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Forum Cinema em Cena

Maria Antonieta


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Thico e Camargo têm mesmo razão : tem um quê de Kubrick/Barry Lyndon ao retratar o cotidiano da vida na nobreza e de Malick nas cenas com a filhinha no canteiro/granja do Petit Trianon .

 

E a tão comentada trilha pop aparece muito pouco , somente em alguns momentos como uma espécie de comentários da situação .E as músicas foram bem escolhidas ( " Ceremony " , " Natural Not In It" , " I Want Candy " , " Hong Kong Garden " ). Também foi bem utilizado o criticado recurso(das elipses ( gostei dessa utilização no " momento dos quadros " e na contestação daquela frase famosa , sempre associada ( talvez mesmo erroneamente) à Maria Antonieta .

 

Interessante como ela não tinha muita idéia do que se passava fora de Versalhes , a Sofia dá até a deixa  (bem discretamente como é do seu feitio ), do encaminhamento da situação que culminaria na queda do regime .

 

Belo filme , gostei do final " malickiano " que  fez muita gente sair do cinema  xingando ,hehehe . A maioria teve suas expectativas frustradas por não ter visto tudo o que queriam (nada de didatismo ) e o uso das elipses ( que teriam omitido partes importantes ) . 
Fernando2007-04-10 08:01:50
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Texto do blog Filmes do Chico - http://www.interney.net/blogs/filmesdochico/

A História entra para a História como se fosse uma linha reta, mas não é bem assim. De vez em quando é preciso vir alguém para usar uma pinça e mudar esse relevo, destacando um evento ou um personagem. É isso que Sofia Coppola fez em Maria Antonieta, assumindo o papel de advogada de defesa da rainha teen que foi parar na guilhotina. Seu filme é tendencioso, parcial e maniqueísta: e só é bom por causa disso.

Para Sofia, Maria Antonieta sofre do mesmo não-pertencer de Charlotte e Bob Harris em Encontros e Desencontros (2003), o que, ao contrário do que teimam em propagar, deixam seu cinema uníssono. Ela é uma estrangeira por imposição, uma refém de circunstâncias políticas e manobras de poder. Ao mesmo tempo, a diretora enxerga nessa adolescente sentimentos e inconsistências semelhantes aos de qualquer um na sua idade através das eras. Maria Antonieta não era exatamente especial. Era comum, era mais uma. Em escala ampliada.

Mas Sofia constrói sua rainha como heroína responsável, vencida pela necessidade de se submeter para se integrar. Antonieta é uma adolescente como a sua prima, mas é uma mulher dos anos 1780, com toda a carga de deveres e culpas que uma mulher recebia à epoca. Sofia enxerga a rainha também como uma mulher que sabia que era o papel dela conquistar seu marido e gerar um herdeiro e que se esforçou como pôde, mesmo sem saber muito bem, para fazer o que deveria. Essa duplicidade gerou um filme que não tem a intenção de fazer História, mas de ressaltar um personagem.

E, na defesa de sua escolhida, Coppola vai até o fim, sempre com a proposta clara de quebrar as expectativas de quem assiste ao filme. A melancolia é traduzida na exploração nostálgica de hits dos anos 70, 80 e 90, que - apesar de terem sido talvez o principal motivo para a sucessão de ataques abobalhados que o filme recebeu - emolduram as cenas com graça. O exagero da concepção de arte e figurinos reflete não um filme afetado, mas uma época afetada onde nossa heroína foi jogada bruscamente em carreira solo. A imagem do all star (não vi, que puxa!) - assim como a trilha - transporta o filme da condição de registro para a de impressão, opinião.

Não era pra todo mundo comprar a idéia mesmo. Sofia se arrisca e nos apresenta a sua visão/versão de Maria Antonieta sem se preocupar muito com a parcialidade do material. Kirsten Dunst entendeu tudo e se entrega à personagem despudoradamente. Adorável.

maria_antonieta estrelinhaestrelinhaestrelinhaestrelinha

direção: Sofia Coppola.
Marie-Antoinette, Estados Unidos/Japão/França, 2006. roteiro: Sofia Coppola.
elenco: Kirsten Dunst, Jason Schwartzman, Marianne Faithfull, Steve Coogan, Judy Davis, Rose Byrne, Al Weaver, Shirley Henderso, Molly Shannon, Rip Torn, Jean-Christophe Bouvet, André Oumansky, Asia Argento, Guillaume Gallienne, Aurore Clément.
fotografia: Lance Acord. montagem: Sarah Flack. música: Jean-Benoît Dunckel e Nicolas Godin. desenho de produção: K.K. Barrett. figurinos: Milena Canonero. produção: Sofia Coppola e Ross Katz. duração: 123 min. site oficial.

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Bem... historicamente o filme não acrescenta nada. Só o fato de que o rei custou a "deflorar" a Maria Antonieta.

Achei a trilha sonora muito sem sentido.

E 300? Acrescenta muito historicamente (Tendo em vista que você achou um ótimo filme)?

 

A trilha é sem sentido? Recomendo uma revisada. Ou tem todo o sentido uma trilha sonora rock/ heavy metal em 300? 06
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Peço desculpas se fui grosseiro. Acontece que só irei compreender a opinião de alguém que não gostou se esta apresentar argumentos plausíveis e convicentes (o que' date=' até o exato momento, não aconteceu).[/quote']

 

Hahaha!! Sem problemas meu caro.

 

Mas na minha opinião, a trilha mais pesada, encaixou de uma boa maneira em 300. Já canções de indie rock, fundidas com um baile de máscaras e festas de época, como em Maria Antonieta, não encaixou. E não fui só eu que achei isso!

Eu entendi que Sofia Copolla quis mostrar, a partir da utilização dessas músicas, que a superficialidade existente hoje, também estava presente na época.

 

E não, 300 não acrescenta nada historicamente também, mas apesar disso eu achei um bom filme pelo fato de ter trazido uma inovação tecnológica na utilização de fundo verde em quase o filme todo, apesar de eu ter achado um pouco enjoativo. Achei o sangue artificial demais também.
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Peço desculpas se fui grosseiro. Acontece que só irei compreender a opinião de alguém que não gostou se esta apresentar argumentos plausíveis e convicentes (o que' date=' até o exato momento, não aconteceu).[/quote']

 

Hahaha!! Sem problemas meu caro.

 

Mas na minha opinião, a trilha mais pesada, encaixou de uma boa maneira em 300. Já canções de indie rock, fundidas com um baile de máscaras e festas de época, como em Maria Antonieta, não encaixou. E não fui só eu que achei isso!

Eu entendi que Sofia Copolla quis mostrar, a partir da utilização dessas músicas, que a superficialidade existente hoje, também estava presente na época.

 

E não, 300 não acrescenta nada historicamente também, mas apesar disso eu achei um bom filme pelo fato de ter trazido uma inovação tecnológica na utilização de fundo verde em quase o filme todo, apesar de eu ter achado um pouco enjoativo. Achei o sangue artificial demais também.

Ah. Eu achei que a trilha sonora entrou em perfeita sincronia com o filme. Exatamente pelo motivo que você citou. Um baile de máscaras em 1780 e poucos ao som de Hong Kong Garden? 16

 

Enfim.. Então.. Digamos.. Você gostou do filme, mas não achou lá essas coisas?

 

02
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Peço desculpas se fui grosseiro. Acontece que só irei compreender a opinião de alguém que não gostou se esta apresentar argumentos plausíveis e convicentes (o que' date=' até o exato momento, não aconteceu).[/quote']

 

Hahaha!! Sem problemas meu caro.

 

Mas na minha opinião, a trilha mais pesada, encaixou de uma boa maneira em 300. Já canções de indie rock, fundidas com um baile de máscaras e festas de época, como em Maria Antonieta, não encaixou. E não fui só eu que achei isso!

Eu entendi que Sofia Copolla quis mostrar, a partir da utilização dessas músicas, que a superficialidade existente hoje, também estava presente na época.

 

E não, 300 não acrescenta nada historicamente também, mas apesar disso eu achei um bom filme pelo fato de ter trazido uma inovação tecnológica na utilização de fundo verde em quase o filme todo, apesar de eu ter achado um pouco enjoativo. Achei o sangue artificial demais também.

Ah. Eu achei que a trilha sonora entrou em perfeita sincronia com o filme. Exatamente pelo motivo que você citou. Um baile de máscaras em 1780 e poucos ao som de Hong Kong Garden? 16

 

Enfim.. Então.. Digamos.. Você gostou do filme, mas não achou lá essas coisas?

 

02

 

É... ouvi críticas boas e ruins. Quando fui pegar pra ver, achei um pouco interessante(mais pela kirsten dunst... hehehe), mas nada que me empolgou como "ohhh!! que filme!!"
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Difícil explicar a percepção do filme' date=' o quanto ele me agradou. Achei fantástico o fato de Sofia Coppola fugir do esquema clássico de cinebiografias e/ou filmes de época, e ainda assim não perder determinadas características importantes para o andamento da história.

Bacana ela não se perder na própria subeversão do "gênero", dela não se diminuir diante da história e fazer de sua protagonista (e dos fatos em questão) um dos elementos necessários para mostrar o que ela quer dizer em seus filmes. MARIA ANTONIETA é assinado por Sofia Coppola, do início ao fim. Ela bebe em muitas fontes (como disse o FeCamargo, o filme tem muito de Kubrick e seu Barry Lyndon, apesar do emprego diferente _e interessante_ do zoom por parte de Coppola e tem também Terrence Malick em certas concepções visuais, em determinadas partes em que a voz da burguesia é "ouvida") mas se mostra lá, em cada ação e cada situação de deslocamento de sua protagonista. Ela mostra o show da corte mas não deixa de mostrar o incômodo de pertencer a determinado nicho, questão recorrente em suas obras anteriores.

 

Que beleza Kirsten Dunst, belíssima e esbanjando carisma em cada frame, levando e conduzindo o filme da maneira mais adequada que poderia: nem sempre segura, mas sempre em busca de algo.

E Jason Schwartzman me fez rir em cada aparição (até o ato final, claro), mostrando novamente sua incrível capacidade cômica (e eu não entendi o povo da minha sessão; eu e uma amiga rolando de rir em determinadas cenas e o restante quase impassível).

 

Era tudo muito superficial, mas em toda superfície é possível encontrar uma brecha para se adentrar e, quem sabe, chegar em algum lugar. Belos métodos os de Sofia, perfeito desfecho!
[/quote']

 

É interessante constatar que Sofia deve ser a única cineasta hoje em atividade (não lembro de nenhum outro nome) que consegue profundidade a partir da superficialidade...

 

Ia escrever minha opinião sobre o filme quando lih o q Thico e Dook escreveram . eh exatamente isso , a superficialidade é a chave do filme . É o que o deixa interessante. Os ecessos, os exageiros , tudo o q eh demais serve apenas para intensificar as persepções sobre a vida de Maria Antonieta, uma rainha teen que , com qualquer outra garota de sua idade, imatura e insensata, usa de mecanísmos para se impor e chamar atenção.. entaum , um comportamento compreendido hoje poderia parecer loucura na visão dos aristocratas do sec. XVI.

Sophia ultiliza-se de uma trilha sonora , digamos, atual para incentivar uma compreenção e um impatia com a personagem , que talvez não aconteceria se a trilha fosse clássica.

eu , pessoalmente gostei muito do filme. e da trilha!

 bjo pra todos!

 

 

 

 

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Sensacional. A Coppola faz o cinema mais perpicaz e apaixonante da atualidade, sem sombra de dúvidas. É repleto de cenas marcantes que te conquistam mais e mais. All-star, piscadinha, "brioches", cena final (!), etc. E o legal é que ela faz um filme que se situa num tempo-espaço completamente diferente do anterior, mas mesmo assim não deixa de manter sua assinatura e manter uma certa linearidade no seu tema como autora. Fantástico, isso.

 

Pros estatísticos de plantão: segundo melhor do ano, so far. E nem é fácil tirá-lo daí, creio.

 

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Estava em uma comunidade do Orkut, e li algo bastante curioso.

SPOILERS

Muitos reclamam do final abrupto e que a cena da decapitação deveria estar presente. Todavia, analisando a película com um olhar mais subjetivo... Concluimos que a cena da submissão da Rainha ao povo é mais do que um reconhecimento... É uma representação simbólica de sua morte. Afinal, Marie Antoinette não só se curva para a população, ela quase deita a sua cabeça por completo no gradio. Achei muito interessante a observação. 03
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Estudando de maneira diferente a personagem-título, Coppola aqui decepciona em relação aos seus outros filmes. Ainda assim, o filme se sai bem, especialmente em seus aspectos técnicos. A direção de arte é magnífica e consegui trazer aquele "ar" antiqüado com eficácia. Já a fotografia tb se sai muito bem, especialmente quando demonstra o estado emocional da protagonista. Tb não podemos nos esquecer da inteligente montagem e do explêndido figurino. É uma pena que do ponto de vista narrativo, "Maria Antonieta" decepcione. Pra começar, Sofia Coppola cai numa tentação ridícula hollywoodiana e nunca mostra uma boa cena de sexo ou nudez, assim, nessas cenas o filme acaba trazendo um ar artificial. Desse modo, suas cenas de sexo não possuem um bom conteúdo erotizador. Além disso, a diretora parece confusa com relação aos zooms, apelando excessivamente para zoom graúdos e contra-zooms, e a prova disso é uma cena em que Louis e sua cavalaria cavalgam durante uma caçada, onde após ter feito um zoom para mostrar o príncipe cavalgando, a diretora apela para um zoom brusco para mostrar a feição do príncipe. Finalmente a diretora tb apela para cenas óbvias demais, somente com o intuito de mostrar a repercussão da princesa ou rainha na França. Um exemplo são as duas cenas em que Maria começa a bater palmas após o término de um espetáculo num teatro, onde na primeira cena todos seguem seu exemplo e na segunda todos estranham. Em contrapartida, quando a diretora utiliza o silêncio como forma de aumentar a dramaticidade das situações propostas pelo filme, ela consegue um resultado extremamente notável, bem como quando ela utiliza um humor como forma de aproximar seus personagens ao espectador. Além disso, a decisão da trilha sonora só incluir músicas pop ou rock revela-se acertada, pois comprova que prefere se adentrar mais nos pensamentos de uma adolescente, do que tratar sua personagem como uma adulta requintada (algo que muitos diretores utilizaríam). Finalmente, a diretora acerta em cheio ao mostrar a morte de um dos filhos da rainha, onde ela mostra um quadro (quadro mesmo) onde está a rainha e o rei com os filhos, para só logo após retirar o quadro e pôr outro com apenas dois filhos. Uma cena extremamente classuda, cuja "intenção" de simplificar certos atos repercude durante toda a projeção (aliás, mais um quadro bom é quando a diretora põe carroças e cavalos alinhados levando pessoas da realeza). É uma pena tb que o roteiro da produção seja falho, especialmente quando inclui um romance completamente dispensável entre a princesa/rainha e um certo Conde Ferst. Aliás, o filme se perde bastante quando o tal Conde entra em cena, já q as cenas não soam verossímeis, especialmente pela falta de talento de seu intérprete. Além disso, o roteiro tb erra com relação ao destino desse romance, que após retratado, nunca mais é mencionado pelo filme. Finalmente, o roteiro tb erra ao tentar retratar a mãe de Antonieta unicamente pelas cartas que esta manda, já q quando o filme diz q a mãe morreu, não sofremos o impacto dessa perda. Em contrapartida, o roteiro acerta ao retratar a opinião do povo francês com relação a Maria. Aliás, é tocante ver a reação dela quando recebe a notícia de q sua irmã teve um filho antes dela, o qual ela passa por várias pessoas que falam mal dela, para depois ir ao seu quarto chorar (uma ótima cena de Kirsten Dunst). Além disso, o roteiro tb acerta ao revelar sutilmente alguns fatos históricos q estavam acontecendo na época. Finalmente, o maior acerto do roteiro diz respeito a quebra de rotina de Maria Antonieta, que realmente parece ser entediante. Quanto às atuações, Kirsten Dunst demonstra bem o sofrimento de Maria Antonieta com relação a mudança drástica de ambiente que a rainha sofreu. Além disso, ela tb traz uma ótima atuação quando se refere ao tratamento q a rainha recebeu inicialmente e posteriormente pelo povo francês e Jason Schwartzman confere um ar de impessoalidade requerido pelo seu personagem, além de se sair muito bem quando a diretora põe certas piadas, para melhor entrosamento dos personagens. No final, "Maria Antonieta" é um filme ótimo, mas deixa a desejar em relação aos filmes anteriores da diretora. 3,75/5

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Estudando de maneira diferente a personagem-título' date=' Coppola aqui decepciona em relação aos seus outros filmes. Ainda assim, o filme se sai bem, especialmente em seus aspectos técnicos. A direção de arte é magnífica e consegui trazer aquele "ar" antiqüado com eficácia. Já a fotografia tb se sai muito bem, especialmente quando demonstra o estado emocional da protagonista. Tb não podemos nos esquecer da inteligente montagem e do explêndido figurino. É uma pena que do ponto de vista narrativo, "Maria Antonieta" decepcione. Pra começar, Sofia Coppola cai numa tentação ridícula hollywoodiana e nunca mostra uma boa cena de sexo ou nudez, assim, nessas cenas o filme acaba trazendo um ar artificial. Desse modo, suas cenas de sexo não possuem um bom conteúdo erotizador. Além disso, a diretora parece confusa com relação aos zooms, apelando excessivamente para zoom graúdos e contra-zooms, e a prova disso é uma cena em que Louis e sua cavalaria cavalgam durante uma caçada, onde após ter feito um zoom para mostrar o príncipe cavalgando, a diretora apela para um zoom brusco para mostrar a feição do príncipe. Finalmente a diretora tb apela para cenas óbvias demais, somente com o intuito de mostrar a repercussão da princesa ou rainha na França. Um exemplo são as duas cenas em que Maria começa a bater palmas após o término de um espetáculo num teatro, onde na primeira cena todos seguem seu exemplo e na segunda todos estranham. Em contrapartida, quando a diretora utiliza o silêncio como forma de aumentar a dramaticidade das situações propostas pelo filme, ela consegue um resultado extremamente notável, bem como quando ela utiliza um humor como forma de aproximar seus personagens ao espectador. Além disso, a decisão da trilha sonora só incluir músicas pop ou rock revela-se acertada, pois comprova que prefere se adentrar mais nos pensamentos de uma adolescente, do que tratar sua personagem como uma adulta requintada (algo que muitos diretores utilizaríam). Finalmente, a diretora acerta em cheio ao mostrar a morte de um dos filhos da rainha, onde ela mostra um quadro (quadro mesmo) onde está a rainha e o rei com os filhos, para só logo após retirar o quadro e pôr outro com apenas dois filhos. Uma cena extremamente classuda, cuja "intenção" de simplificar certos atos repercude durante toda a projeção (aliás, mais um quadro bom é quando a diretora põe carroças e cavalos alinhados levando pessoas da realeza). É uma pena tb que o roteiro da produção seja falho, especialmente quando inclui um romance completamente dispensável entre a princesa/rainha e um certo Conde Ferst. Aliás, o filme se perde bastante quando o tal Conde entra em cena, já q as cenas não soam verossímeis, especialmente pela falta de talento de seu intérprete. Além disso, o roteiro tb erra com relação ao destino desse romance, que após retratado, nunca mais é mencionado pelo filme. Finalmente, o roteiro tb erra ao tentar retratar a mãe de Antonieta unicamente pelas cartas que esta manda, já q quando o filme diz q a mãe morreu, não sofremos o impacto dessa perda. Em contrapartida, o roteiro acerta ao retratar a opinião do povo francês com relação a Maria. Aliás, é tocante ver a reação dela quando recebe a notícia de q sua irmã teve um filho antes dela, o qual ela passa por várias pessoas que falam mal dela, para depois ir ao seu quarto chorar (uma ótima cena de Kirsten Dunst). Além disso, o roteiro tb acerta ao revelar sutilmente alguns fatos históricos q estavam acontecendo na época. Finalmente, o maior acerto do roteiro diz respeito a quebra de rotina de Maria Antonieta, que realmente parece ser entediante. Quanto às atuações, Kirsten Dunst demonstra bem o sofrimento de Maria Antonieta com relação a mudança drástica de ambiente que a rainha sofreu. Além disso, ela tb traz uma ótima atuação quando se refere ao tratamento q a rainha recebeu inicialmente e posteriormente pelo povo francês e Jason Schwartzman confere um ar de impessoalidade requerido pelo seu personagem, além de se sair muito bem quando a diretora põe certas piadas, para melhor entrosamento dos personagens. No final, "Maria Antonieta" é um filme ótimo, mas deixa a desejar em relação aos filmes anteriores da diretora. 3,75/5[/quote']

 

Como um Coppola lover, vou ter que contra argumentar. 08

 

1. Considerando a filmografia da diretora, temos, aqui, a película a qual é dotada das características mais marcantes da diretora. Sim, é o filme mais 'Coppola' de todos. Basta verificar os movimentos de câmera, os diversos anacronismos, sutilezas.

 

2. Narrativo? Eu ainda acho que Marie Antoinette não se trate de uma narrativa. 03

 

3. Olha só, bern@rdo. Eu não sou daqueles o qual acredita que cenas de sexo não tem muito a acrescentar. É até algo interessante de se analisar. O relacionameto sexual entre Marie e Luís era algo muito constrangedor para o rei. Somos inseridos na trama, desta forma. Basta ver as cenas amorosas entre e o rei e a com o Conde (Aliás, a cena de 'sexo' com o Conde é bastante interessante. A música contribui e cria um momento memorável). Aliás, para que mostrar uma cena de sexo se já está subentendido? Eu acho até redundante. Na minha opinião, há filmes que a inserção deste tipo de cena não tem nada a acrescentar. Vou ser sincero. Não gostei deste comentário e parece que você foi ao cinema espererando outra coisa.

 

4. Discordo novamente. Os zooms contribuem para a dramaticidade. A cena a qual Marie está no terraço enquanto há a voz externa de sua mãe e a câmera se afasta é memorável. E tomei cuidado para não confundir travelling com zoom. 03

 

5. Óbvias? Você preferiria que mostrasse uma cena de Marie saindo de algum lugar e sendo 'vaiada' pelo público? Essa cena é dotada de uma delicadeza trementa e não acho NADA óbvia. Ela so demonstra que até a nobreza estava contra o seu reinado. E tenha certeza. Isso é alg verossímil.

 

6. Você acabou de falar que diretora acerta em realizar o retrato de uma adolescente. Não seria conviniente mostrar um amor impossível então? Isso só contribui para a demonstração da rebeldia da personagem. A relação entre Luís e Marie era algo completamente 'profissional'. Um casamento cheio de frustrações. Por quem Marie poderia senti certa atação? O seu relacionamento com o Conde Fersen era uma atitude escapista. Um amor platônico. A inclusão do Conde na trama foi algo ecessário para exemplificar a frustração, a obrigação de um casamento falido. Além disso, o affair tem um ar de grande sátira a Hollywood.  A cena a qual Marie idealiza a imagem de Conde é deveras provocativa. Gostei muito. Aliás, se o caso não fosse retratado, uma das minhas cenas favoritas do filme não seria gravada. Além disso, a falta de verossimilhança de cena se remete ao que já disse ao impossível, ao que não podia acontecer. E o personagem do ator não exige nada dele. Afinal, era fútil e um personagem de baixa reputação, ou seja, um soldado. Talvez, não seria clichê se a personagem se apaixonasse e nunca mais deixasse de pensar nele e até idealizasse uma possível fuga? Marie estava ciente da impossibilidade do relacionamento. Foi algo passageiro.

 

8. Não passou pela sua cabeça que foi proposital? A mãe de Marie era alguém totalmente fria, interessada somente na reputação da Austria/ relações diplomáticas. Para que deveríamos sofrer o impacto com a morte de algém frio, sem personalidade e que não se importar com a personagem principal (Só no momento o qual Marie precisava engravidar)? Afinal, quando Marie engravida, a mãe é totalmente desnecessária.

 

 

 

Talvez, Marie Antoinette seja um dos filmes mais complicados das últimas décadas. Creio ser a típica película a qual, com uma revisada, pode mudar a opinião do indivíduo (Como aconteceu com alguns usuários aqui do fórm). É uma prodção dotada de interpretações poéticas implícitas, detalhes os quais só perceberemos depois de assistir mais de 5 vezes (Assisti 3 vezes já, e cada vez que assisto, descubro algo que não parceptível anteriormente. E continuo achando que vou encontrar). Não creio que seja o pior. Aliás, na minha concepção, todos suas películas possuem características peculiares as quais acabam por transformar todas brilhantes. Sugiro uma revisada. É essencial.03
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  • 1 month later...
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Uma curiosidade...

 

Hoje assisti a peça 'O Avarento' com o mestre Paulo Autran. E vejam só que coincidência... A encenação, que se passa em 1668, é caracterizada pelos figurinos. Todavia.. Ao personagem de Cleanto entrar em cena.. O que ele está vestindo? Sim. Um par de All-Star!!! Alguma relação?

 

02 
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Eu penso que o All Star foi uma das melhores sacadas do filme. E sobre não ter mostrado a decaptação da Maria, eu penso que como Maria Antonieta pra mim, é uma alegoria, de universo feminino e essas paradas meio suspeitas, não tinha porque terminar o filme daquele jeito. E o comentário quotado do orkut é muito bom, de fato.

 

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