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Forum Cinema em Cena

19 Dias de Horror


Jailcante
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When Animals Dream

 

Razoável “Carrie”  com "The Howling" dinamarquês, q busca fazer com lobisomens (no caso, uma “lobismulher”) o mesmo q “Deixe Ela Entrar” fez com vampiros. Qdo uma jovem retraída e bullyzada começa a sofrer transformações em seu corpo, descobre o passado oculto de sua família. Búúú! Td isso situado nos cafundós gélidos escandinavos. Na verdade é um filme simples, honesto e bem intencionado. Com boa fotografia e atuações corretas, é um filme q respeita a contento a mitologia licantrópica até o climax final. Contudo, sua previsibilidade (desnecessária pretensão em querer ser "americano") aliado ao ritmo um tanto moroso desabonem um tiquim esta obra. Mas se curte europeus, seu filme é este. 8/10

 

 

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Preservation 

 

Thriller de sobrevivência razoável, que entorna “Eden Lake”, “Black Rock” e "The Canion" , e insere elementos de “home invasion”, tipo “Os Estranhos” e, principalmente, do ótimo francês “Ils”. Aqui vemos dois irmãos e a noiva dum deles indo caçar numa reserva florestal, mas logo vão perceber q tem outro trio disposto a caçá-los tb. Bem feitinha e despretensiosa, a verdade é que esta produção é bem previsível, mas tem algumas reviravoltas e mensagens subliminares q a tornam interessante. Com atuações corretas, violência mais sugerida q mostrada, com ritmo e até bem divertida, o que me incomodou mesmo foi a lista enorme de momentos inverossímeis. Coisas q somente quem acampa ou se embrenha em áreas naturais sabe apontar incisivamente na película. 8/10

 

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 Visto A CHEGADA DO DIABO

 

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   Na trama, Felix (Francisco Barreiro) e Sol (Laura Caro) são um casal que levam seus dois filhos Sara (Michele Garcia) e Adolfo (Alan Martinez) para um passeio nas montanhas. Entretanto, as duas crianças acabam desaparecendo, mas reaparecem algumas horas depois após uma busca desesperada. Mas aos poucos, Sol começa a perceber que há algo de errado com os seus filhos. Teriam as crianças passado por algum tipo de trauma no tempo em que estiveram perdidas, ou será algo ainda mais sinistro e assustador?

 

  Boa surpresa do cinema de horror mexicano. É mais um da série "Será que há um demônio no corpo do meu filho?", mas apesar da premissa já batida, o filme é muito competente dentro daquilo que se propõe. O casal protagonista manda muito bem em seus respectivos papéis, dando credibilidade aquela relação, mostrando uma relação humana. Felix e Sol estão longe de serem um casal perfeito, tendo suas discussões e problemas conjugais normais, mas são carismáticos o bastante para ganhar nossa torcida. Infelizmente, o mesmo não pode ser dito das crianças, que terrivelmente mal dirigidas, não transmitindo o ar de ameaça que deveriam transmitir.

 

  O roteiro escrito pelo diretor Adrian Garcia Bogliano tem sacadas excelentes durante o primeiro ato da narrativa, ao apresentar os prenúncios da tempestade que esta prestes a atingir aquela família. A primeira menstruação da jovem Sara surge como indício claro de que vai dar merda, ao simbolizar o fim da "pureza" da garota. E é interessante também a escolha do diretor/roteirista ao intercalar as cenas de Felix masturbando Sol, com o momento em que seus filhos desaparecem dentro da caverna das montanhas, na clássica e sempre explorada ligação existente entre o sexo e o horror.

 

  Como diretor. Adrian Garcia Bogliano se mostra um profissional ainda um pouco irregular. O cineasta decididamente sabe conceber um quadro de impacto, como aquele que mostra Sol e Felix sujos de sangue abraçados no chuveiro, ou a sequência em que vemos a babá Marcia (Barbara Perrin Rivemar) ser influenciada pelas forças demoníacas que cercam Sara e Adolfo, com a moça em primeiro plano tendo seus olhos ficando brancos, enquanto as crianças estão sentadas no sofá em segundo plano. Mas Bogliano parece tomar algumas atitudes durante o filme que não fazem sentido algum, como aplicar zoom-ins em momentos que absolutamente não fazem sentido, e que arrancam o publico da narrativa.

 

  No geral, apesar de uma escorregada ou outra em alguns momentos, A CHEGADA DO DIABO é um bom exemplar do gênero. Vale a conferida, mas sem muito compromisso.

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 Visto THE SCAREHOUSE

 

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    Na trama, Corey Peters (Sarah Booth) E Elaina Forresters (Kimberly Sue Murray) são duas amigas que após passarem dois anos na cadeia, abrem uma "Casa do Horror" no Dia das Bruxas, e enviam convides para suas antigas colegas de fraternidade. O que essas garotas não sabem, é que Corey e Elaina planejam uma terrível vingança acontra elas, por terem sido apontadas como as únicas responsáveis por um trote da fraternidade que acabou resultando na morte de um estudante. 

 

  Torpure Porn de baixo orçamento divertidinho, que tem o bom senso de não se levar a sério demais, pincelando os oitenta e pouco minutos da narrativa com bem vindas doses de humor negro. A dupla principal é carismática e tem um bom timing, conseguindo fazer com que aquelas garotas ganhem a nossa torcida, mesmo que sejam duas assassinas sádicas. As torturas que as duas vingativas moças bolam para as suas vítimas são criativas e morbidamente hilárias, como a envolvendo uma loira gostosa toda recauchutada, ou outra envolvendo travesseiros e acido em pó.

 

  Confesso que senti falta de um gore um pouco mais pesado em alguns momentos, coisa que acredito, teria feito o filme ganhar bastante. Com medo talvez de lançar uma atmosfera sombria demais sobre as suas "heroínas", o diretor não permite que o sofrimento de suas vítimas seja explorado ao máximo pela câmera, exemplificado aqui na cena em que uma das vítimas tem as unhas arrancadas.

 

  O roteiro escrito pelo diretor Gavin Michael Booth, marido de uma das protagonistas é bem reto no que diz respeito a trama em si, guardando uma reviravolta final que até soa necessária, mas pouco impactante. Entretanto, os diálogos são bastante afiados e irônicos, e algumas situações surpreendem, como o momento em que uma das vítimas da mais trabalho do que as garotas esperavam, dando uma boa sova em suas algozes até que as duas consigam domina-las.

 

  Apesar de sua curta duração entretanto, senti alguma barriga no roteiro. A ação principal passada na "Casa Do Horror" é entrecortada por flashbacks que mostram o antes e o durante do incidente que mandou Corey e Elaina para a cadeia. O problema é que esses flashbacks não acrescentam absolutamente nada a qualquer um dos personagens ou a narrativa em si. São completamente redundantes, e parecem ter sido filmados só por que o diretor precisava completar a minutagem do filme (Por outro lado, são nesses flashbacks que vemos algumas das atrizes mais a vontade :D ).

 

  No geral, THE SCAREHOUSE é um filme simples, que apesar de ter alguns momentos de tensão, é feito mais para divertir do que para provocar suspense ou medo. O gore está presente e é bem feito. mas a proposta permitia um gore mais intenso, que acabou não rolando. Mas eu me diverti com o filme. Vale a pena conferida, desde que não se espere grande coisa.

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What We Do in Shadows

Divertidissimo este criativo mockumentary neozelandês que, com jeitão de "Bruxa de Blair", entorna o polanskiano "Dança dos Vampiros" com um humor que evoca o do Monthy Phyton, e o pouco conhecido belga "Vampires". Aqui acompanhamos uma equipe documentando um ninho de sanguessugas, seus hábitos, relações com os humanos (e lobisomens!) e como lidam com a modernidade. Na verdade, o estilo falso documentário colabora pra esta baixa produção dar certo pois mantem o interesse do inicio ao fim, e dá margem pra abordar todos aspectos da mitologia vampírica assim como homenagear clássicos do gênero, como "Nosfertau", "Drácula do Stoker" ,"Lost Boys", "Blade" e até "Crepúsculo". Repleto de gags, tiradas certeiras e humor besteirol mesmo, o longa se beneficia em seus enxutos 80min da impagável performance de seu quarteto protagonista, em especial Taika Waititi, como o vampiro boiola. É uma produção simples e despretensiosa, um "terrir" eficiente com humor superficial feito pra entreter e, por isso, muito recomendado. PS: atente pra divertida cena pós-créditos. 9,5/10

 

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 Estranho SOTO, aqui tá abrindo.

 

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  Filme bem interessante, que misturando cenas de ficção com depoimentos dos "personagens reais", explora a lenda urbana do "Povo Das Sombras". O filme é competente em utilizar os poucos recursos que tem para criar uma trama que prende a atenção até o seu desfecho, e realmente conseguiu me passar a sensação de que tudo aquilo aconteceu. Em resumo, SHADOW PEOPLE vale a conferida.

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Found

Terrorzão slasher e intimista dos bons este independente de baixíssimo orçamento que bebe da fonte de "Dexter" e "Deixe Ela Entrar" e o transpõe a "Stand By Me" . Na fita, vemos as terriveis consequencias que resultam qdo um moleque descobre que seu irmão maior é um brutal serial killer..será que ele guarda segredo ou não? O filme é tenso pq vemos tudo da ótica do moleque e as cenas de impacto realmente surtem efeito. Pesado, com gore de dar gosto e ritmo meio moroso, o destaque é a dupla de jovens atores principais, q tem uma quimica que só favorece a verossimilidade do filme, que no fundo trata da incerteza/amadurecimento da adolescencia num lar disfuncional em embalagem slasher oitentista. Eis uma surpresa que passou desapercebida e, de forma discreta, apresenta um dos desfechos mais impactantes dos últimos anos. Recomendadíssima aos amantes do gênero a despeito dos poucos defeitos técnicos. 9/10

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 Visto NATAL DIABÓLICO

 

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   Bom thriller de horror oitentista sobre um papai noel psicótico. Assim como o posterior NATAL SANGRENTO, esta produção é contada quase toda do ponto de vista do Noel lunático, mas diferente do filme anteriormente citado, NATAL DIABÓLICO trata-se muito mais de um suspense psicológico do que um horror baseado na violência, até por que as cenas de morte são bem poucas. O protagonista, vivido por competência por Brandon Maggart é um personagem simpático, um cara do bem que tem muitos problemas, e que quando finalmente enlouquece de vez, passa a acreditar fervorosamente que o que está fazendo é bom (e em alguns casos é mesmo, como a "doação" para as crianças deficientes de um hospital).. Diferente de outros noeis assassinos, Para Harry, recompensar os "bonzinhos" é tão importante quanto punir os "levados". Ao mesmo tempo em que oferece boas cenas de suspense, como a visita de Harry á um clube de família, a narrativa também nos oferece momentos tragicômicos para nos dar a dimensão de quão louco este homem está, como a cena em que travestido de Papai Noel, o personagem de Maggart tenta realmente invadir uma casa descendo pela chaminé.

 

 Em resumo, NATAL DIABÓLICO é um filme bem diferente dos filmes de natal de horror habituais. É uma pequena fábula de suspense sobre o mundo realmente querer ou não um papai noel, uma figura que se certifica de que quem foi bom seja recompensado e quem foi mal seja punido. Esta longe de ser excelente, mas merecia ser um pouco mais conhecido do que é.

 

PS: Espero que desta vez o cartaz abra, embora aqui eles estejam abrindo normal.

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 Visto CONFISSÕES

 

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     Na trama, no ultimo dia de aula de uma escola, a Prof.ª Yoko Moriguchi (Matsu Tasako) revela aos seus alunos que está deixando a carreira de professora, mas mais do que isso, ela conta que sua filha pequena, morta no ano anterior afogada na piscina, não morreu por acidente, mas foi sim assassinada por dois alunos daquela classe, Yuko (Yoshino Kimura) e Shuya (Yukito Nishit). O que se segue é um arrojado plano de vingança da professora, que revelara segredos do passado, ao mesmo tempo em que levara a sanidade dos assassinos de sua filha ao limite.

 

  Baita Thriller psicológico japonês de vingança, CONFISSÕES conta com um roteiro bastante instigante, um elenco afiado e uma direção inspirada. A narrativa já consegue prender a nossa atenção desde a sua sequência de abertura, que mostra o discurso de despedida da professora para os seus alunos. Ali, mutos dos temas aos quais o filme se propõe a discutir em menor ou maior grau são expostos, como o bullying, a questão da idade penal, e a ignorância dos jovens em relação a assuntos como a Aids, mesmo em plena era da informação. Todos estes assuntos voltam a tona sem soarem didáticos ou panfletários durante toda a projeção de CONFISSÕES.

 

  O filme ganha pontos também por mudar o ponto de vista em que a história esta sendo contada em diversos momentos, mas sem nunca perder o foco narrativo por causa disso. O projeto também se destaca através de sua condução visual, em um admirável trabalho do diretor Tetsuya Nakashima, que usa muito bem a montagem paralela e leves slow motions para reforçar os momentos mais dramáticos da produção, criando belos e perturbadores quadros, como aquele em que mostra Shuya na infância andando em meio a bolhas de sabão enquanto uma de suas orelhas sangra.

 

  No geral, vale muito a pena conferir CONFISSÕES. Leva a minha recomendação.

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 Visto FOUND

 

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  Na trama, Martin (Gavin Brown) é um garoto aficionado por filmes de terror que descobre que seu irmão mais velho Steve (Ethan Philbeck) é um serial killer. Tendo que conviver com o peso deste segredo, Martin tenta evitar que seu irmão descubra que ele saiba de seu sombrio segredo, ao mesmo tempo em que começa a ser influenciado por Steve.

 

  Bom, devo dizer que diferente do SOTO, não achei o filme tudo isso. A premissa é pra lá de interessante, e o foco intimista da narrativa, que opta por dar mais importância ao impacto psicológico que a descoberta de Martin tem em sua vida, do que á um simples jogo de gato e rato entre os dois irmãos é o que dá o diferencial da produção, sendo uma decisão louvável e corajosa. Mas não é o bastante. A direção do filme é bem frouxa, e não consegue dar real intensidade ao material que tinha. As cenas de violência juvenil, que deveriam ser aquelas que nos fariam sentir o quanto o protagonista está sendo afetado pela influência do irmão soam completamente fakes, atrapalhando muito a imersão do publico. E se a dupla principal de fato está muito bem em seus respectivos papéis, o mesmo não pode ser dito por seus papéis, vividos por seus respectivos intérpretes de forma quase caricatural, contrastando negativamente com a atuação mais naturalista dos dois atores mais jovens. Quanto ao final, acho que ele está bem longe de ser "Um dos desfechos mais impactantes dos últimos anos", pelo menos a mim não impressionou.

 

  Não que FOUND seja um filme ruim, pois não é. Ele possui muitos bons momentos. A maior parte do gore do filme não ocorre de fato no filme, e sim em um filme chamado "Headless" que a certa altura Martin assiste com um amigo, só para descobrir que este filme influenciou o modus operandi de seu irmão. É uma sequência eficiente pra caramba, pois ao mesmo tempo que é gráfica pra caramba, pois o gore do filme dentro do filme é de fato repulsiva, ela também permite que a imaginação do publico voe ao pensar até que ponto Steve copiou as ações do filme, pensamento que infelizmente é verbalizado de forma didática por Martin em seus Offs excessivos.

 

  No geral, é um bom filme e vale a conferida, mas que podia ter sido muito melhor do que de fato é se tivesse uma direção mais segura, e um elenco de apoio melhor para a dupla de protagonistas. E uma cortada em alguns Offs do protagonista também não fariam mal.

 

 PS: SOTO, não pesquei a ligação que você fez com CONTA COMIGO. 

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A Mulher de Preto 2

Sequência mais que desnecessária dum filme já meia-boca. Aqui os eventos se passam 40 anos após a produção anterior, durante a 2ª Guerra Mundial, onde um grupo de crianças é evacuado da capital se refugia adivinha aonde??? Acertaram, na mansão assombrada filme anterior! Bem feitinho tecnicamente (fotografia, principalmente) e remetendo aos antigos filmes clássicos da Hammer, a pelicula mostra-se bem preguiçosa noutros aspectos, principalmente no roteiro, repleto de sustos fáceis. Com boa atuação do elenco mirim, taí uma sequencia inutil q tenta em vão ser o novo "Labirinto do Fauno" ou "O Orfanato" , mas no final é um produto facilmente esquecivel e que não traz nenhuma novidade. 6,5/10

 

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 Visto MORTOS DE FOME

 

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    A trama passada em 1848, acompanha Boyd (Guy Pearce) que após cometer um ato de covardia durante a guerra mexicana-americana, que ironicamente acabou dando a vitória ao seu exército, é exilado em um isolado posto militar. comandado pelo Coronel Hart (Jeffrey Jones). Durante uma noite fria de neve, surge no posto o misterioso Colquhorn (Robert Carlyle) que conta sobre como o grupo de expedicionários do qual fazia parte ficou preso em uma caverna após uma nevasca, recorrendo ao canibalismo para sobreviver. O Coronel Hart monta uma equipe para procurar possíveis sobreviventes do incidente. Entretanto, tal missão se revelara uma ameaça mortal para todos os presentes no posto militar.

 

  Thriller de horror noventista bastante eficiente, e até certo ponto original, trazendo atores talentosos como Guy Pearce e Robert Carlyle a frente do elenco, um ótimo trabalho de direção de Antônia Bird, um roteiro interessante, que explora de forma assustadora o mito indígena do Wendigo, gore na medida certa, que não se priva de mostrar o que tem que mostrar, mas que também não é exibido em excesso, e ainda de brinde nos entrega um contundente (mas não panfletário) subtexto político, fazendo um paralelismo claro entre o canibalismo e a ação americana no conflito com o México.

 

  A condução que a diretora Antônia Bird dá ao filme é digna de aplausos. A cena de abertura, em que Boyd é condecorado por sua "bravura" durante um almoço entre líderes militares, enquanto grandes fatias de bife são postas na mesa, causando grande desconforto ao soldado é uma excelente introdução tanto ao protagonista, quanto a temática que permeara o filme todo. A cineasta manda bem também nas sequências de maior ação, como naquela em que o protagonista fugindo por sua vida, rola uma enorme ladeira juntamente com um cadáver. 

 

 O paralelismo que o filme faz entre o canibalismo e a ação americana no conflito com o México, que terminou com os Estados Unidos anexando boa parte do território mexicano ao seu próprio. Assim, sutilmente ouvimos os canibais defendendo as suas ações através de citações de famosos defensores do "Destino Manifesto", ao mesmo tempo em que a já citada cena de abertura em que os líderes militares desfrutam de suculentos bifes também pode ser vista como parte desta alegoria.

 

  No geral, MORTOS DE FOME é um ótimo filme de horror, que faz uma reconstituição visual bastante acurada da época, possuindo atuações fortes e precisas de seu elenco (especialmente Pearce e Carlyle) e gore garantido pra quem curte. Uma trama que prende do início ao fim. Vale muito a conferida.

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 Visto ROTA DA MORTE

 

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  Na trama, na noite de natal, a família Harrington viaja de carro para passar o feriado com parentes. O patriarca Frank (Ray Wise) resolve pegar um atalho por um trecho deserto da estrada. Durante o trajeto, a família é parada por uma misteriosa mulher de branco (Amber Smith) parecendo confusa e carregando um bebê nos braços. O surgimento desta misteriosa mulher é o começo de um terrível e inexplicável pesadelo para os Harrington, que tentarão a todo custo sair da estrada sem fim em que se meteram.

 

  Devo confessar que não curti muito este road movie de horror, que traz em sua narrativa doses generosas de humor negro bem mal empregado. Eu não tenho nada contra o uso de humor em filmes de horror, mesmo em grandes quantidades como acontece aqui. Mas se pra se fazer comédia é preciso timing, fazer comédia inserida em um cenário de puro terror é necessário um timing maior ainda, coisa que infelizmente nem o roteiro e nem a direção do filme tem

 

  A família Harrington está longe de ser uma família perfeita, e todos os presentes no carro tem um segredo a esconder. Como era de se esperar, a pressão decorrente da bizarra situação em que se envolvem, e das inevitáveis mortes fazem com que um a um estes segredos comecem a vir a tona. Mas praticamente todas estas revelações surgem em um clima de comédia quase pastelão, que não só não causa impacto emocional ou maior preocupação do publico com aqueles personagens, como as próprias situações não são lá muito engraçadas.

 

  Valendo-se também da universal lenda urbana da Mulher de Branco, a produção não consegue dar a real importância a esta figura mítica, que é o mais próximo da figura de um vilão que o filme nos apresenta. Em um filme em que a direção não é lá das mais inspiradas, e não se tem protagonistas ou antagonistas interessantes pra se acompanhar, não sobra lá muita coisa pra se gostar.

 

  Feito com visível baixo orçamento, os realizadores também não são muito hábeis em esconder este fato. Por exemplo, há certa altura, os personagens começam a encontrar corpos que estariam horrivelmente retorcidos. A câmera não nos mostra isso, ficando muito claro que a ideia surgiu no roteiro para causar impacto visual (já que o filme não perderia absolutamente nada se os tais corpos não aparecessem, inclusive ganharia a meu ver) mas que na hora de fazer a coisa, a grana não deu.

 

  ROTA DA MORTE tenta apostar a maioria das suas fichas em cima da inexplicável situação em que a família se encontra, mas como o filme não se leva muito a sério, não dá pra se envolver muito naquele mistério, e a resolução final soa bem frouxa, com os roteiristas, dando insights nos segundos finais do filme, forçando goela abaixo do publico o conceito de "múltiplas interpretações".

 

 Apesar de ser um filme que virou cult nos últimos anos, comigo ROTA DA MORTE não rolou. Não funciona como exercício de suspense, e também não funciona como terrir.

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Burning Bright

Thriller de suspense dos bons que, com orçamento (e cara) de telefilme, faz o que muito blockbuster abonado não consegue: manter de forma criativa altos niveis de tensão por toda projeção. E olha que o enredo deste indie é pra lá de surreal, vai vendo: casal de irmãos fica presa dentro de casa na passagem dum furacão, na cia dum tigre-de-bengala(!?) solto e faminto!!! Noutras um versão "survival" de "Esqueceram de Mim" . O legal é que a gente se importa com os personagens (interpretados corretamente), q fazem da casa um verdadeiro labirinto de modo a fugir do gatinho listrado, e o q poderia resultar monótono num único cenário fica realmente claustrofóbico e agoniante. Outro acerto foi colocar um tigre de verdade ao invés dum fake de CGI, tornando mais crivel as sequências de ataque. Quiçá com orçamento maior o diretor tivesse feito um filmaço, apurando alguns detalhes técnicos e feito algumas concessões, tipo o desfecho bem previsivel e desnecessário. No mais, vale muito a conferida, com destaque disparado pra cena do "tubo de roupa suja". 9/10

 

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 Parece bem interessante esse ai SOTO. Devo dar uma conferida.

 

 Visto FEAR CLINIC

 

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   Na trama, o Dr. Andover (Robert Englund) cria uma câmara de isolamento que permite que pacientes fóbicos encarem seus medos através de alucinações, curando-se assim de suas fobias. Quando vários pacientes de Andover, que um ano antes sobreviveram a um massacre em uma lanchonete cometido por um atirador desconhecido, começam a sofrer de alucinações, todos retornam a clínica do medo para se consultar com o médico. Mas Andover parece relutante em voltar a usar a câmara, depois que uma paciente morreu durante uma de suas sessões.

 

  Baseado em uma web série recente (que não assisti) FEAR CLINIC tem idéias bastante interessantes em sua concepção, misturando idéias dignas de David Cronenberg, como os temores e obsessões dos personagens se manifestando literalmente na carne, com um conceito que lembra levemente a franquia PREMONIÇÃO onde uma entidade passa a perseguir aqueles que escaparam dela (troque aqui a Morte pela própria encarnação do medo). Todas idéias bem bacanas, mas que são postos na tela de forma muito mal organizada, provocando mais confusão do que medo ou tensão.

 

  O elenco é encabeçado por Robert Englund, o eterno Freddy Krueger. Pessoalmente, eu acho Englund um ator bastante talentoso, mas que nunca deu muita sorte na carreira, já que nunca fez um filme realmente bom fora da franquia do assassino das garras. Se alguém viu, por favor, diga. E não por culpa do ator, pois aqui, Englund está muito bem como o atormentado Dr. Andover, um cara que realmente se preocupa com o bem estar de seus pacientes, e que diferente da maioria dos cientistas loucos do gênero, reconhece o perigo que sua própria criação representa. Outro destaque no elenco é Fiona Dourif, que recentemente estrelou o ultimo exemplar da franquia "Brinquedo Assassino". Aqui ela vive Sara, que acaba assumindo a liderança dos pacientes. Não é um grande personagem, mas o carisma da atriz segura a onda.

 

  Se FEAR CLINIC é prejudicado por um roteiro confuso, pelo menos o design de produção merece elogios. A "Câmara do Medo" aonde Andover trata os seus pacientes parece uma mistura de caixão com maquina de tortura, sendo assustadora o bastante por si só. A maquiagem merece elogios também, principalmente no que diz respeito a bizarra criatura que surge no 3º ato, remetendo a criaturas dos filmes do horror cósmico oitentista, como HELLRAISER 2 ou DO ALÉM de Stuart Gordon. Pena que não seja dado mais trabalho para o pessoal da maquiagem, já que muitas vezes o diretor prefere optar pelo caminho mais fácil (e fake) do CGI.

 

  No geral, FEAR CLINIC parte de uma excelente ideia e de um conceito surrealista pra lá de interessante, mas que infelizmente não soube ser executado. Não foi dessa vez que eu assisti um filme bom de Robert Englund sem a maquiagem de Freddy Krueger.

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Visto O ABUTRE

 

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   Na trama, Louis Bloom (Jake Gyllenhaal) é um homem ambicioso que esta tendo dificuldade em arranjar um emprego. Certo dia, ao testemunhar um acidente de trânsito, Louis percebe que o jornalismo criminal independente pode ser um excelente negócio. Assim, Bloom começa a vagar pelas ruas de Los Angeles a noite, em busca dos crimes e acidentes mais sangrentos possíveis, para poder vender as imagens para as emissoras de TV. Sendo inicialmente bem sucedido, o rapaz decide que com certa estratégia, pode aumentar as possibilidades de suas "Peças".

 

  Dirigido e escrito pelo estreante Dan Gilroy, O ABUTRE mostra-se um ótimo thriller psicológico, que expõe o submundo da mídia policial, onde valores humanos e ética jornalistica são atirados pela janela em nome da melhor imagem que vai render a melhor história. Jake Gyllenhaal está excelente como o esperto e ambicioso Louis Bloom. O cinegrafista trata a sua vida toda como um grande negócio, desde as interações humanas até as profissionais, tudo é friamente calculado pelo protagonista. Gyllenhall nos entrega aqui um personagem cheio de camadas, que parece carismático e articulado em sua superfície, mas que na verdade é um ser extremamente anti social, que se comunica através de frases prontas, decoradas. Realmente, mais uma ótima atuação para o currículo deste talentoso ator.

 

  Embora domine o filme, Gyllenhaal é acompanhado por um ótimo elenco de apoio. Rene Russo interpreta aqui Nina, uma produtora tão ambiciosa quanto Louis, e que parece saber manipular o publico, também não estando muito preocupada com questões éticas ou morais. Essa avidez da personagem por "sangue" acaba tornando-a a parceira perfeita (e eventual presa) para Bloom. Destaco na participação de Russo a ótima cena em que ela dirige os ancoras do telejornal "Pinga Sangue" que produz, enquanto é observada com admiração por Louis. O ator britânico Riz Ahmed também tem uma participação interessante como Rick, o ajudante de Louis, que vai ficando cada vez mais horrorizado á medida que os planos midiáticos do patrão vão ficando mais perturbadores, enquanto Bill Paxton tem uma pequena, mas importante participação como um cinegrafista rival que surge no caminho do protagonista.

 

  O roteiro escrito pelo diretor é bastante eficiente tanto como estudo de personagem, quanto como comentário social. Por exemplo, as imagens que Louis obtém de crimes e acidentes ocorridos em bairros pobres ou com pessoas desfavorecidas, não interessam muito as redes de televisão. Mas basta o rapaz aparecer com a imagem de um assalto residencial ocorrido em um bairro nobre de Los Angeles para que os jornalistas entrem em frenesi. Assim O ABUTRE coloca o dedo na ferida não só do jornalismo pinga sangue, mas também daqueles que o consomem.

 

 A parte técnica do filme também esta de parabéns. Filmado na maior parte do tempo no digital, a fotografia do filme lembra muitas vezes as imagens dos filmes de Michael Mann, ao retratar uma Los Angeles praticamente viva a noite, mesmo que as ruas estejam desertas na maior parte do tempo. As poucas cenas diurnas parecem ter sido filmadas com película, o que dá uma bela diferenciada nos dois ambientes que Louis habita. A montagem também revela-se outro grande trunfo do filme, passando a sensação de urgência e agilidade que a busca incessante do protagonista por notícias trágicas requer.

 

  No geral, chocante mais pela indiferença dos personagens á violência do que pela violência em si, O ABUTRE é um bom suspense dramático, versando com inteligência sobre as podreiras da mídia, e com uma excelente atuação de seu protagonista. Vale a conferida.

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Lemon Tree Passage

Terror indie australiano bem fraquinho que bebe da fonte de "estradas malditas", tipo "Dead End", "Wind Chill" e filipino "The Road". Neste aqui acompanhamos as desventuras dum quinteto de jovens disposto a verificar a veracidade duma lenda urbana referente a uma estrada mal assombrada. Na boa, esta produção é bem genérica, não aporta nada de novo ao gênero, além de ser meio confusa até. Bem feitinho pro orçamento e com atuações corretas, eis um filme bem esquecivel, recomendado apenas se não tiver nada mais pra assistir. E beeeem inferior aos citados logo no inicio. 6/10

 

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 Visto O ABRIGO

 

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    Na trama, quando Nova York é atingida por um ataque nuclear, alguns poucos sobreviventes se refugiam em um abrigo anti nuclear localizado no subsolo do prédio onde moravam. Presos no local, ameaçados por um misterioso grupo de soldados em roupas isolantes do lado de fora, os poucos sobreviventes terão que aprender a conviver em um ambiente insalubre, onde a comida e a água são coisas escassas, e a tensão é constante.

 

  Thriller pós apocalíptico dirigido por Xavier Gens, responsável pelo competente A FRONTEIRA, este filme mais recente do cineasta francês revela-se um muito bem conduzido retrato da degradação da sociedade e civilidade do ser humano quando a sobrevivência é ameaçada e os fatores que compõem o verniz da comunidade já não mais existem. Claramente influenciado pela obra de cineastas como George Romero (especialmente pelo pequeno clássico O EXERCITO DO EXTERMÍNIO) O ABRIGO também possuí um certo cunho político inserido em seu conto de degradação humana, tendência que o diretor já havia apresentado no já citado A FRONTEIRA, mas que aparece aqui de forma levemente mais discreta, surgindo mais como um convite a interpretação do que uma declaração.

 

  O roteiro escrito a quatro mãos é competente por ir apresentando as ameaças enfrentadas pelos personagens em níveis. Se nos primeiros minutos, o medo maior é o de contaminação por radiação e o de terem sido soterrados e não serem encontrados, logo esse temor é substituído pelo medos dos misteriosos homens de uniforme branco, cuja nacionalidade, ligação com o ataque nuclear, ou os reais objetivos nunca são esclarecidos. E é claro, chega o momento em que os próprios sobreviventes passam a ser uma ameaça maior uns para os outros do que qualquer soldado de branco ou envenenamento radioativo.

 

  E é essa degradação dos personagens que é o ponto de maior interesse do filme pela forma com que o diretor coloca isso na tela. Se inicialmente Marilyn (Rosanna Arquette) nos é apresentada como uma dedicada mãe solteira, o decorrer da história reduz a personagem a uma figura triste e patética, esmagada pela doentia "sociedade" surgida no abrigo. Outro personagem que sofre uma terrível transformação é Josh (Milo Ventimiglia) que surgindo inicialmente como um rapaz ranzinza, mas capaz de atos de compaixão, especialmente pelo irmão Adrien (Ashton Holmes) o rapaz vai ficando mais e mais monstruoso á medida em que a narrativa avança, o que é representado fisicamente inclusive.

 

  Talvez o único personagem que permaneça reto do começo ao fim do filme é Mickey, o zelador do prédio e dono do abrigo, vivido com intensidade por Michael Biehn, o eterno Kyle Reese de O EXTERMINADOR DO FUTURO. É neste personagem que se encontram os maiores contornos políticos do filme. Retratado como um homem de extrema direita, que não hesita em responsabilizar "a porra dos árabes" pelo ataque nuclear, o passado do zelador (que pode ou não conter a origem de seu comportamento) nos é apenas sugerido, também estando aberto a interpretação, o que é ótimo. Apresentado no começo como o líder frio e quase tirânico do grupo, Mickey tem o seu status radicalmente a partir de certo ponto, e mais de uma vez, o publico vai se questionar se suas ações eram as mais sensatas ou as mais egoístas dentro daquele grupo.

 

 Embora tenha o seu número de cenas gráficas, com direito a garganta cortada por lata e dedo cortado em sessão de tortura, o filme privilegia bem mais o suspense do que o gore, que é relativamente discreto. O interessante é que esse suspense surge não só do digamos "suspense clássico" que envolvem situações de risco para os personagens, mas também de situações que não são propriamente ameaçadoras, mas que envolvem situações de desconforto ligados diretamente a sobrevivência do grupo, como a cena em que um personagem tem que esquartejar um cadáver para que ele não apodreça e contamine um ambiente, cena essa que ganha um interessante eco em um contexto ainda mais perturbador.

 

  Funcionando como suspense, como drama e como ficção científica, O ABRIGO vale a visita. Um ótimo retrato da degradação humana em situações limite.

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 Visto THE BAD SEED

 

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   Na trama, Christine Penmark (Nancy Kelly) é uma mãe de família que parece ter a vida perfeita. Entretanto, quando um menino morre afogado durante um passeio escolar que sua filha Rodha (Patty McCormack) participava, Christine passa a ser assombrada pela possibilidade de sua meiga e inteligente filha possa estar relacionada com o incidente.

 

  Há muito tempo, o cinema de horror e suspense vem colocando as crianças, geralmente vistas como seres frágeis e símbolos de inocência e pureza, como a fonte do mal em suas narrativas. Há vários exemplos em vários períodos como A ORFÃ, O ANJO MALVADO, COLHEITA MALDITA, A PROFECIA e por ai vai. Rodha Penmark, vilã de THE BAD SEED de 1956 (que no Brasil recebeu a ridícula tradução de "A Tara Maldita" :wacko: )  pode ter sido o primeiro exemplar dessa distorção da figura infantil a surgir dentro do gênero.

 

 Baseado em uma peça de teatro, que por sua vez se baseia em um romance, THE BAD SEED apresenta Rodha como uma garotinha adorável e educada. Uma verdadeira bonequinha em seu vestido bem cuidado e cabelos de chiquinha. Mas por trás de seu sorriso encantador, Rodha é uma sociopata da pior espécie, que não hesita em matar para conseguir o que quer, e parece ter um talento nato para a dissimulação e manipulação, usando o carinho que os outros personagens tem por ela como um escudo para as consequências de seus crimes.

 

  O roteiro escrito por John Lee Mahin propõe o velho debate sobre natureza versus criação. A protagonista simplesmente não consegue entender como a filha, que sempre foi tratada com muito amor e que sempre teve tudo, pode ter se tornado uma assassina tão jovem. A discussão é bastante interessante, embora a narrativa pareça assumir uma posição rápida demais para o meu gosto. Por outro lado, o roteiro funciona muito bem ao retratar a crescente tensão psicológica enfrentada por Christine, que passa a sentir um misto de medo e remorso. A atriz Nancy Kelly vale-se bem do complexo conflito enfrentado por sua personagem para compor uma atuação bastante eficiente (embora com um texto expositivo). 

 

  Através da historia da pequena psicopata, o roteiro também parece apresentar um sutil certo caráter de luta de classes. Há certo momento Catherine afirma que a unica maneira de uma criança cometer crimes independente da criação é se tiver nascido "nessas comunidades onde o crime se prolifera". A protagonista também não parece gostar que a filha se aproxime do jardineiro do prédio, único adulto que parece ver a maldade que existe por trás da mascara angelical de Rodha. Além disso, através da figura de Hortense Daigle (Eillen Heckart) mãe do menino morto no afogamento, o roteiro bota um personagem para verbalizar essa acusação de preconceito contra a protagonista, já que os Daigle são uma família humilde.

 

  Entretanto, a história apresenta alguns problemas. Não incomoda o fato da maior parte da história se passar no apartamento dos Penmark, e que maior parte ainda da ação se passe na sala deste apartamento. Isso a direção dribla bem. O que expõe a origem teatral do filme são alguns diálogos e solilóquios por demais expositivos. Além disso, depois de um climax poderoso que poderia perfeitamente ter concluido a história, o filme se fecha de maneira bastante frustrante em um deux ex machina um pouco vergonhoso.

 

  A direção de Mervyn LeRoy é competente na maior parte do tempo, criando alguns momentos dramaticamente muito fortes, como aquele envolvendo os gritos de uma das vítimas de Rodha, enquanto a menina toca piano alegremente. Uma cena tensa, que expõe o nível de frieza da garota, ao mesmo tempo que leva a sua mãe ao extremo, ao ouvir os sons simultâneos dos gritos e do piano. E embora a decisão de não mostrar os crimes cometidos pela garotinha assassina na tela pareça ser mais uma questão de censura do que decisão criativa, jogou a favor do filme, pelo menos pra mim, o fato de só conseguirmos imaginar a violência dos atos cometidos por Rodha. Entretanto, a opção do diretor de incluir um epílogo onde os atores do filme são apresentados reforçou ainda mais as origens teatrais da história. Acredito que tenha sido uma forma que os realizadores encontraram de suavizar uma história que pra época deve ter sido bastante pesada, mas que visto hoje, tira muito da longevidade do projeto.

 

  Não posso terminar sem elogiar as atuações de Patty McCormack, que consegue retratar toda a graciosidade e malevolência de Rodha sem soar caricato, e de Eillen Heckart, que rouba todas as cenas de que participa como a sofrida e embriagada mãe do menino afogado. Ambas fizeram por merecer as indicações ao Oscar que levaram.

 

 Enfim, THE BAD SEED, apesar de ter envelhecido em muitos aspectos, mantém a sua competência como thriller psicológico de horror, e merece ser conferido. Um pioneiro dentro do gênero ao ser o primeiro a colocar o rosto angelical de uma criança como a face do mal.

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Cam2Cam

Terrorzinho bem fraco que bebe da fonte de "The Den", "Hostel" e "A Praia". Aqui uma mochileira vai pra Tailândia, mediante site de diversão duvidosa que entitula o filme, e cai nas garras de uma gangue internacional que se vale da rede pra objetivos macabros. Na boa, é daqueles filmes que daria apenas um curta, pois esticaram a idéia além da conta, terminaram se perdendo e saindo do foco principal. Por isso que os primeiros 20min são a melhor coisa desta produção de baixo orçamento, que recorre a nostalgia da "antiga internet", tem atuações fraquinhas e gore comedido. Tá bom, eu assumo... peguei esse trem por causa da bela buzanfa do poster abaixo! Mas aí é apelação demais pra vender filme, não? 6/10

 

Cam2Cam-final-poster.jpg

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