Faroeste Caboclo

[leomaran]

É, 2012 definitivamente vai ser o ano da Legião Urbana. Tomara que pelo menos um dos filmes seja bom.

 

E que história é essa de colocar a Valverde como Maria Lúcia? Sempre imaginava ela feia pra caramba e agora vem essa mulher lindíssima pra fazer o papel. Já é discrepância com a história original. Pelo menos na minha cabeça

leomaran2011-07-19 15:55:09

[CACO/CAMPOS]

Faroeste Caboclo | Saem fotos oficiais do filme que adapta a música da Legião Urbana

Veja Fabrício Boliveira e Ísis Valverde em cena

Faroeste Caboclo acompanha a história de João de Santo Cristo (Fabrício Boliveira), que sai de Salvador e vai para Brasília, onde começa a traficar drogas. Na capital, ele se apaixona por Maria Lucia (Ísis Valverde) e se envolve em uma disputa com Jeremias (Felipe Abib), outro traficante.

Antonio Calloni faz o oficial corrupto Marco Aurélio e César Troncoso vive Pablo. O roteiro foi escrito por Marcos Bernstein (O Outro Lado da Rua) e Victor Atherino.

[Jack Ryan]

O Vírgula tem uma galeria com 28 imagens da produção:

 

 

 

http://virgula.uol.com.br/ver/album/diversao/2011/04/24/15380-fotos-de-faroeste-caboclo-filme-inspirado-em-letra-da-legiao-urbana

[Questão]

 Poster do filme

[Questão]

 Vi o filme. É bem dirigido e tem um elenco bacana. Mas fiquei com a impressão de que alguns momentos ficaram simplesmente corridos demais.

 

 É bom, mas fiquei com a impressão que podia ter sido bem melhor. Especialmente a partir da segunda metade do filme.

[Gustavo Adler]

Para mim é um grande filme, mas inferior a qualidade da letra da musica que o originou (clarao, relativo a cada tipo de arte). 

Foi um filme autoral realmente, autêntico, e inteligênte. A história por ser grandiosa por si mesma, já tinha um potencial de comover, o que o filme não desperdiçou-o.

Porém é realmente meio apressado, perdendo o desenvolvimento dos personagens e suas relações, o que me deixou um pouco menos envolvido com os problemas em que cada um se envolviam, pareciam como desconhecidos em que sabiamos das gravidades dos problemas e nos comoviam por isso, mas sem apego maior aos personagens. 

E achei que a solução encontrada pelo diretor em fazer com que a Maria Lucia ficasse com o Jeremias tornou meio caricato, ficou muito explícito toda uma arquitetura. Preferia que a relação entre eles fosse lenta, culpa da fraqueza emocional em que Maria Lucia se encontrava, isolada, desolada, e ideologicamente perdida, fruto de uma fraqueza do Jeremias no momento, de uma duvida nele, além da rivalidade entre os dois.

Mas no fim, achei o filme excelente.

[Questão]

 O filme não conseguiu atingir o "excelente" pra mim, ADLER. Até a parte em que o João entra pro tráfico e "os Boyzinho da cidade souberam da novidade" tinha tudo pra ser excelente. A ascensão do João no crime é muito bem construída. Mas dai o filme começa a acelerar demais as coisas. A própria situação citada por você da relação entre o Jeremias e a Maria Lucia, a queda do João e do Pablo, tudo isso foi corrido demais.

 

  Além do mais, achei o clímax do filme, o grande duelo, meio mal dirigido. Não consegui sentir toda a dramaticidade que aquele momento devia ter.

 

 Mas o filme é bom sim. Um ótimo exemplo do cinema de gênero nacional.

[Gustavo Adler]

 O filme não conseguiu atingir o "excelente" pra mim, ADLER. Até a parte em que o João entra pro tráfico e "os Boyzinho da cidade souberam da novidade" tinha tudo pra ser excelente. A ascensão do João no crime é muito bem construída. Mas dai o filme começa a acelerar demais as coisas. A própria situação citada por você da relação entre o Jeremias e a Maria Lucia, a queda do João e do Pablo, tudo isso foi corrido demais.

 

  Além do mais, achei o clímax do filme, o grande duelo, meio mal dirigido. Não consegui sentir toda a dramaticidade que aquele momento devia ter.

 

 Mas o filme é bom sim. Um ótimo exemplo do cinema de gênero nacional.

 

 

aaah, e me esqueci de dizer que a história na música é mais complexa e torna os personagens mais complexos (e mais inexplicáveis) do que o do filme.

 

Por exemplo, essa richa desde o começo do Jeremias com o João me pareceu fazer do Jeremias meio canastrão, meio caricato. Na música o Jeremias meio que aparece depois que o João já está famoso e dono do pedaço. 

 

O duelo final eu achei maneirão, mas não teve o tom épico (com a população e mídia em volta, com a Maria Lúcia em um estado ainda dúbio se tinha o coração pra o Jeremias ou pro o João, até o momento em que vê o João convalido e vê de quem é o seu coração de verdade.

 

Tudo isso torna os personagens enigmáticos, porque torna todas as explicações causas (a personalidade do João em já querer ser bandido, e ainda mais vendo seu pai morrendo pela políca, ai já tem duas causas, a origem enigmática de Jeremias e os motivos dele e de Maria Lúcia se juntarem...e assim vai...).

 

Acho que a opção do diretor em tornar mais explicado, mais compreensível as rotas dos personagens foi eficaz em fazer entendível o filme e, ao meu ver, teve uma intenção de se tornar mais absorvivel, mais fácil de assimilar e não deixar o público meio perdido. 

 

Mas em compensação, diminuiu toda a dimensão que a letra da música tinha. 

 

E fora que perdeu também o GRANDE TCHAN da música, que é fazer de um ser humano dúbio, contraditório, atos de criminoso e de amor,, com a sua morte se tornar uma lenda, um mito, tanto pra mídia que o transformou em um diabo, figura representando o que há de ruim na sociedade, como para a classe média ingênua (o que é o ápice do que na letra toda demonstra essa ingênuidade) um herói.

 

O filme tenta ter uma história mais enxuta para tomar a liberdade de fazer as inserções e alterações com o intuito de expressar certas sensações pertinentes aos momentos da história (como a parte em que ele lembrava da infância, tal qual é mencionada no filme, e que eu achei uma boa leitura, uma boa sacada).

[Questão]

 Então ADLER, eu lí em uma critica (não lembro de onde) que o filme ganhou um tom mais pessoal, perdendo um pouco do "clima grandioso" da musica, e de fato concordo com esta observação. Mas por mim tudo bem. Não vejo problema no duelo ter se tornado mais intimista e menos épico. Foi a execução que me incomodou

 

 Mais uma coisa que me incomodou no filme foi o vilão. Achei o Jeremias muito fraco, não sendo um adversário a altura do Santo Cristo do Fabrício Boliveira (que mandou muito bem). Sempre imaginei o Jeremias muito mais como o policial corrupto interpretado pelo Antônio Caloni no filme.

[Gustavo Adler]

 Então ADLER, eu lí em uma critica (não lembro de onde) que o filme ganhou um tom mais pessoal, perdendo um pouco do "clima grandioso" da musica, e de fato concordo com esta observação. Mas por mim tudo bem. Não vejo problema no duelo ter se tornado mais intimista e menos épico. Foi a execução que me incomodou

 

 Mais uma coisa que me incomodou no filme foi o vilão. Achei o Jeremias muito fraco, não sendo um adversário a altura do Santo Cristo do Fabrício Boliveira (que mandou muito bem). Sempre imaginei o Jeremias muito mais como o policial corrupto interpretado pelo Antônio Caloni no filme.

 

Então, eu achei que a abordagem do diretor se preocupou mais em dar o tom certo (que acho que fez muito bem), mas acabou tendo que reduzir a grandeza dos personagens.

 

Achei o Jeremias muito claro demais, muito reto demais.