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A Máquina


-felipe-
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Thiago, acho que o que irritou mais o KMF foi a FORMA com que os nordestinos foram retratados... Ele cita (mais de uma vez, inclusive) o dito 'sotaque nordestinês' que os personagens entoam no filme...

Ademais, a montagem do filme e os planos lembram tudo, menos televisão. Para TV, vejam Lisbela e o Prisioneiro...

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Ou "Gatão de Meia Idade", essas coisas. Ainda não vi "A Máquina", mas estou bem curioso.

Sobre o sotaque nordestinês, mesmo sem ver o filme eu entendo e concordo com o Kleber. A Globo (e Falcão vem de lá) tem um padrão para o nordestinês, e a gente não precisa ir muito longe pra encontrar. Quando pega nesse ponto, quaçquer exemplo presente na grade da Globo obedece esse mesmo sotaque, que é meio "para entreter". Sempre parece ter um jeitinho de paródia, independentemente de ser programa sério ou não. Se irrita a mim, deve irritar ainda mais ao Kleber, natural de lá.

Gente, qualquer um que tenha escutado e, principalmente, convivido com alguém do Nordeste tempo suficiente para identificar o sotaque genuíno sabe que Globo e CIA fazem outra coisa. Uma vez ou outra, e em escala de efeito humorístico (respeitoso - digo isso porque A Praça É Nossa é mestre em fazer BOSTA quando o assunto é temática regional), até vai, mas a produção, nesse caso, é em massa, e isso enche o saco, como se eles não tivessem a mínima noção do país em que vivem.

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Thiago' date=' acho que o que irritou mais o KMF foi a FORMA com que os nordestinos foram retratados... Ele cita (mais de uma vez, inclusive) o dito 'sotaque nordestinês' que os personagens entoam no filme...

Ademais, a montagem do filme e os planos lembram tudo, menos televisão. Para TV, vejam Lisbela e o Prisioneiro...

[/quote']

Mas é aí que tá ... o tom do filme não tem o intuito de ser realista ... os nordestinos do filme são retratados como figuras passionais e ingênuas, mas ainda assim idealistas ... mas por ser filho de nordestino e ter mais de 80 % dos meus parentes do Nordeste ( Alagoas ) sei muito bem que a realidade não é assim ... seja o comportamento das pessoas ou o sotaque ... mas a maneira que o nordestino é retratado no filme não é ofensiva ... é algo que se assemelha muito com "A Lisbela e o Prisioneiro" ... se o Kleber reclama disso ... os cariocas deveriam reclamar de "A Lisbela" ... e por aí vai ... não há nada de diferente em "O Auto da Compadecida" tb ... e não é nada ofensivo ... e esses 3 filmes não estão preocupados com o realismo.

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Ou "Gatão de Meia Idade"' date=' essas coisas. Ainda não vi "A Máquina", mas estou bem curioso.

Sobre o sotaque nordestinês, mesmo sem ver o filme eu entendo e concordo com o Kleber. A Globo (e Falcão vem de lá) tem um padrão para o nordestinês, e a gente não precisa ir muito longe pra encontrar. Quando pega nesse ponto, quaçquer exemplo presente na grade da Globo obedece esse mesmo sotaque, que é meio "para entreter". Sempre parece ter um jeitinho de paródia, independentemente de ser programa sério ou não. Se irrita a mim, deve irritar ainda mais ao Kleber, natural de lá.

Gente, qualquer um que tenha escutado e, principalmente, convivido com alguém do Nordeste tempo suficiente para identificar o sotaque genuíno sabe que Globo e CIA fazem outra coisa. Uma vez ou outra, e em escala de efeito humorístico (respeitoso - digo isso porque A Praça É Nossa é mestre em fazer BOSTA quando o assunto é temática regional), até vai, mas a produção, nesse caso, é em massa, e isso enche o saco, como se eles não tivessem a mínima noção do país em que vivem.

[/quote']

Eu acho esse tipo de preocupação muito secundária. Ok, vc vai me pedir para perguntar se um baiano ou um pernambucano gostam de ser retratados dessa forma ... mas esse tipo de cinema não tem nada a ver com realismo ... engraçado que na sua crítica o Kleber não comenta nada sobre a maneira apaixonante pela qual os personagens travam duelos através das palavras, a maneira com declamam a paixão que os seus roteiristas ( e a sua obra original, afinal é uma adaptação ) possuem pela língua portuguesa ... ao invés de se preocupar com o seu orgulho regional, ele deveria enaltercer a língua que é algo mais universal, é de todos nós ... mas volto a repetir ... não há nada de ofensivo na maneira como o sotaque é mostrado ... assim como não há nada de realismo ... é uma comédia romântica fantástica ... e se pararmos para pensar quem é que não se divertiu com a personagem de Eva Wilma em "A Indomada" ? Ou o casal Luisa Thomé e Paulo Betti ? Eu acho esse tipo de preocupação muito secundária ...

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Eu já acho uma preocupação sensata. Não falo de "A Máquina", pois ainda não vi, mas sim do cenário geral.

Em termos de comparação, é só pensar no português brasileiro dito em "Cidade de Deus", o "novaiorquinês" dito nos filmes de Scorsese, Allen e Spike Lee, ou mesmo o próprio "nordestinês" dito em "Amarelo Manga", por exemplo.

E quer pensar excluindo o fator "sotaque"? Observe um pouco as novelas da Globo, as que se passam nos tempos atuais mesmo, ou algums dos filmes do mesmo eixo ("Sexo, Amor e Traição", essas produçõezinhas do urbano classe-média alta em seu cotifiano plim-plim), e se pergunte se as pessoas falam daquele jeito. Claro que, principalmente nas novelas, há uma larga herança das radionovelas, mas, na verdade, isso explica mas não justifica. Às vezes muito antes de ver, ouvir estas produções parece ser transportado para um tipo de outra dimensão. Filosoficamente você pode questionar o fato de que cinema, em sua forma artística, não é real, e sim representação do real, portanto simulação, ilusão, irrealidade por definição, mas me refiro a "outra dimensão" não no contexto filosófico e mesmo conceitual da coisa, mas sim da forma mais bizarra que você puder imaginar em termos de "receber a obra".

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Não costumo fazer isso, mas como a discussão é de interesse, li o texto do Kléber mesmo sem ter visto o filme.

Pois bem: na verdade, Thiago, o Kléber comenta, sim, sobre o texto e diálogos presentes no filme. Só que, ao contrário de você, ele não gostou. Vejamos:

Paulo Autran é quem melhor dribla o auto-importante texto trava-língua' date=' repleto de uma poesia marota que, em grande parte, bate no ouvido como um não muito agradável barulhinho. [/quote']

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Não costumo fazer isso' date=' mas como a discussão é de interesse, li o texto do Kléber mesmo sem ter visto o filme.

Pois bem: na verdade, Thiago, o Kléber comenta, sim, sobre o texto e diálogos presentes no filme. Só que, ao contrário de você, ele não gostou. Vejamos:

Paulo Autran é quem melhor dribla o auto-importante texto trava-língua, repleto de uma poesia marota que, em grande parte, bate no ouvido como um não muito agradável barulhinho.

Só que Serge ... falar "isso" do texto de "A Máquina" é a mesma coisa que reservar 3 ou 4 palavras para a violência em "Laranja Mecânica" ... se vc se coloca na condição de julgar o mérito do filme sem dedicar boa parte do seu comentário a um aspecto tão forte e tão vivo dentro da obra ... é algo que no mínimo merece uma auto-crítica. 

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Sei não. Uma das características do Kléber é ser breve num ponto e, com poucas palavras, já passar para o próximo, principalmente quando ele não gosta do filme.

Não vi o filme, mas só por isso já me pareceu suficiente e, sim, consegui visualizar mais ou menos o que o Kléber não gostou no texto. Quando ver, posso até discordar, mas, pela experiência que tenho como leitor dele, estou quase certo de que a compreensão será imediata e certeira.

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Sei não. Uma das características do Kléber é ser breve num ponto e' date=' com poucas palavras, já passar para o próximo, principalmente quando ele não gosta do filme.

Não vi o filme, mas só por isso já me pareceu suficiente e, sim, consegui visualizar mais ou menos o que o Kléber não gostou no texto. Quando ver, posso até discordar, mas, pela experiência que tenho como leitor dele, estou quase certo de que a compreensão será imediata e certeira.

[/quote']

Ele simplesmente usou 3 linhas para falar sobre o combustível do filme, sobre o coração do filme ... e é justamente por ele não ter gostado que ele deveria se dar ao trabalho de explicar melhor a sua visão ... ele concentrou todas as suas energias na maneira Globo de enxergar o Nordeste ... e esqueceu do resto ...

Eu sei que vc não é desse tipo, mas essa sua convicção me assusta qto ao filme sem tê-lo visto ... espero estar enganado ... assim como espero que vc tb esteja ...

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Não estou me referindo a "A Máquina", Thiago. Em nenhum momento me referi. Estou temporariamente incapacitado disso. Estou comentando um comentário, que se se aplica a "A Máquina" eu ainda não sei se concordo, mas concordo que se aplica a um monte de coisa selada com Globo (e não apenas).

E já pensou que ele pode ter usado 3 linhas pra falar de algo que ele não considera o "combustível do filme, o coração do filme", e justamente por isso reservou somente três linhas?

Chega a ser lógico pelo fato de que temos aqui duas visões díspares: alguém que gostou (você) e alguém que não gostou (KMF). "Combustível e coração do filme" são termos colocados positivamente por alguém que gostou do filme, enquanto quem não gostou não tem o por quê de aplicar da mesma forma.

Voltando as expectativas, estou com boa vontade para com o filme. As fotos que vi despertaram interesse, e amigos cujo gostos gostos geralmente batem e que assistiram quando exibido em um Festival de Cine Brasileiro daqui (eu perdi) falaram muito bem. Como crítico, acho o KMF nota 10 mesmo quando não concordo, mas posso fazer uma lista das grandes com opiniões dele das quais discordo.

Relaxa que não estou convicto de nada em relação ao filme. E, agora de minha parte, espero que, caso eu não goste, não olhem pra mim com aquele olhar de "foi influenciado pelo KMF".

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( 1 ) E já pensou que ele pode ter usado 3 linhas pra falar de algo que ele não considera o "combustível do filme' date=' o coração do filme", e justamente por isso reservou somente três linhas?

Chega a ser lógico pelo fato de que temos aqui duas visões díspares: alguém que gostou (você) e alguém que não gostou (KMF). "Combustível e coração do filme" são termos colocados positivamente por alguém que gostou do filme, enquanto quem não gostou não tem o por quê de aplicar da mesma forma.

( 2 ) Relaxa que não estou convicto de nada em relação ao filme. E, agora de minha parte, espero que, caso eu não goste, não olhem pra mim com aquele olhar de "foi influenciado pelo KMF".

[/quote']

( 1 ) Depois que vc assistir ao filme vc irá ver que deixar de comentar sobre isso em "A Máquina" ( ou comentar apenas 3 linhas ) é o mesmo que "ignorar" o assunto violência em "Laranja Mecânica", o que justifica as minhas expressões que não necessariamente seriam utilizadas de maneira positiva. Se o Kleber não identificou isso como primordial é algo para uma auto-crítica, algo que já comentei.

( 2 ) É mais fácil ser influenciado pelo KMF do que pelo Thiago Lucio ... disso não tenha dúvidas ... smiley2.gif, mas confio no seu bom senso ...smiley2.gif

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foto.jpg28 de março de 2006

 

Numa fase muito fraca em lançamentos nacionais, este A Máquina

é a exceção. Não assisti à lendária montagem teatral, que ficou famosa

porque revelou toda uma geração nova de atores baianos: Lázaro Ramos,

Vladimir Britcha, Wagner Moura. Sem esquecer do casal João e Adriana

Falcão. Todos eles reunidos aqui, numa adaptação bastante feliz (um

detalhe: dizem que a peça era ainda melhor. Mas pode ser também memória

nostálgica e enganosa).  O fato é que, o que parecia ser um evento

eminentemente teatral, acabou dando certo (fui presidente do júri de um

Festival em Goiânia, onde o filme levou quatro prêmios, inclusive

melhor filme).

Tudo

é construído como uma alegoria, uma fantasia bem-humorada, em que se

conta a história de um nordestino que acredita ser protegido pela

chuvas ou elementos naturais. Vindo de família numerosa, vive numa

cidadezinha (bem reconstruída em estúdio), onde sonha com o amor de uma

garota (Mariana Ximenes, muito bem, aliás como todo o elenco). Isso o

faz ir até o Rio de Janeiro, onde acaba fazendo um programa de TV

sensacionalista, onde garante ser capaz de viajar no tempo, sob pena de

morrer esmigalhado por uma máquina.

Toda

essa história é contada por uma voz off, que se descobre depois

pertence a um velho, que vive num asilo de loucos (Paulo Autran,

magnífico, num de seus melhores momentos no cinema), e conta o caso

para outros colegas de loucura. Ou seja, já não há compromisso com a

realidade.

No

palco, os atores faziam vários papéis, e confirmavam sua

versatilidade.  Aqui o mocinho é o recifense Gustavo Falcão (sobrinho

do diretor; que, se desincumbe bem do papel), enquanto os hoje famosos

fazem papéis menores: Wagner Moura, o apresentador de TV, Lázaro Ramos,

um dos loucos, e Vladimir Britcha, um rapaz conquistador da cidade. Não

há falhas, todo mundo está bem, tudo funciona e o filme chega a ter um

aura de encanto e fantasia, meio realismo fantástico, que resulta

encantador.

O público deve gostar. O problema é só convencê-lo a entrar na sala de cinema!

 

Por

Rubens Ewald Filho

 

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  • 1 month later...
  • 2 months later...
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"A Máquina"; dir: João Falcão - 3/10

Insuportável.

Ah sim: achei até que "Lisbela e o Prisioneiro", que não acho grande coisa (mas acho melhor que "A Máquina"), trabalha muito mais a palavra e o diálogo como força motriz do que "A Máquina".

Eu simplesmente não sei qual é "o coração" de "A Máquina". Não encontrei nenhum. Parece que, pelo filme que vi, deveria ser "o amor", mas, sinceramente, consigo encontrar mais amor até no quadradinho "Uma Mente Brilhante".

Serge Hall2006-7-27 17:7:59
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"A Máquina"; dir: João Falcão - 3/10

Insuportável.

Ah sim: achei até que "Lisbela e o Prisioneiro"' date=' que não acho grande coisa (mas acho melhor que "A Máquina"), trabalha muito mais a palavra e o diálogo como força motriz do que "A Máquina".

Eu simplesmente não sei qual é "o coração" de "A Máquina". Não encontrei nenhum. Parece que, pelo filme que vi, deveria ser "o amor", mas, sinceramente, consigo encontrar mais amor até no quadradinho "Uma Mente Brilhante".

[/quote']

Então tá ... próximo .... smiley2.gif

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