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Forum Cinema em Cena

Oscar 2006


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Nunca NINGUÉM aki no forúm já penssou na possibilidade de Brokeback Mountain ser um Sideways? Não é crítico que vota no Oscar!

Viram?? Não tá nada decidido ainda não!

Isso já está sendo discutido aqui e' date='  para ser sincero , eu sempre tive minhas dúvidas quanto ao Oscar de melhor filme .Aposto mais em melhor ator e roteiro adaptado do que em melhor filme e diretor . O vencedor de melhor filme nao é o que realmente seja o melhor filme do ano , e sim aqueles que o pessoal da Academia quer afirmar como valor máximo de produção de sua indústria .  

[/quote']

Mas a pergunta é: qual ?

É por isso que eu aposto em Brokeback Mountain. Porque não há outro! Vc acham mesmo que Walk The Line ou Good Night and Good Luck podem levar o Oscar? Este é tão polêmico e tão independente quanto BBM. Aquele ainda não levou um premio relevante. A não ser que a premiação dos sindicatos mostre esta tendência. Por enquanto, não vejo um adversário a altura de Brokeback Mountain.

Ano passado Sideways tinha dois pesos pesados na disputa: Scorsese e Eastwood. Nem Clooney, nem James Mangold (ou Jonnhy Cash) são páreo para Scorsese e Clint Eastwood. Por isso que apesar de ter levado todos os prêmios Sideways nunca foi considerado forte o suficiente para levar o Oscar de Melhor Filme.

Eu acho que os filmes que poderiam ter força para tirar o Oscar de Brokeback Mountain seriam Munique, Memorias de Uma Gueixa, The New Word, Jarhead. Mas todos ficaram pelo caminho.

 

Acho que se Brokeback levar vai ser por pura falta de concorrentes mesmo... Tudo que prometia pra esse ano acabou não dando certo...smiley5.gif

 

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Resultado do Village Voice Film Critics Poll:

 

Best Film

#

Artist/Title

Mentions

1

A History of Violence

668

59

2

2046

485

41

3

Kings and Queen

443

40

4

Grizzly Man

410

38

5

The World

393

37

6

Tropical Malady

389

38

7

The Squid and the Whale

382

37

8

Caché (Hidden)

378

33

9

The Holy Girl

260

27

10

Last Days

258

25

 

Best Performance

#

Artist/Title

Mentions

1

Heath Ledger, Brokeback Mountain

516

46

2

Philip Seymour Hoffman, Capote

342

31

3

Jeff Daniels, The Squid and the Whale

268

26

4

Emmanuelle Devos, Kings and Queen

192

18

5

Mathieu Amalric, Kings and Queen

188

17

6

Joseph Gordon-Levitt, Mysterious Skin

182

17

7

Viggo Mortensen, A History of Violence

170

16

8

Damian Lewis, Keane

158

16

9

Terrence Howard, Hustle & Flow

156

15

10

David Strathairn, Good Night, and Good Luck

132

14

 

Best Supporting Performance

#

Artist/Title

Mentions

1

Maria Bello, A History of Violence

282

26

2

Ziyi Zhang, 2046

246

23

3

Amy Adams, Junebug

202

19

4

Catherine Keener, Capote

164

16

5

William Hurt, A History of Violence

148

16

6

Michelle Williams, Brokeback Mountain

114

11

7

Laura Linney, The Squid and the Whale

94

10

8

Ed Harris, A History of Violence

90

9

9

Owen Kline, The Squid and the Whale

86

8

10

Frank Langella, Good Night, and Good Luck

76

7

 

Best Director

#

Artist/Title

1

David Cronenberg, A History of Violence

16

2

Wong Kar-wai, 2046

10

3

Jia Zhangke, The World

7

4

Michael Haneke, Caché (Hidden)

6

Arnaud Desplechin, Kings and Queen

6

Apichatpong Weerasethakul, Tropical Malady

6

7

Lucrecia Martel, The Holy Girl

5

8

Hou Hsiao-hsien, Café Lumière

3

Fatih Akin, Head-On

3

Claire Denis, The Intruder

3

Pawel Pawlikowski, My Summer of Love

3

Gregg Araki, Mysterious Skin

3

Terrence Malick, The New World

3

 

Best Screenplay

#

Artist/Title

1

Noah Baumbach, The Squid and the Whale

22

2

Roger Bohbot and Arnaud Desplechin, Kings and Queen

11

3

Josh Olson, A History of Violence

5

4

Dan Futterman, Capote

4

5

Larry McMurtry & Diana Ossana, Brokeback Mountain

3

Michael Haneke, Caché (Hidden)

3

Shane Black, Kiss Kiss, Bang Bang

3

Jean-Pierre Bacri & Agnes Jaoui, Look at Me

3

Miranda July, Me and You and Everyone We Know

3

10

Michael Rohatyn and Ira Sachs, Forty Shades of Blue

2

Craig Brewer, Hustle & Flow

2

Tony Kushner and Eric Roth, Munich

2

Pawel Pawlikowski with Michael Wynne, My Summer of Love

2

Gregg Araki, Mysterious Skin

2

Terrence Malick, The New World

2

Stephen Gaghan, Syriana

2

 

Best Cinematography

#

Artist/Title

1

Christopher Doyle, Kwan Pun-leung, and Lai Yiu-fai, 2046

28

2

Emmanuel Lubezki, The New World

12

3

Agnès Godard, The Intruder

6

4

Yu Lik-wai, The World

5.5

5

Mark Li Ping-bin, Café Lumière

4

Harris Savides, Last Days

4

7

Robert Elswit, Good Night, and Good Luck

3.3

8

Christian Berger, Caché (Hidden)

2

César Charlone, The Constant Gardener

2

Christopher Doyle, Eros

2

Ryszard Lenczewski, My Summer of Love

2

Steve Gainer, Mysterious Skin

2
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Mais uma lista de alto nivel. Esta, de altíssimo nível. Village Voice é outro patamar! ATÉ Lucrécia Martel figura na seleção. Já quanto aos oscarizáveis, Brokeback Mountain segue imbatível, mesmo nao estando entre os 10. Atentando para o grau de exigência empregado, o filme de Lee deve estar entre os 15! Fato que so vem atestar sua imensa qualidade, até porque está perdendo para obras mundialmente aclamadas pelas platéias mais requintadas e que disputam essas posições a tapa! Como medir a diferença entre Marcas da Violencia e Cache?

PS: Sera que A Lula e a Baleia pode vir em mais categorias, além de roteiro?

 

 

 

 

 

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E Marcas da Violencia? É impressão minha, ou esse filme está com força mesmo? Será que emplaca entre os cinco? Ortro fato bem alarmante: ausência de Match Point em quase todas as seleções. Se Woody Allen não é ovacionado pelos críticos cabeças do Village Voice, quer ganhar espaço na AMPAS? E Reitero meu entusiasmo em cima de A Lula e a baleia. Está cada vez mais possível Laura Linney ou Jeff Daniels. O que só mostra como essas categorias coadjuvantes estão emocionantes e imprevisíves. E se Maria Bello continuar assim, putz. Vai tomar de arroubo, mesmo, seu merecido OSCAR!

Abração.smiley32.gif

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FLORIDA FILM CRITICS CIRCLE

'Brokeback Mountain' accumulates accolades
By STEVE PERSALL, Times Film Critic
Published December 24, 2005


Ang Lee's revisionist western Brokeback Mountain was named 2005's best film by the Florida Film Critics Circle, and it corralled another three awards in the annual poll.

Lee's sensitive handling of a love story between two Wyoming cowboys also was honored as the year's best work by a director, for its screenplay by Larry McMurtry and Diana Ossana, and for Rodrigo Prieto's cinematography. No other films were multiple winners.

Brokeback Mountain is scheduled to open in select Tampa, St. Petersburg and Oldsmar theaters Jan. 6.

Actors portraying dead celebrities were popular among voters. Philip Seymour Hoffman's impersonation of author Truman Capote in Capote earned the best actor prize, and Reese Witherspoon's portrayal of country music legend June Carter in Walk the Line won best actress.

Amy Adams was named best supporting actress for playing a perky country bumpkin in Junebug, and Paul Giamatti's turn as a boxing manager in Cinderella Man won supporting actor.

The slapstick martial arts comedy Kung Fu Hustle was selected as best foreign language film. Wallace and Gromit in The Curse of the Were-Rabbit was chosen as best animated movie.

Werner Herzog's Grizzly Man, culled from the video diaries of doomed wildlife explorer Timothy Treadwell, was voted best documentary.

The critics tapped Terrence Howard for the Pauline Kael breakout performer of the year award, named for the late New Yorker film critic. Howard was selected for his acclaimed performances in Hustle and Flow, Crash and Get Rich or Die Tryin'.

 

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Achei isso no site do C&C:

Brokeback Mountain - Um Amor Proibido (Brokeback Mountain' date=' EUA, Europa Filmes)

smiley11.gif
[/quote']

Nossa mãe! smiley5.gif 

Que nome mais cafona (vocábulo que se adequa perfeitamente ao estilo - e tipo - da pessoa que inventou uma bosta dessas). É sério, o nome já vai afastar mais gente do filme...

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  • Administrators

Onde está a ousadia, cadê as deliciosas bombas ? Reportagem interessante do The New York Times, sobre a safra atual de filmes.

 

 

 

 

 

24/12/2005

 

Onde foram

parar as megabombas do cinema?

O problema com Hollywood hoje em dia pode ser o fato de que os

filmes não são tão ruins como poderiam ser

 


A. O. Scott

Crítico de cinema do

NYT

 

 

 

Aconteceu no último verão americano, com o ar sobrecarregado

de ansiedade devido a uma aparente queda abrupta na bilheteria dos cinemas, com

jornalistas e executivos de estúdio tentando entender porque parecia que menos

pessoas estavam freqüentando as salas. A explicação mais óbvia --ou pelo menos a

que achei mais razoável na época-- era a de que os filmes não eram bons o

bastante.

 

 

 

Mas agora que a temporada de elaboração de listas e especulação

sobre prêmios está entre nós e diminuiu toda aquela polêmica sobre queda na

bilheteria, eu me acho preocupado com uma questão levemente diferente, mas que

tem algo a ver com tudo isso: E se o problema com Hollywood hoje em dia está no

fato de que os filmes não são tão ruins como poderiam ser?

 

 

 

 

 

Warner Brothers Pictures via The New York Times  
"Batman Begins" é um filme típico de

2005: não empolga nem chega a ser

medíocre

 

 

Isso não quer dizer que não há

filmes ruins o bastante. Pelo contrário. Nunca há escassez desse artigo, pode

haver até mesmo abundância. O número de filmes criticados por The New York

Times --os que são lançados em Nova York-- cresce a cada ano; em 2005 o

número chegará a 600.

 

 

 

Se considerarmos que tanto esforço humano esteja

condenado à mediocridade --e gostem ou não, nós passamos a maior parte de nossas

vidas num território mediano, amplo e indistinto da Curva de Bell-- não chega a

surpreender que muitas dessas produções não sejam mesmo muito boas. Mas os

filmes realmente ruins são aqueles que ostentam uma distinção especial, que se

tornam membros de um clube do cânone negativo, num sétimo céu das anti-obras

primas. É esse tipo de filme ruim --o desastre, a catástrofe, o desastre

artístico profundo e absoluto-- que parece estar em fase de escassez.

 

 

 

E

essa não é uma notícia boa.

 

 

 

Desastres e obras-primas, afinal de contas,

freqüentemente surgem dos mesmos impulsos: uma ambição extravagante aqui, um

risco irracional acolá, puro desplante, e uma sinérgica mistura de vaidade,

antevisão e auto-engano. O menor erro de cálculo da parte do artista --ou da

platéia-- pode fazer toda a diferença entre a adulação e a pixação mais

debochada.

 

 

 

Sendo assim, nesse império das realizações criativas, o pior

não é apenas o oposto do melhor, mas também é seu vizinho. Nesse ano já surgiram

vários candidatos para a lista dos 10 Menos (ou 30 ou 100 Menos), mas receio que

nenhum dos filmes ruins seja realmente merecedor do título de "o pior". E isso

pode explicar por que também há tão poucos que merecem ser chamados de melhores.

 

 

 

 

A linha estreita que separa o terrível fracasso do sucesso estrondoso é

o tema de "Os Produtores", que é bem exemplo de um desses filmes

não-ruins-o-bastante do ano. Num certo momento do filme, os picaretas Max

Bialystock e Leo Bloom, num raro momento de clarividência, sentam num escritório

lotado de roteiros, devorando páginas numa busca obstinada pela peça mais

horrorosa que possam encontrar. O plano deles de fazer uma fortuna rápida,

persuadindo velhas ricas a financiarem uma "bomba", depende de encontrar um show

que não seja apenas uma droga, mas que seja também algo terrível em dimensões

transcendentais, históricas e mundiais.

 

 

 

Mas o fracasso tão cuidadosamente

planejado... fracassa: na noite de abertura de "Primavera para Hitler", a

reprovação da platéia se transforma em deleite, quando o desajeitado exercício

de apologia ao nazismo se transforma numa paródia inspirada, e o show vira um

sucesso.

 

 

 

Não chegam a ser maravilhosos nem terríveis

 

 

 

Mas

esse tipo de ambição que tanto pode levar à grandeza quanto à baixeza não é algo

que Hollywood tenha muito interesse em estimular por esses dias.

 

 

 

Os

desastres históricos no passado cinematográfico --"Showgirls" "Heaven's Gate"

(Portal do Paraíso) e "Duelo ao Sol"-- todos demonstram uma centelha de loucura

que os mantém bem vivos na nossa memória.

 

 

 

Um dos poucos filmes recentes

que parecem pertencer a esse clube é o "Alexandre", de Oliver Stone, que

inegavelmente é o registro da obsessão de seu realizador (e até um certo ponto a

identificação) com o herói conquistador do mundo mostrado no filme.

 

 

 

A

estrutura narrativa não faz sentido; a motivação dos personagens principais é ao

mesmo tempo enfatizada ao extremo e absurdamente opaca; é longo demais, ornado

demais, verborrágico demais --tudo em excesso. Mas ninguém será capaz de

chamá-lo de medíocre, ou acusar Stone de preguiça, indiferença ou de falta de

envolvimento no projeto.

 

 

 

Ao compartilhar o excesso de confiança de seu

herói e se atrapalhando no processo, "Alexandre" se apresenta como uma anomalia

da atualidade. Pois é muito mais comum ver filmes ambiciosos que parecem

amarrados pelo excesso de precaução, com seus apelos mais ousados submetidos ao

pudor, devido às exigências das convenções.

 

 

 

"Gangues de Nova York" de

Martin Scorsese, por exemplo, é um projeto tão intimamente ligado ao coração

fanático de seu realizador quanto "Alexandre". Ali há muita ambição e

grandiosidade, mas o que impede o filme de decolar é o enxerto de um caso

amoroso típico de estrelas de cinema em sua caudalosa demonstração de violentas

mudanças sociais. Fica difícil se envolver com os protagonistas românticos, mas

mesmo assim a trama deles é levada ao primeiro plano, obscurecendo e truncando o

esforço audaz do diretor para reanimar as sensibilidades históricas da tradição

de um John Ford ou de um Luchino Visconti na paisagem urbana dos Estados Unidos

no século 19.

 

 

 

É certamente possível que, se Scorsese tivesse instalado a

história real no centro de sua trama, "Gangues de Nova York" poderia ter sido um

épico canhestro da grandeza de um "Portal do Paraíso" (de Michael Cimino).

 

 

 

 

Mas "Gangues", do jeito que foi lançado, nunca correspondeu ao risco de

suas intenções grandiosas e talvez incipientes. O filme fincou sua bandeira num

território intermediário e foi recebido basicamente com um misto de suave

decepção e admiração técnica.

 

 

 

Uma reação similar --embora a decepção

tenha sido mais intensa e a admiração mais mal humorada-- foi o resultado obtido

por "Elizabethtown" de Cameron Crowe, que talvez tenha sido nesse ano o melhor

exemplo de um filme que simultaneamente não chegou a ser nem tão maravilhoso nem

tão terrível como poderia ter sido.

 

 

 

As primeiras críticas dos que viram o

filmes nos festivais de Veneza e Toronto relataram que o filme era um tremendo

equívoco, um engano de lascar, mas até que assistível. Com um corte de cerca de

20 minutos, a versão que chegou aos cinemas há alguns meses era medíocre e

confusa, com alguns lances de inspiração e longas seqüências de enche-linguiça.

 

 

 

 

Uma parábola sobre fracasso e redenção --onde a falta de motivação

profissional do herói é seguida pela descoberta de uma nova e excêntrica família

postiça e também por um novo romance-- "Elizabethtown" patina num terreno

mediano entre os tais elementos, esticando uma comédia romântica apenas adequada

e suavizando a mistura empática de farsa e observação social.

 

 

 

 

Evitando o risco

 

 

 

E essa busca da adequação está em

primeiro plano nos filmes de hoje em dia: eles devem ter sabor bem marcado,

devem ser familiares e sem riscos. Vem daí que o fracasso desses filmes acaba

sendo tão desinteressante quanto o sucesso deles.

 

 

 

"Memórias de uma

Gueixa", por exemplo, é bem bonito de se ver, mas também se torna monótono e

cansativo, e só de imaginar como ele poderia ser mais lapidado --com mais

paixão, mais loucura e uma investigação mais profunda da política sexual do

mundo das gueixas-- poderíamos avistar a possibilidade de um autêntico

"Showgirls" kabuki.

 

 

 

"Memórias" nunca se eleva ao estado exaltado e

operístico dos grandes melodramas porque evita cuidadosamente o risco de ser

camp. A única seqüência verdadeiramente memorável --onde Gong Li, perturbada e

de olhos arregalados, incendeia uma casa de gueixas-- simboliza exatamente o que

o filme se recusa a fazer, ou seja, enlouquecer e correr o risco de se

atrapalhar.

 

 

 

E Hollywood, que já foi conhecida pelos excessos, chega

agora ao ponto de abominar a insensatez. O que os franceses chamam de folies de

grandeur --trabalhos feitos de loucura megalomaníaca, excessivos, barrocos, de

estourar o orçamento-- corre o risco de extinção.

 

 

 

Aventuras clássicas

construídas com imprudência visionária --lembrem-se de Francis Ford Coppola

gastando meses (e milhões) nas selvas das Filipinas produzindo "Apocalypse Now",

de Warren Beatty e Dustin Hoffman encarando o deserto em busca do "Ishtar" de

Elaine May, de Brian De Palma queimando dinheiro e luz diurna na "Fogueira das

Vaidades"-- já têm a auréola de lendas antigas. E também são consideradas,

dentro e fora da indústria cinematográfica, como aventuras a serem evitadas. Há

um consenso geral de que no negócio é melhor ser disciplinado, responsável e

prático.

 

 

 

Mas o que dizer das platéias?

 

 

 

Como as grand follies

estão condenadas à extinção, também perigam aqueles prazeres culpados,

debochados e ligados ao trash, que costumavam emergir com certa regularidade

quando víamos a produção classe B desse gênero de entretenimento.

 

 

 

Aqueles

filmes ruins tão cultuados --feitos de "defeitos especiais", interpretações

catastróficas e argumentos ridículos-- que eram exibidos com crueza e entusiasmo

nos drive-ins e poeiras no território do cinema-B, incluindo ficção científica e

quadrinhos em particular, mas também desenhos infantis e filmes de horror, agora

dominam a lista das produções classe A, quem diria. São filmes que recebem os

maiores orçamentos e as maiores atenções dos departamentos de pesquisa de

mercado e de controle de qualidade das empresas produtoras.

 

 

 

Há exceções

à regra de sensatez, como a franquia bagaceira de "Saw" (Jogos Mortais) e de

"Final Destination" (Premonição), filmes de horror para adolescentes. E há

também alguns arrasa-quarteirões de determinados gêneros --"O Senhor dos Anéis"

em especial-- que atingem um patamar de grandeza.

 

 

 

Mas na maioria dos

casos, as extravagâncias do passado se converteram em mediocridades estelares,

caras e exaustivamente divulgadas, que cuidadosamente equilibram novidade e

mesmice. "Batman Begins", "Quarteto Fantástico", "O Galinho Chicken Little",

"Madagascar", "Plano de Vôo" e "Ameaça Invisível -Stealth" --a lista é enorme,

incluindo todos esses filmes que não são ótimos nem terríveis, e que também não

compensaram o dinheiro que neles foi investido.

 

 

 

Claro que ser adequado

não é nada mau. Na maior parte dos estúdios de Hollywood, ao menos, os padrões

técnicos são altos de maneira geral, em parte porque os orçamentos também são

altos. Cinqüenta ou cem milhões de dólares podem comprar muita competência. Num

típico produto de estúdio, o roteiro irá seguir sem sobressaltos, a trilha

sonora estará recheada de agradáveis canções pop, as estrelas terão um visual

agradável, a luz irá realçá-los e uma revisão digital irá neutralizar qualquer

infelicidade pendente.

 

 

 

Eva Mendes e Will Smith têm uma aparência ótima em

"Hitch", assim como Manhattan, que também parece bem agradável no recente

"Prime". Os robôs de "Robots" tem um lustre tão vistoso quanto as penas do

"Galinho Chicken Little", e os espectadores mais precoces terão prazer em

identificar as estrelas de cinema que dublam as vozes engraçadas.

 

 

 

Você

não verá mais fios aparentes ou o boom do microfone vazando no alto da tela, e

se for sortudo ainda ouvirá de novo James Brown em seu surrado "I Feel Good." O

roteiro já terá sido devidamente trabalhado por um verdadeiro comitê, e mais

tarde outro comitê irá se esfalfar na ilha de edição após colher os resultados

das exibições para grupos testados.

 

 

 

Nesse clima, os bons filmes tendem a

ser filmes pequenos. Cada vez mais os estúdios delegam a ambição artística às

suas divisões de produtos especiais, que têm orçamento modesto para produções

sofisticadas, e as melhores delas ostentam a marca de exercícios de um cineasta

sem maiores compromissos.

 

 

 

A cada ano são esses filmes --a safra atual

inclui "Brokeback Mountain", "Boa Noite e Boa Sorte", "Capote" e "A Lula e a

Baleia"-- que lotam as listas de final de ano e as especulações pré-Oscar por

parte dos críticos.

 

 

 

Bom para eles. Mas para nós, nem tanto. Há cada vez

menos filmes em produção que possam nos remeter ao estado de sair do cinema

chocado e coçando os olhos, perguntando "Caramba, que diabos foi isso?" ou

exigindo o dinheiro do ingresso de volta. E, precisamente pela mesma razão, cada

vez menos temos a emoção de sair surpresos e excitados, prontos para rever o

filme e incapazes de esquecer o que acabamos de assistir.

 

 

 

 

 

Big One38712.0500115741

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Achei isso no site do C&C:

Brokeback Mountain - Um Amor Proibido (Brokeback Mountain' date=' EUA, Europa Filmes)

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Nossa mãe! smiley5.gif 

Que nome mais cafona (vocábulo que se adequa perfeitamente ao estilo - e tipo - da pessoa que inventou uma bosta dessas). É sério, o nome já vai afastar mais gente do filme...

Tá parecendo aquelas traduções do SBT, em que "The O.C." vira "Um estranho no paraíso" smiley11.gif

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