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Forum Cinema em Cena

Cozinha do Inferno


Nacka
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Algumas coisas que é bom saber: A entrevista do Forasteiro não é exclusividade do Cozinha, ele já falou para o programa do Moviola o Pinga Fogo, não há nenhuma revelação bombástica na entrevista (isto é, para aqueles que não sabem ler as entrelinhas), fiz poucas perguntas porque sinceramente não me senti estimulado a fazer mais.

 

Gostaria de agradecer ao Renato, Sith, The Deadman, Gago, Jailcante que gentilmente responderam ao chamado e mandaram suas perguntas e claro, aos cozinheiros de plantão Veras e Mr. Scofield.

 

Vamos à bagaça:

 

E a memória falhou... CMJ e otras cositas más... 

 

 

RENATO – Foras você era praticamente um síndico na CMJ e você não

foi parando de floodar aos poucos, não que eu me lembre. Não foi um processo

gradual, em que momento você “surtou” e decidiu que não seria mais um flooder?

 

 

 

FORASTEIRO – Na verdade nem eu lembro direito, isso faz o que,

uns 2 anos? Ma lembro de quando a CMJ começou a ficar insuportável, e além

disse o ccc já existia, e como as pessoas que me interessavam estavam lá, e no

msn, ia entrar na CMJ pra quê? Mas não lembro se um dia eu pensei “bah, parei”,

acho que não.

 

NACKA - Você disse há poucos dias que se encontrasse

com você mesmo na época da sua entrevista no Pinga Fogo você se partia ao meio

(ou algo assim...) O que mudou em você de lá para cá?  

 

 

 

FORASTEIRO – Nunca parei pra bancar o analista comigo mesmo,

hehe. Mas pensando agora, eu era um cara muito tímido e inseguro, e bancar o

bom moço que “bom dia boa tarde boa noite” num fórum é muito fácil, então pra

falar a verdade, em relação a isto aqui, acho que eu era um filho da puta de um

falso.

 

 

 

Aprendi a também respeitar a inteligência das pessoas, e partir

do princípio de que elas entendem as coisas sem a necessidade de um “eu

respeito sua opinião, a natureza e os animaizinhos” embaixo do post, nem que se

ofendem se eu escrever algo sem dar uma chupada antes e depois. E isso ocorre

muito, se você pára de pontuar seus Is com florzinhas, virou um grosso, frio,

seco e presunçoso. Muito dessa “mudança” sentida e comentada é em relação ao

modo diferente como eu tenho postado no fórum, porque não trato mais as pessoas

como crianças de 6 anos.  

 

 

JAILCANTE - Você começou

no CeC como sendo um dos floodadores da CMJ. Atualmente, você acompanha a CMJ?

A turma que flooda lá hoje em dia é interessante?

 

 

 

FORASTEIRO

- Não acompanho não, mas na época em que deixei de acompanhar, pode-se dizer

que era extremamente desinteressante

 

JAILCANTE -  E por fim, você é um usuário de longa data do

CeC, sendo um dos que nunca o abandonou de vez, continuando

a postar aqui regularmente. Qual sua avaliação desse tempo que passou aqui?

O que de legal e o que de ruim aconteceu nesse tempo todo?

 

 

 

FORASTEIRO - Na verdade eu passei um ano ou mais sem postar no

cec, até um diz que etc. Mas foi muito

bom. Querendo ou não, foi aqui que conheci alguns dos caras mais fodas e etc,

que surgiu o mp!, que eu comecei enfim a gostar de cinema (apesar de que hoje

acho que teria me interessado mais cedo ou mais tarde, independente do

Cinéfilo).

 

 

 

DEADMAN – Por que nos idos de 2006 considerava (considera???) M.

Night Shyamalan um diretor “imprescindível” ?? Ainda pensa assim?

 

 

 

FORASTEIRO – Eu disse isso? Hehehe. Provavelmente porque o Shy

era um dos 3 ou 4 que eu conhecia. Mas ninguém é imprescindível. Nenhum filme,

diretor, nada.

 

VERAS - Quando você entrou no

fórum Cinema em Cena, você fingiu ser um usuário antigo, ocasionando alguns

problemas e desentendimentos. Por que acha que fez isso? Você se arrepende

deste acontecimento hoje? Arrependeu-se na época, quando foi advertido?

 

 

 

FORASTEIRO - Caramba, isso sim faz tempo. Sei lá, devia

estar entediado e quis tirar um sarro. Não lembro se me arrependi, e hoje,

tanto faz, isso é um “acontecimento” completamente irrelevante. Me arrependeria

por que? Meio estranho se arrepender de meia-dúzia de posts num fórum.

 

 

 

SITH - Forasteiro, lembro

muito bem da época que você entrou no fórum, você era um completo idiota e não

fazia questão de esconder isso, e do nada você inicia uma campanha para mudar

essa imagem, passar uma imagem de bom cinefilo e tal, podemos dar a graça desse

milagre ao santo Enxak, ou seria apenas uma tentativa sua de parecer ser uma

coisa q você não é e nunca foi?

 

 

 

FORASTEIRO - Não, nunca quis passar imagem nenhuma, nem naquela

época.

 

 

 

SITH - Até imagino qual seja a resposta da pergunta anterior, você

se importa com o que as pessoas pensam sobre você sobre essa sua mudança (eu

incluso, e até uns comentários do Kako), o que você teria a dizer a elas?

 


 

FORASTEIRO - Que estão erradas, e eu, certo, é óbvio. Sou a maior

autoridade no assunto em questão (=eu), e o máximo que posso fazer é mostrar

onde vocês se equivocaram, depois disso o problema não é meu.

 

VERAS -

O que você pensa sobre pessoas que se escondem atrás do cômodo anonimato da

internet e tentam ser pessoas que não o são. Ou mesmo sobre aqueles que têm na

internet um palco para armar confusões e causar indisposições.

 

FORASTEIRO - Deve ser

importante pra manutenção do ego, ou quase sempre é manifestação de uma

insegurança social, ou sei lá ô Veras, isso é papo pro Içami Tiba. No final, é

tudo conseqüência da boa e velha falta do que fazer.

 

VERAS - O que você, hoje, passadas tantas

tranformações, acha de alguém que você nem conhece pessoalmente mudar

completamente sua vida, após alguns meses e através da internet?

 

FORASTEIRO - Acho

impossível.

Enxak: Mentor, alter-ego ou só um cara legal com tempo demais na frente de um computador?

 

 

 

 

VERAS - Nessa entrevista você chegou a se

referir ao ex-usuário do fórum CemC, Enxak, com o adjetivo "insuportável", embora seja

um "cara legal". E

disse mais: "Só sei que ninguém

pedia a ele pra fazer cinegame, bbb, cinéfilo, etc".

 

Há alguns anos, você agracedeu ao Enxak dizendo: "(...)porque o jogo que ele criou mudou minha

forma de ver o cinema." E mais, sobre o programa O Cinéfilo: "(...)eu sai da caverna, tomei a pílula

vermelha, contemplei a aparição do monolito. Cinema era uma coisa, agora é

outra."

 

FORASTEIRO - Falso.

Entrei na onda do garoto-propaganda e nem eu nem o Enxak realmente

acreditávamos no que estávamos dizendo. Ou talvez sim. Olha, eu realmente não

lembro das coisas que me passavam pela cabeça há 3 anos atrás, só sei que com

toda a certeza eu teria me interessado pelo cinema mais cedo ou mais tarde, com

O Cinéfilo foi mais cedo. E o que houve foi apenas uma aproximação mesmo, a

visão do cinema que eu tenho hoje pra que eu tinha nessa época é proporcional a

tal mudança absurda que eu alardeei na entrevista do Movio.

 

 

VERAS -

A forma como você se posiciona sobre os jogos e seu criador mudou ao longo do

tempo? Você acha que esses jogos contribuem positivamente para o fórum?

 

FORASTEIRO - Contribuem

sim, mas são jogos, pra distrair enquanto o miojo não fica pronto, não tem esse

lance pretensioso de forjar cinéfilos e mudar vidas etc.

 

DEADMAN – Para você o Enxak era/é um cara legal e inócuo?? Pergunto

isso porque alguns usuários desse fórum, à despeito de suas declarações

“descabidas” e ultrajantes (O Moviola vai se lembrar e entender onde estou

querendo chegar com certeza...), isso sem falar nas muitas atitudes infantis e

insanas; o “admiravam”. Você acha que a idiotice e condutas inadequadas de uma

pessoa devem ser relevadas pela sua “criatividade” e interatividade num espaço

como esse que é o fórum Cec?

 

 

 

FORASTEIRO – Não sei, depende. Ta falando sobre se ele devia ser

banido ou não porque trazia entretenimento ao fórum apesar de ser insuportável?

Não sei. Só sei que ninguém pedia a ele pra fazer o Cinegame, BBB, Cinéfilo,

etc. Ele fazia porque queria, não por achar que isso o absolviria pra fazer o

que quisesse. Ou sei lá, não posso falar dos motivos do Enxak, só ele pode

dizer isso. Droga, Dead, pergunta pro Enxak, hahaha. Nem acompanhei esse caso,

e diferente do Moviola, infelizmente não sei onde você queria chegar. Mas acho

o Xaka um cara legal ( pra não dizer que não respondi sua pergunta, hahahaha).

 

Família, aquela instituição que prezamos tanto...

 

 

 

NACKA – Toda família tem suas particularidades, a sua também é

assim? O que te agrada ou desagrada neles? Como é tua relação com teus pais

 

 

 

FORASTEIRO – Assunto chato da porra, que é que vai querer ler

sobre a minha família Nacka? Hahaha

 

 

 

A relação é maravilhosa, acho que poucos têm a sorte de se

relacionarem como a gente. Descendência italiana, etc...

 

Você tem Nível Superior?

 

 

 

NACKA – Você faz jornalismo. Você escolheu ou o jornalismo te

escolheu? Quando se formar quer fazer o quê com o que aprendeu?

 

 

 

FORASTEIRO – Faço jornalismo mas não sou jornalista nem nunca

serei. Quando me formar vou comer um montão de amendoim torrado, beber vinho de

garrafão até sair pelas orelhas e enfiar o canudo no cu para ver se cabe.

 

 

 

NACKA – Imprensa marrom vale?

 

 

 

FORASTEIRO – Claro, a criatividade e a habilidade de manipulação

devem ser admiradas, azar de quem não as tem e precisa se contentar em

reproduzir informação.

 

 

 

NACKA – Quem faz um bom jornalismo hoje no Brasil?

 

 

 

FORASTEIRO - Não sei. Não leio jornal e não presto atenção aos

créditos das reportagens na tv.

 

 

JAILCANTE -  Forast, você faz (ou fazia - não sei se

já se formou), faculdade de cinema. Como sua vida na internet é muito ativa,

tanto pelos fóruns, msn, e blogs, qual a balanço que você

faz entre o que você ganhou de bagagem cinematográfica na faculdade

(tanto em relação às aulas, como com as pessoas que você conheceu lá) e o que

você ganhou de bagagem no seu convívio com as pessoas que conheceu e

interage na internet?

 

 

 

FORASTEIRO - Ó o Jail, hahaha. Faço faculdade de jornal, Jail.

 

VERAS: Ao ser questionado sobre quem faz um bom jornalismo

hoje no Brasil, você respondeu: "Não sei. Não leio jornal, e não presto atenção aos

créditos das reportagens na tv."

 

No tópico do

Pinga-Fogo, sobre sua entrevista, comentei sobre a importância de um jornalista

gostar de ler. Ao que você respondeu: Veras, jornalista que não gosta de ler,

desconfie. Peça a garantia e veja se não há nenhum selo dizendo "made in

Taiwan".

 

Pode-se dizer, então,

que você não encontrou no jornalismo o que procurava ou que simplesmente não

procurava nada? Além da faculdade, você pretende fazer o que? Vocês tem planos,

alguma perspectiva de vida, futuro e família, ou ainda tem uma mente muito

imatura, tal qual aquela que o levou a escolher uma faculdade pouco

interessante para você na época do vestibular?

 

FORASTEIRO - É meio

estranho fazer essa relação entre as duas entrevistas porque eu realmente não

me reconheço nessas respostas aí. Odeio ler, sempre odiei, não sei por que

respondi isso. Talvez por preguiça de me justificar, sei lá (eu já falei esses

tempos que menti pra caramba na entrevista do Movio, espero que ninguém tenha

achado que eu táva brincando).

 

Eu procurava uma

carreira que gostasse, nada além disso. E eu adorava toda a concepção da

profissão de jornalista (não era uma escolha pouco interessante na época,

portanto, pelo contrário, entre os cursos, foi a escolha correta), mas fui

mudando muito ao longo do curso e cada vez mais só de me imaginar correndo

atrás de matéria e fazendo reportagem (uma idéia pela qual eu era apaixonado

antes da faculdade) me dava um desânimo desgraçado. Mas é normal. Eu tinha essa

idéia de ganhar dinheiro fazendo o que eu gostava e o que eu (pensava que)

sabia, que era escrever (e eu realmente achava que só sabia fazer isso), o que

ninguém me avisou é que quem gosta de escrever tem que se manter bem longe do

jornalismo.

 

Se fosse hoje, em

primeiro lugar que eu não faria faculdade a não ser que achasse necessário (e

pro jornalismo NÃO É necessário, por mais que os universitários inseguros

teimem), e provavelmente seria na área de vendas e administração, e certamente

não me formaria porque só faria as matérias que me interessassem. E seria AD,

óbvio. Muito mais resultado sem perda de tempo.

 

Respondi pro Jail.

Escrevi um livro com meu pai e sou sócio de uma empresa junto com ele, e

estamos começando a trabalhar forte agora. Hoje mesmo (pra constar, é segunda,

dia 16) tivemos a reunião definitiva com a equipe de marketing que vai cuidar

do “Estou Formado. E Agora?” (um dos 14 produtos do instituto), e semana que

vem já começamos a vender pra empresas de formatura, DCEs, DAs e reitorias. São

milhões de universitários no Brasil, o público-alvo se renova de 6 em 6 meses,

tá abrindo faculdade todo dia em todo lugar, e (agora vem a melhor parte) nós

somos os únicos a trabalhar com o tema no Brasil. Quem quiser nos contratar, ou

adquirir um livro (é o melhor presente pra formandos que existe, e além disso é

um brinde fantástico que pode ser usado pelas empresas de formatura, se alguém

tem uma ou conhece quem tenha - por favor, entre em contato:

 

[email protected]

 

www.estouformadoeagora.com.br

 

 

 

Ou poderíamos

dizer que a maturidade veio sim, posteriormente, com a descoberta pessoal de

que nem o jornalismo, nem a língua portuguesa são tão interessantes assim?

 

VERAS - Você se

considera um jornalista "made in Taiwan?" Defina o termo.

 

FORASTEIRO - O

jornalismo é um saco, mas eu ainda adoro escrever.

 

Deve ser um

jornalista ‘falsificado’, ou sei lá no que eu táva pensando. De qualquer forma

não, porque não finjo ser jornalista, apenas não sou.

Isso aqui tá um saco, vou me mandar... (ou como pôr CeC, ccc e multiplot no mesmo saco, ou se preferirem, o êxodo)

 

 

NACKA - O que gerou o Multiplot? E qual sua relação com os que postam

lá?

 

 

 

FORASTEIRO – Quem deu a idéia foi o Alexei, mas a gente levou uns

bons 3 meses até a começar a falar sobre o assunto. Queríamos um site,

queríamos cobrir lançamentos, atualizações, atualizações diárias, especiais,

promoções, o diabo. Algumas conseguimos, algumas não, cansamos de outras, etc.

No fim o que gerou o Multiplot! Foi

pura teimosia, mas é um local bacana. Batemos 3 mil visitas/dia durante o Oscar

(fizemos uma coberturazinha), um dos nossos posts entrou pro top do Wordpress

(no mundo) , temos aparecido incrivelmente bem no Google, etc. Estamos indo

bem, mesmo levando o blog como um hobby (o que é como deveria ter sido feito

desde do início). No fim, tudo que importa é que, sem falsa modéstia (vou ficar

me fazendo de salame aqui por que afinal) é que o Multiplot! É FODA. O pessoal

que escreve, e com quem eu converso praticamente todos os dias, é

extraordinário. E aí entra a segunda parte da pergunta: Ótima. Sou fã dos

caras.

 

 

 

NACKA – O que causou a ruptura com o Cec e a posterior criação do

ccc? E porque voltou a postar aqui?

 

 

 

FORASTEIRO – Não foi posterior, o que causou a criação do ccc foi

o cinéfilo 2. Era a batcave do Enxak, pra organizarmos o jogo. A minha

“ruptura” com o Cec foi porque eu nem postava mais aqui. Com a existência do

ccc, e como todo o pessoal com quem eu falava aqui estava lá, eu só deixei de

entrar aqui e fui pra lá. Concentrar em um lugar só, menos tempo perdido, etc.

 

 

 

Voltei a postar aqui porque um dia entrei, li algo que me

despertou o interesse e resolvi responder, como faria em qualquer lugar. Acho

que me lembro o momento exato, foi num post sobre Persona. Aí houve uma resposta a esse post, aí eu entrei outra vez

e vi outras coisas que deram vontade de responder e foi assim. Que coisa, me

senti um bobo explicando, isso me parece tão ridiculamente simples, hehe...

 

 

GAGO: De que modo você enxerga a

idéia de fórum de discussões, isto é, qual o conceito por trás de um lugar como

o Cinema em Cena? Uma arena de batalha na qual usuários digladiam ferozmente a

fim de aniquilar seu oponente, um espaço democrático motivado basicamente pela

troca de experiências e sensações ou um local mais impessoal para registro de

impressões, sem muita importância? Seria, talvez, um mix de tudo isso,

cada um na sua devida proporção?

 



 

FORASTEIRO - Na essência, um “fórum de discussão” deveria conter

discussões, basicamente, não importando quaisquer destes três elementos que

sejam utilizados como meio. O ideal é obviamente um equilíbrio entre as duas

primeiras opções que você deu (a terceira serve de base e ocupa a maior parte

do tempo até que alguma discussão espera para acontecer e o sentido de “fórum”

realmente se realiza). A diferença é o valor que cada um confere aos termos

“arena de batalha” e “espaço democrático” (que estão soando como 8 e 80 aí na

pergunta). “Espaço democrático” ok, mas que não signifique que qualquer debate

no sentido mais literal da palavra seja desencorajado. Mal algum na arte da

retórica e na noção de “vitória” numa discussão, desde que também esteja

implícito o lance de troca de experiências. Um não anula o outro, pelo

contrário.

 

 

GAGO: você está construindo, ao lado de amigos, um site cujo foco

precípuo é o cinema. Uma rápida olhada e já dá para sacar que ele é recheado

com todos os vícios presentes na vida de um cinéfilo - tops, screenshots,

especiais, jogos e muitas linhas acerca de cinema. Essa distinção é válida

apenas no sentido de conseguir leitores ou é consequência direta de uma

insatisfação com críticos e revistas especializadas? Um Pablo Villaça, por

exemplo, vale a pena ser lido? Há textos de alguém em especial que você julga

como obrigatórios ou mesmo interessantes?

 

 

 

FORASTEIRO - Bem no início, raciocinamos o Multiplot! com o

objetivo de angariar leitores, o que tornou todo o processo bem estressante e

desagradável, com um caráter de trabalho, prazos a cumprir, etc. Eu só voltei a

curtir escrever cinema no dia em que parei de levar tão a sério, aí surgiram os

tops, os screenshots, agora no início do ano começamos os cabeçalhos temáticos,

em abril começa o Cinegame, vamos estrear outros dois dessas brincadeiras/posts

periódicos em breve pra alternar com os tops (quando a entrevista for ao ar,

provavelmente eles já estejam lá, só estamos formatando), e etc, sem deixar de

lado o foco do blog que são os textos. E outra que, ao menos da minha parte,

não há insatisfação nenhuma com a crítica especializada porque de qualquer

forma não me interessa muito não. Não é questão de arrogância, de achar que

sabe tudo e que não vai encontrar nada de útil fora do MP!, é que sou um cara

que adora escrever tanto quanto odeia ler, por paradoxal que isso soe.

Portanto, a segmentação do Multiplot! nessa espécie de playground pra cinéfilos

se fez (e está se fazendo) naturalmente, reproduzindo idéias que geralmente já

surgiam no fórum ou no msn entre a galera.

 

 

 

O cara que vê símbolos fálicos até na fila do banco vale a pena

ser lido a qualquer hora e qualquer lugar, falando sério. É o único crítico que

eu leio de vez em quando, tipo entrar no site especificamente pra ver o que o

cara disse. Pablo é gênio. Pode ser até que não saiba disso, mas é.

 

 

 

Obrigatório, ninguém nunca jamais, mas eu já li coisas muito

legais do Luiz Oliveira Jr. da (ora vejam) Contracampo, e já gostei muito do

Krivochein, embora não leia uma linha dele há sei lá, uns 2 anos. Pra te falar

a verdade, os melhores quando o assunto é cinema eu acabei conhecendo aqui

mesmo. Não se tratando do conhecimento de terminhos técnicos nem bagagem (que

eles têm muita, mas não se trata disso), mas em termos de: a) visão de cinema.

B) sensibilidade. c) expressão, habilidade pra colocar no papel o que viu,

ouviu e sentiu. Você (sem puxar saco, não faço isso), o Dan, o Noonan e o

Thico.

 

 

 

De

muito longe, os caras mais fodas que etc.

 

 

MR. SCOFIELD -  Sobre o cCc: As bases do cCc se encontram em uma forte amizade formada entre

seus fundadores. A aproximação rendeu frutos como o Multiplot e boas discussões

no msn, além de um afastamento natural do CeC (com raras exceções). Entretanto,

é inevitável admitir que há uma espécie de movimento contrário hoje. Pessoas

que deixaram de aqui postar voltaram à ativa, alguns usuários como o Alexei e o

Carioca saíram recentemente (eu me incluo nesse grupo e SEI que fui bastante

criticado e não creio que eles também não tenham sido) e voltaram a postar

ativamente no CeC. Enfim...o que vem acontecendo? Há algum motivo comum para

esse desligamento em sua opinião? E principalmente, qual o motivo desse

movimento bumerangue de volta ao CeC, fórum tão criticado anteriormente?

(embora tenha explicado por você é uma tendência geral e gostaria saber sua

opinião)

 

 

 

FORASTEIRO - Antes, precisávamos de um espaço, uma “base”, um

território ou como o cec ou o ccc. Isso mudou. O ccc não é mais o fórum, o ccc

agora é a amizade entre a gente, seja no fórum, no msn, no telefone, cara a

cara. Ocorre que vocês não viveram esse processo. Você, o Vinny e o Amílcar se

afastaram, não sei por que, enquanto conversávamos 95% do tempo no msn. Aí

voltavam ao fórum, a gente falava com vocês como parceiros se falam, e vocês

estranhavam (ou sei lá o que acontecia). Você e o Vinny alegaram o

“estranhamento”, “não nos encaixamos mais”, etc. O Amílcar, além disso, alegou

um fato mais prático (e que foi um mal-entendido exatamente por esse lance de

termos passado a falar idiomas diferentes). O ato em si de deletar a conta é

que é algo muito interessante e que eu nunca compreendi bem. Mas enfim, o motivo

que eu acho e que liga vocês três é esse: se afastam, voltam, encontram tudo

correndo num ritmo e de um jeito onde não conseguem se encontrar, e vão embora.

 

Cinema Italiano e............................filmes.

 

 

NACKA - O que exatamente fez você se aproximar do cinema italiano?

No que o modo de fazer cinema deles mexeu com você?

 

 

 

FORASTEIRO - Às vezes a gente passa tempo demais num tipo de

filme, como uma esquadra de valores bem desenhados, sem nunca ser desafiado por

algo novo, que vai de encontro a tudo que você pensava que sabia. Eu fui

desafiado, quando vi Prelúdio Para Matar.

Estava no auge de minha adoração por Dogville

filmes com dúzias de metáforas metidos a bacanudos, na minha devoção ao texto,

ao roteiro, à “mensagem”, e vi um filme que, muito além de não dá a mínima pra

isso, compõe todo um discurso de ataque, de culto à imagem e à liberdade

criativa em detrimento de tudo. Vai ficar chato se eu explicar aqui, vocês

teriam que ver o filme... mas enfim, isso foi aí por março/abril do ano

passado, eu comecei a ver italianos mesmos de 3 meses pra cá.

 

 

 

O que me atrai neles é o que deveria atrair qualquer fã de

cinemsa: Estilo, sofisticação visual, cenas embasbacantes, planos belíssimos,

seqüências sensacionais, insights geniais, domínio narrativo, etc. Tudo que faz

um filme ser grande.

 

 

 

O cinema fantástico italiano não é assim tão diferente do resto

do cinema, afinal. 

 

 

 

DEADMAN – O Foras de 2 anos atrás que gostava (gosta?) de Bad Boys

II e chegou até mesmo a “defendê-lo” é o mesmo Foras de hoje que é fã de Mario

Bava e de filmes como “Banho de Sangue”?

 

 

 

FORASTEIRO – Não, mas o paralelo foi péssimo, hehe. Ainda gosto

de BB2 sim. É um filme com tiros, explosões, dois negões fazendo piadinhas,

etc. Com uma pizza é uma beleza.

 

 

 

DEADMAN - O que mais te atrai num filme? A história a ser contada

ou cinema é antes de tudo uma arte visual? Pergunto isso porque minha esposa

disse ter ouvido falar de projetos que “traduziam” filmes para deficientes

visuais (particularmente acho a intenção boa, mas completamente idiota e

desprovida de lógica, pois o cinema é calcado no visual, na construção de

imagens). O que pensa disso?

 

 

 

FORASTEIRO – Arte visual, claro. Não vejo outro motivo pra

existência desse projeto a não ser pena mesmo.

 

 

 

GAGO: qual é a sua visão a respeito da

sétima arte? Ela precisa seguir alguma fórmula? Necessita de conhecimento

prévio? É preponderantemente racional ou emotiva? Trocando em miúdos: o Cinema,

segundo Forasteiro.

 

FORASTEIRO: 1. Sem fórmulas. 2. Não NECESSITA de conhecimento

prévio, embora é claro que não vá atrapalhar. 3. Emotiva. 4. Ih caramba. Sei

que já bartzaram isso (o Sapo, na verdade, repete o tempo todo), mas se é

verdade não tenho escolha a não ser dizer de novo: arte é pra se sentir. Não

anula a razão, é claro, mas o sensorial é prioridade sempre.

 

 

GAGO: as pessoas cada vez mais confundem a sétima arte com maratona,

muito mais preocupadas em construir um respeitável curriculum do que

verdadeiramente apreciar o cinema, o que faz com que assistam uma quantidade de

filmes muito grande em curto espaço de tempo, prejudicando, assim, a avaliação

da obra. Esta é uma realidade? O que você entende de uma atitude desse tipo? E

como a arte, então, deve ser processada?

 

 

 

FORASTEIRO - É, pois é. Abri um tópico sobre isso aqui mesmo,

acho que faz uns 2 anos, e ninguém entendeu o que eu queria dizer (o que não

deixa de ser interessante já que o que eu queria dizer, eu disse, literalmente.

Mas enfim, isso faz muito tempo). É o que mais ocorre, e geralmente dá pra ver

de longe. Já disse isso: de que porra adianta ver 40 mil filmes se você

continuar sendo o REF?

 

 

 

É como ter um bilhão de dólares e ser tetraplégico. Já cansei de

ver por aí, gente compensando falta de imaginação/whatever com bagagem (e não

necessariamente conhecimento), e principalmente porque rola uma ansiedade

quando se começa a curtir cinema como cinéfilo, e todo mundo passa por isso.

Entrar em fóruns, ver listas e tops das 20 melhores comédias musicais da década

de 50 e ter uma vontade louca de ver TUDO ao mesmo tempo. Cada um faz o que

quiser, mas ver de qualquer jeito é como não ver nada. Você passa a não

assistir a filmes pelos filmes, mas pra postar “on" em fóruns. Não deixa de

ser também uma tremenda falta do que fazer.

 

 

 

“Processar” a arte é meio pesado, assim como “avaliação da obra”,

não acho que precise disso. O que eu acho é que a arte deve ser consumida

conforme a sua vontade de consumí-la. No fim, TUDO é entretenimento, de Cara

Cadê Meu Carro a O Ano Passado em Marienbad.

 

 

MR. SCOFIELD -  Cinema: Outro dia discutia com amigos de uma lista de discussão sobre a

atenuação da dicotomia realidade x fantasia em alguns elementos, fator presente

de forma cabal em várias obras atuais. O grande vencedor do Oscar "Quem

Quer Ser Um Milionário?" foi aplaudido por muitos, vaiado por tantos

outros por mostrar uma realidade indiana de pobreza, miséria e violência e

pouco se referir aos gigantescos contrastes que por lá existem. Não

interessaria mais mostrar os abismos sociais, mas somente o lado ruim. O

recente Turistas e O Albergue também são exemplos da concepção de mundo do "é

tudo horrível", do que é importante para os personagens e para o filme

funcionar. O resto é terminantemente abstraído. Em sua opinião existe um limite

para a manipulação da realidade em prol da obra? É válido receber uma crítica

cobrando "o outro lado da moeda" (como a "famosa" de Inácio

Araújo sobre Slumdog)? É possível se isentar totalmente dos elementos

realísticos e assistir a um filme como se realmente fosse inteiramente

construído em uma realidade paralela?

 

 

 

FORASTEIRO

- Não existe limite pra nada no campo da criação, e se o diretor achar que deve

mostrar apenas determinada coisa e ocultar outra, ok, se achar que deve

inventar as duas, melhor ainda, não é esse tipo de coisa isolada que vai

determinar a qualidade de um filme de modo que não sei se a crítica a Slumdog

procede ou não (não vi). Depende de como o diretor posiciona o seu filme para

eu saber se devo considerar verosimilhança ou não. Se for objetivo do tal filme

retratar a realidade, ele deve ser visto desta maneira, considerando aí a

habilidade do cara pra manipular os elementos que ele tem à disposição.

 

 

JAILCANTE -  A gente sabe que viver de cinema no Brasil é

algo bem difícil, mas se vê que esse é o caminho que você está traçando, tanto

pela faculdade que cursa, como pelos blogs que participa. Então, como você

se imagina daqui a 10 anos? Pretende estar com a "mão na massa"

(tanto dirigindo ou roteirizando filmes), ou só mesmo na escrita (escrevendo

criticas ou livros sobre cinema)? Tem "plano B", pretendendo

investir em outra profissão algum dia?

 

 

 

FORASTEIRO - Huauahua, muito bom. Perguntas todas pautadas numa

informação errada. Cinema é hobby, se passar disso vira um saco. Já invisto em

outra coisa. Sou co-autor de um livro chamado “Estou Formado. E Agora?”, sobre

gestão de carreira e etc, auto-explicativo. O livro é o propulsor de um evento

homônimo voltado a faculdades e universidades. Estamos começando agora, mas

pretendemos cobrir toda a região sul já em 2009. O projeto é vinculado ao IBQP

– Instituto Brasileiro de Qualificação Profissional, criado pelo meu pai e por

mim, voltado a prefeituras, que também começa a atuar neste ano.

 

 

 

JAILCANTE -  Falando de cinema italiano de que você tanto

fala e se orgulha: Diga o que te fez e faz adorar os filmes feitos lá,

especialmente os "giallo"? E como tem muita gente que não tem

acesso a esses filmes, pode citar de filmes que estão acessíveis a todos

(disponíveis em DVD no Brasil e tals - filmes americanos ou não) que

trazem característcas desse tipo de cinema e que são uma oportunidade do

pessoal conhecer pelo menos algo deles?

 

 

 

FORASTEIRO - Algo muito interessante e que eu não entendo é essa

sensação que eu pareço despertar, nos outros, de que sinto orgulho em gostar

dos italianos. Eu só gosto e pronto.

 

 

 

Hm, perigoso. Bava preconizou o slasher dez anos antes, por

exemplo, mas não tem quase nada a ver. As principais características do cinema

do Argento, do Bava e do Fulci (os três maiores do cinema fantástico italiano)

são propriedade irrepetível deles mesmos, não dá pra assistir outra coisa

esperando um vislumbre do que se trata o horror italiano. Vestida Para Matar é

uma espécie de giallo americano, mas apenas na estrutura e nos elementos, a

rigor continua sendo ‘um filme de Brian De Palma’, reconhecível a milhas.

 

 

 

Mas um ótimo filme tanto pra começo quanto pra noção do contexto

mais amplo do horror italiano é mesmo Prelúdio Para Matar, do Argento, que

existe em dvd por aqui (embora digam que se trate da edição mais porca da

história dos dvds no Brasil) e tem pra baixar fácil fácil em qualquer lugar.

Sejamos práticos, não tem como curtir o que o cinema tem a oferecer sem

recorrer aos privilégios da banda larga.

 

 

 

SITH - Essa sua fixação

com o cinema italiano, gênero que pouquíssimas pessoas têm acesso aqui no

Brasil, mas que tem uma gama imensa de pesquisa na internet, não é meio

provocativo demais para as pessoas consideradas "comuns?"

(provocativo no sentido de se mostrar superior a elas)

 

 

 

FORASTEIRO - Desculpa do acesso é bobagem, todo mundo fingindo

que download de filmes não existe, hahaha. Falta interesse, apenas. Quem quiser

encontra o básico do horror italiano em dvdrip com legenda em pt e tudo.

 

 

 

E mais uma

vez, o problema não é meu.

 

 

 

Se

eu de repente pareço superior a alguém porque vejo determinado filme, o

problema é do infeliz sem auto-estima. Já disse isso várias vezes, mas de novo:

não faço as coisas pensando no que vão achar de mim na internet. Eu não veria

uma porrada de filmes só pra parecer superior a outras pessoas, primeiro que

isso só funcionaria com deficientes/complexados (e olhe lá), segundo que seria

uma falta incrível do que fazer.


Outros assuntos...

 

 

 

MR. SCOFIELD -  Brasil: Recentemente se tornou motivo de revolta de várias pessoas a

excomunhão pela Igreja Católica de todos os envolvidos no aborto de gêmeos

permitido pela lei, de uma menina de 9 anos. Essa questão se embebe da velha

temática da "evolução das crenças", como revisão de conceitos e

exceções. É razoável em sua opinião, uma instituição antiquíssima que se

orgulha de manter a maioria de seus princípios intactos (por serem inspirados

por Deus) rever conceitos em benefício de uma situação trágica como essa? Em

sua opinião, quais os reflexos de tal evento na menina e nos indivíduos que o

cercam com relação a tais aspectos (estupro e excomungação)? Qual sua opinião

sobre a modificação de conceitos com o tempo em geral, somos seres em constante

mudança mesmo ou só o fazemos para sermos mais aceitáveis socialmente?

 

 

 

FORASTEIRO - É razoável rever conceitos em benefício dela mesma.

Saca aquela velha pérola de vestibular que dizia “ultimamente a igreja católica

tem perdido muita clientela”? Pois então. Se bem lembro das aulas de catequese

a “igreja” são as pessoas, não o templo e o conjunto de dogmas (pessoal do

tópico de religião, corrija-me se etc), e o que os velhos pedófilos teimam em ignorar

é que estas pessoas mudam, e a religião vai ter que acabar se adaptando, não o

contrário, assim como já o fez frente à ciência e etc.

 

 

 

Nós mudamos porque mudamos e também pela aceitação social, embora

este último caso abranja gente insegura. Em relação à Igreja, estes conflitos

de conceitos com a sociedade são bem perigosos. Pode parecer chocante pra

algumas pessoas, mas a opinião pública SEMPRE vai ficar do lado de uma criança

de 9 anos, não importa quantos cabeludos de tanga desçam das nuvens.

 

 

VERAS - Há um conto, muito interessante, do autor Jostein Gaarder

sobre o futuro da internet. O Conto chama-se "O Scanner do Tempo", onde ele vai contando a

história da tecnologia desde os primeiros aparelhos de rádio, rebatendo isso na

sociedade. Para surpresa do leitor, ao chegar nos dias atuais, ele simplesmente

passa e vai falando coisas do futuro, como se aquilo tudo já tivesse ocorrido.

E conclui seu conto num futuro onde a internet e a tecnologia da interatividade

estão tão evoluídas e alcançando toda a humanidade, que cada um de nós é

nada mais que uma célula de um todo maior onipresente, numa época em que a

contagem do tempo é abolida, pois nada mais acontece na história.

 

O que você pensa sobre essa visão do futuro da humanidade? O que

representa para você a privacidade e a vida ao ar livre que poderiam estar

perdidas no futuro? A internet representa o que para você hoje e o que você

acha que ela irá representar para os seus filhos, no caso, para as próximas

gerações.

 

FORASTEIRO - Esse texto é uma merda, e em geral essas

tentativas de se compreender a “era da informação”, “revolução digital”, o

diabo etc, acabam sendo bem engraçadas por essa tendência apocalíptica com

vocação pro sci-fi (não que o texto seja uma merda por causa disso, nada contra

o cara viajar o quanto quiser no campo da ficção).

 

 

 

Do mesmo modo que imaginou-se o fim do rádio e do cinema

com a chegada da televisão, o fim dos livros com o advento do e-book, já

imaginou-se o futuro da interação social – muito semelhante ao colocado pelo

Gaarder - no fiasco do Second Life. Porque algumas coisas não mudam, ao menos

num contexto que não seja de longuíssimo prazo. Somos seres humanos, e do mesmo

modo que ainda precisamos comer e trepar num mundo cheio de bytes e fibra

óptica, com ou sem internet, não abriremos mão do convívio físico com outras

pessoas nem do contato com o ar livre e a luz do sol. As novas gerações podem

estar mudando sua forma de ler, pensar e compreender o mundo, não discuto isso

porque se trata de um processo tão antigo quanto o próprio homem, mas a lei dos

poros ainda é imperativa, traçando uma linha histórica imaginária onde estamos

bem mais próximos do macaco com o osso que do bebê-estrela (não acredito que tô

citando 2001 huahuahua, enfim)

 

 

 

A internet vai evoluir rapidamente nos próximos anos mas

a sua concepção de simples ferramenta, que eu posso desligar com um dedo ou

enfiar o pé na tomada, não vai mudar. Você a usa, ela não usa você, e aquele

blá blá blá todo, isso vem sendo tão discutido nesses últimos anos e é um

falatório do qual tão pouco se aproveita que começo a achar realmente que se

trata de uma tentativa unilateral dos velhinhos que cresceram com o repórter

Esso de entender os últimos 15 anos, não nossa, que tivemos um computador como

parte importante do nosso desenvolvimento e a grande maioria do que se fala não

passa de uma complicação trocada em termos acadêmicos do que, para quem nasceu

de 80 pra 90, é mais que natural.

 

 

 

Enfim, como tudo, a internet pode influir no

comportamento assim como a luz elétrica mexeu no relógio biológico das pessoas

(chegou-se ao limite da meia-noite com a televisão, atravessou-se a madrugada

com o msn), mas não a este nível que teóricos punheteiros sem nada pra fazer

fantasiam, porque temos necessidades pra atender. Enquanto formos feitos de

carne e de sangue, não vamos viver da luz do monitor nem respirar ondas de

satélite.

 

 

 

Como ficção, tá liberado, lógico. O Scanner do Tempo tem

um sub-texto bem explícito de preconizar as conseqüências dos avanços

tecnológicos (que fervilharam no século passado e estão ultrapassando realmente

o limite do compreensível pra algumas pessoas, nos últimos anos), mas o conto

do Gaarder não funciona em nenhum dos casos, e é mal-escrito pra caramba, ou o tradutor

táva drogado.

 

 

DEADMAN – Se uma mulher pedisse, na hora da transa, para você

enfiar a mão na cara dela, você o faria?

 

 

 

FORASTEIRO – Enfiaria a mão na cara dela, pela ousadia da

pergunta.

Fim

 

 

 

 

 

 

Nacka2009-03-24 01:55:10

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Eu achei que etc.

Mas o Foras poderia ter dito sobre etc.

Outros assuntos ficaram de foram etc.

 

 

Faço jornalismo mas não sou jornalista nem nunca

serei. Quando me formar vou comer um montão de amendoim torrado' date=' beber vinho de

garrafão até sair pelas orelhas e enfiar o canudo no cu para ver se cabe.

 

[/quote']

 

Depois a gauchada reclama da fama.

 

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a melhor pergunta foi a do jail' date=' sobre o curso de cinema 06

[/quote']

 

Acontece. Eu considero as perguntas do Sith geniais...  aliás analisando agora, acho que todas as perguntas foram boas, já as respostas foram reveladoras.

 

 

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se é pra falar sério, poucas perguntas foram realmente interessantes, a maioria foi mais dou mesmo, ou bobagens (tipo, quem quer saber da vô ou da sobrinha do cara?). as do Sith parecem um pouco melhores porque ele posa de agressivo "oh, como o Shit é mau hihihi". mas nhé...

 

sobre as respostas, acho que foram do mesmo tom das perguntas. o legal foi quando falaram do Multiplot!.

 

batgody2009-03-23 15:06:25

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se é pra falar sério' date=' poucas perguntas foram realmente interessantes, a

maioria foi mais dou mesmo, ou bobagens (tipo, quem quer saber da vô ou

da sobrinha do cara?). as do Sith parecem um pouco melhores porque ele

posa de agressivo "oh, como o Shit é mau hihihi". mas nhé...

 

sobre as respostas, acho que foram do mesmo tom das perguntas. o legal foi quando falaram do Multiplot!.

 

[/quote']

 

O que você consideraria uma pergunta interessante? Em qualquer entrevista falar sobre a família, faz parte. E embora alguns considerem chato ler sobre isso outros gostam de saber, afinal é a origem do cara e as pessoas com qiuem ele vive. Vai que tem um familiar lunático? Enfim, entrevista né?

 

Não considero as perguntas do Sith como se ele posasse de agressivo, são perguntas de quem conhece ou acompanhava a maneira de postar do entrevistado. Achei incrivelmente escrota a forma como ele respondeu o Jailcante na pergunta que vocês consideraram o máximo. A pergunta é pertinente (como disse, acontece) a resposta não precisava ser daquela forma.

 

 

 

 

Nacka2009-03-23 15:15:22

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se é pra falar sério' date=' poucas perguntas foram relamente interessantes, a maioria foi mais dou mesmo, ou bobagens. as do Sith parecem um pouco melhores porque ele posa de agressivo "oh, como o Shit é mau hihihi". mas nhé...

 

sobre as respostas, acho que foram do mesmo tom das perguntas. o legal foi quando falaram do Multiplot!.

 

[/quote']

 

O que você consideraria uma pergunta interessante?

 

Não considero as perguntas do Sith como se ele posasse de agressivo, são perguntas de quem conhece ou acompanhava a maneira de postar do entrevistado. Achei incrivelmente escrota a forma como ele respondeu o Jailcante na pergunta que vocês consideraram o máximo. A pergunta é pertinente (como disse, acontece) a resposta não precisava ser daquela forma.

 

 

 

 

definir pergunta interessante eu não saberia... mas sei que pergutar de como vai a vó, o cachorro, o papagaio, não se encaixaria nessa definição.

 

no mais, só se eu não conhecesse o sith pra concordar com a afirmação acima, não é nenhuma crítica so sith, é só uma observação.

 

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se é pra falar sério' date=' poucas perguntas foram realmente interessantes, a

maioria foi mais dou mesmo, ou bobagens (tipo, quem quer saber da vô ou

da sobrinha do cara?). as do Sith parecem um pouco melhores porque ele

posa de agressivo "oh, como o Shit é mau hihihi". mas nhé...

 

sobre as respostas, acho que foram do mesmo tom das perguntas. o legal foi quando falaram do Multiplot!.

 

[/quote']

 

O que você consideraria uma pergunta interessante? Em qualquer entrevista falar sobre a família, faz parte. E embora alguns considerem chato ler sobre isso outros gostam de saber, afinal é a origem do cara e as pessoas com qiuem ele vive. Vai que tem um familiar lunático? Enfim, entrevista né?

 

Não considero as perguntas do Sith como se ele posasse de agressivo, são perguntas de quem conhece ou acompanhava a maneira de postar do entrevistado. Achei incrivelmente escrota a forma como ele respondeu o Jailcante na pergunta que vocês consideraram o máximo. A pergunta é pertinente (como disse, acontece) a resposta não precisava ser daquela forma.

 

 

 

 

 

já vi ótimas entrevistas sem que se perguntassem da família. nao existe regra pra essas coisas, oras. e não pense que falei o que falei só por causa DESSA pergunta, de uma forma geral todas foram sem sal, ou mais do mesmo - como disse o sapo. acho que a melhor foi a do gago.

 

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se é pra falar sério' date=' poucas perguntas foram relamente interessantes, a maioria foi mais dou mesmo, ou bobagens. as do Sith parecem um pouco melhores porque ele posa de agressivo "oh, como o Shit é mau hihihi". mas nhé...

 

sobre as respostas, acho que foram do mesmo tom das perguntas. o legal foi quando falaram do Multiplot!.

 

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O que você consideraria uma pergunta interessante?

 

Não considero as perguntas do Sith como se ele posasse de agressivo, são perguntas de quem conhece ou acompanhava a maneira de postar do entrevistado. Achei incrivelmente escrota a forma como ele respondeu o Jailcante na pergunta que vocês consideraram o máximo. A pergunta é pertinente (como disse, acontece) a resposta não precisava ser daquela forma.

 

 

definir pergunta interessante eu não saberia... mas sei que pergutar de como vai a vó, o cachorro, o papagaio, não se encaixaria nessa definição.

 

no mais, só se eu não conhecesse o sith pra concordar com a afirmação acima, não é nenhuma crítica so sith, é só uma observação.

 

Mas olha que interessante porque a avó do cara tem uma personalidade, digamos bem interessante segundo o que ele mesmo disse no Pinga Fogo, isso você consegue lembrar né Foras?

 

E a maneira como ele trata o cachorro ou o papagagio (nem sei se tem) podia também render. O que quero dizer que tudo só depende de como a coisa é conduzida, temos entrevistas aqui no Cozinha em que as melhores respostas vieram exatamente das perguntas mais banais.

 

E eu só editei porque você editou. Fui mais rápido....

 

 

 

 

 

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já vi ótimas entrevistas sem que se perguntassem da família. nao existe regra pra essas coisas' date=' oras. e não pense que falei o que falei só por causa DESSA pergunta, de uma forma geral todas foram sem sal, ou mais do mesmo - como disse o sapo. acho que a melhor foi a do gago.

[/quote']

 

Me mostre uma só, aqui no fórum mesmo. Quanto as perguntas sem sal concordo com você. Mas dou um doce se você adivinhar porque elas parecem assim...

 

 

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já vi ótimas entrevistas sem que se perguntassem da família. nao existe regra pra essas coisas' date=' oras. e não pense que falei o que falei só por causa DESSA pergunta, de uma forma geral todas foram sem sal, ou mais do mesmo - como disse o sapo. acho que a melhor foi a do gago.

[/quote']

 

Me mostre uma só, aqui no fórum mesmo. Quanto as perguntas sem sal concordo com você. Mas dou um doce se você adivinhar porque elas parecem assim...

 

 

hahahaha, adoro quando começam com "me mostre", "me prove" etc. é isso aí que falei, já li, já vi, não tenho essa necessidade de que acreditem no que falo. sobre a segunda parte, isso é bem conveniente...

 

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Acho q tavam esperando q aparecesse um fio terra no meio da entrevista!060606

aí tem que chamar outra pessoa aqui do forum pra ser entrevistado. 06

 

só pra concluir: sinceramente, Nacka, não sei o que você(s) esperavam a mais do Luís, ele é isso aí mesmo, um cara simples, direto e yada yada. se querem polêmica e respostas reveladoras, acho que filtraram errado.

 

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já vi ótimas entrevistas sem que se perguntassem da família. nao existe regra pra essas coisas' date=' oras. e não pense que falei o que falei só por causa DESSA pergunta, de uma forma geral todas foram sem sal, ou mais do mesmo - como disse o sapo. acho que a melhor foi a do gago.

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Me mostre uma só, aqui no fórum mesmo. Quanto as perguntas sem sal concordo com você. Mas dou um doce se você adivinhar porque elas parecem assim...

 

 

hahahaha, adoro quando começam com "me mostre", "me prove" etc. é isso aí que falei, já li, já vi, não tenho essa necessidade de que acreditem no que falo. sobre a segunda parte, isso é bem conveniente...

 

E eu esse clima de tribunal.... 06  necessidade você tem, ou então não afirmaria. Conveniente? Nope pedra cantada mesmo, dê uma lida na página anterior.

 

 

 

 

 

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