Baal (1970) é a releitura de Volker Schlöndorff para a obra homônima de Bertolt Brecht, sua primeira peça completa.
Quem dá vida a Baal é Rainer Werner Fassbinder, ainda jovem e acompanhado aqui de uma série de atores que fariam parte de sua trupe. Ele é uma figura um tanto ambígua, capaz de gerar as mais diversas reações nas pessoas ao redor: devoção, ojeriza, tesão. Ele é um furacão, destruindo a si mesmo e a todos que passam por seu caminho.
Fassbinder o interpreta quase como se estivesse refletindo sua futura persona: anárquico, narcisista, sujo e fugindo de qualquer expectativa que tenham sobre ele.
Assim como boa parte da produção alemã da época, é uma reflexão sobre o estado incerto de um país ainda se tateando, Baal foi detestado pela esposa de Brecht, o que fez com que sumisse de circulação durante muitos anos.