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Perfume


Beatrixx Kiddo
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Sim, o filme Perfume em sua parte final se torna, arrastado e cansativo. Tentaram levar muito ao pé da página, palavras, vírgulas, etc. Cada veiculo tem sua linguagem. Teriam que ter dado uma enxugada no roteiro. Vejam a bela adaptação de Little children, inclusive o final do livro é diferente do filme. Madame Bovary no livro lçeva umas 15 páginas para morrer. Se fossem filmar isso ao pé da letra, ninguem aguentaria...06. Ok, se o povo gostou, tudo bem, eu detestei e sou fã ardorosa do livro. Fico com o livro.03

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PERFUME - A HISTÓRIA DE UM ASSASSINO
Por Celso Sabadin
[email protected]

Com um orçamento estimado em € 50 milhões (algo em torno de US$ 65 milhões), Perfume – A História de um Assassino é a produção alemã mais cara da história, até o momento. Na verdade, trata-se de uma co-produção que envolveu não apenas Alemanha, como também França e Espanha, com belíssimas locações em Barcelona, Munique, Grasse e outras localidades de encher os olhos.

O filme era dos mais esperados, em primeiro lugar pelo sucesso do livro que o originou, traduzido para 45 idiomas, e que vendeu mais de 15 milhões de cópias em todo o mundo. E em segundo lugar, pela insistente resistência que o seu autor, o excêntrico e recluso alemão Patrick Süskind, ofereceu durante anos contra todos os cineastas que se dispuseram a comprar os direitos autorais do livro. Tanto que a obra foi publicada em 1985 e os direitos só foram comercializados em 2001.

Valeu esperar? Nem tanto. A direção do também alemão Tom Twyker (consagrado por Corra, Lola, Corra) optou por conferir ao filme uma estilização visual exagerada, criando uma estética excessivamente publicitária. Os maneirismos de montagem e efeitos chegam a ser cansativos, tamanha a quantidade de câmeras lentas, tomadas rápidas, travellings neuróticos, ângulos supostamente inusitados e outros penduricalhos visuais que mais atrapalham que ajudam a narrativa. Mesmo considerando que a direção de arte e a fotografia são belíssimas.

O roteiro também deixa a desejar, usando e abusando da narração oral (feita por John Hurt), impedindo que o filme rompa com a linguagem verbal do livro que o originou e ganhe personalidade cinematográfica própria.

E para quem não foi um dos compradores dos 45 milhões de exemplares do livro, vale dizer que a história, ambientada no século 18, fala de Jean-Baptiste Grenouille (o inglês Ben Whishaw), um rapaz pobre que nasceu com um olfato megadesenvolvido, capaz de diferenciar os mais diferentes tipos de odores a quilômetros de distância. Ao se apaixonar pelo cheiro de uma bela jovem e depois a matar inadvertidamente, Grenouille passa a desenvolver uma obsessão doentia pela criação de novos perfumes, transformando seu dom em paranóia assassina.

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Sim' date=' o filme Perfume em sua parte final se torna, arrastado e cansativo. Tentaram levar muito ao pé da página, palavras, vírgulas, etc. Cada veiculo tem sua linguagem. Teriam que ter dado uma enxugada no roteiro. Vejam a bela adaptação de Little children, inclusive o final do livro é diferente do filme. Madame Bovary no livro lçeva umas 15 páginas para morrer. Se fossem filmar isso ao pé da letra, ninguem aguentaria...06. Ok, se o povo gostou, tudo bem, eu detestei e sou fã ardorosa do livro. Fico com o livro.03[/quote']

 

 

Pra mim ficou claro que você estava falando de "O Nome da Rosa"... Mas se é você que está dizendo, quem sou eu para discordar...02

Ana2007-02-01 16:07:44

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Fofa, lo que eu disse foi:

 

"Uma adaptação com sucesso para o cinema - O nome da Rosa, o livro é uma bíblia, mas souberam adaptar para as telas sem torná-lo chato, enfadonho ou arrastado".

 

Já o Perfume é o contrário.

 

"Você não entendeu o que ele disse. Ele disse justamente que não fizeram o filme cansativo...03"

 

Eu sou mulher, fofa. 06

 
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Fofa' date=' lo que eu disse foi:

 

"Uma adaptação com sucesso para o cinema - O nome da Rosa, o livro é uma bíblia, mas souberam adaptar para as telas sem torná-lo chato, enfadonho ou arrastado".

 

Já o Perfume é o contrário.

 

"Você não entendeu o que ele disse. Ele disse justamente que não fizeram o filme cansativo...03"

 

Eu sou mulher, fofa. 06

 
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Eu vi depois, desculpe...

 

Então, acho que foi você que não o entendeu... Por que ele perguntou porque você achava o filme "O Nome da Rosa" cansativo... Por isso o corrigi...

 

Ou será que ele tava falando de "O Perfume"?!?!? Só ele pra dizer agora...060606060606

Ana2007-02-01 16:21:17

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Aproveitando o gancho, eu gostei da crítica do Pablo. Era mais ou menos isto que captei do filme. 1010101010

 

Perfume: A História de um Assassino

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Perfume: The Story of a Murderer  (2006)

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Pablo Villaça ([email protected])
25/01/2007

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Dirigido por Tom Tykwer. Com: Ben Whishaw, Dustin Hoffman, Alan Rickman, Karoline Herfurth, Rachel Hurd-Wood, Ramón Pujol, Corinna Harfouch e a voz de John Hurt.<?:NAMESPACE PREFIX = O />

Perfume: A História de um Assassino é um filme que se concentra basicamente em um dos poucos temas que o Cinema, por sua própria natureza essencialmente visual, enfrenta imensas dificuldades em abordar: o sentido do olfato. Através da imagem, um cineasta relativamente talentoso pode evocar, no espectador, sensações relativas ao sabor (pense no banquete à frente do Homem Pálido de O Labirinto do Fauno) e ao tato (como as carícias feitas por Hugh Jackman em sua esposa, <?:NAMESPACE PREFIX = ST1 />em A Fonte da Vida), mas como retratar o cheiro de alguma coisa? Tentativas desajeitadas ou claramente  irreverentes foram feitas no passado, como em Polyester, de John Waters, em cujas exibições eram distribuídas pequenas cartelas numeradas que o público tinha que raspar a fim de liberar determinados odores em momentos específicos da projeção (o chamado “Odorama”), mas – por motivos óbvios – isto nunca foi pra frente. Aliás, a tarefa é tão difícil que até mesmo cineastas geniais como Stanley Kubrick e Martin Scorsese chegaram a declarar que o livro homônimo do alemão Patrick Süskind seria “infilmável”.

Pois até os gênios erram. Vinte e dois anos depois de sua publicação, o magnífico romance de Süskind chega às telas graças aos esforços de outro alemão, o diretor Tom Tykwer (Corra, Lola, Corra), que, auxiliado pelo ótimo roteiro que co-escreveu ao lado de Andrew Birkin e Bernd Eichinger, conseguiu contar com brilhantismo a história de Jean-Baptiste Grenouille (Whishaw), um jovem que, desde seu estranho nascimento (pensem em Macunaíma num mercado de peixes do século 18), demonstrou possuir um olfato absurdamente apurado. Determinado a explorar seu talento, ele se torna assistente do famoso mas decadente perfumista Giuseppe Baldini (Hoffman), com quem aprende uma importante lição sobre as 12 essências que qualquer bom perfume deve ter. Então, Jean-Baptiste parte para Grasse, capital mundial da perfumaria, onde aprende a maneira ideal de conservar o cheiro de um “material” atípico: os corpos de jovens e belas mulheres – o objetivo do rapaz é criar um perfume a partir da “essência” de 12 mulheres, o que o leva a se transformar num assassino serial, aterrorizando a cidade.

Sem poder empregar as imaginativas descrições de Süskind (o Cinema deve contar sua história com imagens, não palavras), Tykwer encontra uma alternativa eficiente ao despertar nossa memória olfativa através de claras referências visuais, concentrando-se em planos-detalhe que exploram superfícies, cores e texturas dos elementos de cena. Assim, quando testemunhamos a forma estranhamente sensual com que o cineasta e seu diretor de fotografia (e colaborador habitual) Frank Griebe filmam grãos de café, páginas de livros, potes de maquiagem ou os ombros sardentos de uma jovem atriz, torna-se fácil nos relacionarmos às sensações experimentadas pelo protagonista. Já em outros momentos, a dupla evoca aromas através do simples contraste de cores, como no plano plongé que traz velhos baldes de madeira repletos de rosas intensamente vermelhas. Da mesma forma, é quase possível sentirmos o odor pavoroso do mercado de peixes, já que a falta de higiene da época surge representada por closes repulsivos de carcaças de animais, moscas, poças imundas e barro – um trabalho impecável de design de produção (aliás, os figurinos, realistas em sua decadência, também merecem aplausos).

Mas em um filme que investe tanto tempo numa das formas de arte mais abstratas já inventadas pelo Homem, a Perfurmaria, a reação dos personagens aos inúmeros cheiros apresentados também é um recurso fundamental da narrativa – daí a importância da escalação de atores talentosos como Dustin Hoffman, cuja expressão de verdadeiro êxtase ao experimentar uma das criações de Jean-Baptiste revela tudo que o espectador precisa saber sobre o dom do estranho protagonista. Finalmente, Tom Tykwer não se acanha, também, em criar metáforas visuais para as sensações despertadas pelos perfumes do rapaz – e é inegavelmente poético reconhecer que, de certo modo, sentir determinado aroma é tão prazeroso quanto ser beijado por uma bela mulher e escutar uma declaração de amor em meio a um jardim florido.

Enquanto isso, o jovem ator Ben Whishaw surge como uma promissora revelação ao encarnar um personagem assustadoramente ambíguo: um autêntico selvagem com alma de artista, Jean-Baptiste foi criado sem qualquer tipo de compasso moral com o qual pudesse aprender regras de convivência básicas ou que lhe permitisse reconhecer a natureza repulsiva de um ato de brutalidade – o que, para ele, é algo inato às relações interpessoais, já que sempre foi tratado com violência (escapando duas vezes de uma morte cruel ainda no dia de seu nascimento). Assim, quando mata pela primeira vez, Jean-Baptiste mais parece uma criança que, ao acariciar com força excessiva um filhote de passarinho, surpreende-se ao perceber que este não pode mais voar ou cantar. Isto, aliás, permite que o espectador simpatize com o personagem mesmo depois que o rapaz dá início às suas atividades homicidas – e Whishaw é brilhante ao transformá-lo em um indivíduo simultaneamente perigoso e inocente.

Introspectivo não por opção, mas por ser incapaz de compreender os próprios sentimentos, Jean-Baptiste é um fantasma vivo – e sua falta de cheiro (uma característica que o leva a ser ignorado por todos, até mesmo pelos animais) ganha um caráter inequivocamente religioso ao longo da projeção, como discutirei mais adiante. Felizmente, os roteiristas percebem a necessidade de abrir uma janela para a psique do personagem e o fazem através da narração de John Hurt, que, depois de desempenhar a mesma função em Dogville e Manderlay, está se tornando um especialista na área. O mais interessante é que o tal Narrador não emite nenhum tipo de juízo moral acerca de Jean-Baptiste, já que esta é uma lógica que não se aplica às ações do rapaz, que, à sua própria maneira, não está muito distante do John Doe vivido por Kevin Spacey em Se7en: ambos acreditam estar realizando uma obra muito mais importante do que as vidas de suas vítimas. E se a referência ao filme de David Fincher me parece apropriada, devo dizer que também me lembrei de Frankenstein ao observar a determinação do rico Antoine Richis (Rickman) em manter sua filha em segurança, espelhando a fuga desesperada do personagem-título da obra de Mary Shelley em sua tentativa de evitar que a Criatura se aproxime de sua jovem esposa Elizabeth (e, num outro paralelo interessante com aquele clássico, o angustiado “monstro” de Perfume deseja utilizar a garota como um pedaço de sua própria criação).

Porém, o que mais surpreende em Perfume é sua conotação claramente religiosa, a começar pela postura de adoração que Jean-Baptiste freqüentemente assume ao observar o processo de destilação utilizado para capturar a essência de plantas (e pessoas). Nestes momentos, é como se o protagonista estivesse testemunhando algo sagrado – e, neste contexto, a “essência” funciona quase como um sinônimo de “alma”, o que explica a frase de Baldini ao ensinar a destilação para seu pupilo: “É como capturar o perfume das rosas em sua morte”. Aliás, quando pensamos na cor intensamente vermelha daquelas rosas, o paralelo se torna ainda mais claro, já que esta remete ao tom do sangue, outro símbolo convencional de “Vida” (e tampouco é coincidência o fato de Jean-Baptiste ficar fascinado com duas mulheres ruivas; o tema se repete com coerência ao longo da narrativa). Assim, ao cheirar com devoção o corpo de sua primeira vítima (num ato necrofílico de bizarra beleza), o protagonista expõe totalmente suas vulnerabilidades e carências – e seu desespero ao perceber que o aroma sensual da garota se esvaiu com a morte é estranhamente tocante, assim como sua tentativa de segurar o intangível. Para completar, o filme estabelece uma relação mítica entre Jean-Baptiste e Jesus Cristo – algo que fica óbvio quando vemos o protagonista de braços abertos e estendidos em meio a uma multidão hostil. E não é à toa que todos aqueles que têm a oportunidade de conviver com o rapaz acabam dividindo o mesmo destino quanto são deixados para trás; afinal, não há razão para continuar respirando depois que um ser “iluminado” (Divino? Abençoado? Superior?) como Jean-Baptiste sai de nossas vidas, há?

Apesar de tudo, creio que Perfume jamais será uma unanimidade. É até mesmo provável que os 15 minutos finais irritem boa parte do público, que talvez estranhe os incidentes aparentemente ilógicos que tomam conta da narrativa. Se este for o seu caso, sugiro que encare o que ocorre não de maneira literal, mas alegórica: o sexo nem sempre é uma manifestação puramente física; muitas vezes, é uma representação do prazer que surge da comunhão entre as pessoas. Amar resulta em tocar, abraçar, beijar e, se for o caso, em sexo. Infelizmente para Jean-Baptiste, sua habilidade em despertar estes impulsos nas outras pessoas não se traduz em carinho e amor direcionados a ele mesmo; ele sempre será um indivíduo sem cheiro, atrativos ou alma.

E é por esta razão que a conclusão de Perfume é tão rica sob os pontos de vista poético, psicológico e religioso: o destino de Jean-Baptiste não apenas abre espaço para uma análise psicanalítica e simbólica complexa (focando-se na fase oral do desenvolvimento humano) como também complementa à perfeição a alegoria religiosa, já que, como Cristo, o personagem parece ascender misteriosamente ao Céu.
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25 de Janeiro de 2007

Plutão Orco2007-02-01 16:23:42
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PERFUME - A HISTÓRIA DE UM ASSASSINO
Por Celso Sabadin
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Com um orçamento estimado em € 50 milhões (algo em torno de US$ 65 milhões)' date=' Perfume – A História de um Assassino é a produção alemã mais cara da história, até o momento. Na verdade, trata-se de uma co-produção que envolveu não apenas Alemanha, como também França e Espanha, com belíssimas locações em Barcelona, Munique, Grasse e outras localidades de encher os olhos.

O filme era dos mais esperados, em primeiro lugar pelo sucesso do livro que o originou, traduzido para 45 idiomas, e que vendeu mais de 15 milhões de cópias em todo o mundo. E em segundo lugar, pela insistente resistência que o seu autor, o excêntrico e recluso alemão Patrick Süskind, ofereceu durante anos contra todos os cineastas que se dispuseram a comprar os direitos autorais do livro. Tanto que a obra foi publicada em 1985 e os direitos só foram comercializados em 2001.

Valeu esperar? Nem tanto. A direção do também alemão Tom Twyker (consagrado por Corra, Lola, Corra) optou por conferir ao filme uma estilização visual exagerada, criando uma estética excessivamente publicitária. Os maneirismos de montagem e efeitos chegam a ser cansativos, tamanha a quantidade de câmeras lentas, tomadas rápidas, travellings neuróticos, ângulos supostamente inusitados e outros penduricalhos visuais que mais atrapalham que ajudam a narrativa. Mesmo considerando que a direção de arte e a fotografia são belíssimas.

O roteiro também deixa a desejar, usando e abusando da narração oral (feita por John Hurt), impedindo que o filme rompa com a linguagem verbal do livro que o originou e ganhe personalidade cinematográfica própria.

E para quem não foi um dos compradores dos 45 milhões de exemplares do livro, vale dizer que a história, ambientada no século 18, fala de Jean-Baptiste Grenouille (o inglês Ben Whishaw), um rapaz pobre que nasceu com um olfato megadesenvolvido, capaz de diferenciar os mais diferentes tipos de odores a quilômetros de distância. Ao se apaixonar pelo cheiro de uma bela jovem e depois a matar inadvertidamente, Grenouille passa a desenvolver uma obsessão doentia pela criação de novos perfumes, transformando seu dom em paranóia assassina.

[/quote']

 

Penso justamente o posto do recurso visual utilizado, vejo como uma forma essencial para levar o telespectador a imaginar o odor. E a narrativa é impecável, ele é fundamental para ajudar a construir a sensação de vários cheiros.  <?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

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Achei atéinteressante o recursos de travelings e outros meios para passar a idéia de busca de um odor. Mas sinceramente, não me conveceu, pelocontrário, me incomedou. Devia ser algo mais sutil. E a parte da caverna, que eu considero mais interessante do livro, no filme durou uns 10 minutos. Quer dizer aquele final apotéotico,não acabava nunca06

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E especialmente lindo, pois tem uma bela ruiva estampado nele como uma rosa a ser colhida. Na verdade, o que me atraiu primeiramente neste filme foi as duas ruivas, acho que fico hipnotizado com a beleza de uma ruiva não tem jeito é como se fosse a própria beleza de Vênus de Bouguereau.

<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

 

 

 

Bouguereau_venus_detail.jpg
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  • 3 weeks later...
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Saí do cinema após assistir a Perfume com uma situação de incômodo. Mas aquele incômodo bom, de desafio. E me obriguei a começar a ler o livro naquela mesma noite (domingo passado, pra ser mais exato). Apesar de ser muito bem feito, tecnicamente falando, o filme não consegue transpor toda a profundidade do livro (tá, frase totalmente clichê, mas...). Creio que a minha inquietação ao fim da sessão foi por isso. Eu sabia que, apesar das qualidades do filme, tinha que haver mais por trás da estória. E eu precisava descobrir o que era. Assim sendo, acho que Perfume, o filme, não chega a ser um marco do cinema, uma obra-prima, mas certamente é um filme que deve ser assistido. E se o seu maior legado for induzir mais pessoas a lerem o livro, o filme terá sido um grande sucesso.Jack Ryan2007-02-20 13:44:44

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Na medida em que eu ia lendo o livro, percebi que livro e filme apontam em direções radicalmente diferentes, não nos eventos narrados, mas no significado que os detalhes atribuem para eles. E acho que a abordagem do livro é mais profunda e interessante, exceto pela parte final, que se perde em devaneios.

Por outro lado, a qualidade do trabalho de direção, edição, fotografia e direção de arte se tornam ainda mais dignos de palmas, pois a melhor parte do livre, a vívida e inteligente descrição dos odores e da realidade da época, ganha vida no filme.
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  • 2 weeks later...
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Li o livro em meados de 2005 e nunca me interessei pelos boatos da versão para o cinema. Em partes porque a história trata de um tema predominantemente sensorial e portanto instransponível para a tela, mas principalmente pela pouco gabarito do diretor e do elenco escalado. As opiniões divergem muito. Há críticos que jogam confete e outros que torcem o nariz. Ainda não vi por falta de grana e tempo, mas confesso que a crítica do Pablo aguçou bastante a minha curiosidade.

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  • 1 month later...
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OBRA-PRIMA !!!!!!!!!!!!!!!!

 

PERFUME - A HISTÓRIA DE UM ASSASSINO - 10/10 - Eu fiquei surpreso comigo mesmo por ter gostado tanto deste filme como eu gostei. O fascínio que o personagem Jean Baptiste Grenouille exala é inebriante, algo comparável ao célebre personagem de Anthony Hopkins em "O Silêncio dos Inocentes", o canibal dr. Lecter. Aqui somos transportados em um universo fétido e lúgubre de uma Paris que muitos certamente não pagariam uma passagem de avião para conferir, afinal estamos no século XVIII, algo chocante. É impressionante como a direção de Tom Tykwer consegue tornar um mundo tão vivo e imundo, tão rico em odores em algo perceptível para quem vê. Sem a utilização de uma força de expressão, é como se estivéssemos lá, exalando cada um daqueles cheiros. E me chama a atenção que com a capacidade de uma pessoa em identificar uma infinidade de odores resultasse em uma trama tão intrigante, tão fascinante. O ator Ben Whishaw realiza um trabalho de primeira grandeza e torna o seu personagem uma figura ao mesmo tempo trágica, psicótica e fascinate. A cena em que o diretor o acompanha antes de fazer a sua última vítima sem que ninguém o percebesse ( afinal ele não exala odor nenhum ) é de uma poesia que só as grandes obras poderiam realizar e que só os grandes personagens poderia requisitar. As participações de Dustin Hoffman e Alan Arkin são pequenas, porém muito importantes, pois assim como os espectadores eles não conseguem explicar e/ou sequer entender pq este sujeito chama tanto a nossa atenção. É um filme com um trabalho de arte belíssimo, fotografia e trilha sonora sufocantes, impecável. E se não bastasse um clímax extremamente exótico, excêntrico, polêmio e satírico, o filme se encerra com uma sequência igualmente marcante como se também houvéssemos sido consumidos pela criação de Jean Baptiste Grenouile. E a narração soberba de John Hurt ... meu Deus, que maravilha !!!!!!!!!!!!!!!!! Um filme, uma obra-prima !!!!!!!!!
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  • 2 weeks later...
  • 1 month later...
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Eu terminei de ler o livro "Perfume" esta semana e não sei até que ponto o fato de eu ter invertido a ordem das coisas influencia, ou seja, assistir a adaptação e depois ler a obra em que ele é baseado, mas eu gostei mais do filme.

 

Há algumas pequenas alterações que foram bem pensadas pelos roteiristas, como por exemplo, a maneira como se ilustra a morte da mulher que cuidava de Grenouille antes de ela o oferecer como força de trabalho ( no livro a morte dela não ocorre de maneira imediata - no filme ela é esfaqueada logo após receber a grana pela criança maldita - embora seja demonstrado que ela morreu justamente da maneira que nunca quis ); o fato de Grenouille ficar doente um pouco antes de deixar a casa de Baldini ( a maneira como o filme o ilustra como um sujeito "inquebrável" é mais instigante ); a redução da passagem da caverna e, principalmente, a burocrática passagem onde ele serve de experimento para um tal aristocrata. Além do personagem do pai da última vítima possuir um sentimento levemente amoroso pela própria filha ...

 

Logicamente que no livro há as situações onde são exploradas o cárater divino do personagem e de sua própria atividade com mais propriedade que no filme e até mesmo uma crítica a sociedade da época ( uma das maneiras é mostrar que o cheiro do ser humano é composto de bosta, álcool e vinagre ) com mais propriedade que no livro, mas não gostei da maneira que Grenouille começa em determinado momento usar o perfume como se fosse um disfarce ... do tipo ... "agora eu vou usar o perfume de ser humano" ... achei uma idéia meio pobre ...

 

De qualquer forma o livro é interessante e a qualidade com a qual Suskind descreve as coisas é algo que eu invejo, pois eu, infelizmente, não tenho essa habilidade, mas o filme é muito mais intrigante e consegue conceber esse universo fazendo as escolhas certas.
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Bom, Soto ... eu acho que posso tentar te explicar usando as duas fontes:

 

- filme = não sei se vc vai se contentar, mas vc pode compreender toda aquela manifestação como uma simbologia do que representaria o poder e o impacto do mais poderoso perfume de todos. Por exemplo, se aquele 1º perfume que ele fez foi como se uma bela donzela beijasse a sua face, este unindo a "alma" de 7 virgens despertou o amor desenfreado entre os seres humanos. É um conceito até certo ponto simplista, se vc pensar é a mera interpretação dos fatos, não é preguiça, mas sinceramente não acho necessário pensar em interpretar outras camadas se essa já me satisfaz. 

 

- livro = existe essa mesma conotação, mas o que fica mais forte é o sentimento de que Grenouille ao descobrir que não possui cheiro e que por este motivo acaba sendo menosprezado pelas pessoas, ele sente a necessidade de criar uma essência que o torne respeitável ... e o sentimento que ele possui é o de dominar as pessoas e fazer com que elas o admirem ... o que é curioso no livro é que qdo ele consegue isso, ele se sente mal, pois ele não suportou a idéia de ver as pessoas que justamente ele sempre desprezou o amando, o adorando e logo ele se arrepende.

 

As duas justificativas me agradam nas suas respectivas fontes, embora possamos utilizar no sentido religioso que aquela orgia é uma espécie de comunhão das pessoas diante de um ser divino que realizou uma obra divina, mas particularmente não é a visão que mais me chama a atenção ou pelo menos não é a mais gritante.

 

Talvez outros usuários possam interpretar a "coisa" de maneira mais completa e profunda ...
Thiago Lucio2007-06-24 22:12:14
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A bacanal do filme para mim teve mais ou menos o mesmo sentido como o Thiago Lucio explicou. O personagem de Grenouille, no filme ficou claro que ele é um ser sem cheiro ou “melhor” sem alma, mais do que isto sem idéia do que seja o certo ou errado. Ele cresceu em mundo totalmente hostil, decrépito viveu sempre no esquecimento devido sua condição social e de nascimento. Ele queria ser amado por todos, e isto ele conseguiu, só que um amor carnal. Ao que se apresenta no filme, ele foi o único a não participar do bacanal. Ele não amou ninguém e ninguém o amou. Isto deixa claro como ele ainda é um ser sem alma e sem um amor verdadeiro. Ao ver que ele criou o perfume do amor, que ele poderia conquistar o próprio Papa em Roma e se fazer deus. Para ele nada daquilo adiantaria se ele mesmo não tinha amor próprio, o seu amor todo estava em sua obra. Enquanto ele fazia o perfume “perfeito”. Depois que ele conquistou e excedeu criando algo tão sublime, parece que o seu personagem perdeu seu propósito de existência.

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  • 2 weeks later...
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Li este livro a muitos anos atrás.

 

Uma coisa que me deixou muito impressionado é o fato de vc não conseguir achar um TEMA para o livro. É uma história singular justamente por isto... um cara que tem como principal característica um olfato maravilhoso e que usa este olfato para matar jovens virgens e produzir um perfume com o qual não fará absolutamente nada...

 

O filme, apesar da boa adaptação à obra, pecou ao introduzir uma metáfora do perfume, que passa a simbolizar a IDENTIDADE e os bens imateriais vinculados à ela, como a capacidade de ser amado por outros. No livro não existe esta ligação e, como disse acima, esta é justamente a característica que torna a obra singular...

 

Resumindo: gostei do filme, mas dispenso a temática proposta.
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Li este livro a muitos anos atrás.

 

Uma coisa que me deixou muito impressionado é o fato de vc não conseguir achar um TEMA para o livro. É uma história singular justamente por isto... um cara que tem como principal característica um olfato maravilhoso e que usa este olfato para matar jovens virgens e produzir um perfume com o qual não fará absolutamente nada...

 

O filme' date=' apesar da boa adaptação à obra, pecou ao introduzir uma metáfora do perfume, que passa a simbolizar a IDENTIDADE e os bens imateriais vinculados à ela, como a capacidade de ser amado por outros. No livro não existe esta ligação e, como disse acima, esta é justamente a característica que torna a obra singular...

 

Resumindo: gostei do filme, mas dispenso a temática proposta.
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Aí é que tá Jack, no livro existe uma abordagem com relação a identidade também ... em determinado momento Grenouille usa o perfume como se fosse uma espécie de disfarce pra ser notado pelas outras pessoas, algo que eu não gostei ... "agora eu vou usar o meu perfume de ser humano" ... apesar da crítica, afinal o perfume é feito de bosta, álcool e vinagre, não achei muito interessante ...

 

E quer maneira mais ousada de sintetizar a sensação de um perfume do que uma orgia ... um perfume que representa o maior amor de todos, o melhor sentimento do mundo ... no filme não fica muito evidente ... mas no livro é interessante que a partir do momento em que ele passa a ser adorado, ele começa a odiar o fato de ser amado por seres tão medíocres como os seres humanos ... o livro é 10 e o filme é 10 por diferentes razões, mas por apresentar um universo e, principalmente, um personagem tão interessante e sofisticado ...

 

PS: Toda vez que eu digo que eu adoro o filme e o livro me surpreendo e fico com medo que a Polícia Federal baixe aqui em casa ... 06
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