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Cineclube em Cena


Nacka
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 É... Amanhã vamos para "Cantando na Chuva" com J. de Silentio e nada de ninguém sobre "Sob o Domínio do Medo"... Que pena. 3d45

 De qualquer forma serviu pra deixar alguns curiosos sobre o filme e para eu rever essa jóia de Peckinpah.    

 

Não se frustre com isso. Estou na mesma situação que o Nacka, vi o filme há muito tempo e queria revê-lo antes de comentar algumas das suas observações. De qualquer forma, o texto ficou ótimo! Capta muito daquilo que acredito ser a essência do filme (mas não posso falar mais, pelas razões já expostas), que é muito indigesto e, equivocadamente, por vezes interpretado como sexista ou gratuitamente violento.
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 É... Amanhã vamos para "Cantando na Chuva" com J. de Silentio e nada de ninguém sobre "Sob o Domínio do Medo"... Que pena. 3d45

 De qualquer forma serviu pra deixar alguns curiosos sobre o filme e para eu rever essa jóia de Peckinpah.    

Não fique triste, Deadman. Afinal de contas, como o próprio Nacka disse (e eu concordo), o grande objetivo do Cineclube é fazer, a partir das críticas publicadas, com que as pessoas que acessem esse tópico despertem o interesse em relação aos filmes que foram comentados aqui...E isso acho que o Cineclube está cumprindo com louvor...
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A título de informação, o gênero musical passa longe das minhas preferências cinematográficas, gosto de 3, este aqui, Sete Noivas Para Sete Irmãos e Moulin Rouge (com ressalvas) abomino os clássicos A Noviça Rebelde e West Side Story e passei longe de Chicago, pronto JeFFs agora pode me matar.   

Mas, Cantando na Chuva é daqueles filmes impossíveis de não se gostar, enganosamente escapista e bobo, resgata de uma forma leve as grandes mudanças na indústria do cinema e faz isso de forma quase documental. A famosa cena do solo de Gene Kelly, encharcado é apenas uma das que fazem deste filme, um clássico incontestável.

 

Incumbi ao J. Silentio a tarefa de fazer esta crítica (mal sabendo que ele é um fã do filme) no que ele foi além, não só esmiuçou o filme como ainda traçou um panorama da música, do jeito dele é claro, dono de um vocabulário rebuscado não faz muitas concessões na hora de falar de sua paixão. Muitas referências depois e um dicionário na mão...estão prontos?

 

Cantando na Chuva - Dir. Gene Kelly e Stanley Donnen

 

cantando_na_chuva-post-gra-01.jpg

 

 

Filme: Cantando na Chuva ( Singin' in the Rain) Dir. Gene Kelly e Stanley Donnen. Elenco: Gene Kelly, Debbie Reynolds, Donald O'Connor, Jean Hagen, Cyd Charisse, Douglas Fowley e Rita Moreno.

 

Metalinguagem, Metáfora e Metafísica.

Sabe-se que até a segunda metade do século XIX as pessoas assistiam aos espetáculos teatrais e à Ópera com as luzes acesas. Somente a partir da apresentação das óperas do compositor alemão Richard Wagner, em Bayreuth, passou-se a assistir a quaisquer espetáculos com as luzes dos candelabros e dos lustres apagadas. Foi uma revolução; a música brotava das trevas e um mundo novo surgia, mais poético e mais misterioso. Como se Deus estivesse todas as noites recriando o mundo. Wagner preconizava a "Obra de Arte Total", ou seja, a união de todas as artes em prol de um todo orgânico, supremo, encimado pela música, que, sabe-se desde Schopenhauer, mestre de Wagner, era a Arte superior. Por ser a única Arte a prescindir do conceito aristotélico de mímesis, ou seja, de imitação, ou representação de qualquer aspecto exterior, a Música está mais do que apta a prefigurar a essência mesma das coisas, o universo das formas ou idéias puras, platônico, de que sabemos no mundo tudo são cópias baratas, meras sombras transitórias no teatro da existência.

Ora, o Cinema é a Obra de Arte Total de Wagner transfigurada, sucedâneo dela e mesmo, sob certos aspectos, seu aperfeiçoamento; porém, com uma significativa diferença: enquanto na Ópera a Música dominava as demais artes (a Poesia, a Cenografia, a Dança, a Arquitetura), reduzidas, por assim dizer e por conseguinte, a meras vassalas, no Cinema todas podem coexistir harmoniosamente. Em verdade, a soma delas todas é que dá origem ao Cinema. Claro está que muita vez dependerá da escolha do diretor e também do acaso o predomínio de uma arte sobre as demais; nem por isso, contudo, deixarão de pacificamente colaborar umas com as outras na criação de uma única e completa forma de arte.

Não exageramos, decerto, ao supor que não seria de todo desinteressante um livro que abordasse essas questões; que mostrasse o gradual desenvolvimento e a evolução dessas artes que, juntas, se combinam para formar uma outra, mais nova, complexa, original; que, portanto, mostrasse ao menos uma das transições por que passou até alcançar seu ápice e todo o seu potencial; que, por fim, como que homenageando, tangencialmente e sem o saber, a origem dessa arte, culminasse na celebração da vida, ao mesmo tempo em que celebrasse a Música, a arte metafísica. (Assim chamou ao jazz, certa feita, o grande Cortázar.) De alguma forma e pensando bem, tal livro não seria necessário, pois há muito foi realizado um filme sobre isso. Seu nome é Cantando na Chuva (Singing in the Rain, 1952).

 

cantando_na_chuva-img-gra-31.JPG

Porque Ver: Cantando na Chuva é dos filmes mais amados pelos cinéfilos e mesmo pelo espectador comum. Tornou-se uma espécie de quintessência dos musicais, cume e epítome do gênero. Muita gente, aliás, que não aprecia musicais adora-o. Sua história é até banal. Dupla famosa como par romântico na era do cinema mudo tem de se adaptar aos novos tempos com a súbita chegada do cinema falado na década de 1920. Por que um filme aparentemente tão simples ocupa o topo das grandes obras-primas do Cinema, ao lado de filmes pretensamente mais complexos como Cidadão Kane, Vertigo – Um Corpo que Cai, Casablanca, Amarcord? A meu ver, Cantando na Chuva é falsa e ilusoriamente simples. No fundo, tem a simplicidade das obras de gênio, ou seja, parece simples se focada apenas e tão somente na superfície, pois, à medida que nos aprofundamos nela, mais nos damos conta de sua engenhosidade e originalidade. É fato que, durante a chuva, uns vêem somente a água, ao passo que outros, olhando para cima e não para o chão, enxergam mais além.

Em primeiro lugar, há a metalinguagem. Em segundo, existe a excelência em todos os aspectos que tornam um filme inesquecível, a saber, grandes interpretações, exuberância visual com o seu Technicolor vibrante, um roteiro inteligente, pleno de perspicazes diálogos e memoráveis, apuro técnico e um punhado de grandes, inesquecíveis canções.

Comecemos pelo segundo ponto. Cantando na Chuva tem como seu grande trunfo o carisma de Gene Kelly, que, ao lado do diretor Stanley Donen, também coreografou todos os números musicais. Estes são completíssimos, não apenas porque cobrem uma ampla gama de estilos, do romântico “You Are Meant For Me” ao balé etéreo do “Pas de deux”, passando, ainda, pelo cômico (“Make’Em Laugh”), pelo Jazz (“Broadway Rhythm”) e pelo epifânico (“Singing in the Rain”), mas também e principalmente porque são executados à perfeição. A cena do Cosmo Brown com o boneco foi filmada pelo menos uma meia dúzia de vezes numa única tarde. Todas as cenas musicais, mormente a da jubilosa dança na chuva, transbordam de charme, ora ingênuas e graciosas (“All I Do Is Dream of You”), ora enérgicas e animadas (“Fit As a Fiddle” e “Moses Supposes”).

Tais números, é certo, não seriam o que são se outras fossem as estrelas envolvidas, de vez que nunca o talento dos atores serviu tão a propósito em favor de um filme. Da loira burra de voz esganiçada Lina Lamont (Jean Hagen) ao galã Don Lockwood (Gene Kelly), do impagável pianista Cosmo Brown (Donald O’Connor), principal responsável pela verve cômica do filme, à adorável Kathy Selden (Debbie Reynolds) – sem falar, ainda, das pernas da Cyd Charisse –, todo o elenco está excepcional. A mais injustiçada, porquanto menos lembrada, convém lembrar, é a atuação da Jean Hagen, que no filme tem a ingrata voz de taquara rachada com sotaque ridículo, mas que, na verdade e ironicamente, dublou a Debbie Reynolds nas canções, justamente o contrário do filme.

 

cantando_na_chuva-img-gra-29.JPG

Preste Atenção: A par das brilhantes atuações e do perfeccionismo dos números musicais, contribui muito para o culto de Cantando na Chuva sua filosofia humorística, seu otimismo, sua comicidade. A exemplo dos números musicais, o cômico em Cantando na Chuva varia do humor mais físico, característico da comédia baixa, como a da torta na cara, até aquele mais sofisticado, que reside nas palavras, ou antes, nas idéias, na ironia. Daria para ilustrar, com as cenas humorísticas de "Cantando na Chuva", todo o célebre O Riso, do filósofo Henri Bergson, no qual este dá a chave do humor como sendo a idéia da repetição mecânica que por vezes se sobrepõe à fluida naturalidade das coisas. A cena cômica, por excelência, de "Cantando na Chuva", é a "Make'Em Laugh", em que Cosmo, entre outras coisas, dança com um boneco e apanha dele. É uma cena hilariante e bastante popular, por meio da qual mostra-se uma vez mais a ilusão do Cinema, com seus falsos cenários e seu humor pastelão, e celebra-se a cultura popular. A letra da música é uma apologia do ator cômico, para o qual sempre haverá trabalho. A essa absorção – quase diríamos absolvição – de elementos populares, em contraposição àqueles consagrados, mais sérios e por essa razão mesma mais respeitáveis, pode-se atribuir grande parte do charme de Cantando na Chuva. A mesma discussão acerca do valor efetivo do Cinema em face de outras formas de arte consagradas está na cena em que Don Lockwood conhece a aspirante à atriz Kathy Selden, que despreza o Cinema, demasiado popularesco no seu parecer, dando valor apenas e tão-somente ao Teatro. Tal como Lockwood reinventa seu passado ao declarar que, estimulado pelos pais, desde criança assistia a peças de Shakespeare e Ibsen, enquanto de fato via filmes B na companhia indefectível do seu amigo Cosmo, assim, não menos, mente Kathy, que não interpretava Julieta alguma, senão era das atrizes, muitas, que no começo de carreira se submetem mesmo a representar dentro de um bolo. Essa discussão sobre a validade do Cinema, e a respeito do próprio Cinema, encarado como um fim em si mesmo, caracteriza a famosa metalinguagem de Cantando na Chuva.

Essa metalinguagem, como, aliás, não poderia deixar de ser, se dá sobretudo em relação aos problemas decorrentes da transição do cinema mudo para o falado, quando, além da troca de atores a quem a mudança não favoreceu em absoluto – seja porque não interpretavam verdadeiramente, como a Lina Lamont, seja porque novos costumes demandavam pessoas novas, como a Kathy Selden –, tiveram ainda de aprimorar o roteiro e os diálogos, a fim de evitar, por pura incapacidade do que dizer, os inúmeros e cada vez mais gritados “I Love You”, devidamente ridicularizados no filme. Outro entrave, logo solucionado, foi a dublagem, uma forma de preservar antigos astros cujas vozes, por assim dizer, não estavam à altura da situação. Em Cantando na Chuva, a dublagem foi descoberta pelo Cosmo Brown, ao relembrar o descompasso entre o som e as imagens durante a malograda pré-estréia da versão falada de The Royal Rascal, o filme dentro do filme: “Yes”, dizia uma mulher com voz de homem; “No”, replicava um homem com voz de mulher”; “yes, no, Yess, Noooooooo.”

Talvez o principal advento dessa transição tenha sido a necessidade de se voltar a uma temática atual. Sabe-se que o filme falado pioneiro que revolucionou o Cinema foi “O Cantor de Jazz”, um tema contemporâneo. Em Cantando na Chuva, para corresponder ao anseio dos novos tempos, que exigia números modernos, atraentes e próximos ao público, e não mais anacrônicos filmes de época, a solução foi inserir em The Royal Rascal o número “The Broadway Melody”. Nas primeiras vezes em que assisti ao filme, tive sempre a impressão de que este trecho destoava do restante do filme, sem, todavia, lograr prejudicá-lo no conjunto. Hoje penso diferente. Quer-me parecer que tal cena ilustra não apenas o maior leque de possibilidades temáticas com que se deparou o Cinema a partir da segunda década do século passado, como também, dentro do mesmo espírito humorístico que perpassa o filme, de pôr a nu tudo quanto constitui o Cinema, isto é, de mostrar, neste caso, o destino de muitos jovens do interior que tentavam a todo o custo virar atores em busca do sucesso e do dinheiro fáceis (sem contar o cutucão nos produtores da Broadway, associados a negócios escusos). “The Broadway Melody” deixa claro, numa espécie de versão simplificada das “Ilusões Perdidas”, de Balzac, que a maior parte desses jovens, desfeita a esperança, mas refeita a mala, há de voltar para casa, numa coreografia não ensaiada de desilusão, de mãos abanando; em suma, dançam.

Em que pesem a gozação e a paródia do mundinho sem glamour algum do Cinema, a admiração por ele não sai nada arranhada. Isso sucede porque é menos na amarga sátira do que num doce, quando muito agridoce humor que se apóia a metalinguagem do filme; se o humor de Cantando na Chuva fosse um câncer, seria com certeza benigno. Através da discussão do próprio Cinema, de como são realizadas as filmagens, como se comportam fora da telas seus astros e produtores, enfim, de tudo que subjaz à filmagem de uma obra, aproximamo-nos ainda mais desse universo. Tudo quanto há de ilusório, de ridículo, de falso e de pomposo no Cinema, como na cena inicial, a da chegada dos astros na première de The Royal Rascal, com a apresentadora mais parecida com uma colunista de fofocas, tudo isso é insuficiente para quebrar o nosso encanto em face do Cinema.

Pois, com a metalinguagem, Cantando na Chuva celebra o Cinema; desnuda seus mistérios, sem, contudo, desfazer seu charme. Ao invés de acabar com sua aura mágica, torna-o paradoxalmente mais fascinante. As cenas românticas não se tornam menos emocionantes depois de vermos, durante a canção “You Are Meant For Me”, o que gera a luz crepuscular, o vento, a vastidão do espaço estrelado dentro de um não muito grande galpão de estúdio. O mesmo acontece hoje em dia quando assistimos a algum making of. A magia não se desvanece, antes se amplia.

Resta, por isso mesmo, intacta, incólume, em verdade recrudescida, a nossa identificação com o filme e com as personagens. Ademais, pelo efeito mesmo da Arte, transfigurador ao extremo, isto chega a um nível tal que, quando Gene Kelly, na antológica cena que dá título ao filme e que de certa forma o resume – cena tão breve quanto genial, a ponto de não poucos pensarem que o filme se limite a ela –, quando o Gene Kelly, eu dizia, começa, exultante e apaixonado, a cantar os primeiros versos enquanto a chuva aumenta, dançando sozinho para expressar todo o seu entusiasmo, o seu renascimento, a sua esperança reencontrada quando tudo parecia perdido, descoberto enfim o amor recíproco, vemo-lo mais do que ele efetivamente é. Não se trata, bem se vê, da alegria ou o júbilo de uma personagem que por um acaso vemos, mas da Alegria em si, do Júbilo do ser humano, consoante o poder da Arte de exumar dos objetos a sua essência primeva ou última – o que vem a dar no mesmo. Como antecipei acima, de forma cifrada, essa Chuva é mais do uma chuva; uma vida comum com música, isto é, vida metamorfoseada, metafórica, certamente mais metáfora do que chuva, porém menos metáfora do que metafísica, pois em verdade quem está a dançar não é ele, apenas, mas nós outros, todos, a Humanidade inteira. Percebe-se por fim por que adoramos Cantando na Chuva. Adora-se o filme porque ele fala de Cinema; mais do que isso, celebra o que todos amamos. Pois o Cinema não é senão A Obra de Arte Total; a soma das artes todas que nos desvendam o Mundo por trás do mundo quando todas as luzes se apagam. Fiat Lux. E a Luz se move.

 

Dados do DVD: Em comemoração aos 50 anos do filme foi lançado uma ótima versão com som e imagem remasterizada e com muitos extras, inclusive com uma caixa luxuosa, nada mais justo (a dona Warner só pisou na bola em não ter legendado os comentários da Debbie Reynolds) :

 

Disco 1 
* Menu Interativo 
* Seleção de Cenas 
* Cantando Inspirado 
* Trailer de Cinema 
* Cantando Inspirado 
* Comentários 

 
Disco 2 
* Menu Interativo 
* Seleção de Cenas 
* 2 Documentários: "What a Glorious Feeling" e Musicais Grandes Musicais, Trechos dos Filmes com Versões Anteriores das Canções. 
* Outtake "You are my Lucky Star. (tudo legendado)

 

Detalhes:  Embalagem Flip impressa em Português   
* DVD Zona 4 (América Latina, Austrália e Nova Zelândia). Disco 1 e 2: DVD 9 - Face única e dupla camada  
* Livre  
* Filme e áudio remasterizados 

Disco 1 
FILME 
 
INFORMAÇÕES ESPECIAIS: 
.Comentário - em inglês de Debbie Reynolds sem legendas. 
 
. Som e Imagem - Informação em texto sobre a transformação do cinema mudo para o sonoro em ordem cronológica. Clicando no poster dos quatro filmes citados (Entre eles, o Cantor de Jazz e Melodia da Broadway de 1928), você verá cenas dos mesmos. Extra bom como ilustração. 
 
. Cantando Inspirado - Esta opção mostra trechos de outros filmes que serviram de inspiração para cenas de Cantando na Chuva. Quando o rolo do filme aparecer na tela enquanto você assiste ao filme, use seu mouse para clicar no ícone ou aperte "enter" no seu controle remoto e você saberá mais sobre Cantando na Chuva e os filmes que o inspiraram.  
 
. Informações Especiais Adicionais - Trailer e Premiação em texto. 
 
* Disco 2  
INFORMAÇÕES ESPECIAIS - Todos legendados
. Musicais Grandes Musicais - Um documentário sobre a a fase áurea dos musicais da Metro. As produções de Arthur Freed. Rico em imagens e trechos de filmes inesquecíveis como A Roda da Fortuna, As Garçonetes de Harvey, etc. Entrevistas com Cyd Charisse, Stanley Donen, André Previn, Michael Kidd, entre outros. 
 
. What a Glorious Feeling - O making of de Cantando na Chuva apresentado por Debbie Reynolds. 
 
. Trechos dos Filmes com Versões Anteriores das Canções - Gene Raymond cantando ALL I DO IS DREAM OF YOU em Três Amores / Sadie McKee (1934), de Clarence Brown. Bing Crosby cantando BEAUTIFUL GIRL em Delírio de Hollywood / Going Hollywood (1933), de Raoul Walsh. E mais THE BROADWAY MELODY apresentada no filme de mesmo nome, etc...  
 
. Outtake "You are my Lucky Star" - Cena excluída de Cantando Na Chuva. 
 
. Galeria - De fotos dos bastidores de Cantando na Chuva. 
 
. Destaque musical - A gravação das músicas somente em áudio. Escolha uma das canções e ouça-a na integra. Extra muito precioso.
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A título de informação' date=' o gênero musical passa longe das minhas preferências cinematográficas, gosto de 3, este aqui, Sete Noivas Para Sete Irmãos e Moulin Rouge (com ressalvas) abomino os clássicos A Noviça Rebelde e West Side Story e passei longe de Chicago, pronto JeFFs agora pode me matar.   

 
[/quote']

 

E eu que pensava que heresias tivessem limites... Com muito prazer,  Nacka: machinegun

 

06

 

Vou tentar rever nesse fim de semana Cantando na Chuva, que ainda não comprei porque tenho esperanças do preço daquela Edição de Luxo abaixar. Tenho essa edição de Casablanca e digo que vale muitooo a pena.

 

PS: Nacka, o nome do diretor é Stanley DoNen, com um "n" somente. É o mesmo do magnífico e superior Sete Noivas Para Sete Irmãos.

JeFFs2006-11-08 14:22:00

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 Puta que pariu' date=' Silentio!! Depois do seu texto fico até com vergonha de escrever minhas "críticas"... Simplesmente, ótimo. Perfeito! [img']http://www.cinemaemcena.com.br/forum/smileys/10.gif" height="17" width="18" align="absmiddle" alt="10" />

 

 Que você continue presenteando-nos participações desse naipe!

 

 

 

PS 1: Preciso rever urgentemente esse filme...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eu também!!!

 

 

 

P.S.: Também fiquei com vergonha das minhas "pseudo - críticas" depois que eu li a do Silentio!!! Parabéns!!! 10.gif

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Não vi o filme, mas tive que ler a crítica do Silentio mesmo assim. Tudo muito didático, assim como me serviu o Rubysun com Era Uma Vez no Oeste (a propósito, o Rubysun tem exatamente a metade da idade do Silentio, não me acostumei com isso ainda06). Não curto musicais, mas parece estar mais do que na hora de desenvolver um gosto pelo gênero. Parabéns, Silentio! Posso até imprimir e mostrar pro meu professor de audiovisuais, pra ver se ele aprende alguma coisa.06

Forasteiro2006-11-09 19:37:51
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Cantando na Chuva – Dir.: Stanley Donen e Gene Kelly

Cantando na Chuva é um dos grandes exercícios de metalinguagem do cinema: o musical falando do musical, os clichês falando dos clichês, os atores falando das atuações, o som “falando” de sua chegada a Hollywood, o cinema falando do cinema. Não é uma obra-prima, mas inesquecível e obrigatório em qualquer acervo e para qualquer cinéfilo.

Para um fã de musicais – eu – nada melhor que um filme do gênero que aborde também outros musicais, colocando canções de tais, enquanto conta a história da vinda do cinema falado por volta de 1927. Gene Kelly é o grande artista, porém é inegável dizer que todos no elenco são perfeitos. A pura Debbie Reynolds, passando por O’Connor (que gera os melhores momentos do longa: Make Them Laugh e Supposes, além de Good Mornin’ com os outros dois) para parar em Jean Hagen, com sua vozinha irritante e um desprezo que logo levam-nos a torcer contra ela (e isto quer dizer, torcer para Kathy).

A clássica cena do cinema, onde Kelly finalmente se prostra a entoar Singin’ in the Rain faz todo mundo querer sair dali e começar a se pendurar em postes, querendo chuva, para se deliciar e cantar o happy refrain com uma glorious feelin’ – mais tarde imortalizada por Kubrick em Laranja Mecânica – e outras que mudaram e influenciaram outras obras da sétima arte – como o You’re my luck star, que Sigourney Weaver diz no primeiro Alien. Claro que os tons pastéis ficam, em cenas, excessivos e cenas prolongadas (como a ilusão de Don sobre uma cena em que ele faria uma pessoa recém chegada à Broadway), mesmo que perfeitamente conduzidas, sapateadas e interpretadas, tiram um pouco do brilhantismo desta alegria colorida. Quando Cantando na Chuva terminar, talvez você nem queira refletir sobre nada, nem mesmo o filme, mas sua alma terá tomado o banho de chuva e será feliz (ainda que por poucos minutos) de novo, como se estivéssemos no musical, a cantar e dançar.

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A título de informação' date=' o gênero musical passa longe das minhas preferências cinematográficas, gosto de 3, este aqui, Sete Noivas Para Sete Irmãos e Moulin Rouge (com ressalvas) abomino os clássicos A Noviça Rebelde e West Side Story e passei longe de Chicago, pronto JeFFs agora pode me matar.

 

[/Quote']

 

Herege. Adoro todos vistos, falta apenas Sete Noivas Para Sete Irmãos.

 

Então, junto-me ao coro:

 

 

Com muito prazer' date='  Nacka: machinegun

 

[/Quote']

 

06

 

Vou imprimir a crítica do J. de Silentio e lerei-a com calma, pausadamente, com um dicionário. Se preciso for, colocarei observações. Agora, dos filmes que passaram no Cineclube, eu vi:

 

-A Lista de Schindler

-No Rastro da Bala

-Fale Com Ela

-Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas (revisto para o tópico)

-A.I. - Inteligência Artificial (revisto para o tópico)

-Cantando na Chuva (revisto para o tópico)

 

Faltam:

 

-Amnésia

-Era Uma Vez no Oeste

-A Última Tentação de Cristo

-Sob o Domínio do Medo

 

Acho que só, né?
ltrhpsm2006-11-09 19:44:15
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É... Amanhã vamos para "Cantando na Chuva" com J. de Silentio e nada de ninguém sobre "Sob o Domínio do Medo"... Que pena. 3d45

 De qualquer forma serviu pra deixar alguns curiosos sobre o filme e para eu rever essa jóia de Peckinpah.    

 

Bem, antes tarde do que mais tarde...06

Peguei SOB O DOMÍNIO DO MEDO 3 vezes esta semana e voltei com ele pra locadora sem poder assistir em 2 situações, devido a alguns problemas que eu tive. Enfim, finalmente consegui rever o filme (havia assistido há um bom tempo e não seria capaz de fazer uma análise complexa do filme com as poucas lembranças que tinha) mas ainda assim não tive tempo de vir aqui ler o texto do The Deadman e comentar.

 

Acabei de ler o texto e fiquei pensando por um tempo se deveria comentar ou não. Bem, como seria uma pena deixar esta análise esquecida na página 44 deste tópico (ANOTEM BEM, PÁGINA 44!!!) vim aqui dizer que eu li. E acho que é o máximo que eu posso fazer. Sim, porque a análise do The Deadman é absolutamente fantástica. T O D O S  os detalhes dos personagens, as complexas personalidades de David e Amy, o estilo de Peckinpah, a leitura da violência pontuada SIM em todo o filme, desde o princípio (o que prova que Peckinpah é "fiel" a seu estilo)...eu nunca seria capaz de dizer qualquer coisa contra essa anáilise (e repito mais uma vez essa palavra porque o texto é sim uma análise do ser humano violento e vulnerável que somos todos nós, muitas vezes e um mero brinquedo, como ele bem disse no texto). É meio frustrante não ter nenhum argumento seu que eu queira discutir e/ou acrescentar algo; pra mim você foi irretocável. E ainda que isso pareça uma puxação de saco descarada, desafio aos outros amigos que ainda não viram o filme: assistam, voltem à página 44, leiam a crítica e tentem colocar um defeito na leitura que o The Deadman fez sobre o filme.

Meu caro, meus sinceros parabéns! Ficou excelente!!! 03

 

*A cena do estupro é, sem dúvidas, um dos retratos mais fiéis e extraordinários da dubiedade do ser humano. Perceber as expressões de Amy, suas reações...FANTÁSTICO!

E também me arrepiei todo com a fala final...nada mais correto pra encerrar o filme. Não sabemos pra onde vamos, no máximo nos enganamos.

 

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É... Amanhã vamos para "Cantando na Chuva" com J. de Silentio e nada de ninguém sobre "Sob o Domínio do Medo"... Que pena. 3d45

 De qualquer forma serviu pra deixar alguns curiosos sobre o filme e para eu rever essa jóia de Peckinpah.    


Bem' date=' antes tarde do que mais tarde...06
Peguei SOB O DOMÍNIO DO MEDO 3 vezes esta semana e voltei com ele pra locadora sem poder assistir em 2 situações, devido a alguns problemas que eu tive. Enfim, finalmente consegui rever o filme (havia assistido há um bom tempo e não seria capaz de fazer uma análise complexa do filme com as poucas lembranças que tinha) mas ainda assim não tive tempo de vir aqui ler o texto do The Deadman e comentar.

Acabei de ler o texto e fiquei pensando por um tempo se deveria comentar ou não. Bem, como seria uma pena deixar esta análise esquecida na página 44 deste tópico (ANOTEM BEM, PÁGINA 44!!!) vim aqui dizer que eu li. E acho que é o máximo que eu posso fazer. Sim, porque a análise do The Deadman é absolutamente fantástica. T O D O S  os detalhes dos personagens, as complexas personalidades de David e Amy, o estilo de Peckinpah, a leitura da violência pontuada SIM em todo o filme, desde o princípio (o que prova que Peckinpah é "fiel" a seu estilo)...eu nunca seria capaz de dizer qualquer coisa contra essa anáilise (e repito mais uma vez essa palavra porque o texto é sim uma análise do ser humano violento e vulnerável que somos todos nós, muitas vezes e um mero brinquedo, como ele bem disse no texto). É meio frustrante não ter nenhum argumento seu que eu queira discutir e/ou acrescentar algo; pra mim você foi irretocável. E ainda que isso pareça uma puxação de saco descarada, desafio aos outros amigos que ainda não viram o filme: assistam, voltem à página 44, leiam a crítica e tentem colocar um defeito na leitura que o The Deadman fez sobre o filme.
Meu caro, meus sinceros parabéns! Ficou excelente!!! 03

*A cena do estupro é, sem dúvidas, um dos retratos mais fiéis e extraordinários da dubiedade do ser humano. Perceber as expressões de Amy, suas reações...FANTÁSTICO!
E também me arrepiei todo com a fala final...nada mais correto pra encerrar o filme. Não sabemos pra onde vamos, no máximo nos enganamos.
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Para engrossar o coro: Deadman, eu comprei o filme na 2001video.com.br e assim que eu o tiver em mãos eu o assistirei....
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Interrompemos a programação para a divulgação de certos tópicos excelentes, mas que por algum motivo estão ás moscas. Lá vai:

Filme x Filme

http://www.vs-versus.de/Bilder/mainlogo.JPG

Você já passou no novo Filme x Filme do Cineclube em Cena?

Calma, não se trata daquele tópico imbecil onde você apenas escolhe um

dos filmes propostos e lança um novo "desafio". Neste aqui, temos duas

novidades:

 

- Justificação de escolha

- Acúmulo de embates

 

O

que está esperando? Passe lá agora mesmo, responda a pergunta em cartaz

(se já tiver visto os filmes, é lógico) , lance seu desafio e discuta

os filmes propostos !!! 01

Lembrando

que temos sempre dois embates diferentes, você deve escolher um deles

(ou os dois) para responder e justificar a escolha. Aí então você pode

propor mais um desafio.

Link: http://www.cinemaemcena.com.br/forum/forum_posts.asp?TID=12487&PN=6

 

Defendendo uma Bomba

 

 

 

bomba.gif

Tópico criado pelo Enxak, onde

qualquer um pode enviar uma análise de uma "bomba" que adora, para que

surjam discussões. Já passaram por lá defensores de Bad Boys 2, Jason X, The House of Dead, O Cubo 2 e no momento o usuário cinéfilo está a defender Josie e as Gatinhas. Participem.

Link: http://www.cinemaemcena.com.br/forum/forum_posts.asp?TID=12564&PN=1

 

 

Bombardeando um Filmaço

bomba.jpg

Este tópico se trata do inverso do Defendendo uma Bomba. Aqui, o usuário pode falar mal daquele que é considerado por todos como um "filmaço", mas que para ele é uma merda ou um filme mediano. Já foram bombardeados lá os filmes Fargo - Uma Comédia de Erros e Curtindo a Vida Adoidado. O próximo filme a ser massacrado lá será Closer - Perto Demais. Você pode participar também !!

Link: http://www.cinemaemcena.com.br/forum/forum_posts.asp?TID=12565

 

 

Tribunal de Pequenas Causas Cinematográficas

 

martelo.jpg

 

A cada semana, os membros do Júri propõem uma discussão, com advogados e testemunhas para darem suas opiniões sobre o tema. No final da semana, Nacka, Jailcante e Silva analisam a discussão e dão o veredicto. Já rolou lá Matrix vs. Titanic (vitória de Matrix), 2001 - Uma Odisséia no Espaço (declarado inocente), Batman Begins - A Melhor Adaptação de Quadrinhos? , Crash - No Limite: Merecia Oscar?, entre outros ... No momento a discussão é: Críticos: Um mal necessário? Interessado? Passe lá e participe das discussões.

 

Link: http://www.cinemaemcena.com.br/forum/forum_posts.asp?TID=12523&PN=30

 

 

Engraxador!2006-11-15 16:38:37
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Já que o Engraxador! fez uma mini-propaganda, vou colocar o indíce das críticas para sabermos o que já se passou por aqui:

 

Página 1 = Forasteiro (A Lista de Schindler)
Página 8 = Mr. Scofield (No Rastro da Bala)
Página 17 = Dook (A Última Tentação de Cristo)
Página 28 = Silva (Amnésia)

Página 34 = Garami (Fogo Contra Fogo)

Página 37 = Alexei (Fale Com Ela)

Página 39 = Engraxador (Peixe Grande)

Página 40 = Rubysun (Era Uma Vez no Oeste)

Página 42 = Thico (A.I. - Inteligência Artificial)

Página 44 = The Deadman (Sob o Domínio do Medo)

Página 45 = J. de Silentio (Cantando na Chuva)
ltrhpsm2006-11-15 17:07:17
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A propósito, li a crítica do J. de Silentio: ainda melhor que o filme! Incrivelmente bem como ele trata as palavras e desenvolve dando um contexto histórico amplo. Parabéns, creio que foi a melhor das que li.

 

Por mais que eu seja pequeno e o Dook maltrate-me, estaremos aí. Nacka, não vai avisar, não?

 

JeFFs, ficou ótimo seu comentário, anime-se. 01 Os próximos a fazer críticas bem que poderiam ser: Noonan, Dan..., Kakashi, Thiago Lucio, Nacka, JeFFs, Katsuhiro, Fernando ou Gustavo.

 

Agora, a lista de fimes vistos está assim (além do próximo):

 

-A Lista de Schindler
-Fogo Contra Fogo
-No Rastro da Bala
-Fale Com Ela

-A Última Tentação de Cristo
-Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas (revisto para o tópico)
-A.I. - Inteligência Artificial (revisto para o tópico)
-Cantando na Chuva (revisto para o tópico)
ltrhpsm2006-11-19 15:47:41
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Ía
escrever uma crítica bonitinha, mas é, não tenho aptidão pra coisa. E depois
dessa do Silentio, a minha ficaria ofuscada. Até comecei, mas empaquei. Enfim,
revi o filme nesse final de semana (só deu pra vir aqui hoje!) devido ao
Cineclube e não deixaria de vir aqui comentar.



Vou
começar com a minha "indignação". Reconheço a excelência de Cantando
na Chuva e gosto muito do filme (minha nota até aumentou nessa revisada; de 8,5
para 9,25. Altíssima.), mas acho um tremendo exagero ele ser uma referência tão
forte do seu gênero. O Silentio, por exemplo, disse que é o "cume e
epítome do gênero"!!! Tem idéia do que é isso???!!! 06 É rebaixar outras
grandes obras musicais bem superiores, mas que, por algum motivo (não tenho
idéia do qual), não ganharam um destaque como Cantando. Claro, são questões
subjetivas; e essa minha opinião dá-se ao fato de não achar esse filme
perfeito, irretocável
.







O
Silentio comenta a gama de estilos musicais que o filme apresenta. A sensação
que tive ao término do longa foi de só ter visto sapateado. Não questiono a
qualidade desses números simplesmente porque são fabulosos, divertidos e de um
padrão elevadíssimo (queria saber dançar como Gene Kelly... 12), mas esse
monopólio de estilo me desagradou um pouco. Outra bola fora foi a demora
daquela seqüência em que Don
"chega" à Broadway, citada até pelo ltrhpsm. Muito legal, mas
demorada e meio parada.


Dois
pontos alavancam Cantando na Chuva: o elenco e a metalinguagem. Com toda
certeza “Tais números, é certo, não seriam o que são se outras fossem as
estrelas envolvidas [...]” (bem disse J. Silentio). Com um carisma atraente, os
três atores (em
especial Donald O'Connor, que garante momentos
engraçadíssimos) abrilhantam e dão força necessária ao filme para manter-se em
todo tempo agradável, enquanto que sua metalinguagem dá charme à história,
sofisticando artisticamente o musical.

No fim do
filme, a música tema não saía da minha cabeça. Cantava alto pela casa “Singin’ in the rain”. É o efeito de um filme levemente divertido e conquistador
– mas não tanto quanto A Noviça Rebelde, Hair, Sete Noivas Para Sete Irmãos...




JeFFs2006-11-16 22:40:46
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Deadman, eu vi...e estou 13!!!!

 

 

Sob o Domínio do Medo (Straw Dogs) - Muitas pessoas já me falaram muito bem desse filme, mas eu não o achava em nenhuma locadora. Depois veio a crítica (fabulosa) do Deadman no Cineclube, que me incentivou ainda mais a vê - lo, a ponto de comprá - lo no escuro na 2001 video. Pois bem, acabei de assistí - lo. é tudo isso que disseram e mais um pouco. poucas vezes eu me senti tão estupefacto, assustado, embebecido com tanto impacto e com tanta intensidade dessa maneira. Poucas vezes eu interagi tanto com um filme, dizendo coisas como "Isso não vai acabar bem"; "Isso vai dar merda", entre outras frases interjeitivas como essas. Poucas vezes eu saí tão "destruído" emocionalmente (assim como os personagens desse filme, brilhantemente interpretados por Dustin Hoffman e Susan George), cada nuance, cada detalhe da composição dos personagens (o tirar e colocar de óculos do personagem de Dustin, as atituldes "infantis" da personagem de Susan, a fenomenal e assustadora cena de estupro, a transformação gradativa e ainda mais aterrorizante do personagem de Dustin, enfim, a cada passo do roteiro eu ficava mais irriquieto, mais espantado com o destino dos personagens, e isso, nesse filme, foi extremamente bom...esse foi o primeiro filme que comprei "no escuro", sem ter visto anteriormente. Tomara que os outros que, por ventura, compre  "no escuro" sejam assim...Deadman, valeu pela crítica (e, consequentemente, pela dica...), pois o filme é 16!!!!!!

 

Nota - 10/10

 

Desculpe se o meu comentário foi mais emotivo do que qualquer outra coisa, mas é que o impacto foi tão grande que precisarei de algum tempo para discernir, para degustar esse filme, pois ele te deixa definitivamente em frangalhos (no melhor sentido da expressão)!!!!! 
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O Cineclube em Cena e suas críticas em breve fará um recesso (calma, continuaremos renovados em Janeiro), mas enquanto essa hora não chega, vamos fazer alguns comentários sobre o 2º filme de Sam Mendes, Estrada Para a Perdição feita pelo ltrhspm. O filme, na minha opinião é subestimado. O diretor tinha dirigido antes o maravilhoso Beleza Americana e as expectativas para este aqui estavam lá no alto... ainda assim a fotografia de Conrad L. Hall foi indicada e ganhou um Oscar. Merecido.

 

 

Estrada Para Perdição - Dir. Sam Mendes (por ltrhpsm)

 

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Filme: Estrada Para a Perdição (Road To Perdition) 2002 Dir. Sam Mendes. Com: Tom Hanks, Paul Newman, Jude Law e Daniel Craig, Stanley Tucci.

 

Sinopse:

 

Michael Sullivan (Tom Hanks) é um gângster de 1931 que deve tudo que tem ao patrão, John Rooneey (Paul Newman). O trabalho sujo é tocado com pouca animosidade, mas sem reclamações, na situação passiva que vive. Tudo muda no dia em que seu filho, Michael Sullivan Jr. (Tylar Hoechlin), descobre o que ocorre nas suas “saídas para o trabalho” e é obrigado a encobertar o assassinato cometido pelo filho de Sullivan (Daniel Craig).

 

estrada-para-perdicao03.jpg

 

 

Estrada abaixo

 

Os Estados Unidos da América surgiram em 1776. A outrora colônia inglesa virou nação, reconhecida pelos ingleses em 1783. Os nativos que dali foram expulsos não poderiam prever que aquela colônia da Rainha iria chegar a dominar o Mundo e, agora, quem se vê subordinado é o Reino Unido. O imperialismo norte-americano foi inteligente e ousado; mas foram as Guerras Mundiais que capacitaram a transposição do poder das mãos européias ocidentais para as americanas, ao reconstruir cidades devastadas e estimular o acúmulo de dívidas nos países falidos pelas catástrofes. E a nação virou potência. Todavia, na década de cinqüenta surgiu um forte opositor, a União Soviética Socialista, e a vontade americana não permitia que os dois países rechaçassem o mundo pacifica e igualmente. E a potência ganhou o mundo, com corridas ideológicas e armamentistas, triunfando no governo Reagan. Ademais seus conflitos no Oriente já expunham o desgaste e o declínio pelo qual o grande país divulgador do cinema começava a passar.

 

Enquanto isso, numa cidade inglesa, nascia o diretor Sam Mendes. Apenas aos quarenta e quatro anos, ele colocaria – com criatividade, abuso e polêmico – diante das telas a grande quebra pela qual passava o american way of life, copiado e louvado por sociedades com uma concepção influenciada e manejada pelos, estes sim, imperialistas universais. É verdade que Kubrick, Scorsese, Coppola e tantos outros já haviam colocado suas críticas implícitas em obras-primas como Laranja Mecânica e Taxi Driver, só que Mendes foi viril e audacioso, chutando o pau da barraca. Triunfal foi seu Beleza Americana (muitos duvidam que os padrões aos quais estão imersos os americanos não permitem que eles entendam a verdadeira alma do filme) e era de se esperar que a seguinte obra fosse tão desmistificadora e brava como a primeira. Foram três anos de espera até Estrada Para Perdição.

 

foto1.jpg

 

 

Estrada bem acabada

 

Desta vez, Mendes coloca as personagens na Grande Depressão, o momento mais temido durante todo áureo reinado que se estende perante décadas. E se há algo que ele comprovou foi saber interagir com a técnica num filme mais centrado no roteiro. A reconstituição épica é notável, desde o cigarro clássico, com baforadas de fumaça charmosas, a xícaras; desde as casas periféricas à Chicago dos bancos e dos arranha-céus, tudo é transposto naturalmente, com pinceladas de chuvas e verde-cinza. Mais fatores técnicos incorporam-se: a edição deixa o filme coeso e harmônico, a fotografia melancólica e sutil, o figurino – sem exageros e cores atrativas – ambiente e mesmo a maquiagem dos atores, destacando-se Jude Law (careca) e Tom Hanks. O que mais agracia é a trilha sonora, do bárbaro Thomas Newman (Desventuras em Série), sem toques estridentes ou exagerados, ele compõe do jazz fascinante a um piano lindo (no velório inicial), perpassando ao profundo abismo emocional da alma.

 

Se a interação do trabalho do diretor com os responsáveis da arte pode ser exaltada pela naturalidade e diferenciação – no caso da trilha, exultada – excelência próxima ocorre com o elenco. Hanks e Law estão irreconhecíveis na aparência, demonstram, contanto, plena forma cujo poder foi consagrador em películas passadas ou futuras: quietos e irretocáveis, exprimem a vontade por saciar-se de sangue em prol de si mesmos, brilhantes. Paul Newman e Daniel Craig são, independentes, shows à parte; seja Craig sarcástico, reprimido e repressor; seja Newman, com a fineza voraz com qual ataca ou acolhe. O que deixa a desejar neste quesito é a falta de relações familiares mais consistentes, tanto Newman e Craig juntos, como a família de Sullivan (estáticos, parecendo robôs) ficam nas tentativas de alcançar o que Spacey e Benning fizeram em Beleza.

 

estrada-para-perdicao04.jpg 

 

Estrada metafórica

 

A grande confusão digna de ocorrer ao ver Estrada Para Perdição é não compreender o verdadeiro valor da obra e do título. A estrada é uma metáfora de duplo-sentido usada para contar os rumos que a vida de Michael Jr. tomará após a experiência de seis semanas na estrada. Caminho este, que o pai o conduz, direcionado à cidade de Perdition (traduzida erroneamente nos créditos), à medida que salva o filho de um futuro perdido, como o seu presente. Neste período de tempo, a aventura sanguinária, representará a perda de valores nos E.U.A. desde a declamada dos mafiosos e suas vidas públicas e particulares, sólidas aparentemente, ruem repentinamente e gradualmente; com o (agora, sim) implícito cutucar aos manejos americanos para acariciar este mal chamado poder.

 

Desde o começo, as idéias do filme são expostas dum modo menos aberrante e o erro do filme é justamente, tentar tomar para os americanos o conteúdo inteligente, parecendo receoso de colocá-los abertamente; misturar um suspense policial complicado (não indecifrável, mas precisa de atenção) neste drama carregado. Sorte que a natureza com a qual Sam Mendes trabalha é admirável e uma história do passado se faz presente. Note a manipulação, a incapacidade, a proibição de contestação; contrapostos a uma vida de abraços, apostas, comida farta e música (em pleno velório). Isto porque nesta mini-sociedade, a ganância anda desenfreada e os interesses pessoais são mais valiosos que vida.

 

foto2.jpg

 

Uma espécie de discurso-clichê vira arma potente aqui. Para começar, contempla-se a personagem de John Rooney. O todo poderoso é incapaz de controlar seu filho maniqueísta. Por sinal, também se vale de reclamações à família – que também não tem a coragem e o poder de reivindicar ou saber, sendo os filhos, verdadeiras catástrofes para os pais – e antíteses – o manipulador é manipulado por seu próprio rapaz. Já Connor constrói-se com base na irracionalidade e sobriedade exacerbada, desprezo repugnante (“Isto é uma comédia, porra”) e decadência mental. O fotógrafo assassino de Jude Law representa uma pedra insignificante, que jogada à água, pode gerar ondas capazes de modificar vidas.

 

Concluindo, é na dupla de Michaels Sullivans que ocorre a grande viagem pela estrada. Tudo que se passa leva a um final “feliz” e justificável (o que prejudicou um pouco Beleza), esperançoso de um futuro melhor, mais puro como uma criança, destituído o poder que pairava na máfia e paira no americano.

 

foto7.jpg

 

Estrada longa à frente

 Por estas e por outras, Sam Mendes tem o poder de se sentir orgulhoso. Em 1999, às vésperas de George W. Bush – um dos mais infames líderes americanos – assumir a Casa Branca, ele já desiludia aquele povo. Mal sabia que em 2001, com os atentados terroristas o império que Bush planejava começou a declinar. Em 2002, concebeu ao governo a responsabilidade pela destruição das sociedades, por não saber controlar seus estímulos. Mal sabia que em 2003, viria a Guerra do Iraque. Agora, em 2005, fez outro longa criticando a guerra imposta. Hoje, Mendes está realizado. Os norte-americanos, finalmente, despertam para a realidade e esboçam alguma reação que ainda o diretor aguardava na esperança mencionada. Bush perdeu a Câmara e o Senado. A Guerra do Iraque é um fracasso comprovado. Quase todos que se arrastavam aos pés dos costumes americanos e de seu jeito, agora não aprovam-nos. Qual será o próximo passo da potência? O quê (se é que) Mendes preverá novamente? Isto, o futuro dir-nos-á.

 

Há ainda uma longa estrada pela frente. Resta, como os sábios, aprender com os erros dos outros; como fez Sam Mendes.

 

Dados do DVD

 

menu1.jpg

 

Seleção de Cenas
Comentários do Diretor:
Este é o melhor extra do DVD. O diretor Sam Mendes faz reflexões sobre os bastidores da produção e conta detalhes pitorescos. Infelizmente este extra não tem legendas em português.
Making Of: Aqui você encontra um documentário sobre os bastidores do filme, com curiosidades e depoimentos do elenco e realizadores, 25 minutos. Legendado.
Cenas Excluídas: 11 cenas excluídas ou extendidas são oferecidas para sua diversão. São elas: "Hora do Jantar", "Pêsames", "Palavras do Fundo do Coração", "Amor Maternal", "O 'Nightclub'", "Confissão", "O Motel", "Coletando Informações", "Uma Dança", "Sr. Capone" e "A Imagem de Seu Pai".
CD Soundtrack:  Um spot comercial promovendo o CD com a trilha sonora do filme
Galeria de Fotos: Album de fotografias da produção que podem ser vistas de modo interativo.

Biografias do Elenco e Produção (Somente Inglês): Fichas em modo texto com a história artística de alguns atores e realizadores. Um desleixo a Fox não ter traduzido estas informações.
Notas da Produção (Somente Inglês):  Mais informações em modo texto, também sem traduções para o português.

Audio

Inglês DD 5.1
Português DD 2.0
Espanhol DD 2.0

 

Atenção: Na contracapa existe um logotipo DTS mas essa opção de áudio não está presente no dvd (somente na versão lançada na Região 1, aliás lá, o filme foi lançado em três opções: Widescreen, Standard e Widescreen com trilha DTS, sorry periferia...)

 

Dados retirados do site www.dvdshow.com.br
Nacka2006-11-20 17:47:39
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