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Cama de Gato


Moviolavídeo
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camadegatoposter.jpg (5/5)

 

O filme Cama de Gato é um verdadeiro soco no estômago. A princípio, parece que estamos assistindo a meros depoimentos de jovens da classe média paulistana a narrar seus conhecimentos sobre a filosofia de vida e a visão de cada um sobre inúmeros temas que seriam importantes para a compreensão da atual situação brasileira e mundial. Todavia, este tal “conhecimento” ou “consciência” é só artificial. Um discurso verborrágico demais para ser verossímil e panfletário de mais para ser verdadeiro. <?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

Mas não se engane, todo este discurso inicial dos três amigos a filosofar, enquanto se preparam para mais uma balada noturna,  é só uma forma de atrair o espectador para o que realmente será contado neste instigante filme.  Filmado totalmente em câmara digital e de baixíssimo orçamento (Treze mil reais, segundo a imprensa especializada) com aparência de documentário, onde os atores “conversam” com o espectador, como a procurar um cúmplice para o que esta por vir. Aliás, este recurso digital e a câmera em punho a tremular com as imagens distorcidas, chuviscos e o diálogo teatral só enfatizam como os personagens estão perdidos na sua realidade e confusos daquilo que eles esperam ou desejam para o futuro. Só o conhecimento da realidade não basta. É preciso saber administrar este conhecimento. E os personagens, como a maioria dos adolescentes classe média, parecem não estarem dispostos a aplicarem esta cultura enciclopédica  ao seu dia-a-dia.

 

Exemplos desta distorção não nos faltam e a crônica policial está aí para provar: Jovem classe média em Brasília atacou fogo em um índio enquanto este dormia numa parada de ônibus (um deles, inclusive, filho de um desembargador).  Jovens que procuram se “divertir” na noite espancando seus desafetos ou meros desconhecidos pelos bares e boates da vida. Fugindo depois, covardemente, com seus carros importados e suas roupas de grife. Depois de tudo, ficam na sala de jantar, reunidos com a família, a condenar conduta semelhante de seus pares num discurso vazio.

 

Cristiano (Caio Blat), Francisco ( Rodrigo Bolzan e Gabriel (Cainan Baladez são três jovens amigos que estão prestes a ingressar na faculdade e que resolvem aproveitar a noite para comemorar esta conquista. Muito sexo, rock e drogas num grande apartamento de um condomínio exclusivo freqüentado pela respeitada classe média paulistana. Percebemos, neste momento, que o discurso inicial pode ser apenas mais um discurso vazio. No decorrer do filme esta impressão se esvai completamente já que os acontecimentos irão mostrar-nos que nada adianta ter a consciência ou discernimento do certo e do errado e não saber diferenciá-lo na convivência social.  

 

Numa destas “brincadeiras” de amigos, eles acabam praticando um estupro de fatal conseqüência . Ao tentar se desfazerem do corpo acabam praticando outros crimes. Numa bola de neve a coisa vai se complicando cada vez mais e as soluções para resolvê-los  só pioram a situação.  As idéias que vão surgindo para resolverem os problemas que vão se acumulando no decorrer desta noite inconseqüente chega as raia do bizarro. Seria cômico não fossem tais atos tão trágicos.

 

O grande mérito do diretor Alexandre Stockler é não fazer concessões ou ser panfletário. Ao mostrar, ao final do filme, os depoimentos de jovens na noite paulistana percebemos que a realidade é muito mais cruel que as imagens mostradas no filme. Por falar nisso, os depoimentos dos jovens corroboram as atitudes dos personagens e, algumas soluções relatadas nos depoimentos chocam muito mais que a ficcional estória.  Por incrível que pareça, os jovens classe média ouvidos pela produção do filme consideram normal a atitude dos personagens e teriam atuado de forma muito mais cruel e sádica.

 

Para encontrar uma solução definitiva sobre o que fazer com os corpos que se acumulam, os personagens procuram o conselho dos pais. E estes, que deveriam dar o exemplo ou mostrar-lhes a barbárie praticada mostram-se apáticos, quando não ausentes. Ou cúmplices, o que é pior.

 

No final, uma voz os redime a todos como a justificar os atos praticados a dizer que o livre arbítrio a tudo perdoa e que os jovens, pela idade, pela realidade enfrentada no país a todos absolve igualmente. E tudo é esquecido e todos voltam para suas casas com a consciência tranqüila e limpa. Hipócritas na sala de jantar a culpar seus semelhantes em idênticas atitudes. Um tapa na cara desta sociedade burguesa que disponibiliza a educação, mas não cobre atitudes ou que não está presente na vida de seus filhos. Um dedo na ferida desta juventude inconseqüente que prejudica seu presente e anula seu futuro.

 

 

 

 

 

Moviolavideo2006-09-30 17:10:38
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Eu achei muito fraco, achei forçado não as situações em si, que podem ocorrer perfeitamente, mas o caminho que se percorre, a forma como se desenvolvem são ruins, numa das mortes, a da escada, foi pífia, a desenvolvimento até chegar o estupro é zero, o interessante é a proposta e os comentários do "muleques"

 

E Moviola, errinho básico de português, o correto é "estupro" e não "estrupo". 03  Vou tirar um ponto da sua reputação...06

 

 

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Eu achei muito fraco' date=' achei forçado não as situações em si, que podem ocorrer perfeitamente, mas o caminho que se percorre, a forma como se desenvolvem são ruins, numa das mortes, a da escada, foi pífia, a desenvolvimento até chegar o estupro é zero, o interessante é a proposta e os comentários do "muleques"

E Moviola, errinho básico de português, o correto é "estupro" e não "estrupo". 03  Vou tirar um ponto da sua reputação...06
[/quote']

 

Ok... corrigido. Pelo toque vou lhe dar um pontinho03
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Qto preconceito' date=' Abelha. 06 [/quote'] Preconceito? O filme é horroroso! Além do Caio Blat que ficou sumido séculos o q foi feito dos outros atores do filme?

 

Havia um site com a cena principal do filme q o video teve q ser retirado do ar. Eu cheguei a assistir e era repugnante.

 

Ainda bem q não passei pelo desprazer de ir assistir.
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