Members Administrator Posted December 23, 2005 Members Report Share Posted December 23, 2005 Putz, o Malick caindo nesa armadilha, que pena... Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members -felipe- Posted December 24, 2005 Members Report Share Posted December 24, 2005 Nunca NINGUÉM aki no forúm já penssou na possibilidade de Brokeback Mountain ser um Sideways? Não é crítico que vota no Oscar! Viram?? Não tá nada decidido ainda não! Isso já está sendo discutido aqui e' date=' para ser sincero , eu sempre tive minhas dúvidas quanto ao Oscar de melhor filme .Aposto mais em melhor ator e roteiro adaptado do que em melhor filme e diretor . O vencedor de melhor filme nao é o que realmente seja o melhor filme do ano , e sim aqueles que o pessoal da Academia quer afirmar como valor máximo de produção de sua indústria . [/quote'] Mas a pergunta é: qual ? É por isso que eu aposto em Brokeback Mountain. Porque não há outro! Vc acham mesmo que Walk The Line ou Good Night and Good Luck podem levar o Oscar? Este é tão polêmico e tão independente quanto BBM. Aquele ainda não levou um premio relevante. A não ser que a premiação dos sindicatos mostre esta tendência. Por enquanto, não vejo um adversário a altura de Brokeback Mountain. Ano passado Sideways tinha dois pesos pesados na disputa: Scorsese e Eastwood. Nem Clooney, nem James Mangold (ou Jonnhy Cash) são páreo para Scorsese e Clint Eastwood. Por isso que apesar de ter levado todos os prêmios Sideways nunca foi considerado forte o suficiente para levar o Oscar de Melhor Filme. Eu acho que os filmes que poderiam ter força para tirar o Oscar de Brokeback Mountain seriam Munique, Memorias de Uma Gueixa, The New Word, Jarhead. Mas todos ficaram pelo caminho. Acho que se Brokeback levar vai ser por pura falta de concorrentes mesmo... Tudo que prometia pra esse ano acabou não dando certo... Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members bill Posted December 24, 2005 Members Report Share Posted December 24, 2005 Resultado do Village Voice Film Critics Poll: Best Film #Artist/Title Mentions 1 A History of Violence 66859 2 2046 48541 3 Kings and Queen 44340 4 Grizzly Man 41038 5 The World 39337 6 Tropical Malady 38938 7 The Squid and the Whale 38237 8 Caché (Hidden) 37833 9 The Holy Girl 26027 10 Last Days 258 25 Best Performance #Artist/Title Mentions 1 Heath Ledger, Brokeback Mountain 51646 2 Philip Seymour Hoffman, Capote 34231 3 Jeff Daniels, The Squid and the Whale 26826 4 Emmanuelle Devos, Kings and Queen 19218 5 Mathieu Amalric, Kings and Queen 18817 6 Joseph Gordon-Levitt, Mysterious Skin 18217 7 Viggo Mortensen, A History of Violence 17016 8 Damian Lewis, Keane 15816 9 Terrence Howard, Hustle & Flow 15615 10 David Strathairn, Good Night, and Good Luck 13214 Best Supporting Performance #Artist/Title Mentions 1 Maria Bello, A History of Violence 28226 2 Ziyi Zhang, 2046 24623 3 Amy Adams, Junebug 20219 4 Catherine Keener, Capote 16416 5 William Hurt, A History of Violence 14816 6 Michelle Williams, Brokeback Mountain 11411 7 Laura Linney, The Squid and the Whale 9410 8 Ed Harris, A History of Violence 909 9 Owen Kline, The Squid and the Whale 868 10 Frank Langella, Good Night, and Good Luck 767 Best Director #Artist/Title 1 David Cronenberg, A History of Violence 16 2 Wong Kar-wai, 2046 10 3 Jia Zhangke, The World 7 4 Michael Haneke, Caché (Hidden) 6 Arnaud Desplechin, Kings and Queen 6 Apichatpong Weerasethakul, Tropical Malady 6 7 Lucrecia Martel, The Holy Girl 5 8 Hou Hsiao-hsien, Café Lumière 3 Fatih Akin, Head-On 3 Claire Denis, The Intruder 3 Pawel Pawlikowski, My Summer of Love 3 Gregg Araki, Mysterious Skin 3 Terrence Malick, The New World 3 Best Screenplay #Artist/Title 1 Noah Baumbach, The Squid and the Whale 22 2 Roger Bohbot and Arnaud Desplechin, Kings and Queen 11 3 Josh Olson, A History of Violence 5 4 Dan Futterman, Capote 4 5 Larry McMurtry & Diana Ossana, Brokeback Mountain 3 Michael Haneke, Caché (Hidden) 3 Shane Black, Kiss Kiss, Bang Bang 3 Jean-Pierre Bacri & Agnes Jaoui, Look at Me 3 Miranda July, Me and You and Everyone We Know 3 10 Michael Rohatyn and Ira Sachs, Forty Shades of Blue 2 Craig Brewer, Hustle & Flow 2 Tony Kushner and Eric Roth, Munich 2 Pawel Pawlikowski with Michael Wynne, My Summer of Love 2 Gregg Araki, Mysterious Skin 2 Terrence Malick, The New World 2 Stephen Gaghan, Syriana 2 Best Cinematography #Artist/Title 1 Christopher Doyle, Kwan Pun-leung, and Lai Yiu-fai, 2046 28 2 Emmanuel Lubezki, The New World 12 3 Agnès Godard, The Intruder 6 4 Yu Lik-wai, The World 5.5 5 Mark Li Ping-bin, Café Lumière 4 Harris Savides, Last Days 4 7 Robert Elswit, Good Night, and Good Luck 3.3 8 Christian Berger, Caché (Hidden) 2 César Charlone, The Constant Gardener 2 Christopher Doyle, Eros 2 Ryszard Lenczewski, My Summer of Love 2 Steve Gainer, Mysterious Skin 2 Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Historiense Posted December 24, 2005 Members Report Share Posted December 24, 2005 Mais uma lista de alto nivel. Esta, de altíssimo nível. Village Voice é outro patamar! ATÉ Lucrécia Martel figura na seleção. Já quanto aos oscarizáveis, Brokeback Mountain segue imbatível, mesmo nao estando entre os 10. Atentando para o grau de exigência empregado, o filme de Lee deve estar entre os 15! Fato que so vem atestar sua imensa qualidade, até porque está perdendo para obras mundialmente aclamadas pelas platéias mais requintadas e que disputam essas posições a tapa! Como medir a diferença entre Marcas da Violencia e Cache? PS: Sera que A Lula e a Baleia pode vir em mais categorias, além de roteiro? Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members bill Posted December 24, 2005 Members Report Share Posted December 24, 2005 A lista toda: http://www.villagevoice.com/take/seven Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Historiense Posted December 24, 2005 Members Report Share Posted December 24, 2005 E Marcas da Violencia? É impressão minha, ou esse filme está com força mesmo? Será que emplaca entre os cinco? Ortro fato bem alarmante: ausência de Match Point em quase todas as seleções. Se Woody Allen não é ovacionado pelos críticos cabeças do Village Voice, quer ganhar espaço na AMPAS? E Reitero meu entusiasmo em cima de A Lula e a baleia. Está cada vez mais possível Laura Linney ou Jeff Daniels. O que só mostra como essas categorias coadjuvantes estão emocionantes e imprevisíves. E se Maria Bello continuar assim, putz. Vai tomar de arroubo, mesmo, seu merecido OSCAR! Abração. Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Historiense Posted December 24, 2005 Members Report Share Posted December 24, 2005 BEM QUE EU FALEI! BROKEBACK MOUNTAIN NA 11° COLOCAÇÃO! Botou pra lá! EITA! QUE O OSCAR MANTENHA O PADRÃO EM 2007! Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members bill Posted December 24, 2005 Members Report Share Posted December 24, 2005 É, History of Violence só tá perdendo pra Brokeback Mountain nessas listas e prêmios de críticos. E acho que The Squid and the Whale não deve ir muito longe. Roteiro e talvez Ator pro Jeff Daniels. Só. Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Elessar77 Posted December 24, 2005 Members Report Share Posted December 24, 2005 FLORIDA FILM CRITICS CIRCLE 'Brokeback Mountain' accumulates accoladesBy STEVE PERSALL, Times Film CriticPublished December 24, 2005Ang Lee's revisionist western Brokeback Mountain was named 2005's best film by the Florida Film Critics Circle, and it corralled another three awards in the annual poll.Lee's sensitive handling of a love story between two Wyoming cowboys also was honored as the year's best work by a director, for its screenplay by Larry McMurtry and Diana Ossana, and for Rodrigo Prieto's cinematography. No other films were multiple winners.Brokeback Mountain is scheduled to open in select Tampa, St. Petersburg and Oldsmar theaters Jan. 6.Actors portraying dead celebrities were popular among voters. Philip Seymour Hoffman's impersonation of author Truman Capote in Capote earned the best actor prize, and Reese Witherspoon's portrayal of country music legend June Carter in Walk the Line won best actress.Amy Adams was named best supporting actress for playing a perky country bumpkin in Junebug, and Paul Giamatti's turn as a boxing manager in Cinderella Man won supporting actor.The slapstick martial arts comedy Kung Fu Hustle was selected as best foreign language film. Wallace and Gromit in The Curse of the Were-Rabbit was chosen as best animated movie.Werner Herzog's Grizzly Man, culled from the video diaries of doomed wildlife explorer Timothy Treadwell, was voted best documentary.The critics tapped Terrence Howard for the Pauline Kael breakout performer of the year award, named for the late New Yorker film critic. Howard was selected for his acclaimed performances in Hustle and Flow, Crash and Get Rich or Die Tryin'. Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members throdo Posted December 24, 2005 Members Report Share Posted December 24, 2005 É, sobre Marcas da violência eu posso falar, pois assisti e é um filmaço. Aposto nele no Oscar (indicação)!!!! Aliás, feliz natal para vocês!!!! Depois é o ano novo, e depois o ... Oscar !!! Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members -felipe- Posted December 24, 2005 Members Report Share Posted December 24, 2005 Achei isso no site do C&C: Brokeback Mountain - Um Amor Proibido (Brokeback Mountain, EUA, Europa Filmes) Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Administrator Posted December 24, 2005 Members Report Share Posted December 24, 2005 Achei isso no site do C&C:Brokeback Mountain - Um Amor Proibido (Brokeback Mountain' date=' EUA, Europa Filmes)[/quote'] Patia que la palha Muito pior do q " O Segredo de Brokeback Mountain" ou "A Montanha do Atrás Quebrado" Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members bill Posted December 24, 2005 Members Report Share Posted December 24, 2005 A Montanha Atrás do Quebrado já é o meu favorito Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Administrator Posted December 24, 2005 Members Report Share Posted December 24, 2005 A Montanha Atrás do Quebrado já é o meu favorito Algo me diz que esse filme vai faturar horrores na região de Campinas e Pelotas (sorry folks, é apenas brincadeira). Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members bill Posted December 24, 2005 Members Report Share Posted December 24, 2005 A Montanha Atrás do Quebrado já é o meu favorito Algo me diz que esse filme vai faturar horrores na região de Campinas e Pelotas (sorry folks' date=' é apenas brincadeira). [/quote'] Olha que tem muita gente do sul aqui... Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Cavalca Posted December 25, 2005 Members Report Share Posted December 25, 2005 Vocês tem que falar assim: "A Montanha do Atrás-Quebrado" (© by Cavalca), pois fui eu que inventei esse! Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Administrator Posted December 25, 2005 Members Report Share Posted December 25, 2005 Vocês tem que falar assim: "A Montanha do Atrás-Quebrado" (© by Cavalca)' date=' pois fui eu que inventei esse! [/quote'] Tá bom, tá bom... "A Montanha do Atrás-Quebrado" (© by Cavalca). Cavalca novamente exigindo seus direitos...vamos ver uma outra situação em que ele fez isso... Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members -felipe- Posted December 25, 2005 Members Report Share Posted December 25, 2005 Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Administrator Posted December 25, 2005 Members Report Share Posted December 25, 2005 Voltemos ao assunto! Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Cavalca Posted December 25, 2005 Members Report Share Posted December 25, 2005 Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members throdo Posted December 25, 2005 Members Report Share Posted December 25, 2005 Achei isso no site do C&C:Brokeback Mountain - Um Amor Proibido (Brokeback Mountain' date=' EUA, Europa Filmes)[/quote'] Nossa mãe! Que nome mais cafona (vocábulo que se adequa perfeitamente ao estilo - e tipo - da pessoa que inventou uma bosta dessas). É sério, o nome já vai afastar mais gente do filme... Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Administrators Big One Posted December 26, 2005 Administrators Report Share Posted December 26, 2005 Onde está a ousadia, cadê as deliciosas bombas ? Reportagem interessante do The New York Times, sobre a safra atual de filmes. 24/12/2005 Onde foram parar as megabombas do cinema? O problema com Hollywood hoje em dia pode ser o fato de que os filmes não são tão ruins como poderiam ser A. O. Scott Crítico de cinema do NYT Aconteceu no último verão americano, com o ar sobrecarregado de ansiedade devido a uma aparente queda abrupta na bilheteria dos cinemas, com jornalistas e executivos de estúdio tentando entender porque parecia que menos pessoas estavam freqüentando as salas. A explicação mais óbvia --ou pelo menos a que achei mais razoável na época-- era a de que os filmes não eram bons o bastante. Mas agora que a temporada de elaboração de listas e especulação sobre prêmios está entre nós e diminuiu toda aquela polêmica sobre queda na bilheteria, eu me acho preocupado com uma questão levemente diferente, mas que tem algo a ver com tudo isso: E se o problema com Hollywood hoje em dia está no fato de que os filmes não são tão ruins como poderiam ser? "Batman Begins" é um filme típico de 2005: não empolga nem chega a ser medíocre Isso não quer dizer que não há filmes ruins o bastante. Pelo contrário. Nunca há escassez desse artigo, pode haver até mesmo abundância. O número de filmes criticados por The New York Times --os que são lançados em Nova York-- cresce a cada ano; em 2005 o número chegará a 600. Se considerarmos que tanto esforço humano esteja condenado à mediocridade --e gostem ou não, nós passamos a maior parte de nossas vidas num território mediano, amplo e indistinto da Curva de Bell-- não chega a surpreender que muitas dessas produções não sejam mesmo muito boas. Mas os filmes realmente ruins são aqueles que ostentam uma distinção especial, que se tornam membros de um clube do cânone negativo, num sétimo céu das anti-obras primas. É esse tipo de filme ruim --o desastre, a catástrofe, o desastre artístico profundo e absoluto-- que parece estar em fase de escassez. E essa não é uma notícia boa. Desastres e obras-primas, afinal de contas, freqüentemente surgem dos mesmos impulsos: uma ambição extravagante aqui, um risco irracional acolá, puro desplante, e uma sinérgica mistura de vaidade, antevisão e auto-engano. O menor erro de cálculo da parte do artista --ou da platéia-- pode fazer toda a diferença entre a adulação e a pixação mais debochada. Sendo assim, nesse império das realizações criativas, o pior não é apenas o oposto do melhor, mas também é seu vizinho. Nesse ano já surgiram vários candidatos para a lista dos 10 Menos (ou 30 ou 100 Menos), mas receio que nenhum dos filmes ruins seja realmente merecedor do título de "o pior". E isso pode explicar por que também há tão poucos que merecem ser chamados de melhores. A linha estreita que separa o terrível fracasso do sucesso estrondoso é o tema de "Os Produtores", que é bem exemplo de um desses filmes não-ruins-o-bastante do ano. Num certo momento do filme, os picaretas Max Bialystock e Leo Bloom, num raro momento de clarividência, sentam num escritório lotado de roteiros, devorando páginas numa busca obstinada pela peça mais horrorosa que possam encontrar. O plano deles de fazer uma fortuna rápida, persuadindo velhas ricas a financiarem uma "bomba", depende de encontrar um show que não seja apenas uma droga, mas que seja também algo terrível em dimensões transcendentais, históricas e mundiais. Mas o fracasso tão cuidadosamente planejado... fracassa: na noite de abertura de "Primavera para Hitler", a reprovação da platéia se transforma em deleite, quando o desajeitado exercício de apologia ao nazismo se transforma numa paródia inspirada, e o show vira um sucesso. Não chegam a ser maravilhosos nem terríveis Mas esse tipo de ambição que tanto pode levar à grandeza quanto à baixeza não é algo que Hollywood tenha muito interesse em estimular por esses dias. Os desastres históricos no passado cinematográfico --"Showgirls" "Heaven's Gate" (Portal do Paraíso) e "Duelo ao Sol"-- todos demonstram uma centelha de loucura que os mantém bem vivos na nossa memória. Um dos poucos filmes recentes que parecem pertencer a esse clube é o "Alexandre", de Oliver Stone, que inegavelmente é o registro da obsessão de seu realizador (e até um certo ponto a identificação) com o herói conquistador do mundo mostrado no filme. A estrutura narrativa não faz sentido; a motivação dos personagens principais é ao mesmo tempo enfatizada ao extremo e absurdamente opaca; é longo demais, ornado demais, verborrágico demais --tudo em excesso. Mas ninguém será capaz de chamá-lo de medíocre, ou acusar Stone de preguiça, indiferença ou de falta de envolvimento no projeto. Ao compartilhar o excesso de confiança de seu herói e se atrapalhando no processo, "Alexandre" se apresenta como uma anomalia da atualidade. Pois é muito mais comum ver filmes ambiciosos que parecem amarrados pelo excesso de precaução, com seus apelos mais ousados submetidos ao pudor, devido às exigências das convenções. "Gangues de Nova York" de Martin Scorsese, por exemplo, é um projeto tão intimamente ligado ao coração fanático de seu realizador quanto "Alexandre". Ali há muita ambição e grandiosidade, mas o que impede o filme de decolar é o enxerto de um caso amoroso típico de estrelas de cinema em sua caudalosa demonstração de violentas mudanças sociais. Fica difícil se envolver com os protagonistas românticos, mas mesmo assim a trama deles é levada ao primeiro plano, obscurecendo e truncando o esforço audaz do diretor para reanimar as sensibilidades históricas da tradição de um John Ford ou de um Luchino Visconti na paisagem urbana dos Estados Unidos no século 19. É certamente possível que, se Scorsese tivesse instalado a história real no centro de sua trama, "Gangues de Nova York" poderia ter sido um épico canhestro da grandeza de um "Portal do Paraíso" (de Michael Cimino). Mas "Gangues", do jeito que foi lançado, nunca correspondeu ao risco de suas intenções grandiosas e talvez incipientes. O filme fincou sua bandeira num território intermediário e foi recebido basicamente com um misto de suave decepção e admiração técnica. Uma reação similar --embora a decepção tenha sido mais intensa e a admiração mais mal humorada-- foi o resultado obtido por "Elizabethtown" de Cameron Crowe, que talvez tenha sido nesse ano o melhor exemplo de um filme que simultaneamente não chegou a ser nem tão maravilhoso nem tão terrível como poderia ter sido. As primeiras críticas dos que viram o filmes nos festivais de Veneza e Toronto relataram que o filme era um tremendo equívoco, um engano de lascar, mas até que assistível. Com um corte de cerca de 20 minutos, a versão que chegou aos cinemas há alguns meses era medíocre e confusa, com alguns lances de inspiração e longas seqüências de enche-linguiça. Uma parábola sobre fracasso e redenção --onde a falta de motivação profissional do herói é seguida pela descoberta de uma nova e excêntrica família postiça e também por um novo romance-- "Elizabethtown" patina num terreno mediano entre os tais elementos, esticando uma comédia romântica apenas adequada e suavizando a mistura empática de farsa e observação social. Evitando o risco E essa busca da adequação está em primeiro plano nos filmes de hoje em dia: eles devem ter sabor bem marcado, devem ser familiares e sem riscos. Vem daí que o fracasso desses filmes acaba sendo tão desinteressante quanto o sucesso deles. "Memórias de uma Gueixa", por exemplo, é bem bonito de se ver, mas também se torna monótono e cansativo, e só de imaginar como ele poderia ser mais lapidado --com mais paixão, mais loucura e uma investigação mais profunda da política sexual do mundo das gueixas-- poderíamos avistar a possibilidade de um autêntico "Showgirls" kabuki. "Memórias" nunca se eleva ao estado exaltado e operístico dos grandes melodramas porque evita cuidadosamente o risco de ser camp. A única seqüência verdadeiramente memorável --onde Gong Li, perturbada e de olhos arregalados, incendeia uma casa de gueixas-- simboliza exatamente o que o filme se recusa a fazer, ou seja, enlouquecer e correr o risco de se atrapalhar. E Hollywood, que já foi conhecida pelos excessos, chega agora ao ponto de abominar a insensatez. O que os franceses chamam de folies de grandeur --trabalhos feitos de loucura megalomaníaca, excessivos, barrocos, de estourar o orçamento-- corre o risco de extinção. Aventuras clássicas construídas com imprudência visionária --lembrem-se de Francis Ford Coppola gastando meses (e milhões) nas selvas das Filipinas produzindo "Apocalypse Now", de Warren Beatty e Dustin Hoffman encarando o deserto em busca do "Ishtar" de Elaine May, de Brian De Palma queimando dinheiro e luz diurna na "Fogueira das Vaidades"-- já têm a auréola de lendas antigas. E também são consideradas, dentro e fora da indústria cinematográfica, como aventuras a serem evitadas. Há um consenso geral de que no negócio é melhor ser disciplinado, responsável e prático. Mas o que dizer das platéias? Como as grand follies estão condenadas à extinção, também perigam aqueles prazeres culpados, debochados e ligados ao trash, que costumavam emergir com certa regularidade quando víamos a produção classe B desse gênero de entretenimento. Aqueles filmes ruins tão cultuados --feitos de "defeitos especiais", interpretações catastróficas e argumentos ridículos-- que eram exibidos com crueza e entusiasmo nos drive-ins e poeiras no território do cinema-B, incluindo ficção científica e quadrinhos em particular, mas também desenhos infantis e filmes de horror, agora dominam a lista das produções classe A, quem diria. São filmes que recebem os maiores orçamentos e as maiores atenções dos departamentos de pesquisa de mercado e de controle de qualidade das empresas produtoras. Há exceções à regra de sensatez, como a franquia bagaceira de "Saw" (Jogos Mortais) e de "Final Destination" (Premonição), filmes de horror para adolescentes. E há também alguns arrasa-quarteirões de determinados gêneros --"O Senhor dos Anéis" em especial-- que atingem um patamar de grandeza. Mas na maioria dos casos, as extravagâncias do passado se converteram em mediocridades estelares, caras e exaustivamente divulgadas, que cuidadosamente equilibram novidade e mesmice. "Batman Begins", "Quarteto Fantástico", "O Galinho Chicken Little", "Madagascar", "Plano de Vôo" e "Ameaça Invisível -Stealth" --a lista é enorme, incluindo todos esses filmes que não são ótimos nem terríveis, e que também não compensaram o dinheiro que neles foi investido. Claro que ser adequado não é nada mau. Na maior parte dos estúdios de Hollywood, ao menos, os padrões técnicos são altos de maneira geral, em parte porque os orçamentos também são altos. Cinqüenta ou cem milhões de dólares podem comprar muita competência. Num típico produto de estúdio, o roteiro irá seguir sem sobressaltos, a trilha sonora estará recheada de agradáveis canções pop, as estrelas terão um visual agradável, a luz irá realçá-los e uma revisão digital irá neutralizar qualquer infelicidade pendente. Eva Mendes e Will Smith têm uma aparência ótima em "Hitch", assim como Manhattan, que também parece bem agradável no recente "Prime". Os robôs de "Robots" tem um lustre tão vistoso quanto as penas do "Galinho Chicken Little", e os espectadores mais precoces terão prazer em identificar as estrelas de cinema que dublam as vozes engraçadas. Você não verá mais fios aparentes ou o boom do microfone vazando no alto da tela, e se for sortudo ainda ouvirá de novo James Brown em seu surrado "I Feel Good." O roteiro já terá sido devidamente trabalhado por um verdadeiro comitê, e mais tarde outro comitê irá se esfalfar na ilha de edição após colher os resultados das exibições para grupos testados. Nesse clima, os bons filmes tendem a ser filmes pequenos. Cada vez mais os estúdios delegam a ambição artística às suas divisões de produtos especiais, que têm orçamento modesto para produções sofisticadas, e as melhores delas ostentam a marca de exercícios de um cineasta sem maiores compromissos. A cada ano são esses filmes --a safra atual inclui "Brokeback Mountain", "Boa Noite e Boa Sorte", "Capote" e "A Lula e a Baleia"-- que lotam as listas de final de ano e as especulações pré-Oscar por parte dos críticos. Bom para eles. Mas para nós, nem tanto. Há cada vez menos filmes em produção que possam nos remeter ao estado de sair do cinema chocado e coçando os olhos, perguntando "Caramba, que diabos foi isso?" ou exigindo o dinheiro do ingresso de volta. E, precisamente pela mesma razão, cada vez menos temos a emoção de sair surpresos e excitados, prontos para rever o filme e incapazes de esquecer o que acabamos de assistir. Big One38712.0500115741 Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Sync Posted December 26, 2005 Author Members Report Share Posted December 26, 2005 Eu já tinha lido esse texto do A.O. Scott no UOL! Genial,não? Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Administrator Posted December 26, 2005 Members Report Share Posted December 26, 2005 Achei isso no site do C&C:Brokeback Mountain - Um Amor Proibido (Brokeback Mountain' date=' EUA, Europa Filmes)[/quote'] Nossa mãe! Que nome mais cafona (vocábulo que se adequa perfeitamente ao estilo - e tipo - da pessoa que inventou uma bosta dessas). É sério, o nome já vai afastar mais gente do filme... Tá parecendo aquelas traduções do SBT, em que "The O.C." vira "Um estranho no paraíso" Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members talgufi Posted December 26, 2005 Members Report Share Posted December 26, 2005 Quando o Rubens começará suas resenhas de filmes com chances no Oscar? Todo ano ele vai a Nova York assistir os filmes, mas até agora num vi nada na net. Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Recommended Posts
Join the conversation
You can post now and register later. If you have an account, sign in now to post with your account.