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Forum Cinema em Cena

Guerra ao Terror (The Hurt Locker)


MacGruber

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Essa história de panfletarismo pró-conflito é uma viagem. Vcs viram o mesmo filme que eu? Nesse que eu vi os americanos são retratados como caras psicologicamente devastados, na beira da loucura, e por causa disso fazendo coisas absolutamente infantis e cometendo erros ridículos. É um "Veja como nossos garotos são fodidos", isso sim.

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Embora o filme faça uma leitura um tanto crítica da guerra e da situação dos soldados naquela região' date=' tenho minhas dúvidas se os americanos têm o mesmo entendimento... Talvez, a maior mensagem do filme para eles seja "veja como nossos garotos são FODÕES!". Mas enfim, cada um enxerga o que quer enxergar, e prefiro ver como uma crítica.

Resumindo, é um bom filme, mas acho que poderia ser bem melhor.

Nota - 7/10[/quote']

 

Exato eu quase vi isto aqui no filme. <?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 tiosam.jpg

E depois dizem que não é político, puramente parcial a favor do braço armado. É uma justificativa de que a guerra lá é necessária ao país sem ordem onde os iraquianos são inúteis e os únicos capazes de fazer o bem naquele país são os marines do esquadrão ati-bomba. 14

Não sou nenhum pouco defensor de Hurt Locker, mas mesmo que isso a que vocês se referem constasse como 4º ou 5º elemento num ranking de importância, e se fosse de algum modo relevante ou necessário pra que o filme funcionasse, ainda assim, vocês teriam entendido tudo errado.
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Eu não falei que tirei essa mensagem ufanista do filme, mas sim que acredito que os americanos podem pensar dessa forma. Mesmo que o filme seja supostamente uma crítica, ainda está mostrando um americano “botando pra quebrar”. Fazendo um paralelo, um dos objetivos do filme Tropa de Elite não era “criticar” à brutalidade das autoridades? Sim ou não, o que o brasileiro mais gostou foi ver os traficantes sendo torturados e massacrados (e pelo que lembro, ninguém se importou muito com o fato do Capitão Nascimento estar com problemas nos nervos). Então, talvez (TALVEZ) seja o mesmo caso para os americanos.

 

 

 

E me respondam uma coisa: pelo que eu soube, a equipe do Guerra ao Terror incluiu nos agradecimentos a manjada declaração "Dedicamos esse filme aos nossos bravos garotos que estão na guerra". Ao falarem isso, eles também criticaram a guerra em si? Se não criticaram, isso é um bom sinal para sabermos qual é a interpretação dos próprios produtores.

 

 

 

Independente disso, acho que o filme está aberto a ambas as interpretações sim (e isso é até um elogio). Escolham a sua e sejam felizes.

 

 

 

E não gostei mais ou menos do filme por causa disso.

 

 

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Eu não acho que o filme tem essa mensagem "I want you". Pelo contrário, vejo que a principal mensagem do filme é "Veja o que estão fazendo com nossos garotos, vejam no que eles estão se transformando, veja onde nós estamos colocando os nossos garotos".

 

As minhas restrições ao filme são muito mais narrativas, muito mais relacionadas ao roteiro do que propriamente com relação a isso. E continuo achando um exagero sua premiação, mas é aquela coisa... o filme precisava muito mais do Oscar do que "Avatar". E o sucesso do filme de James Cameron foi um sucesso maldito para estes fins.

 

PS: Quando digo "mensagem" não entendam literalmente... não estou dizendo que o filme tenha que trazer necessariamente uma.... é uma força de expressão, uma maneira de ilustrar o meu sentimento com relação ao filme.
Thiago Lucio2010-03-09 06:42:10
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Anti-americanismo eh foda..os caras vêem conspiração em tudo...Alguém realmente acha que algum garoto americano viu o filme e disse..."que legal..quero ir pra lá lutar tb.." pfff Os americanos a tinham que se ferrar o filme e todo e isso acontece em boa oparte do filme, pros caras acharem bom...tinha quer ser igula á um "Brothers" com o cara se ferrando grandão e depois comentando suicídio no final..aí ficariam felizes..não pode mostrar os caras sendo fodas..qie já rola mimo..

 

 

 

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Eu não falei que tirei essa mensagem ufanista do filme' date=' mas sim que acredito que os americanos podem pensar dessa forma. Mesmo que o filme seja supostamente uma crítica, ainda está mostrando um americano “botando pra quebrar”. Fazendo um paralelo, um dos objetivos do filme Tropa de Elite não era “criticar” à brutalidade das autoridades? Sim ou não, o que o brasileiro mais gostou foi ver os traficantes sendo torturados e massacrados (e pelo que lembro, ninguém se importou muito com o fato do Capitão Nascimento estar com problemas nos nervos). Então, talvez (TALVEZ) seja o mesmo caso para os americanos.

E me respondam uma coisa: pelo que eu soube, a equipe do Guerra ao Terror incluiu nos agradecimentos a manjada declaração "Dedicamos esse filme aos nossos bravos garotos que estão na guerra". Ao falarem isso, eles também criticaram a guerra em si? Se não criticaram, isso é um bom sinal para sabermos qual é a interpretação dos próprios produtores.

Independente disso, acho que o filme está aberto a ambas as interpretações sim (e isso é até um elogio). Escolham a sua e sejam felizes.

E não gostei mais ou menos do filme por causa disso.
[/quote']

 

Exato. Tirou as palavras do meu teclado.

Aquele agradecimento aos soldados ficou claro para mim.

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Tomarei a liberdade de transportar um comentário feito pelo Deadman no outro tópico, porque me interessou e é a partir dele que falarei um pouco a respeito do filme.

 

Enfim... Preciso dizer que concordo com você. THL NÃO é

(no meu ponto de vista) uma ode à presença (des)necessária das tropas yankees no Iraque e da bravura dos seus soldados' date=' NÃO é uma visão que glorifica a militarização dos EUA ou da GUERRA e nada do tipo. 

 Pelo contrário, o vejo como um drama de guerra extremente bem

filmado e tenso, mas de um niilismo que me incomoda. Não gosto de obras

(desse tipo) que não tenham uma posição, que não sejam críticas e

honestas (aqui, devo dizer que, ao saber do detalhe abordado pelo

roteirista brasileiro - questão sombria do que realmente acontece com

os war addicted - fiquei decepcionado com o filme e roteirista Mark Boal...).

 

 Mas, é apenas um detalhe diante da qualidade do filme, sim, muito

bom, mas que pra mim é inferior à Basterds, Avatar e Up, por exemplo.[/quote']

 

 

 

Gostei disso. De vez em quando sinto falta de visões e pontos de vistas

mais ponderados, que não estão necessariamente alocados em extremos. Muito menos que reduzem um filme a um mínimo divisor comum.

 

 

Minha sensação quando acabei de assistir a esse filme da Bigelow é a de que ela se posta como uma pessoa que olha para uma situação triste, desoladora mesmo, e

coloca as mãos na cabeça meio assim, atônita. E a embalagem tensa das

situações, que são muito bem filmadas, dão uma encorpada boa no filme, dimensionando o conflito tanto externo quanto interno dos personagens.

 

 

 

Mas eu também fiquei meio reticente com o nível de pungência da

abordagem. É a estória de homens viciados numa realidade chamada

guerra. Eles, assim como quaisquer outros adictos em quaisquer outras

situações ou substâncias, sentem muita falta de algo que põe em risco

suas vidas, de modo que não conseguem retomar um estilo de vida

social como o de antes.

 

 

Só que, em linhas gerais, o filme dificilmente transcende esse limite, que eu

considero bastante comum, rotineiro mesmo. Um filme sobre viciados. A

Bigelow perdeu uma boa chance de descortinar uma devastação psicológica

muito mais mordaz que a mostrada na tela, como por exemplo essa que

versa sobre a alteração psíquica do soldado a ponto deste enveredar por caminhos reais muitíssimo mais sombrios e, por isso mesmo, mais interessantes.

 

 

 

É um bom filme, quanto a isso não tenho dúvidas. Mas que infelizmente ficou a uma boa distância de me arrebatar. O qual, apesar de suas qualidades, não enxergo como detentor desse nível brutal de

excelência que um bocado de gente vê.

 

Uma pessoa muito querida e muito próxima ainda não assistiu ao filme. Então é bastante possível que eu o reveja tão logo ela queira conhecê-lo. Quem sabe eu passo a apreciá-lo ainda mais, conseguindo perceber coisas antes inacessíveis, não é mesmo?

 

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Acho que você vai continuar não curtindo tanto Gago. Ele é realmente superficial, como o Deadman disse. É que eu e outros, diferente de você e dele (sem críticas aqui, são só formas diferentes de encarar a coisa) não deixamos necessariamente de gostar do filme por essa falta de aprofundamento.

 

Essa devastação psicológica que você gostaria que houvesse nem sempre é sinal de maior qualidade, ao menos para mim e outros.

 

E pra falar a verdade, nem ligo tanto para o que o filme quer dizer neste caso. Acho que a manutenção constante do clima de tensão é mais do que suficiente para mim aqui.

 

 

 

 

 

Perucatorta2010-03-09 13:45:59

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Anti-americanismo eh foda..os caras vêem conspiração em tudo...Alguém realmente acha que algum garoto americano viu o filme e disse..."que legal..quero ir pra lá lutar tb.." pfff Os americanos a tinham que se ferrar o filme e todo e isso acontece em boa oparte do filme' date=' pros caras acharem bom...tinha quer ser igula á um "Brothers" com o cara se ferrando grandão e depois comentando suicídio no final..aí ficariam felizes..não pode mostrar os caras sendo fodas..qie já rola mimo..

[/quote']

 

Onde assino??

 

A própria bilheteria do filme já fala por si.

Se fosse ufanista (coisa que os yankees gostam), não teria arreacadado apenas 20 milhões com tanto tempo em cartaz...

 

Engraçado... já repararam que todos que metem o pau no filme de todas as formas são aqueles qe adoraram Avatar?? Que guerrinha besta essa.

Até os amantes de Bastardos que o reconhecem como OP e tal não desmerece o filme e acha de certa forma justo.

 

Apesar de Wilker ser um fanfarrão (dei risada pra caralho na transmissão06), ele falou uma coisa bem certa:

 

Avatar ganhou o que tinha de ganhar. A bilheteria. Esse foi o "Oscar" do filme. Ele foi feito pra isso. Nada mais. (Claro que o ego de JC queria mais né... mas enfim, dessa vez não deu06)

 

 
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Anti-americanismo eh foda..os caras vêem conspiração em tudo...Alguém realmente acha que algum garoto americano viu o filme e disse..."que legal..quero ir pra lá lutar tb.." pfff Os americanos a tinham que se ferrar o filme e todo e isso acontece em boa oparte do filme' date=' pros caras acharem bom...tinha quer ser igula á um "Brothers" com o cara se ferrando grandão e depois comentando suicídio no final..aí ficariam felizes..não pode mostrar os caras sendo fodas..qie já rola mimo..

 

[/quote']

 

 

 

Foda é essa mania patológica aqui no fórum de taxar as pessoas.

 

 

 

Francamente, acho que muito garoto americano viu o filme e pensou exatamente isso. Se muito garoto brasileiro falou "que legal, quero entrar pro BOPE", não vejo pq alguns garotos americanos não pensariam algo assim.

 

 

 

E de fato, a mensagem ficaria óbvia e rasa se o cara se suicidasse. Do jeito que foi feito (não só o final, toda a narrativa), foi sutil e ficou aberto a mais de uma interpretação. A gente elogia e ficam reclamando... 06.gif

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Acho que você vai continuar não curtindo tanto Gago. Ele é realmente superficial' date=' como o Deadman disse. É que eu e outros, diferente de você e dele (sem críticas aqui, são só formas diferentes de encarar a coisa) não deixamos necessariamente de gostar do filme por essa falta de aprofundamento.

Essa devastação psicológica que você gostaria que houvesse nem sempre é sinal de maior qualidade, ao menos para mim e outros.

E pra falar a verdade, nem ligo tanto para o que o filme quer dizer neste caso. Acho que a manutenção constante do clima de tensão é mais do que suficiente para mim aqui.

[/quote']

 

Cara, onde assino??06

Bastardos Inglórios é o maior exemplo recente disso.

 

Sobre a "manutenção constante do clima de tensão" é exatamente o mérito de THL: acho toda a sequência do prédio da ONU fantástica. Roteiro bem eficiente + direção inspirada.

 

 
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...Francamente' date=' acho que muito garoto americano viu o filme e pensou exatamente isso. Se muito garoto brasileiro falou "que legal, quero entrar pro BOPE", não vejo pq alguns garotos americanos não pensariam algo assim.

E de fato, a mensagem ficaria óbvia e rasa se o cara se suicidasse. Do jeito que foi feito (não só o final, toda a narrativa), foi sutil e ficou aberto a mais de uma interpretação. A gente elogia e ficam reclamando... 06.gif [/quote']

 

Aqueles que não tem nada na cabeça podem até ter pensado isso. Nos dois casos.06

 

Pois pra querer ir voluntariamente pra aquele inferno...

 

Mas aí é que tá:

aposto que a mensagem que ficou nos EUA foi totalmente outra. A verdade é que ninguém gosta de ver suas feridas expostas.

Aui no Brasil muita gente não gosta de ver pobreza e violência na telona (e quando assistem, só criticam)... da mesma forma pode ter acontecido nos EUA: "porra, não aguento mais esse negócio da invasão do Iraque, não fui eu quem mandou o exército pra lá" (a fraca bilheteria pode ser indicativo disso, de eles não gostarem de ver suas "feridas" expostas).

 

Aposto que na Alemanha de hoje, filmes que abordam o holocausto não provocam interesse.

 

 
Sall2010-03-09 14:25:46
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Era pra esse post ser relativamente pequeno... Foi mal. 08

<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

----------------------------------------------------------------------------------------------

Vou explicar meu “desgosto parcial” para com THL. Minha visão é que se trata de um filme niilista uma vez que mostra episódios de uma guerra estúpida e sem sentido (do ponto de vista dos soldados americanos, haja vista que o Governo notadamente sabe muito bem porque tá ali...).

Os caras são bons no que fazem (são especialistas), mas... so what? Que merda eles tão fazendo ali? Pra quê?! Terra estranha, com gente esquisita... Para piorar não há comunicação: eles a priori tão ali pra “ajudar” o povo, mas transitam de trabuco na mão, tensos, quase sempre de óculos escuros e não falam a língua nativa. Não há possibilidade de conexão, de pontes, mas de abismos.

Na verdade, simplesmente estão ali. São pagos pra isso, são executores hábeis e isso “deveria” bastar. Mas, não basta. Ou pelo menos pra alguns, não. Daí vemos os efeitos, os transtornos, o caos e o niilismo da guerra (qualquer guerra).  

O “problema” pra mim é que numa guerra sempre há “mocinhos e bandidos”, sim. O detalhe é que eles estão DOS 2 LADOS do confronto. Mostrar (?) insurgentes iraquianos (nem sabemos se o são...) sem rosto e sem nenhum desenvolvimento atirando ou enfiando bombas dentro de corpos de crianças ou usando um cidadão inocente e pai de família como bomba móvel não é o bastante. É pueril. É fraco. É cômodo.

Onde os “fracos” do outro lado? Onde o heroismo iraquiano? Onde os addicted war retratados sem concessões travestidas de licenças poéticas e falso heroísmo? Mesmo que perdidos, cadê o vilão (ou vilões) e o herói (ou heróis) do lado americano?! Mesmo que fanáticos, cadê os motivos dos insurgentes? 

Tudo bem a Bigelow deixar lacunas e perguntas, não nos dando respostas prontas (antes isso do que ser didática e expositiva), mas não tomar uma posição mais CRÍTICA acerca do conflito e dos conflitos dos envolvidos (soldados, insurgentes e o povo iraquiano) faz o filme ficar menor do que aquilo que poderia (e o material é farto) ser.

Há pistas de uma postura crítica (a cena do motorista que fura um bloqueio e fala do Will a seguir, o revelador e emblemático discurso de James sobre os “motivos” - não os há - de ser do jeito que é quase no final do filme), mas não fica claro e eu não gostei disso.

Talvez até esteja lá (o filme vale uma segunda conferida) e eu não vi. Afinal, como disse o Nacka, “...nem se quisesse esse filme seria apolítico”... Talvez ela realmente tenha filmado com  um quê “estupefato” ou tenha deixado velada nalguma cena discreta ou que nem imaginamos.

Quem sabe deixa sua opinião ao deixar para o tal coronel Cambridge <SPOILER> um conselheiro, alguém que deveria estar numa posição mais crítica e de bom senso no filme as falas mais absurdas e nonsenses... Ele chega a dizer pro um sargento Eldridge  relaxar... Quem sabe pode até ser um bom lugar para se estar... Pra ele aproveitar e quem sabe até se divertir naquela situação...” pra, no dia seguinte, de forma infantil e inconsequente, virar carne moída... Talvez aqui, Katryn tenha quisto dizer “Não é nada engraçado, não é divertido. É irracional e sem sentido, mas estamos matando e morrendo por isso. Até quando?”.

Será? Particularmente, não vi isso da forma contundente como EU gostaria que fosse. Tão contundente quanto a cena <SPOILER> da descoberta do esconderijo da fábrica de bombas e do cadáver com recheio especial de C4...

Entretanto, considerando seu discurso ao receber o Oscar de Melhor Direção, NÃO.

Deadman2010-03-09 16:26:21
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o pior é ver gente criticando o filme por sua veia

política, o que, definitivamente, é bobeira.

a guerra é um mero cenário, como uma padaria, um campo de golf, ou o banheiro da vó. o próprio filme, no início, aponta com aquela

frase, do que o que veremos será um homem doente, um junkie - a guerra

é apenas o seu traficante, não o fim, só o meio e tal. fiquei muito

satisfeto por sua vitória, não o vejo como político, já que não oferece

respostas nesse tom, mas sim, oferece um ótimo cinema, com bom

virtuosismo e um delicioso suspense.

 

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Era pra esse post ser relativamente pequeno... Foi mal. 08

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Vou explicar meu “desgosto parcial” para com THL. Minha visão é que se trata de um filme niilista uma vez que mostra episódios de uma guerra estúpida e sem sentido (do ponto de vista dos soldados americanos' date=' haja vista que o Governo notadamente sabe muito bem porque tá ali...).

Os caras são bons no que fazem (são especialistas), mas... so what? Que merda eles tão fazendo ali? Pra quê?! Terra estranha, com gente esquisita... Para piorar não há comunicação: eles a priori tão ali pra “ajudar” o povo, mas transitam de trabuco na mão, tensos, quase sempre de óculos escuros e não falam a língua nativa. Não há possibilidade de conexão, de pontes, mas de abismos.

Na verdade, simplesmente estão ali. São pagos pra isso, são executores hábeis e isso “deveria” bastar. Mas, não basta. Ou pelo menos pra alguns, não. Daí vemos os efeitos, os transtornos, o caos e o niilismo da guerra (qualquer guerra).  

O “problema” pra mim é que numa guerra sempre há “mocinhos e bandidos”, sim. O detalhe é que eles estão DOS 2 LADOS do confronto. Mostrar (?) insurgentes iraquianos (nem sabemos se o são...) sem rosto e sem nenhum desenvolvimento atirando ou enfiando bombas dentro de corpos de crianças ou usando um cidadão inocente e pai de família como bomba móvel não é o bastante. É pueril. É fraco. É cômodo.

Onde os “fracos” do outro lado? Onde o heroismo iraquiano? Onde os addicted war retratados sem concessões travestidas de licenças poéticas e falso heroísmo? Mesmo que perdidos, cadê o vilão (ou vilões) e o herói (ou heróis) do lado americano?! Mesmo que fanáticos, cadê os motivos dos insurgentes? 

Tudo bem a Bigelow deixar lacunas e perguntas, não nos dando respostas prontas (antes isso do que ser didática e expositiva), mas não tomar uma posição mais CRÍTICA acerca do conflito e dos conflitos dos envolvidos (soldados, insurgentes e o povo iraquiano) faz o filme ficar menor do que aquilo que poderia (e o material é farto) ser.

Há pistas de uma postura crítica (a cena do motorista que fura um bloqueio e fala do Will a seguir, o revelador e emblemático discurso de James sobre os “motivos” de ser do jeito que é quase no final do filme), mas não fica claro e eu não gostei disso.

Talvez até esteja lá (o filme vale uma segunda conferida) e eu não vi. Afinal, como disse o Nacka, “...nem se quisesse esse filme seria apolítico”... Talvez ela realmente tenha filmado com  um quê “estupefato” ou tenha deixado velada nalguma cena discreta ou que nem imaginamos.

Quem sabe deixa sua opinião ao mostrar o destino tragicômico do coronel Cambridge que chega a dizer infantilmente e sem nenhum senso de realidade pro sargento Eldridge  “relaxar... Quem sabe pode até ser um bom lugar para se estar... Pra ele aproveitar e quem sabe até se divertir naquela situação...”... Talvez tenha quisto dizer “Não é nada engraçado, não é divertido. É irracional e sem sentido, mas estamos matando e morrendo por isso”.

Será que quis dizer isso? Particularmente, não vi isso da forma contundente como EU gostaria que fosse. Tão contundente quanto a cena da descoberta do esconderijo de bombas e o cadáver recheado...

Entretanto, considerando seu discurso ao receber o Oscar de Melhor Direção, NÃO.

[/quote']

 

Sinceramente, para mim, essas são as qualidades do filme... E olha q nem sou tão fã assim do filme, e acho q Avatar e Cameron mereciam mais o prêmio do que THL e Biglow...

 

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