Jump to content
Forum Cinema em Cena

Maria Antonieta


maximum
 Share

Recommended Posts

  • Members
 

Você ficou muito surpresa quando o filme foi vaiado em Cannes?

O filme foi aplaudido em pé em Cannes. Algumas pessoas vaiaram, alguns franceses acham que a história só podia ser contada por um francês, um jornalista me disse que continuava odiando a Maria Antonieta, mas que tinha gostado muito da personagem do meu filme. Para os franceses, é um assunto cheio de emoções, mas para mim ela é apenas uma personagem da história, que eu li mais a respeito e achei fascinante. O que me surpreendeu foi que a imprensa só falou sobre a vaia, o filme agora está rotulado como "o que foi vaiado em Cannes".

 

Sabias palavras. O Filme foi vaiado... Mas por um pequeno grupo de jornalistas (aproximadamente 10). A maior parte ovacionou. Só que é aquela velha história... Se 100 pessoas aplaudem de pé e 10 vaiam, é lógico que o filme ganhará o rótulo de 'vaiado' e não aplaudido. O sensacionalismo da imprensa prejudicou por deveras a película, o que acabou por resultar em uma mísera bilheteria. Entretanto, não foi esse fracasso em Cannes. Por mais irônico, 'Marie Antoinette' venceu o Prêmio de Cinema do Sistema Educacional Francês (Mesmo com Sofia afirmando e reafirmando que o seu filme não é um retrato histórico 06). Só que a imprensa notificou essa vitória? Claro que não. Afinal, é muito mais importante dar ênfase aos 10 infelizes que vaiaram o filme.

 

 

 

 
Link to comment
Share on other sites

  • Replies 363
  • Created
  • Last Reply

Top Posters In This Topic

  • Members

Ótimos textos postados . Já o imbecil do REF acha que cinema tem que ser didatismo e aula de História :

 

Maria Antonieta

Rubens Ewald Filho

O Oscar de figurinos (para a excelente Milena Canonero ) é a única honraria que poderia merecer esta biografia que foi vaiada em Cannes e fracassou nos Estados Unidos (simplesmente porque americano não gosta de fitas históricas ainda mais sobre paises que não o seu). Mas é uma produção muito cuidada, muito bem feita, inclusive tendo acesso raro ao Palácio de Versalhes. Mas como ficou claro no filme anterior, o super estimado Lost in Translation ( Encontros e Desencontros), a caçula de Francis Ford Coppola (que assina como produtor executivo e defende o filme) Sofia Coppola não sabe contar direito uma historia. Trata- se de um filme impressionista, que vai acumulando fatos e situações, sem ter um diálogo mais elaborado, uma dramaturgia sólida (mesmo algumas frases historicamente mais famosos são jogadas com tal naturalismo que fazem inveja as telenovelas da Globo). Parece mesmo uma sucessão de clipes, onde os personagens não tem chance de se expressarem, os fatos históricos passam rapidamente (também de forma arbitraria não se menciona por exemplo o famoso Caso do Colar da Rainha).

Nunca se deve acreditar totalmente no que dizem os diretores em entrevistas (aprendemos isso aqui no cinema brasileiro onde os autores inventam justificativas maravilhosas e teorias brilhantes que eles esqueceram de por na tela). Assim quando ela diz que não quis contar os fatos históricos (ela não quis usar o livro de Stefan Zweig que teria inspirado a famosa versão de 38 com Norma Shearer e Tyrone Power preferindo usar como base outro livro de Antonia Fraser (e o de outra francesa Evelyne Lever como base histórica). Deve ter pensado que o grande achado era colocar uma menina da idade do personagem, ou seja, não uma mulher feita mas alguém que passasse como adolescente (no caso Kirsten de Homem Aranha) e assim demonstrasse o drama de uma estrangeira na corte francesa, onde é desprezada pelo marido rei mas desinteressado em sexto, vitima das intrigas e de uma política em crise que desconhece e não faz o menor esforço para entender. (Também o filme não explica).

Ou seja, Sofia ao afirmar que o filme faz um paralelo com a futilidade da juventude moderna parece estar falando de si própria, já que foi incapaz de pintar um retrato mais concreto da época, da sociedade, de uma época tão importante (afinal surgia a Revolução Francesa e com o ela os direitos dos Cidadãos). Nem mesmo de mulher, ou ser humano. Ao enfatizar a banalidade, fez um filme mortalmente tolinho. Que é perfeito ao retratar os doces e os rituais do Palácio, que parece um desfile bem efeito de escola de samba (já que como num desfile por vezes fica ate difícil entender quem entra, quem sai e que papel tal pessoa teve na historia da França).

O fato de misturar musicas de época com canções pops é um efeito já tão usado anteriormente que nem chega a provocar maiores reações. Os problemas do filme são outros, basicamente ele pinta um retrato altamente superficial de uma personagem e de uma época importante. Que sirva ao menos de estimulo para alguém procurar um livro e se informar melhor. Porém que fique claro que o filme com suas falhas e acertos esta longe de ser o desastre que muitos apregoaram.

Link to comment
Share on other sites

  • Members
Eu não estava muito empolgado com o filme' date=' confesso que não sou muito fã da Copolla, acho seus 2 trabalhos anteriores "apenas" bons filmes e não todo esse oba-oba que fazem, mas à medida que li materias sobre o filme passei a me interessar mais ... podemos estar diante de um filme pouco compreendido ... mas acho que só vou conferir qdo chegar em DVD ...[/quote']

 

 

Ahhhhhhhhhhhhhhh Thiago, não fala mal não de Encontros e Desencontros. É o meu filme preferido!!!!!!!!!!!

 

hehehehehe06
Link to comment
Share on other sites

  • Members

Não me conformo que vários críticos não se embalaram no espírito do filme. Chega a ser repugnante. Só falta Sofia Coppola escrever em sua testa: 'O filme não é uma biografia histórica'. Quem sabe, da próxima vez, no poster venha escrito: 'Fujam, não é um filme dotado de didatismo'. 06

 

 

A resenha da Época está nojenta. 14
Link to comment
Share on other sites

Crítica do Cineclick ;

 

MARIA ANTONIETA
Por Angélica Bito
[email protected]

 

 

13574ctz_aol.jpg

selinho.gifFilmes sobre figuras históricas são difíceis de serem feitos. Geralmente, o cineasta escolhe por fazer cinebiografias baseadas nos livros já produzidos sobre estes personagens. Este não foi o caminho escolhido por Sofia Coppola (Encontros e Desencontros) para a construção de Maria Antonieta. Por isso, a cineasta foi motivo de duras críticas em seu terceiro longa-metragem. Neste caso, é importante ter em mente qual foi o caminho traçado pela diretora em seu terceiro filme para que a produção seja compreendida da forma como deve ser. Maria Antonieta não funciona como registro histórico, mas sim como uma forma de se compreender de uma forma mais humana, digamos, a figura que dá nome ao longa.

Nascida na Áustria em 1755, Maria Antonieta (Kirsten Dunst, voltando a trabalhar com a diretora depois de As Virgens Suicidas) casou-se com o delfim francês Luís (Jason Schwartzman) como parte de um acordo político entre as duas nações. Numa época em que casamentos são considerados tratos políticos, ela se torna a futura rainha da França aos 15 anos. Maria Antonieta acompanha a nova vida da protagonista em meio à nobreza francesa, aos injustificados protocolos reais e ao luxo dentro do Palácio de Versalhes. O filme a retrata como uma jovem sem interesses políticos numa França às vésperas da Revolução Francesa. Interessada somente em jóias, festas e na boa vida no seio da monarquia, Maria Antonieta nunca foi muito popular em sua época. Mas o filme não a transforma em vilã, muito pelo contrário: Sofia Coppola - também autora do roteiro - a retrata como uma jovem deslocada, entediada e pressionada por conta do casamento. Mais do que uma nobre, a Maria Antonieta é uma jovem que não se encaixa, assim como as protagonistas dos outros filmes de Sofia, que, em seu terceiro longa-metragem, é capaz de delinear muito bem que tipo de cinema ela pretende fazer em sua carreira; ela quer contar histórias sobre mulheres que não estão confortáveis em suas posições, sejam elas adolescentes suburbanas ou nobres européias. A diretora joga suas luzes sobre as fraquezas dos monarcas franceses que protagonizam o filme e é preciso admitir que ela teve coragem ao escolher esse tipo de abordagem nesta produção.

Esteticamente, Maria Antonieta carrega todo o glamour burocrático da coroa francesa. O figurino, ganhador do Oscar nesta categoria, é um espetáculo e conta com sapatos desenhados exclusivamente por Manolo Blahnik, um dos mais adorados designers de sapatos dentro da alta costura. Essa preocupação da diretora com o figurino do filme é reflexo direto da reputação da rainha que, em plena França pré-revolucionária, passava muitos dos seus dias preocupando-se com roupas. A situação política do país na época pouco interessa a Maria Antonieta - filme e personagem; o longa-metragem se propõe a fazer um lúdico retrato da jovem vienense. Por isso, seu roteiro dá singelas pinceladas na ebulição social que vinha acontecendo na França durante o mandato de Luís XV. Além das roupas, também impressionam em Maria Antonieta os cenários. Afinal, grande parte das cenas foi filmada no Palácio de Versalhes, onde a protagonista morou em boa parte de sua vida.

Claro que, como os filmes anteriores da cineasta, a trilha sonora é caprichada. Inclusive, as músicas exercem papel fundamental para dar tom aos acontecimentos na vida da protagonista. Fugindo de canções de época, Sofia pontua mais ainda o tom moderno nesta produção desde a abertura da produção ao som de Natural’s Not In It, da banda pós-punk Gang Of Four. Air, The Strokes, Radio Dept. e Aphex Twin são outros nomes musicais que aparecem nesta trilha, provando que a cineasta também dá atenção redobrada à música em seus filmes.

Se você aprecia os trabalhos anteriores de Sofia Coppola, certamente entenderá suas intenções nesta nova produção. Talvez escolher uma figura tão emblemática como Maria Antonieta para esta superprodução tenha sido um passo grande demais para a diretora, mas ela consegue muito bem adequar seu estilo à história da rainha francesa. Maria Antonieta não é simplesmente uma cinebiografia, mas, principalmente, a história da personagem sob o olhar tão particular da cineasta

---------

 

A do Omelete que tá no site é a mesma postada aqui algumas páginas atrás. e a da Set ;

 

ESTRÉIAS

Maria Antonieta

Por: Alessandro Giannini
Publicado em: 15/3/2007

NOTA:8

Desde que foi exibido no Festival de Cannes, em maio do ano passado, Maria Antonieta está sendo julgado por aquilo que não é. O filme de Sofia Coppola não é uma simples cinebiografia
da última rainha da França, historicamente retratada como
uma mulher insensível, fútil e frívola. Talvez seja mais o recorte de uma vida, a tentativa de entender a pressão sofrida por uma jovem arrancada do convívio familiar e mergulhada em um mundo completamente estranho para aceder aos caprichos
da mãe ávida por poder. Nesse sentido, pode-se dizer que
Sofia também está na categoria dos incompreendidos, já que
os críticos - os franceses - não compreenderam sua proposta.
Maria Antonieta acompanha a permanência da rainha
(Kirsten Dunst) na corte de Versalhes dos 14 aos 30 anos, quando foge da fúria dos camponeses revolucionários. Rodado nas dependências do suntuoso palácio real francês, o filme exibe rigor na reconstituição daquela época. O que dá a sensação de que algumas coisas não se encaixam: o tênis do futuro rei Luís XVI e a trilha sonora dos anos 80. O anacronismo, nesses dois casos, está de acordo com a proposta de Sofia, que é criar um respiro nessa história.
A trilha sonora esconde outra função, esta muito mais subliminar. Composta basicamente por música pop, com ênfase no new romantic, a trilha acompanha o espírito hedonista que rondava a corte francesa. Essa tendência dos anos 80, que teve em grupos como Duran Duran, Bow Wow Wow e outros seus principais representantes, celebrava esse espírito em oposição
ao rock clássico e de protesto que prevaleceram nas décadas anteriores. Parece apenas um detalhe, mas a leitura que permite faz toda a diferença. E Sofia sabe disso.        

Beckin Lohan2007-03-15 16:22:49
Link to comment
Share on other sites

  • Members

 Les Cahiers du Cinéma 4etoiles_presse.gif
" Avec la connivence sans faille de Kirsten Dunst, parfaite, Sofia Coppola construit tout son film sur ce pari follement généreux et terriblement risqué. (…) Ce pari, Sofia Coppola le gagne très vite. "
Jean-Michel Frodon (article entier disponible dans Les cahiers du cinéma n°36 à 38, page 612).

 

 

Não sabia disso. 13

 

 

Obs.: A nota máxia da Cahiers é 4 estrelas. 05
_Hen_Ri_Que_2007-03-15 20:20:50
Link to comment
Share on other sites

  • Members

Revi, agora no cinema, e pude constatar o merecido Oscar de Figurino. Na telona é possível observar cada detalhe de cada cena desta filme. E, novamente, gostei mais do filme. Fiquei mais apegado a pelicula, ao roteiro, a personagem. Também, fui ver o filme com outros olhos, olhos de uma visão de Sofia Coppola e não de um filme com a pretensão de ser histórico (que não deixa de ser, mesmo com a visão da diretora) ou épico... Ahhhhhhhhhh, e nada melhor de ouvir a trilha sonora no cinemão! Excelente!!!!!!!!!!!!

 

Me sensibilizei com o filme!!!08

 

Nota do Filme (0 a 10): 8
Link to comment
Share on other sites

  • Members
Ótimos textos postados . Já o imbecil do REF acha que cinema tem que ser didatismo e aula de História :

 

Maria Antonieta

Rubens Ewald Filho

O Oscar de figurinos (para a excelente Milena Canonero ) é a única honraria que poderia merecer esta biografia que foi vaiada em Cannes e fracassou nos Estados Unidos (simplesmente porque americano não gosta de fitas históricas ainda mais sobre paises que não o seu). Mas é uma produção muito cuidada' date=' muito bem feita, inclusive tendo acesso raro ao Palácio de Versalhes. Mas como ficou claro no filme anterior, o super estimado Lost in Translation ( Encontros e Desencontros), a caçula de Francis Ford Coppola (que assina como produtor executivo e defende o filme) Sofia Coppola não sabe contar direito uma historia. Trata- se de um filme impressionista, que vai acumulando fatos e situações, sem ter um diálogo mais elaborado, uma dramaturgia sólida (mesmo algumas frases historicamente mais famosos são jogadas com tal naturalismo que fazem inveja as telenovelas da Globo). Parece mesmo uma sucessão de clipes, onde os personagens não tem chance de se expressarem, os fatos históricos passam rapidamente (também de forma arbitraria não se menciona por exemplo o famoso Caso do Colar da Rainha).

Nunca se deve acreditar totalmente no que dizem os diretores em entrevistas (aprendemos isso aqui no cinema brasileiro onde os autores inventam justificativas maravilhosas e teorias brilhantes que eles esqueceram de por na tela). Assim quando ela diz que não quis contar os fatos históricos (ela não quis usar o livro de Stefan Zweig que teria inspirado a famosa versão de 38 com Norma Shearer e Tyrone Power preferindo usar como base outro livro de Antonia Fraser (e o de outra francesa Evelyne Lever como base histórica). Deve ter pensado que o grande achado era colocar uma menina da idade do personagem, ou seja, não uma mulher feita mas alguém que passasse como adolescente (no caso Kirsten de Homem Aranha) e assim demonstrasse o drama de uma estrangeira na corte francesa, onde é desprezada pelo marido rei mas desinteressado em sexto, vitima das intrigas e de uma política em crise que desconhece e não faz o menor esforço para entender. (Também o filme não explica).

Ou seja, Sofia ao afirmar que o filme faz um paralelo com a futilidade da juventude moderna parece estar falando de si própria, já que foi incapaz de pintar um retrato mais concreto da época, da sociedade, de uma época tão importante (afinal surgia a Revolução Francesa e com o ela os direitos dos Cidadãos). Nem mesmo de mulher, ou ser humano. Ao enfatizar a banalidade, fez um filme mortalmente tolinho. Que é perfeito ao retratar os doces e os rituais do Palácio, que parece um desfile bem efeito de escola de samba (já que como num desfile por vezes fica ate difícil entender quem entra, quem sai e que papel tal pessoa teve na historia da França).

O fato de misturar musicas de época com canções pops é um efeito já tão usado anteriormente que nem chega a provocar maiores reações. Os problemas do filme são outros, basicamente ele pinta um retrato altamente superficial de uma personagem e de uma época importante. Que sirva ao menos de estimulo para alguém procurar um livro e se informar melhor. Porém que fique claro que o filme com suas falhas e acertos esta longe de ser o desastre que muitos apregoaram.

[/quote']

 

A Sofia é uma imcompreendida, ao passo que o REF é gramatical e ortograficamente, incompreensível.06

 

 

O Wilker aliás, foi muito feliz ao comentar o filme durante a transmissão Global do Oscar. Fez questão de corrigir os exageros cometidos na história das vaias e pontuou bem os méritos da representação não convencional feita por Sofia.
Link to comment
Share on other sites

  • Members

Assisti... Bem.. Já devem imaginar meu veredicto..

 

 

  Coppola não é apenas uma menininha, filha de um grande cineasta, que tenta se fixar na indústria cinematográfica indie. Ela é uma das diretoras mais sutis da atualidade. E toda a sua sutileza está em Marie Antoinette, e é isso que transforma a película em uma das experiências mais encantadoras dos últimos anos.

  Tudo é calculado. Dotado de uma produção magnífica e injustamente quase ignorada pelo Oscar (devido à reputação que a imprensa sensacionalista atribui ao filme como sendo 'o vaiado em Cannes'), os figurinos (Vencedor do Oscar), a direção de arte, a cinematografia são delicados e impressionam. Sofia pode até ser considerada como uma diretora de sorte, afinal, foi o primeiro filme a ser rodado exclusivamente no Palácio de Versailles. E o resultado não poderia ser o mais incrível possível.

  Ainda assim, uma produção não deve ser somente grandiosa, mas, também, possuir um roteiro sensível e inteligente. E é o que temos em Marie Antoinette. Sofia não foi só corajosa, já que há uma provocação clara ao povo francês o que acaba por justificar suas vaias no Festival de Cannes, ela foi competente. Conseguiu traçar um paralelo entre a juventude do século XVIII com a atual. O quanto a rainha era uma adolescente a qual sofria das mesmas futilidades, dramas e traumas dos de hoje em dia. E como a película se devota boa parte à isso, não espere algo biográfico, que nos revele a situação do país naquele período histórico. Marie Antoinette trata exclusivamente da vida em Versailles, da inutilidade daquele local, e da futilidade da nobreza. E faz isso com um humor apuradíssimo (espere por dar risadas no filme) e com uma sensibilidade jamais vista.

  Maria Antonieta foi uma jovem a qual viveu no ambiente errado, no século errado. E para representar, Kirsten Dunst toma posse do papel principal. E a atriz surpreende, encanta, e reencarna a personagem. Chega a ser impressionante. É até recomendado procurar por retratos de Maria Antonieta e comparar a semelhança. Uma agradável surpresa, também, é Jason Schwartzman, que interpreta um Luís XVI totalmente alienado. Destaque, também, para Asia Argento, Rip Torn e Judy Davis, com participações rápidas, todavia, memoráveis.

  Junte uma produção magnífica, um roteiro inteligente, atuações primorosas... O resultado não poderia ser outro. E os anacronismos (como a trilha sonora POP anos 80 - que dispensa comentários de tão brilhante que é, e uma antalógica cena de um all star no meio de seus sapatos) contribuem para tornar a experência ainda mais agradável. Se é melhor que seu aclamado 'Encontros e Desencontros'? Estão no mesmo patamar. Sofia Coppola se firmou oficialmente como uma das diretoras mais originais da atualidade. Não perca.

 

 

Veredicto:  star.jpg star.jpg star.jpg star.jpg star.jpg
_Hen_Ri_Que_2007-03-18 01:59:46
Link to comment
Share on other sites

  • Members
Assisti hoje. É um filme legal. Impressiona pelo intimismo da diretora. (Nesse ponto é bastante interessante) Mas não vai muito além disso. É um bom divertimento e uma boa vitrine para o trabalho do figurinista.

 

Discordo. Hehehehehehe. 08

 

Então. Na minha opinião, Milena Caronero não precisa provar seu talento, já que ele já havia sido comprovado em Barry Lyndon e Laranja Mecânica.

 

E não vi o filme como um bom entreteinimento. O enxerguei como um filme indie artístico. Possui características muito peculiares para ser somente um divertimento. Enfim... Minha opinião.

 

 
Link to comment
Share on other sites

Fui ver ontem e acabei não comentando. E não é que preencheu minhas expectativas ? Tá tudo lá, desde a sutileza da Sofia Copolla como diretora até uma Kirsten Dunst perfeita que soube como ninguém capturar a essência da personagem. A Kirsten aliás é uma das jovens atrizes que mais tem expressão no rosto e a Copolla sabe usar isso nela como ninguém. A trilha sonora fica ainda mais foda no filme 16, e o final é sublime, o interessante é que o filme não usa daquele melodrama forçado recorrente e ainda sim consegue emocionar, porque soa natural.

 

Mas eu ficaria o dia inteiro aqui descrevendo o filme, porque tem várias, mas várias cenas memoráveis. Desde a sequência do baile de mascaras, o segmento em que toca "I want candy", os créditos iniciais com Gang of Four, a parte toda do aniversário  e até o segmento todo do fim. Já quero rever 06.

 

E a parte técnica é impressionante mesmo, mas Maria Antonieta não é só isso. É divertido, envolvente, eficiente e eu tenho impressão que só tende a melhorar com o tempo. 5/5
Beckin Lohan2007-03-18 14:09:49
Link to comment
Share on other sites

  • Members

Teve uma coisa interessante que eu li num site que eu não lembro, talvez no Omelete (!) a respeito do filme e de Sofia: fala que ela lida melhor com narrativas mais verticais, que cobrem pouco espaço de tempo. Esse é uma biopic, mesmo que atípica, que cobre um espaço de tempo mais horizontal - mas que tem características de curto espaço de tempo, como a própria direção da Sofia que valoriza muito mais as sensações e os gestos. Quanto ao espaço de tempo e da 'fidelidade histórica', achei um pouco desnecessária aquela inclusão um pouco mais contundente da Rev. Francesa. Tudo bem que ela desponta para aquela ótima cena final, mas aí o filme começa a se mostrar um pouco cansativo.

 

Mas é só isso, porque o resto é quase perfeito. Não vi o all-star... é bem visível que o propósito era mesmo ser um puta filme anacrônico, tanto que ele brinca misturando a mente dos dias de hoje com os ritos dos personagens; e mostra as várias coisas que podem decorrer de um monte de costumes como a etiqueta francesa. O próprio figurino e a direção de arte são atípicos - não chegam a ser farsescos, mas não estão lá muito preocupados em ser verossímeis.

A grande sacada não é misturar trilha sonora, mas fazer um mix do comportamento em si, de alternar aquela etiqueta hardcore, uma adolescente tentando superar as mazelas de se casar, a maneira de crescer em si, de colocar eles fumando aquele cachimbo do mesmo jeito que os personagens de As Virgens Suicidas fumavam baseados, misturar os tipos de alienação que os povos de hoje e os de 17XX e os escapismos e etc.

Link to comment
Share on other sites

  • Members

Realmente, Beckin... É super complicado escolher a melhor cena do filme. São tantas... Desde a sua enfadonha rotina ao som de Vivaldi, até a corrida pelo corredor acompanhada por 'What Ever Happened' dos The Strokes... Seu aniversário de 18 anos com Ceremony.

 

Para aqueles que não gostaram tanto... Sugiro que revejam o filme. Ou peguem os melhores trechos no Youtube (basta digitar o nome da música e o nome do filme simultaneamente).

 

101010
Link to comment
Share on other sites

Críticas do Cinepop, Adorocinema  ;

 

 

 

E tal do cineplayers ;

 

Maria Antonieta

linha_vinho.gif
(Marie Antoinette, 2006)

Por Emilio Franco Jr.
20/03/2007

Este sensacional filme de Sofia Coppola foi, inexplicavelmente, muito mal recebido em Cannes. Não dá para entender. Maria Antonieta é um filme impecável, muito superior ao último trabalho da diretora, o bom Encontros e Desencontros. Aqui, somos apresentados à visão de Coppola sobre quem foi a controversa rainha da França, de quem a diretora se diz fã. Maria Antonieta é um filme de época um pouco diferente do normal, o que, neste caso, é extremamente positivo.

Aos 14 anos, a austríaca Maria Antonieta (Kirsten Dunst) muda-se para Paris a fim de casar-se com o príncipe Luís XVI. Porém, ela não parece nem um pouco confortável em meio às tradições francesas, além disso, tem de enfrentar as constantes pressões para gerar um herdeiro da linhagem real. O enfoque da história é Maria Antonieta, e o filme não está preocupado em mostrar aquilo que todos já sabem, quer apenas expor como uma menina de catorze anos foi se familiarizando com a monarquia francesa. 

Sofia Coppola é perfeita na direção do longa. Seu filme é lento na medida certa, sem falas nos momentos certos, já que algumas cenas falam por si só, e dirige de maneira corretíssima, sem deixar o filme melodramático ou inverossímil. Por opção de Coppola, o longa tem uma trilha sonora moderna, como por exemplo, músicas dos Strokes. As músicas só completam a produção, já que elas transmitem o espírito jovem e festivo de Maria Antonieta, que, como uma verdadeira adolescente, quer apenas se divertir, estar sempre em festas, dançando, sem demonstrar nenhum tipo de preocupação com a situação política conturbada pela qual a França atravessava. A rainha não tinha maturidade para se envolver com assuntos políticos, nem mesmo Luís XVI, que quando, aos 19 anos, foi coroado rei, declarou: “Deus nos Ajude, pois somos jovens demais para reinar”. 

A rainha Maria Antonieta, título conquistado bem cedo, antes mesmo de completar dezoito anos, parecia viver em uma eterna diversão. Logo no começo, já deixa claro não suportar os costumes da monarquia francesa, ao dizer que tudo aquilo é ridículo. Porém, os hábitos de Maria Antonieta não eram muito louváveis. Gastava muito dinheiro do povo, com roupas e sapatos. A rainha é uma típica adolescente, para não dizer criança, e Copolla evidencia isso quando a câmera passa pelos diversos sapatos de Antonieta, e é possível identificar um tênis muito usado nos dias de hoje. A mensagem é clara: ela não se diferencia em nada de uma jovem moderna. 

Luís XVI demorou a consumar o casamento com Maria Antonieta. O que preocupava algumas pessoas, inclusive a mãe da rainha, já que sem o ato sexual, o rei poderia pedir a anulação do casamento. Esse assunto é abordado com ótimo bom-humor por Sofia Coppola. As tentativas da rainha de seduzir Luís XVI são cômicas, e a melhor passagem é quando, depois de vermos um casal se divertindo na cama, a cena é cortada para a monotonia do quarto de Maria Antonieta. Após sete anos de casamento, a rainha continuava virgem (infelizmente o filme não deixa essa noção de tempo muito clara). O rei tinha o costume de penetrar a rainha e ficar imóvel por dois minutos, depois virava de lado, dava “boa noite”, e dormia, mas isso não é demonstrado no filme. O casal sofria a humilhação de ter seus lençóis diariamente examinados em busca de algum vestígio da consumação do matrimônio. O problema só é resolvido depois que o irmão de Maria Antonieta tem uma conversa franca com o rei. 

Sofia Coppola chegou a declarar que não queria fazer um filme político, mas acabou fazendo. Claro que como o enfoque é Maria Antonieta, não poderia se falar muito em política, já que a rainha deixa claro não se importar com os acontecimentos fora do Palácio de Versalhes. Entretanto, a situação conturbada que a França enfrentava é apresentada no filme, por meio, de pequenas citações no transcorrer do longa, e de maneira mais intensa ao final da projeção. O longa aborda os principais acontecimentos da vida de Maria Antonieta: seu caso de adultério com um oficial sueco, o nascimento de seus filhos – sim, mesmo com o marido que tinha ela conseguiu ser mãe –, sua mania de gastar o dinheiro da monarquia e alguns outros caprichos. 

A famosa frase atribuída à rainha, mas que na verdade ela nunca proferiu, aparece no filme: “Se o povo não tem pão, que coma brioches”. Sofia Coppola em uma grande cena, faz questão de inocentar Maria Antonieta. Ela mostra a rainha falando que jamais diria tamanha besteira. A própria rainha dizia possuir um coração puro, e se considerava uma rainha esclarecida. 

Os aspectos técnicos são impecáveis. Além da já citada trilha sonora, todo o resto é impressionante: a fotografia, de Lance Acord (que trabalhou com Sofia em Encontros e Desencontros), a estonteante direção de arte, de Anne Seibel, e o excepcional figurino, produzido por Milena Canonero, que se sagrou vencedora do Oscar por seu trabalho. Ela é a responsável, por exemplo, pelo inesquecível figurino de Barry Lyndon, filme de Stanley Kubrick, a quem Canonero dedicou a estatueta recebida. 

Um outro brilho intenso do filme, além das partes técnicas e da direção de Coppola, é a brilhante e marcante atuação de Kirsten Dunst. Ela é simplesmente inesquecível devido a sua impecável atuação desde o primeiro momento em que aparece. Suas reações ao chegar ao castelo, suas feições com as cenas que presencia, enfim, expõe com grande facilidade seus sentimentos: alegria, tristeza, irritação, tédio, sem necessariamente expressá-los verbalmente. Kirsten Dunst é uma grande atriz e sua Maria Antonieta é extremamente carismática. O elenco, em geral, também atuou muito bem, mas Kirsten Dunst é o maior destaque. 

A cena final de Maria Antonieta é fantástica. Não foi preciso apelar. Sem som e sem palavras, não havia maneira mais simples e bonita de encerrar o declínio dos monarcas franceses. Sofia Coppola está de parabéns!

 

-----------

 

E cadê a tal crítica bomba do Pablo (já que ele odiou tanto) hein ? 17
Link to comment
Share on other sites

  • Members

Pois é. Acho que o Pablo assistiu o filme de novo... Mudou de opinião e se sentiu intimidado a comentar. 06

 

 

Edit: Eu simplesmente C-A-N-S-E-I de ler 'Sofia disse que não fez um filme político, mas ele acaba sendo'. Já li cinco críticas que dizem isso. 06
_Hen_Ri_Que_2007-03-21 19:37:22
Link to comment
Share on other sites

  • Members

Para apimentar a discussão...19

 

O que noto por aqui é que muitos acham que a Sofia não pode fazer um filme mediano (ou  o Uwe Boll fazer um filme mediano06). Descem a lenha nas críticas negativas e elogiam as positivas. Quem critica não soube ver o filme, e só quem captou a essência e elogiou é capaz de falar algo pertinente a respeito do filme.

 

Agora Maria Antonieta é pop! 06 (nos dois sentidos heheh)
Link to comment
Share on other sites

Join the conversation

You can post now and register later. If you have an account, sign in now to post with your account.

Guest
Reply to this topic...

×   Pasted as rich text.   Paste as plain text instead

  Only 75 emoji are allowed.

×   Your link has been automatically embedded.   Display as a link instead

×   Your previous content has been restored.   Clear editor

×   You cannot paste images directly. Upload or insert images from URL.

Loading...
 Share

Announcements


×
×
  • Create New...