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Forum Cinema em Cena

Você Gosta de Filmes "Ruins"? Por quê?


Perucatorta
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Faço parte parte dos que simplificam a questão da qualidade com o tal do "me divertiu ou não", mas acredito que essa simplicidade seja extremamente enganosa. Primeiro porque esse crivo consegue gerar discussões ricas e intrigantes como as que estão acontecendo até aqui. E segundo porque creio muito na idéia que o peruca pincelou agora: a de que existem vários tipos de diversão.

Para eu me divertir com algo eu preciso, necessariamente, achar engraçado ou "me sentir bem". Na minha maneira de ver a questão, qualquer filme pode se encaixar dentro desse termo. Não só o que se convenciona a chamar de diversão (avatar, tarantino, jurassic parkthe hangover, sei lá), mas um bergman, e um lars von trier também, e pq não? claro que dançando no escuro vai me fazer sentir uma gama de sensações completamente diferentes em relação aos primeiros que eu citei, mas no contexto do escapismo em que eu encaro tudo isso, sendo bom (me fazendo rir, me comovendo, me assustando, me fazendo pensar, whatever), acaba dando no mesmo.
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Eu não sei se entendi exatamente o que vc quis dizer. Vc não entendeu o que eu disse' date=' é isso?[/quote']

 

Você captou errado o que eu quis dizer. Ou eu que me expressei mal, vai saber.

 

O que eu quero é de algum modo entender essa idéia padronizada -- no sentido de que quase todo mundo concorda, de um jeito ou de outro -- de que a diversão é a função e o objetivo principal do cinema. É apenas um ponto de vista que eu gostaria de compreender melhor e analisar com mais calma, já que ele me parece, ao menos num primeiro momento (talvez por causa da noção que eu tenho do seu significado), um tanto divergente do que eu penso.

 

Além de ser algo que vai me ajudar a compreender o assunto inicial do tópico.

 

Ah sim, agora entendi o que vc quis dizer. Que burro!06
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Estou acompanhando a conversa' date=' que está muito boa, mas às vezes tenho a impressão que a gente termina caindo nuns redemoinhos. De todo modo, na outra página os colegas começaram a enveredar por aquele que talvez seja o ponto principal do assunto desse tópico, que é a idéia de que o objetivo principal do cinema é a diversão.

 

No caso, o Foras redimensou o termo de um jeito que na minha opinião melhorou as coisas, ao menos num plano mais abstrato, pois na prática ainda fiquei com a pulga atrás da orelha. Não é um confronto de idéias (pelo menos por enquanto), apenas quero compreender o raciocínio, porque ele ainda me parece, como o Kako diria, limitado.

 

Ou talvez seja pura falta de sincronia com termos, de um lado falar A e o outro B, quando na verdade ambos estão querendo dizer a mesma coisa. Mas o fato é que essa definição agora padrão do CeC pode gerar umas coisas bizarras que eu ainda não assimilo adequadamente.

 

Porque se a função principal é conduzida pelo carro-chefe que é a diversão, então qualquer filme que capaz de provocar risadas é bom, já que riso é uma das consequências mais imediatas da diversão. Logo, se um filme é ruim, mas de tão ruim chega a ser constrangedor, e de tão constrangedor te faz rir, logo ele é bom, já que te divertiu e essa é o objetivo da sétima arte.

 

E isso, meus amigos, não faz o menor sentido pra mim. Mas, é claro, me corrijam se eu estiver errado.

 

[/quote']

Acho que o problema está justamente pincelado por aí: o de caracterizar sensações abstratas em palavras. A palavra diversão aqui surge para mim como um monstro cheio de tentáculos maléficos que não pode ser destituído de seu posto porque não faz sentido para mim não procurar diversão ao assistir a um filme.

Só que quando li seu post pensei logo com meus botões: riso é uma das consequências mais imediatas da diversão? E logo me deparei com a resposta assustadora: de jeito nenhum isso pode ser instituído, como assim? Quer dizer, talvez faça sentido para a definição da palavra, mas...não creio que ela se aplique aqui. Até porque seu oposto: chorar, também é uma situação absurdamente plausível quando adequada (adoro Minha Vida e quase morri de tristeza ao assisti-lo).

Enfim, esses conceitos devem servir apenas de parâmetro de discussão. Não devem ser levados tão à sério assim, estamos lidando com emoções. Talvez existam para tentarmos evitar que a discussão fique sem termos, mas tudo deve ser entendido como tal, um termo para designar algo muito mais complexo. Logo quando alguém diz diversão = bom há tanto por trás da palavra que torna tudo tão vago quanto antes. O que era para ser objetivo fica disperso em suas amplas significâncias.

 

 

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Scofa, esse é justamente o objetivo dos meus posts, buscar uma aproximação dos termos que estão expressando as idéias de cada um, para que a gente não caia na lambança de ficarmos falando para o outro coisas diferentes quando na realidade estamos tentando dizer a mesma coisa.

 

Mas o fato é que eu estava ali no quarto, assistindo ao jogo da NFL, e pensei no quanto eu já fui capaz de entender o que todo está tentando dizer. No fim das contas, é tudo uma questão de semântica mesmo.

 

Quando vocês falam em diversão, eu, do lado de cá, sintonizo em prazer. Exemplo: quando penso em Luz de Inverno, No Silêncio da Noite e Cidadão Kane, não encontro divertimento. Penso num monte de outras coisas, igualmente prazerosas, mas um tanto diferentes para o que a minha idéia de diversão aponta.

 

Enfim, mais uma vez: alguém me corrija caso eu esteja falando besteira. E mal aí pela chatice, haha!

 

 

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eu não sei se tinha ficado claro, pelo jeito não, mas pra meu gosto o "divertir" é parente de primeiro grau do prazer, satisfação entre outros sinônimos que vocês devem lembrar. quando digo que me divirto assistindo The New World, lógico que não é no sentido de ficar dando risada, nem nada assim, mas por ter prazer na contemplação que o Malick me propõe.

 

por isso que quando digo que me divirto, sei lá, com Final Destination, mesmo que ele não quisesse me fazer rir, ele faz, a intenção do diretor, ele que enfie na bunda e a classificação da locadora também, depois que o filme sai das mãos e da cabeça dele, as pessoas tem o direito de aproveitarem a obra da forma que lhes for mais conveniente e - tchanam!" aprazível, agradável, divertido. o oposto disso é um filme ruim, que me vence por W.O., que tem a sua duração multiplicada por dois ao seu término, que eu sinto que perdi meu tempo assistindo, e por aí vai.

 

 

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Ótimo post. Vou tentar expor mais ou menos o que eu penso.

 

Não acho que a diversão seja o único dos propósitos do cinema. Ou melhor' date=' talvez tudo seja diversão, mas "diversões" diferentes. Se um filme inadvertidamente ou não transforma as duas horas em algo agradável, seja rindo, se assustando, se emocionando, causando admiração, etc, ele é para mim um bom filme. Agora, existem filmes que transcendem essas duas horas, que façam pensar ou até sentir por mais tempo, o que é fantástico. Creio que seja o tipo de filme que você e o Alexei prefiram. Para mim eles tem o mesmo nível de importância dos que me proporcionam apenas as duas horas intensas, mas aí é questão pura de preferência.

 

Existe um gap aí nesta tese, que é o tipo de filme que não te proporciona as duas horas intensas, mas que gera o efeito posterior. Pra mim seria um 2001 da vida, sei lá. Eu não consigo considerar 2001 bom, embora (e aí mora a contradição) entenda sua genialidade. Quando vejo um post ou texto falando maravilhas sobre ele, geralmente concordo, mas continuo o achando mega-chato.

 

Escrevi meio de sopetão aqui e posso ter deixado o post imcompleto ou até com erros, mas a idéia em geral que me ocorre é essa.

 

E acho que é isso (ou algo assim) que está gerando as divergências pois, sinceramente, quando vejo os posts de quase todos aqui, não vejo margem para idiotices ou bizarrices. Acho que é só questão de balisar os discursos e encontraremos a concordância.[/quote']

 

Não é raridade filmes nem tão cabeçudos permanecerem comigo por muito tempo. Guerra dos Mundos talvez seja o melhor exemplo possível. É claro que além de divertidíssimo, esse é um filme que considero muito inteligente e cheio de substância, mas a pegada de pesadelo que o Spielberg dá ao filme me suga para dentro daquele universo de tal modo que até hoje eu me sinto refém do seu talento.

 

Digo isso porque eu senti que você fez uma diferenciação entre os filmes-que-permanecem-conosco-durante-dias e os filmes-de-apenas-duas-horas provavelmente baseado numa pseudo-informação que eu havia dado anteriormente. Talvez assumindo, a partir daquelas três menções que eu fiz, que os filmes que eu levo dias para absorver adequadamente seus impactos são mais cabeçudos, digamos assim. Foi só uma impressão, mas de todo modo achei melhor iluminar o meu ponto de vista.

 

Quanto ao caso 2001, ele é interessante. Não sei se já experimentei algo exatamente igual, mas parecido com certeza. É o caso de filmes que, como já disse em outras ocasiões, são feitos com fermento, que vão crescendo com o passar do tempo. É uma sensação estranha, mas geralmente, quando rola um incômodo de minha parte por estar curtindo algo que me deixou um pouco indiferente durante a sessão, eu revejo para tirar a prova dos noves.

 

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Adoro filmes ruins, amo-os de paixão. Eles são para mim igual um cerveja de churrasco, bonzinho para passar o tempo. Os filmes ruins que mais gosto são os de explosões e porrada. Admiro em particular as ficções cientificas que tem que fazer mágica com a falta de dinheiro. Os filmes ruins que eu não consigo ver são as comedias forçadas e os romances ruins. 

 

Gosto do filmes "não-ruins" (haha), estes filmes eu gosto de degustar, como um bom uisque, ler a sinopse, ver que são os atores, ler criticas, concentrar e observar os detalhes nas atuações, iluminação, enquadramento, edição. 

 

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  • 11 months later...
  • 7 months later...
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Eu diria que os filmes ruins me deixam um pouco incomodado, não que tenha sido uma perda de tempo, até porque mesmo quando um filme é ruim ele tem algo a nos ensinar. Mas em geral eu não curto muito quando vou otimista ver um filme nos 30 minutos iniciais eu percebo que não vou gostar. Eu sou muito chato, muito exigente pra filme, sinceramente, acho que de todos os filmes que eu já vi na minha vida, eu gostei de 60% deles.

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  • 11 years later...
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Não sei, só sei que essa idéia é a desculpa perfeita pra alguém justificar o fato de ter gostado de um filme ruim. Se alguém disser que gostou de Van Helsing, é só dizer que ele é tão ruim que ficou bom e pronto, problema resolvido. Sei lá, acho que precisa de um limite para isso, senão fica muito fácil ficar defendendo o mau gosto.

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