei gostar, até porque nunca fui muito de cinema nacional, mas a torcida tá lá, 03.gif

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  • 4 weeks later...
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Por Gabriel Martins - Polvo Filmes

 

Encarnação do Demônio

Não pretendo neste texto discutir a fundo os problemas de bilheteria e as manifestações feitas pela crítica até então (leiam no nosso blog o que aconteceu). Acho fundamental, para não dizer histórico, essa busca pela permanência de um filme como este em cartaz. Não é algo que devemos só a José Mojica Marins, mas à vontade de um cinema brasileiro mais criativo e original. Mojica, que se limitaria a uma semana em cartaz na cidade, está ficando pelo menos mais um pouco na praça belo-horizontina. É a esperança de uma quebra de inércia do espectador e a necessidade de mostrar ao público uma obra nacional que não desaparecerá após o fim da projeção. Dito isso, vamos ao mais importante, discutir a nova obra de Mojica que, a meu ver, merece atenção não só por sua enorme beleza como pelas suas pequenas rusgas, algo necessário de se pensar – o “fracasso” do filme tem a capacidade de, ao despertar compaixão nos fãs (como eu), deixar em segundo plano as discussões sobre o que é o filme em si, e se nele existem falhas. 

Encarnação do Demônio só existe porque existe Zé do Caixão. É impossível pensar na possibilidade da existência desta obra sem o pressuposto de que está ali, encarnada, a trajetória de um personagem. “Foram 40 anos de resistência”, grita o coveiro Zé ao sair da prisão, sintetizando em uma das diversas frases iconoclastas do filme (“Imagens não morrem, capitão!”) o quanto o projeto está calcado na adoração da imagem de Zé do Caixão, o mesmo personagem que julga o culto a símbolos religiosos. E nesta contradição, que se mistura às outras características peculiares do personagem (arrogância, violência), se dá a construção de um símbolo de desordem que, por seu caráter ambíguo e falho, torna-se uma figura fascinante. 

Penso muitas vezes se Zé do Caixão é mais conhecido por seus filmes ou por suas unhas e acredito cada vez mais na segunda opção. Em alguns momentos, Encarnação do Demônio apresenta uma roupagem que traz esta imagem fixada do Zé, uma espécie de tentativa de ressaltar os símbolos criados em torno dele que, mesmo resultando em momentos ótimos (unhas na porta da cela), em outros parece uma necessidade de estabelecer um elo com uma nova geração – os discípulos de Mojica pop, que talvez o conheceram antes na TV que no cinema - que não é tão bem equilibrada entre os elementos de admiração e os elementos de verdade do próprio Mojica. Com isso, Encarnação do Demônio tem, ao insistir no culto ao mito Zé do Caixão, certa redundância na necessidade de se auto afirmar, sendo que isso já está muito claro pelas ações “naturais” de Zé no filme. Enquanto Mojica está sempre interessado em acompanhar a história de seus personagens, os elementos humanos construídos para cada um, a “outra direção” do filme (Gullane, Olhos de Cão e Dennison Ramalho) parece acompanhar essa mesma trajetória buscando evidenciar que ali se trata de um filme do mito Zé do Caixão, algo, em certos momentos, em descompasso com a verdade do próprio Mojica, a de que ali está composto um universo de fato muito caro a ele. E essa persistência em sublinhar o filme com a simbologia de trash torna-se, por vezes, cansativa. 

É visível a presença de Mojica nos diálogos, nas idéias de tortura e, óbvio, no rosto que oferece ao seu protagonista, mas também me parecem visíveis as tentativas de emulação de uma direção do Mojica em uma roupagem moderna, uma necessidade de alguns jovens de representarem o olhar de um ídolo sendo que isto, na prática, é impossível. Os fragmentos de imagens antigas geram um claro contraste da própria direção agressiva de Mojica no princípio da série (cenas como a das chicotadas em À Meia Noite Levarei Sua Alma são de uma agressividade sem igual), uma direção menos plástica do que em Encarnação do Demônio, mas mais visceral do ponto de vista do corte, do enquadramento e da própria atuação (obviamente, Mojica 40 anos mais novo botando pra quebrar). Nesta nova roupagem, esta inventividade da montagem dos filmes anteriores dá espaço a uma insistência em cortes em slide (imagem desloca para a esquerda dando lugar a outra que entra pela direita) que torna o filme um pouco episódico, algo como uma série de esquetes. Ainda que isso seja um recurso do próprio Mojica, talvez decisões partidas do próprio após todo esse tempo, me parece que a imagem do Zé do Caixão, com esta alternativa, torna-se limitada a seu caráter tosco, engraçado e trash, como se a montagem ligasse momentos de comédia de um programa de TV, algo que, em muitos momentos, diminui o personagem e o impacto que o filme poderia ter. 

Dito isso, vale ressaltar o quanto Encarnação do Demônio também é, mesmo com as ressalvas feitas anteriormente, verdadeiramente um filme de José Mojica ou, porque não dizer, o filme é o próprio Zé do Caixão. O clima que se instaura em torno do personagem é tão vigoroso que todos parecem se sujeitar à sua atuação, às ações Josefeu e à própria imagem deste homem de capa, medalhão e cartola. Toda tentativa de atuação naturalista é vã, pois o coveiro Zé, o próprio filme, é uma afronta a tudo isso. 

O retorno de Mojica revive a possibilidade de um cinema aberto à relativização do olhar. O terror/comédia feito aqui tem a possibilidade de nos levar a um universo completamente envolvente de simbiose entre a comicidade da improbabilidade (Mojica chegando a um bar de favela vestido a caráter), efeitos especiais muito bem feitos (corte da bunda) e diálogos muito engraçados (“o primeiro que achar o puto grita: ‘ó o puto aqui, ó!’”). Isso tudo transforma Encarnação do Demônio em um objeto que oferece uma aproximação descomprometida, de puro entretenimento e diversão gore da primeira qualidade. 

“Eu sou mais forte do que eles. Eles crêem no que desconhecem. Eu sou livre, por isso eu tenho mais força”.

Zé do Caixão em À meia Noite Levarei Sua Alma 

Mais que um filme de horror, Encarnação do Demônio é a resultante de uma trajetória de um autor que hoje traz um modo de fazer cinema obscurecido pela padronização do entretenimento pela indústria cultural norte-americana (a comparação incompatível de Mojica com o que há de terror nas salas, franquias como Jogos Mortais e etc). De Jece Valadão a Milhem Cortaz, temos um encontro de gerações querendo fazer algo novo e claramente se divertindo no processo. Por mais que esse encontro gere pequenos problemas, como já citado acima, a possibilidade de uma renovação do olhar é fascinante. Mojica é um despertador para a admiração por um cinema diferente, por um cinema de invenção, por um cinema que, finalmente, posso guardar como um evento fundamental e simbólico do que ainda pode existir no cinema nacional. 

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Ponto de fuga

As garras do mestre


A força que as imagens de José Mojica Marins apresentam não deriva de uma técnica ou de uma estratégia; ela se impõe por uma intuição cinematográfica que a escola não ensina

 


JORGE COLI
COLUNISTA DA FOLHA

Depois de décadas, José Mojica Marins termina um filme. Traz de volta o formidável personagem de Zé do Caixão. Nenhum declínio nos poderes criadores do cineasta. Ao contrário, eles se confirmam, renovados. Fazem de “Encarnação do Demônio” não apenas sua melhor obra até agora como uma criação excepcional dentro do cinema brasileiro. A força impressionante que suas imagens apresentam não deriva de uma técnica ou de uma estratégia. Ela se impõe por uma intuição cinematográfica que a escola não ensina.

O novo filme mostra que Mojica não tem nada de um primitivo, como se costuma classificá-lo. Primitivo, nesse caso, é um álibi indulgente, que permite o sorriso e o olhar desdenhoso do espectador esnobe. Mojica nunca fez cinema com regras acadêmicas: ele sempre inventou as suas próprias, em que expõe seu universo atormentado. No início de sua carreira, a técnica era rude, mas ele transformava as limitações em qualidades. Era obrigado a inventar soluções inéditas que se encadeavam, expressivas. Agora, domina, tecnicamente, mas não se acomoda nunca a qualquer convenção. Diante das produções anêmicas próprias à assim chamada “renascença do cinema brasileiro”, cheia de bons moços e filmes bonitinhos, “Encarnação do Demônio” se abate com fúria criadora e esmaga tudo.

Do começo ao fim, em cada instante, o filme tem um poder de verdade. Verdade, em arte, não quer dizer verossimilhança nem realismo. Quer dizer expressão convicta e convincente. As situações e personagens, absurdos, em “Encarnação do Demônio”, passam a palpitar com uma vida que só os artistas mais altos conseguem obter.

Sanha
Seria impossível, para qualquer outro, sustentar ao longo do filme aquela fala de bicho-papão que passou a fazer parte do personagem Zé do Caixão. Mojica, no entanto, evita a caricatura e impõe ao público fascinado suas criaturas estrambóticas. Elas podem ser absurdas, como um monge que parece saído de algum folhetim gótico escrito há um século, mas que se afirma com grandeza misteriosa.

Quando esse monge surge em meio às delícias masoquistas de uma surpreendente autoflagelação, compreende-se de imediato que o cinema de Mojica não admite a banalidade e que por trás dos clichês há um mundo. Os policiais militares são os inimigos. Mostram-se como agentes do mal, piores que tudo. No entanto em vários personagens o maniqueísmo é evitado. O próprio Zé do Caixão é equívoco, movido por forças contraditórias, em nada esquemático. Há também um sentido social latente, sobretudo na ambientação violenta de uma favela.

Molho
Zé do Caixão virou um ser atormentado. Tem visões horripilantes; uma delas é o José Celso Martinez Corrêa. Mas tem também lembranças, e é uma delícia ver como Mojica incorpora trechos de seus filmes antigos do modo mais natural e necessário. Reciclar o velho: astúcia freqüente e econômica do cineasta, habituado a orçamentos insignificantes, que se torna legítima forma cinematográfica.

The Deadman2008-09-25 13:41:46
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