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Forum Cinema em Cena

Bates Motel (série prequel de Psicose)


Jailcante
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 E começou a 2ª temporada de BATES MOTEL, prometendo uma temporada ainda mais insana que a anterior, além de muito mais sangrenta.

 

  Gostei bastante do início, que começa na mesma noite em que a 1ª temporada terminou, a noite do assassinato da Sra. Watson, com os Bates sendo avisados via telefone da morte da bela professorinha. Norman é claro, lembra-se de muita pouca coisa de sua visita a professora na noite da morte dela. O que já rende um pequeno show de Highmore na cena do enterro, onde Norman chora convulsivamente enquanto o caixão da moça desce para o seu descanso final. A cena é ótima por dois motivos. Primeiro por simbolizar o conflito do garoto. que sente-se consumido por culpa já que intimamente sabe que pode muito bem ter sido ele o assassino. Em segundo lugar, por que o drama é mesclado de forma bastante eficiente ao humor negro, já que não tem como não dar um sorriso de canto de boca com a Norma olhando aflita para os lados, percebendo que o enterro todo está começando a olhar para o seu filho chorão.

 

  Ainda antes dos créditos iniciais, vemos uma mudança bem radical na personalidade de Bradley, que passa da típica patricinha típica vista na temporada anterior para maloqueira suicida, literalmente pulando do alto de uma ponte.  Achei essa mudança rápida demais, em uma escorregada do roteiro, já que Bradley não parecia tão deprimida assim na temporada anterior... A não ser, que a moça seja a responsável pelo recente corte do corpo docente da cidade, nesse caso faz bastante sentido. O jeito é esperar pra ver se foi derrapada ou não.

 

 Bem, a trama dá um salto de quatro meses. Encontramos um Bates Motel relativamente bem sucedido com uma Norma sorridente ajudando Emma a lidar com os hospedes. Mas nem tudo são flores. Nesse meio tempo, para a preocupação de Norma, seu filho Norman passa a se dedicar cada vez mais a taxidermia, além de fazer visitas regulares ao túmulo de Blaire Watson, em um aceno para o futuro do garoto, que se relaciona mais com coisas mortas do que vivas.

 

  Além dos problemas do filho, Norma tem outra preocupação. O processo da construção da rodovia foi acelerado, e a mamãe Bates jura fazer todo o possível para impedir ta construção, o que gera a hilária cena do conselho municipal. Tá certo que Norma foi meio sem noção (pra variar) mas os conselheiros mereceram a bordoada que levaram, com Norma jogando na cara de todo mundo a hipocrisia da cidade.

 

 Bradley por sua vez é libertada do sanatório onde passou o hiato de quatro meses internada depois que pulou da ponte, mas é obvio que ela foi solta cedo demais, pois além de ainda mostrar claras tendências suicidas, torna-se obcecada em descobrir quem matou o seu pai na temporada anterior. Descobrimos que ela mandou alguns e-mails para o Dylan, mas o rapaz nunca respondeu em respeito ao irmão (Dylan de fato parece se esforçar para construir uma relação saudável com Norman). O que revela-se sensato, já que Norman ainda esta caidinho na da garota, o que pode coloca-lo em sérios problemas, vide o ótimo gancho no final do episódio.

 

  No geral, gostei da season première. Um ótimo começo de temporada, que soube explorar de forma competente e divertida o lado neurótico e sombrio de Norman. além disso, a família Bates parece se encaminhar para uma rota de colisão com as famílias criminosas da cidade. Parece que a rodovia pode se tornar o menor dos problemas de Norma.

 

 PS: Além das já citadas cenas do cemitério e do conselho municipal, a cena da visita de Norman ao Xerife Romero para mostrar as fotos de um possível "suspeito" do assassinato da Sra. Bates também foi de um humor negro muito bem bolado. Parece que a falta de noção é mesmo de família.

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Visto o episódio 2.2

 

 

 

 Intitulado "Shadow Of A Doubt" este empresta o seu título do clássico hitchcockiano de 1943 (um grande filme alias). Somado isso ao ótimo gancho deixado no episodio anterior, confesso que fiquei um pouco decepcionado com o  resultado.

 

 

 

  Não que tenha sido um episódio ruim, mas ficou abaixo dos padrões da série. Se na temporada anterior, um dos meus principais elogios foi o fato da série não enrolar as suas tramas, indo direto ao que interessa, aqui essa objetividade acabou soando mais como uma solução apressada no que diz respeito ao destino de Bradley e o envolvimento de Norman em sua fuga.

 

 

 

  Mas se as consequências do crime cometido por Bradley não tiveram o impacto imediato sobre ela e os Bates que era esperado, plantou uma verdadeira bomba relógio sobre White Pine Bay, já que o homem que Bradley matou não era qualquer um, e sim o líder de uma das organizações criminosas da cidade, que imediatamente conclui que o chefe foi morto pela organização rival, dando inicio a uma guerra.

 

 

 

  A tal guerra não foi a única semente plantada pelo episódio, pois descobrimos que a falecida Srta. Watson era simplesmente filha do chefe de uma dessas organizações criminosas, o que coloca o seu assassino (possivelmente Norman) em conflito não com um, mas sim com os dois lados da lei.

 

 

 

  Mas se "Shadow Of A Doubt" decepcionou como episodio de impacto, servindo mais para preparar terreno para o que vira a seguir do que para mover a trama, pelo menos tivemos um ótimo desenvolvimento das personalidades de Norman, Norma, e em menor grau, do Xerife Romero.

 

 

 

 A tal sombra de uma duvida a qual o titulo do episodio se refere é da mamãe Bates. Ela teme que o seu filho possa ser um assassino, a ideia simplesmente a aterroriza, e não sem razão, já que ela encontra um colar de perolas possivelmente pertencente a falecida professora na cama de Norman. O desespero dela é tanto, que ela chega a perguntar a sua ginecologista, no meio do seu teste ginecológico, o que ela sabre sobre "apagões de memória".

 

 

 

  E ela vai além. Para tentar distrair Norman de sua obsessão com a Srta. Watson e traze-lo para(ainda) mais perto de si, ela os inscreve para o teatro musical municipal. Isso mesmo, você leu certo,  o teatro musical municipal. Norman como qualquer pessoa minimamente normal (e minimamente é o termo correto aqui) acha isso um mico, principalmente quando tal apresentação interfere em seu plano para ajudar Bradley a fugir.

 

E é aqui que como já é costume, Vera Farminga dá um show de interpretação, quando Norma confessa os seus medos (sem confessar) ao filho. Alias, Norma não esta com medo do filho ser o autor do crime, ela esta simplesmente apavorada. Isso tornam suas ações mais compreensíveis, e diferente do que se convencionou em relação a este universo, sua superproteção com o filho parece ser muito mais uma consequência da loucura dele do que a causa. E se o pavor de Norma é palpável na referida cena, seu alivio ao descobrir que um suspeito do assassinato de Blaire foi preso é igualmente contagiante.

 

  Farminga também ganha a chance de soltar a voz, ao cantar "Maybe This Time", nas audições do musical municipal, uma cena tocante, já que a letra reflete as esperanças de Norma de ter enfim uma vida feliz e tranquila, o que acaba sendo bastante triste, já que sabemos que o seu passado foi bem difícil, e seu futuro não reserva coisa muito melhor.

 

  Já Norman, neste episodio, enfim põe pra fora como se sente sufocado pela mãe. Por mais que ele goste sim de ser tratado como filhinho da mamãe, como mostra a cena em que ele canta "Mr. Sandman" com a mãe ao piano, nenhum adolescente que se preze, mesmo Norman Bates, quer cantar em publico com a mãe. Assim, Highmore tem a sua chance de brilhar, quando enfim reclama da pressão materna "Moramos juntos, comemos juntos, trabalhamos juntos, você dorme no quarto ao lado do meu, só com uma parede fina entre nós dois. Já passamos bastante tempo juntos, não é? " reclama o garoto.

 

 Mas mesmo a fúria adolescente de Norman cede diante do desespero da mãe, e como de costume, ele acaba cedendo a ela. Por mais que seja uma relação doentia, ela também é feita de amor incondicional, e Farminga e Highmore sabem mostrar tanto o lado doente como o lado saudável desta relação materna.

 

  Por fim, o Xerife Romero tem um conflito bastante válido. Prestes a ver a cidade explodir, o representante da lei de White Pine Bay prende um drogado (e assassino que já lhe escapou uma vez) como suspeito da morte de Blaire, já que o sêmen dele estava no corpo da moça (havia outro não identificado, provavelmente do verdadeiro assassino). Romero parece ter plena consciência de que não esta com o suspeito certo, mas parecendo querer acalmar as coisas na cidade, decide indicia-lo mesmo assim.

 

 Um problema a menos para Norma. Mas como essa mulher é um verdadeiro para raios, o episódio termina com a chegada de um visitante bastante indesejado a cidade, que ruma diretamente para o Bates Motel.

 

 

 No geral, um episodio morno, mas que planta possibilidades interessantes.

 

 PS: Espero que com a saída da Bradley, a Emma ganhe mais destaque, pois ela é uma personagem bem mais interessante, e nestes dois primeiros episódios foi reduzida a mera atendente do motel.

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 É verdade, JUJUBA. Do elenco principal, a única que não tem uma morte nas costas é a Emma.

 

 Se bem que o máximo que a cidade pode fazer é piorar a situação não criar nada, já que Norman não era muito certo antes mesmo de chegar a White Pine Bay, já que matou o pai e nem lembra.

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 Visto o 2.03

 

  Esta temporada de BATES MOTEL parece estar adotando um ritmo bem diferente da anterior. Enquanto em sua temporada de estreia, a série parecia estar em constante movimento, esta 2ª temporada parece ir com mais calma. Não que esteja enrolando, longe disso, mas adota um ritmo bem mais lento quando comparado com a frenética metade inicial da 1ª temporada.

 

  Assim como o episodio anterior, "Caleb" planta apenas sementes de tempestade, que não tardaram a estourar sobre o Bates Motel, e talvez toda White Pine Bay. Mas apesar de ser um episodio preparatório, este 2.03 tem o mérito de dar a devida atenção a todos os personagens principais da série, traçando os trajetos que cada um deve seguir nos próximos episódios. Até Emma que andava esquecida, ganhou uma sub trama.

 

  Norma se vê atormentada pelo ressurgimento de seu irmão Caleb (que dá título ao episódio). É a primeira vez que vemos Caleb, mas ele já havia sido mencionado no final da temporada anterior, quando Norma contou ao caçula sobre como o irmão a estuprou diversas vezes ao longo dos anos. E é impressionante ver o efeito que a visão do irmão tem sobre a matriarca da família Bates. É fato que Norma vai de zero a cem com uma facilidade tremenda, mas poucas vezes vi Norma tão possessa como na cena em que ela expulsa Caleb de sua casa, depois de se deparar com ele na cozinha.

 

  Mas nem tudo são sombras para Norma neste episodio. A mamãe Bates fica amiga da ex diretora do musical da cidade (que pediu demissão justamente por Norma não ser escolhida como a protagonista depois do teste que fez no ultimo episódio). Esta nova amizade leva Norma a ser introduzida a alta sociedade de White Pine Bay. E é aqui que Vera Farminga dá mais um show de interpretação ao nos mostrar um lado mais sociável e simpático de Norma, enquanto tenta se entrosar com "seus novos amigos". Destaque pra cena da piada sobre o Grand Canyon.

 

  Além disso, Norma pode ter encontrado um inusitado aliado em sua luta contra a construção da rodovia. Ninguém menos do que o misterioso pai de Blaire Watson. A cena do encontro dos dois foi meio tensa, como se o homem estivesse brincando com Norma. Me pergunto se ele desconfia de alguma maneira que os Bates podem estar ligados a morte da filha. De qualquer forma, esta aliança entre os dois não tem jeito de que vai terminar bem.

 

  Já Norman Bates, com a partida de Bradley, parece já encontrar um novo interesse amoroso. Trata-se de Cody, garota que ele conheceu rapidamente no episodio anterior. Diferente da mãe, Norman ganhou um papel no musical fazendo parte do coral, mas opta por desistir. É quando reencontra Cody trabalhando na equipe técnica, e decide permanecer na peça, só que como membro da equipe técnica.

 

  Gostei desta nova personagem. A relação Norman/Cody promete. Com certeza é uma personagem muito mais interessante que a superficial Bradley, e cria um contraste interessante com Emma, a outra personagem feminina principal jovem. Cody apresenta-se como uma jovem sarcástica e rebelde, e vai ser legal ver como Norman que "quer levar tudo a sério" reage a esta nova influencia.

 

  Falando em jovens garotas, sentindo-se culpada por ainda não ir com a cara de Bradley mesmo depois de "morta", Emma monta um memorial na praia para Bradley, mas ironicamente, o memorial acaba virando uma festa (o que mostra que nem mesmo os personagens gostavam da Bradley :D). A jovem acaba reencontrando o rapaz que lhe deu o cupkake de maconha na temporada anterior, e resolve chutar o balde. Eu gosto da personagem da Emma, mas das tramas apresentadas neste episódio, foi a única que não me chamou a atenção.

 

  E finalmente chegamos ao Dylan, que acaba sendo o foco dramático deste episódio. O rapaz deixa um pouco de lado a tensão da vindoura guerra entre as organizações criminosas para tentar descobrir o que aconteceu de errado entre Norma e Caleb no passado. Sempre achei a relação de Dylan e Norma muito interessante, pois apesar de se perceber um desejo genuíno nos dois de quererem se conectar, tal conexão simplesmente não ocorre. E isso se repete quando Dylan pergunta a ela sobre Caleb, e como sempre ela o afasta.

 

  Isso leva o rapaz a procurar o tio, e surpreendentemente os dois parecem ter grande afinidade um com o outro. Caleb conta uma versão diferente daquela que Norma contou ao caçula. De certa forma, Caleb foi mais "sincero" com Dylan do que Norma em toda a sua vida, o que inclusive leva Dylan a emprestar dinheiro para o tio.

 

 Mas se o episódio dedicou-se somente a plantar as sementes de tempestade, como eu disse acima, a primeira delas enfim explode no fim do episódio, rendendo uma troca de socos entre Norman e Dylan e a surpreendente (pelo menos pra mim) revelação de Norma, que não só explica a evidente preferencia em relação ao caçula, como ao que tudo indica, mudara para sempre a dinâmica desta família. Já tá ficando monótono, mas Vera Farminga simplesmente detona neste clímax.

 

  No geral, "Caleb" foi um ótimo episódio, que introduz novos e promissores personagens, e sacode o tabuleiro da serie como a conhecíamos até então.

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 Visto o 2.04 intitulado "Check Out".

 

 As consequências possíveis ou inevitáveis de nossas ações foram o tema deste episodio. Depois da revelação bombástica do episódio anterior, Dylan toma um porre federal, só pra ser encontrado por Emma desacordado em seu carro e coberto de vomito. Bastante compreensível para alguém que descobriu ser fruto de um incesto entre irmãos.

 

 Uma "pequena informação" que simplesmente muda toda a forma como Dylan percebe a si mesmo e aqueles a sua volta. Nem em Norman o rapaz consegue confiar, inclusive plantando na mente do irmão a duvida de que Norma esconde segredos dele também (clara referência a "morte acidental" do pai de Norman.)

 

  As intenções de Caleb em White Pine Bay ainda parecem obscuras pra mim. Obviamente Dylan o confronta sobre o que sua mãe lhe contou. O homem confessa que de fato transou com a irmã, mas que a historia não é bem como ela conta. Caleb também nega ser pai de Dylan e informa que seu verdadeiro pai é de fato o primeiro marido de Norman, que foi seu namorado no colegial. Ele ainda devolve o dinheiro que Dylan lhe deu no episodio passado. Qual será a do cara afinal?

 

  Diferente da mãe e do irmão, Dylan não esta disposto a ignorar o problema até ele sumir. E depois de mais uma sofrida briga com Norma, onde é levantada a hipótese (e confirmada pelo silêncio) de que Norma usou sua primeira gravidez pra sair de casa, Dylan enfim deixa o casarão dos Bates. Farminga foi maravilhosa como sempre, mas devo destacar que desta vez Max Theriot se superou, mostrando toda a raiva e a dor de seu personagem.

 

  Mas se Dylan começou o episodio com um porre daqueles, Emma não ficou muito atrás. A garota acorda semi nua ao lado do "cupkake boy" sem lembrar de absolutamente nada. Num episodio bastante sombrio e intenso, a sub trama da garota tentando lembrar se "rolou ou não" foi um bom alívio cômico, sustentado pela graça de Olivia Cooke. De qualquer forma, parece que ela pretende dar uma chance ao vendedor de maconha, já que Norman se mostra bastante indiferente com ele, inclusive no que diz respeito a amizade.

 

  Já Norma esta passando por um período ruim. Além dos problemas com o filho mais velho, a construção da rodovia ainda é uma grande ameaça, e o simples fato de Caleb estar na cidade simplesmente a apavora. Ela até tenta encontrar o irmão no motel em que ele esta hospedado para manda-lo embora, mas o medo não a deixa sequer descer do carro. Isso me faz pensar que ela decididamente não mentiu sobre o estupro.

 

  A quase relação incestuosa entre Norma e o filho caçula foi bem frisada neste episódio também. Primeiro pelo modo como ele deita-se na cama ao lado dela, e depois como ele a observa se trocar para sair, e a ajuda a colocar o colar em seu pescoço. Fica muito claro que se não tomarem cuidado, um segundo incesto pode acontecer na vida de Norma Bates.

 

 Porém Norma tem alguns momentos leves com Chrstine e o irmão que ela tenta empurrar para ela. Ainda não entendi qual é a desse plot. A aproximação de Christine para com Norma não me parece natural. Acredito que a dupla de irmãos tenha intenções escondidas no que diz respeito a mamãe Bates.

 

   A trama das drogas ficou um pouco esquecida neste episodio, mas promete esquentar, já que o aviso que o Xerife Romero dá a Zane para aliviar a sua onda de violência é respondido com um incêndio em sua casa. Pela cara do Romero, é bom o traficante se cuidar.

 

 Mas chegamos então a Norman. O garoto passou o episódio inteiro acompanhando a angustia da mãe em relação a Caleb. Uma Cody furiosa aparece no motel atrás de Norman, que marcou de ajuda-a com a produção da peça e não apareceu. Emma alerta Norman que Cody não é o tipo de companhia que Norma aprovaria e tendo a concordar.

 

  E não é que a moça não é boa companhia mesmo? Pressionado pela garota a dizer o motivo de seu estranho comportamento na produção do teatro, Norman acaba contando a ela sobre como o tio tem perturbado a mãe (sem entrar em detalhes). A sugestão de Cody é a que qualquer "pessoa normal" faria, vamos pegar um pé de cabra, e dar um "susto" no titio pra ele sair da cidade.

 

 Mas ao se aproximar do quarto do tio, Norman passa a relembrar o relato da mãe sobre os estupros,  e percebendo que não ia dar boa coisa se ficasse ali, praticamente arrasta Cody para longe, adiando o encontro com o tio.

 

 Mas este encontro já estava predestinado. Ao voltar pra casa, Norman ouve a discussão de Norma e Dylan, e assim fica sabendo mais detalhes do sofrimento que Norma passou nas mãos de Caleb. Assim, alguém bate na porta de Caleb para confronta-lo por todos os anos em que ele abusou da irmã. Mas não é Norma que está ali, e nem mesmo Norman, e sim "A Mãe", a mesma pessoa que anos depois esfaquearia uma moça indefesa no banho.

 

  Já havíamos vistos traços desta "entidade" na temporada anterior, mas aqui ela enfim se mostrou por inteiro. E foi mesmo perturbador o modo como Norman emulou todas as emoções e o sofrimento de Norma, como se tivesse sido ele a passar por tudo aquilo. A sorte de Caleb é que Norman ainda não tem muita "pratica".

 

 Norman fica em estado catatônico no motel, e o único contato que tem é o numero de Cody que ela escreveu em seu braço horas antes. A garota vem em resgate, e diz a um Norman ausente que tudo ficara bem.

 

 Sabemos agora que "A Mãe" é uma realidade. Ela já vive em Norman, e disposta a matar. Agora é ver como a série explora isso, ainda mais agora que tanto Caleb quanto Cody sabem que há algo errado com o garoto.

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 Visto do 2.5 intitulado "The Escape Artist".

 

  Chegando a metade de sua 2ª temporada, BATES MOTEL entrega um episódio focado nas relações de seus personagens, e enfim traça o caminho de pólvora que leva a guerra das famílias criminosas de White Pine Bay direto ao Bates Motel. Falta só alguém riscar o fosforo.

 

  Depois de ter estado em foco por dois episódios seguidos, Dylan ganha menos espaço neste episódio, mas ainda assim ganha um plot interessante, que liga sua "carreira" ao seu atual estado emocional. Vivendo agora no barraco da coleta de maconha depois de ter deixado o Casarão Dos Bates, Dylan logo chama a atenção do psicótico Zane. Este o chama para um almoço em um restaurante mexicano para discutir o seu futuro, mas Zane acaba sofrendo um atentado da gangue rival, sendo salvo por Dylan.

 

 Percebe-se aqui a confusão mental e o desejo de morte que está consumindo o rapaz, já que ele literalmente se coloca no meio da rua, disparando contra um carro que estava atirando nele! Dylan acaba atropelado (apesar de conseguir matar um dos atiradores) e ao acordar no hospital, fica conhecendo a verdadeira chefe da família para qual trabalha. A irmã de Zane, que promete cuidar de todas as despesas médicas e garantir o futuro de Dylan. Parece que após "perder a mãe", o rapaz ganhou uma nova, resta saber se o rapaz não ganhou uma "mãe" ainda pior que Norma, e muito mais manipuladora.

 

  Falando em Norma, ela também faz novas amizades, além de estreitar antigas relações. Mas não antes de dizer a Norman pra aceitar o fato de Dylan ter partido, e que eles devem seguir em frente, como sempre fizeram. Esse é o estilo de Norma Bates, sempre em frente, varrendo os destroços para baixo do tapete.

 

  Norma conhece também o novo casinho do filho, Cody. Tá certo que a mamãe Bates nunca se esforçou pra dar crédito as garotas que se aproximam do filho, mas Cody com seu estilo badgirl não fez esforço nenhum pra ser agradável. Checou com o som alto, e chegou a tirar uma oom a cara da Norma quando ela tentou se apresentar. Prevejo muitos conflitos mãe/filho tendo a garota como pivô.

 

  Mas se nos últimos episódios, as cenas mais emocionais foram cheias de tensão e drama, a melhor cena do episódio foi uma singela cena entre Emma e Norma. A garota esta prestes a ter a sua primeira vez, mas não tem uma figura feminina a quem perguntar. E ela decide escolher perguntar isso justamente a Norma.

 

  É uma cena cheia de significado, pois contrasta a inocência de Emma e seu romantismo em relação a "primeira vez" de uma mulher, com as lembranças macabras e terríveis de Norma, pois sabemos muito bem em quais condições ela teve a sua primeira vez. E a reação de Norma não podia ser mais humana, com um show diferente de interpretação aqueles que Farminga esta acostumada a nos dar. Não há explosão de emoção, mas sutileza.

 

   Ao receber a pergunta, vemos o horror nos olhos de Norma, ao ser relembrada dos  eventos terríveis de sua infância. E quando Norma pergunta por que ela quer saber isso, e Emma explica, a matriarca dos Bates é simplesmente comovida pelo desejo inocente de Emma por amor, dando-lhe uma resposta otimista, e comicamente fugindo dos assuntos mais práticos ao dizer "nós precisamos conversar sobre anticoncepcional, DST, essas coisas", pergunta constrangia. A cena termina com um abraço entre as duas, mostrando que Emma conseguiu uma figura materna sincera, e que Norma deseja para a garota tudo aquilo que não teve.

 

  Mas vamos ao novo aliado de Norma na luta contra a rodovia, o misterioso Nick Ford. Nick a recebe em um iate, e a serve com um champagne caríssimo. Diz que não pode se opor publicamente a rodovia, mas que pode ajudar Norma por baixo dos panos, lhe dando as ferramentas legais certas pra combater o desvio. Norma pergunta sobre o líder do conselho municipal, mas Nick diz que cuidara dele.

 

  Norma esta tão desesperada para deter o desvio, que não percebe que milionários bem intencionados simplesmente não caem do céu. Toda a suntuosidade com que é recebida antecipa que a proprietária da família Bates esta fazendo um acordo com o diabo. Com os recursos de Ford, ela consegue um dossiê de impacto ambiental que atrasara a construção da rodovia, e simplesmente não entende o aviso de Romero (que se tornou um arredio hospede do Bates Motel após o incêndio de sua casa, gerando cenas bastante divertidas com Norma) pra ficar longe de Ford. Mas ela finalmente entende, quando Romero lhe informa que o líder do conselho municipal morreu em um trágico acidente na estrada. E foi assim que Norma aprendeu o que o termo "cuidar" significa na linguagem da máfia.

 

  Não há muito o que falar sobre a subtrama envolvendo Emma e seu romance com o traficantezinho de maconha. Poderia ser um desastre total, mas a talentosa Olivia Cooke segura bem o rojão, tornando as cenas desta subtrama bastante singelas.

 

  Chegamos então a Norman Bates, que estreita cada vez mais sua relação com Cody depois que ela o resgatou de seu ultimo "apagão". Depois do desagradável encontro entre Cody e Norma, os dois vão para a parte técnica da peça, mas Cody esqueceu o dinheiro do material em casa e relutantemente tem que voltar. E mesmo a garota tentando esconder, Norman acaba descobrindo que assim como Norma, ela tem um parente abusivo, nesse caso um pai. Algo me diz que esse homem pode muito em breve receber a visita de uma "Mãe Preocupada".

 

  Depois dessa descoberta, pra relaxar, Cody resolve levar Norman a seu  lugar secreto. Uma abandonada casa na arvore no meio do mato. E não é fácil subir até lá, justamente por que Cody planejou que não fosse. Mas Norman consegue adentrar no "mundo particular da garota". Norman admira a força dela e diz "sentir-se seguro com ela, mesmo que seja algo estranho de se dizer a uma garota". Me chamem de doente, mas acho que inconscientemente, Cody lembra a Norman a sua mãe, e em sua cabeça, se ele não pode voltar ao passado e salvar Norma, talvez ele possa salvar Cody agora. Assim, os dois jovens, tão opostos, mas tão complementares por estarem presos em estranhas relações matriarcais/patriarcais transam na casa da arvore.

 

 No geral, achei um dos melhores episódios da temporada. Nick Ford promete, e tenho certeza que o favor que prestou a Norma terá um preço. Será interessante também ver Romero agora tendo o Bates Motel como sua nova morada. E a relação Norman/Cody (que apresenta uma química muito melhor do que tinha com Bradley) é um prenuncio de romance trágico que não deve acabar bem.

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‘Bates Motel’ terá terceira temporada

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O canal A&E encomendou a produção de dez episódios para a terceira temporada de Bates Motel, série que oferece um prelúdio do filme Psicose. Criada por Carlton Cuse (Lost), Kerry Ehrin (Parenthood) e Anthony Cipriano, a história é situada no tempo presente, ao contrário do filme, que se passa na década de 1960.

Após a morte do segundo marido, Norma (Vera Farmiga) e seu filho Norman (Freddie Highmore) se mudam para uma pequena cidade dos EUA onde assumem o comando de um hotel de beira de estrada. Mas o que parecia ser uma pacata comunidade se revela um lugar onde os moradores escondem diversos segredos.

No elenco também estão Mike Vogel (Pan Am)Nestor Carbonell (Lost e Suddenly Susan), Richard Harmon (visto em Continnum e The Killing), Max Thieriot, Nicola Peltz, Olivia Cooke (The Secret of Crickley Hall) e Jere Burns (Breaking Bad, Justified), entre outros.

Ainda exibindo os episódios de sua segunda temporada, a série vem conquistando a média de 2.32 milhões de telespectadores, com 0.9% entre o público alvo ao vivo. Segundo informações divulgadas pelo canal, a estreia da segunda temporada registrou 4.6 milhões, com 2.6 milhões entre o público alvo (18-49 anos), já somando DVR e outras plataformas. Ela é considerada a série número um na audiência do canal entre o público alvo.

As filmagens da terceira temporada terão início na Fall Season, com previsão de estreia para 2015. No Brasil, a série é exibida pelo canal Universal.

Cliquem na foto para ampliar. 

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A sequência do Norma(n) no motel foi sensacional...

Mas a série apesar de ser ótima não chega à me empolgar...

 

A descoberta sobre a paternidade de Dylan ainda vai render muito...

Dá pra ver que o irmão da Norma não é bom sujeito, mas essa história ta toda muito estranha...

 

E o Norman é um imã para gatinhas, rs...

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É verdade, SAGA STARK. Para um anti social, o Norman se dá é muito bem. Hehehe

 

 De fato, esta temporada não esta tão empolgante quanto a anterior (não estou falando de qualidade). A 1ª era bastante frenética, enquanto esta parece armar cuidadosamente suas tramas e sub tramas para algo maior.

 

 Adorei a renovação da série para uma 3ª temporada. Do jeito que está, acho que BATES MOTEL tem folego para umas quatro ou cinco temporadas (contando as já exibidas).

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 Visto o 2.06

 

 Eu ando dizendo que  a 2ª temporada de BATES MOTEL, diferente de sua antecessora, tem preferido armar suas explosões narrativas com cuidado, diferente da corrida frenética que foi a primeira metade da temporada anterior. Mas "Plunge", título deste mais recente episódio da série, resolve colocar o dedo no detonador, misturando de forma muito bem vinda algumas de suas tramas paralelas, o que provoca um série de eventos que tornam os "apagões" de Norman cada vez mais frequentes e violentos, gerando a inevitabilidade da tragédia, ao mesmo tempo que a matriarca dos Bates parece se enredar cada vez mais com o lado escuro de White Pine Bay.

 

  Após a "conveniente" morte do conselheiro, Norma decide encerrar sua breve parceria com Nick Ford. O mafioso dá um "sermão" em Norma sobre a conveniência da morte em alguns casos, e embora ela pareça encerrar seus negócios, tenho certeza que para Nick, seus negócios estão apenas começando.

 

 O reaparecimento de Christine e George, sugerindo que Norma concorra a vaga deixada em aberto pelo conselheiro falecido é mais do que suspeito. George continua flertando com Norma, mas não foi a aula de legalidade que ela ganhou do advogado que a fez ganhar a vaga, e sim o apoio de Nick Ford a sua candidatura, o que é deixado bem claro por um assustado prefeito. Assim, Norma deve mais um favor ao barão das drogas de White Pine Bay. Me pergunto qual é o interesse dele nela, já que não parece ser apenas impedir a construção do desvio.

 

  Mas o "prato principal" do episódio foi mesmo a relação de Norman e Cody, e como Emma acaba sem querer, abalando perigosamente essa relação (o perigosamente é sem aspas). Ao descobrir que Norman andou bebendo, a Sra. Bates praticamente intima a nova namorada do filho de que ele não pode beber, devido a "questões médicas".

 

  Obviamente, por sua natureza rebelde, a garota faz justamente o contrario, e decide matar o trabalho na peça com Norman, levando-o para um dia no rio, mas não sem antes passar em sua casa para buscar bebida. Mas o pai de Cody chega mais cedo, o que obriga os dois a se esconderem no armário. Isso faz com que Norman tenha um flashback de sua infância, quando se escondia com a mãe de seu pai violento. E com esta lembrança, vem outro apagão. Inofensivo dessa vez, mas suficientemente estranho pra deixar Cody preocupada.

 

  No rio, o casal acaba encontrando Emma e o namorado maconheiro dela. Parece uma cena teen corriqueira, com tanto Norman quanto Emma constrangidos com a situação. Mas o clima teen descompromissado é quebrado quando Cody desafia Emma a mergulhar no gelado rio. É claro que a coisa não dá certo, e Emma tem uma crise respiratória. Ela é salva por Norman, mas a reação do rapaz contra Cody foi assustadora. A "bad girl" ficou totalmente sem reação quando Norman cresceu pra cima dela. Parece que Norma não é a única "mãe" zelando pelo bem estar de Emma.

 

  Achei que Emma descobriria sozinha sobre a condição de Norman, já que ele parece se lembrar de forma confusa de sua defesa no rio. Mas Emma não precisou pensar muito. Toda a aura de "bad girl" de Cody foi quebrada quando ela foi confrontada pela fúria psicopata de Norman, e ela resolve contar para Emma sobre os apagões de Norman, que por sua vez conta para Norma.

 

 Claro que Norma já sabia, mas ver o segredo do filho exposto assim a encheu de medo e raiva (afinal, ele contou para Cody) e ela interrompeu o exame de auto escola de Norman, destruindo qualquer chance de ele conseguir uma carteira de motorista nos próximos anos. Isso leva mais um surto de fúria de Norman, que obriga a mãe a encostar na estrada e vai direto para casa de Cody cobrar a quebra de confiança.

 

  E é ai que a coisa aperta. Pois Cody não esta sozinha em casa. O pai esta lá. Ver o homem agredir a filha é o suficiente pra fazer Norman pirar mais ainda, e o que temos no final é um pai abusivo que acabou rolando uma escada e quebrando o pescoço, e dois adolescentes visivelmente apavorados.

 

  Assim, vemos os medos de Norma tornarem-se realidade. O segredo dos blackouts de Norman foi exposto, com direito a um cadáver para coroar a situação. Com quatro episódios restantes para o fim da temporada, vemos as duas garotas da vida de Norman (Emma e Cody) mergulharem mais ainda em seu mundo particular. Mas no caso de Cody, talvez ela tenha ido fundo demais.

 

 Ah, e teve Dylan e a chefe da quadrilha rival a de Nick, mas esse foi o calcanhar de Aquiles do episódio.

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 Nem vou comentar muito sobre esse 2.07. De longe, o pior episódio da temporada, talvez até mesmo da série.

 

  Depois do ótimo cliifhanger deixado no episódio anterior, ficou só no lenga lenga do Norman insistindo que a morte do pai de Cody foi um acidente, e a policia dizendo que só estava fazendo os procedimentos, enquanto Norma implorava a Cody e Norman para não falar nada sobre os apagões do rapaz.

 

  E quando ele finalmente resolve confrontar a mãe sobre o assunto, Norma simplesmente diz que não vai responder e que ele nunca mais deve perguntar isso pra ela novamente.

 

   Cody também deixa a serie prematuramente. Senti que era uma personagem que tinha bem mais a acrescentar, mas já era. Por ora, ela deixou White Pine Bay para morar com a tia.

 

  A trama das drogas também não evolui muito, com Dylan sendo um péssimo guardião para Zane, que não consegue impedir o chefe de continuar fazendo merda atrás de merda.

 

 Pra dizer que não foi um episódio perdido, tivemos um excelente cliffhanger no final, que coloca Norman na mira do Xerife Romero, quando evidencias apontam o garoto como um dos principais suspeitos da morte de Blaire Watson.

 

  Espero que nos três episódios restantes, BATES MOTEL se recupere do péssimo trabalho que foi este 2.07.

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  • 2 weeks later...
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 E a série se redime do péssimo episódio da semana passada, entregando este excelente "Meltdown", que pavimenta o caminho para o fim da temporada.

 

  Depois de ter respostas de sua própria vida negada por Norma, Norman Bates decide dar um gelo federal na mãe, usando uma tática simplesmente enlouquecedora para Norma. Fingir que está tudo bem, mas deixando bem claro nas entrelinhas que não esta nada bem. Isso gera cenas de humor negro fantásticas, como aquela em que Norman espalha os seus bichinhos empalhados pela casa por que quer "dividir o seu trabalho com a mãe", mas na verdade o que ele quer é atazanar Norma até onde pode.

 

  O subtexto incestuoso também volta a aparecer com força neste episódio. Norma mais uma vez é cortejada pelo advogado George, e enfim consegue convence-la a comparecer a um jantar em sua casa. Mas o fato do filho caçula parecer não se importar nem um pouco com o encontro da mãe ou com a hora em que ela voltaria parece simplesmente enlouquecer Norma.

 

  Freddie Highmore merece aplausos neste episódio ao mostrar que Norman pode ser assustador, mesmo quando não está surtado. Depois que todas as clássicas tentativas de manipulação da mãe não dão em nada, Norman finalmente a confronta na escada, se aproximando de uma Norma impotente, enquanto diz o quanto se sente traído. "Foi tudo um jogo, não? O papo de que erámos nós contra o mundo, de que erámos um só, mas era tudo mentira. Você tinha os seus próprios segredos. Agora existe você e existe eu. Esta sozinha, mãe". A raiva com que Norman diz essas palavras e o sadismo em seu olhar ao enfim estar em uma base superior a da mãe foi de assustar.

 

 Mas os problemas com os filhos caçula não eram a única dor de cabeça de Norma. Ela deve a Nick Ford, e enfim ele veio cobrar seus favores. Seu pedido inicialmente é simples, ele quer que ela arranje um encontro com Dylan. Orgulhosa como é, Norma desafia o chefão do crime de White Pine Bay, o que como o fim do episódio mostra, é uma péssima ideia.

 

  A trama das drogas foi na maior parte desta temporada o ponto fraco da série. Mas ela enfim parece ganhar força, ao trazer não apenas Dylan, mas Norman e Norma como peças chave que pode decidir o futuro da guerra entre as duas famílias. Alias, a visita de Norma ao trabalho do filho (que subiu na carreira devido a sua relação com a chefa) é hilária. Quer dizer, já é constrangedor da mãe no trabalho. Quando se é um traficante, é mais constrangedor ainda. :)

 

  Gosto da dinâmica da relação de Norma e Dylan e de como isso contrasta com a relação que ela tem com Norman. Obvio que existe muita dor e mágoa entre os dois, ainda mais com a recente descoberta da paternidade de Dylan. Mas Dylan se preocupa com Norma e vice versa, mesmo que ambos tenham grande dificuldade em demonstrar. Mais uma vez, ponto para Vera Farminga.

 

 Por fim, o Xerife Romero têm seus próprios conflitos agora que sabe que Norman transou com Blaire Watson na noite em que ela foi morta (algo que nem o próprio Norman sabe). É interessante como Romero trata o assunto com discrição, inclusive proibindo sua assistente de contar sobre a descoberta. Ele tenta falar com Norma primeiro de uma forma mais sutil, mas quando isso não dá certo, tem que apertar o garoto. Existe uma certa culpa no Xerife que teme ter condenado um homem inocente, mas ao mesmo tempo parece reticente em jogar publicamente as suspeitas sobre Norman, afinal, o homem preso é um criminoso típico, enquanto Norman aparentemente é só um garoto inocente. Quando Romero começou a pressionar Norman, cheguei a temer pelo Xerife, que se tornou o meu personagem favorito depois de Norman e Norma.

 

  O episódio deixa um gancho fantástico, que coloca personagens como Dylan e Romero em situações em que precisaram tomar decisões difíceis, ao mesmo tempo em que pode tornar a rixa de Nick Ford com os Bates muito mais pessoal do que profissional.

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Eu acho que essa quase recusa do xerife em condenar Norman tem menos a ver com condenar um homem inocente e mais com sua atração por Norma.

Quem diria que o caminho p/ o coração do xerife tinha a ver com lavar sua roupa e uma exposições sensuais (ainda que involuntária e inocente)... afff!

 

Gostei de todos os eppys dessa temporada, na verdade gosto do ritmo de "BM".

 

É sempre uma delícia assistir esses duelos neuróticos de mãe e filo, mistura de raiva/amor/ressentimento/dor, pena e cumplicidade entre Farmiga e Highmore (e mesmo com Dylan), que nem em importo com o resto.

Na verdade nem curto muito esse lance de drogas, acho a parte chatinha da série. mas ela evidencia o verdadeiro carater de Dylan, embora ele trilhe o caminho errado não é má pessoa.

 

Só me espantou muito ele não acreditar sobre o

estupro de Norma

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 De fato, JUJUBA, acho que mesmo sem saber, o Xerife Romero começa a ficar caidinho por Norma.

 

  Quanto a Dylan não acreditar inicialmente no estupro de Norma, eu consigo entender o ponto dele. Ela nunca se deu ao trabalho de conversar com ele, dividir alguma com esse filho, mesmo que essa coisa fosse uma mentira. Caleb fez isso. Portanto, a carência de Dylan fez com que ele desse muito mais crédito a Caleb do que a Norma.

 

 Bem, visto o penúltimo episódio da temporada, "The Box".

 

  Embora desperdice algumas oportunidades sobre as quais fararei mais a frente, achei um excelente episódio, que nos faz questionar os caminhos que levaram Norman a seu futuro sangrento. Como em todas as minhas críticas, há alguns spoilers, portanto, se não quer saber o que rola no episódio, não leia.

 

  Sequestrado pelos homens de Nick Ford, Norman é levado para a tal caixa do título, uma caixa de metal no meio do mato, semi enterrada no chão, e longe de tudo e de todos. O garoto é abandonado lá a própria sorte, enquanto Ford dá a mamãe Bates vinte quatro horas para ela convencer Dylan a matar Zane, caso contrario, Norman morre.

 

  Norman nunca foi muito certo, e ficar preso em uma caixa de metal na floresta com certeza não ajudou a melhorar o seu estado mental. Passando a dividir o espaço com baratas, o jovem vai aos poucos perdendo a razão, primeiro passando a recitar trechos de filmes antigos para não enlouquecer, e depois passando a ter visões da mãe, que lhe diz que vai ficar tudo bem. É triste e ao mesmo tempo tocante esta visão de Norma dizendo ao filho que não importa o que aconteça, ela sempre estará com ele, pois as mães vivem dentro de seus filhos. Um melancólico e assustador presságio do futuro do rapaz.

 

  Enquanto isso, Norma procura Dylan para lhe passar a mensagem de Nick Ford. Em um episódio repleto de drama, tivemos tempo para algum alívio cômico com os capangas de Dylan se divertindo ao ver Norma surtando na frente da base dos traficantes através das câmeras sem som, praticamente tentando arrombar o galpão do tráfico. A vida de Norman é posta nas mãos de Dylan, que resolve aceitar a missão.

 

  No meio disso tudo, seguimos duas tramas paralelas. Emma não aguenta mais ser deixada de lado nos assuntos da Família Bates. Ela reconhece que tecnicamente não é parte da família, mas ela meio que os adotou, e ver Norma e Norman os tratando com indiferença ao longo de todos estes episódios fez com que ela enchesse o saco e desse o aviso prévio a Norma, que claro, no meio da crise que está passando, não dá muita bola.

 

  Senti essa sub trama como um pedido de desculpa dos próprios roteiristas, pois verdade seja dita, Emma é uma personagem muito mais interessante que Bradley ou Cody, mas foi relegada a coadjuvante de 3º time nesta temporada. Não estou dizendo que ela tenha que ter um romance com Norman ou coisa parecida, mas acho que a personagem definitivamente merece mais do que está tendo. E a própria personagem parece saber disso. Espero que na 3ª temporada, ela receba o destaque que mereça.

 

  Mas não são as lamurias de Emma que incomodam Norma, e sim a insistência de Romero em ver o filho. Através do antigo parceiro de seu pai, o Xerife pretende submeter Norman ao teste do poligrafo de forma não oficial. Acho que para Romero, não se trata nem de fazer justiça. Acho que mesmo que ele descubra que foi Norman, vai deixar o bandido que prendeu pelo assassinato da Srta. Watson no lugar onde está. Mas o Xerife simplesmente precisa saber a verdade.

 

 O desespero de Norma ao descobrir que o sêmen de Norma estava no corpo de Blaire, e que ele provavelmente a matou é a gota d'agua para a Sra. Bates desabar. Em prantos, ela liga para Norman, e mesmo sabendo que ele não pode ouvi-la, deixa uma mensagem dizendo que não importa o que aconteça, ela o ama mais que tudo. A cena também gera um rápido porem significativo momento entre Norma e Romero, onde ela diz que confia totalmente nele, e lá vai o Xerife tentar resgatar Norman.

 

  Quanto a Dylan, ele não foi bem sucedido. Ele bem que tentou matar Zane, mas ao chegar lá, viu o marginal cercado por um pequeno exército e não confiando nem um pouco em Dylan, o rapaz não teve outra escolha a não ser ir embora pra não levar chumbo. Ele tentou explicar a situação a Nick Ford, que não foi muito compreensível, e se preparou para dar a ordem para eliminar os Irmãos Bates, o que rendeu uma briga com Dylan que acaba com a morte de Ford.

 

  Confesso que pra mim foi um pouco decepcionante. Desde o inicio da temporada, eu esperava pelo momento em que Ford fosse descobrir que Norman estava ligado a morte de sua filha. Mas com exceção de uma breve desconfiança devido ao colar de perolas, e um recorte sobre o crime achado no bolso de Norman, não se tocou no assunto. Senti falta de um acerto de contas maior entre Ford e os Bates, mais ou menos como ocorreu com Zack Shelby na temporada passada. Ah, e alguém tem que dizer pro Dylan que só se interroga alguém enquanto esta pessoa esta viva :D

 

  Mas o melhor ficou para o final. Já delirante na Caixa, abaixo de chuva, Norman enfim se lembra de outra noite chuvosa. Mais precisamente a noite em que foi a casa da Srta. Watson. Se alguém ainda tinha alguma duvida, elas acabaram aqui. Norman matou seu pai e o pai de Cody em defesa de outros. Mas a morte de Blaire... Foi pura psicose. Ainda praticamente enterrado vivo, o rapaz se lembra da noite em que foi seduzido pela professora, e da transa onde incentivado por sua "mãe", ele degolou a professora. Norman Bates se lembra de tudo, e tudo que lhe resta diante desta terrível verdade sobre si mesmo é gritar em desespero. Palmas aqui para Freddie Highmore

 

 A Season FInale promete. Como será um Norman totalmente consciente do seu crime, ainda mais com Romero na sua cola? Além do mais, só vejo uma única maneira de Norman voltar a esquecer este crime, que é eliminando a sua "cumplice". Me pergunto se Norma sobrevivera a próxima season finale :(

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Nossa! Ótimo review !

 

Mass devo discordar de ti qto a Emma, ela é boring ! Tão boring que a coisa mais interessante sobre ela é o troço no nariz, o cilindro... Ela não conseguiu ser interessante nem qd perdeu a virgindade com  singelo vndedor de maconha, enqto que as míseras cenas em que Bradley ou Cody apareceram causaram mais que ela em uma temporada inteira...aff!

 

Acho que Ford nem pensou que fosse Norman quem matou sua filha pq, este já havia vigiado Ford no cemitério e qd este questionou o pq ele disse que estava a caça do assassino de sua professora e achou que Ford pudesse ser ele.

 

Sobre a caixa, achei que fosse mais pilhante, mas serviu (quase que só), p/ Norman pirar e se lembrar do que havia feito.

 

By the way, será que é um regra, todo serial é esquizofrenico ?!

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 Mas acho que neste caso, a culpa não foi da personagem, JUJUBA. Ela foi simplesmente esquecida pelos roteiristas. Na temporada passada, ela era muito mais interessante, não só pela sua grande curiosidade, que era somado ao fato de ela ter a noção de ter uma vida com "prazo de validade", mas também por ter uma ideologia totalmente diferente a dos Bates. Tanto Norman quanto Norma quando se deparam com um problema, meio que enterram ele e ficam esperando passar, mesmo que isso signifique esconder a verdade. Já Emma é da ideia que se você tem um problema, tem que ir lá e resolver, mesmo que tenha que expor isso ao mundo, não importa o quão assustador seja.

 

 Bradley nunca teve essa profundidade ou dinâmica com os Bates, e sua transformação de patricinha da cidade para louca suicida foi um pouco forçada, numa tentativa de tornar a personagem mais interessante. Pra mim, Bradley nunca foi mais interessante do que Emma. Dei graças a deus quando ela saiu da série.

 

   Já Cody tinha muito mais potencial pelo seu estilo "bad girl". De certa forma, eu acho que Norma deve ter sido muito parecida com Cody quanto tinha a idade dela (e a própria mamãe Bates percebeu). Eu acho que era uma personagem que tinha muito mais a oferecer, e foi tirada da série cedo demais.

 

 Quanto a Emma, não foi uma temporada feliz pra ela, justamente por ela ter sido reduzida a atendente do Bates Motel e ter sido deixada de fora das grandes tramas (como ela mesmo reclama). A sub trama com a questão do namoro dela com o cara da maconha foi chatinha mesmo, e só se sustentou na minha opinião pelo carisma que Olivia Cooke dá a sua personagem.

 

  Mas mesmo assim, esta trama ganhou algum destaque quando os roteiristas lembraram de contrapor Emma aos Bates. A cena de Emma perguntando a Norma como foi a primeira vez dela é uma das minhas preferidas da temporada, por ser uma cena sensível, e mostrar a carência de mãe que Emma tem, e um lado extremamente sensível de Norma, que deu a garota esperança e otimismo. Mais cenas como essa mostrando a relação de Emma e Norma com certeza teriam feito a personagem crescer bem mais nesta temporada.

 

 Quanto ao Ford, de fato tinha esse fator do Norman já ter demonstrado não saber quem era o assassino da professora, e mais, parecer estar atrás dele. Somando-se a isso o fato do Romero já ter prendido e condenado alguém, realmente o Ford não tinha por que pensar que tenha sido o Norman. Mas mesmo assim, fiquei com uma ponta de decepção, pois teria sido muito foda o grande chefão do crime da cidade indo pra cima do Norman com sede de vingança. Foi meio frustrante, pois desde que foi revelado que ele era pai da Sra. Watson esperei este momento, que no final, não aconteceu.

 

  Alias, dos três grandes chefões do crime da cidade (pois é obvio que vai haver uma guerra interna entre os irmãos na quadrilha que o Dylan faz parte) eu fui o único que achei que mataram justamente o chefão mais interessante?

 

  JUJUBA, acho que nem todos os seriais são esquizofrênicos. Hannibal pelo menos não é. Mas acho que o Doutor é um caso a parte. Hehehe.

 

 Mas falando sério. Não. Embora seja muito comum a esquizofrenia entre os serial killers.

 

  Mas a minha maior curiosidade sobre esta season finale será como Norman irá se comportar agora que se lembra do que fez, e qual será a reação de Norma ao saber que o filho sabe.

 

 Pra quem interessar possa, angustiante promo da season finale

 

 http://www.youtube.com/watch?v=vIqr6eXJ9fY

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Ah vou discordar de ti, de novo.

Tb acho que não seja culpa de Emma, essa fase "não fede nem cheira", mas Bradley sempre foi interessante pq ela é um produto da cidade.

Essa mesma cidade que tá afetando os Bates de maneira profunda e irreversível. (haja visto Dylan no eppy passado).

 

Eu achei a morte de Ford interessante pq faz pensar como acharão o Norma, agora.

Lógico que, por se tratar de um dos protagonistas sabemos que ele não morrerá, massss Norma vai pirar, vai meter os pés pelas mãos e ela sempre faz isso gerando uns kramas, consequencias que parecem uma bola de neve na vida dela.

 

Qto a Norma se lembrar do que fez, ele pode muito bem se esquecer de novo, e só se lembrar qd tiver uma outra crise, transe,  sei lá...

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Qto a Norma se lembrar do que fez, ele pode muito bem se esquecer de novo, e só se lembrar qd tiver uma outra crise, transe,  sei lá

 

  Ah, eu odiaria que isso acontecesse, JUJUBA. Seria uma enganação com o publico. O gancho com o Norman gritando horrorizado com a lembrança do que fez tem que ser desenvolvido. Seria um banho de agua fria que ele simplesmente esquecesse de novo. Agora que abriram a caixa de pandora, tem mais é que lidar com os monstros que saíram dela.

 

 Eu acho que das duas, uma. Ou veremos Norman atormentado pelo fato de ter matado uma inocente sem razão aparente e isso enlouquece-lo ainda mais ao longo da próxima temporada (inocente entre aspas, pois como Romero lembrou, sexo com menores é crime. Hehehehe) ou Norman vai esquecer livrando-se da "testemunha", que nesse caso é a própria mãe :( Nesse caso, eu perdoaria um novo esquecimento.

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Eu acho que ele esquecerá, assim como se esquece da morte do pai ou, sua mente pode se confundir e achar que quem matou foi a mãe, e pode virar uma dnaça de crioulo doido a mãe tentando proteger o filho e o filho protegendo a mãe e tome Romero !... sei lá...

 

No filme ele matava inconscientemente.

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 Bom, visto a season finale , "The Immutable Truth" que fecha todas as tramas desenvolvidas ao longo desta temporada de forma competente, como o assassinato de Blaire Watson e a guerra das drogas, deixando possibilidades pra lá de interessantes para a´3ª temporada, ao mesmo tempo em que coloca o Norman Bates de Freddie Highmore ainda mais próximo daquele jovem rapaz que recepcionou uma ladra loira no clássico de Hitchcock.

 

 Como sempre, aviso que há spoilers.

 

  O episódio começa com a busca desesperada de Dylan e Romero para saber onde Ford escondeu Norman. Perguntar ao velho chefão do crime não é uma opção, já que ele está morto. Mas basta dois minutinhos de "conversa" do Xerife com o antigo segurança de Ford para que a dupla descubra a localização da Caixa. Devo dizer que aqui tivemos um discreto, porem tocante momento emocional entre Dylan e Norman, já que o jovem traficante abraça o caçula de forma desesperada após liberta-lo. Como eu disse, um momento simples, mas que mostra que apesar de todas as magoas, ainda existe amor entre os membros da família Bates.

 

  Mesmo enfraquecido com a experiência, Norman tem que ter uma séria conversa com a sua mãe sobre as memórias que foram destravadas no tempo em que passou na Caixa. Norman teme o teste do poligrafo que Romero faz questão que ele faça pois sabe que matou a Srta. Watson. Norma também sabe disso, e por mais que tente dissuadir o filho dizendo que foram só alucinações, ela também sabe que é verdade. Por isso, ela faz o que sabe fazer melhor, fingir que o problema não existe, exigindo que Norman não fale mais disso.

 

  Enquanto isso, descobrimos que a aliança entre Romero e Dylan não se resumia a resgatar Norman. Com a ajuda de Jodi, eles atraem o psicótico Zane até a sua fazenda, na esperança de mata-lo. Mas Zane veio preparado, e o que se segue é um tiroteio que termina com Zane assassinando a própria irmã, só não fazendo o mesmo com Dylan pela interferência de Romero. A guerra das drogas acabou, mas agora existe um vácuo a ser ocupado. E Romero quer que o filho mais velho de Norma se torne o novo "Rei do Crime" de White Pine Bay, pois o rapaz entende como o lugar funciona, o que pode enfim devolver a paz á cidade.

 

  Embora a trama das drogas tenha sido a parte mais chata desta temporada, e o clímax não tenha sido lá muito emocionante, gostei de como o desfecho define a personalidade do Romero. O Xerife é o homem da lei em uma cidade sem lei. Como os xerifes de faroeste, ele executa Zane sem dó nem piedade, mas parece mesmo querer uma cidade menos podre, e vê a transformação de "Dylan" no novo chefão das drogas uma boa oportunidade pra isso.

 

  Enquanto o seu irmão tentava colocar ordem no esquema criminoso da cidade, Norman tenta colocar ordem na própria vida. Sabemos que o garoto planeja algo extremo, já que roubou a arma da mãe. Mas ele faz uma espécie de lista, que inclui rever alguns filmes, organizar os seus amados animais empalhados, e ter uma conversa com Emma que enfim a faça se sentir parte da família. Para isso, o rapaz conta um dos segredos mais obscuros do Bates Motel envolvendo a paternidade de Dylan, e parece assim convencer Emma a permanecer trabalhando no Motel.

 

  Mas o ultimo item da lista tinha que envolver Norma. O jovem Bates dá a Norman o que ela mais quer, atenção e carinho incondicional. Aqui a série mostra mais uma vez o seu excelente domínio de mise en scene, e a química entre Highmore e Farminga, seja através de uma cena simples onde Norman e Norma lavam a louça simples, até a melancólica cena da dança entre mãe e filho na sala, onde ambos declaram seu amor um pelo outro, um amor distorcido e doente, que sabemos, ira acabar por destruir os dois.

 

  Mas se a relação com Norman fica cada vez mais simbiótica e doentia, a relação com Dylan melhoro pra caramba. Norma procura o filho mais velho pra contar sobre as suas suspeitas de Norman ter matado Blaire Watson, assim como suas intenções de fugir com ele. Mas para a surpresa de Dylan, Norma comprou uma passagem para ele também. Dessa vez, ela quer que Dylan vá junto.

 

  É uma cena comovente, pois raramente na série vemos Norma assumindo a culpa por seus erros. E aqui, enfim ela assume que errou com Dylan, lamentando por não ter sido uma mãe melhor, e nem tenta usar como desculpa o fato de "ser só uma criança" quando o teve, nem as terríveis condições de sua concepção, e olha que Dylan dá brecha para ela usar esta desculpa. Numa série em que vemos a relação entre os personagens principais caminhar inadvertidamente para a tragédia, é bom ver a relação de Dylan e Norma melhorar.

 

 O rapaz está com tanto crédito com a mãe, que a convence a deixar Norman fazer o teste do poligrafo, já que nenhum deles poderia conviver com a duvida. Mais uma vez, Dylan também se mostra a voz da razão dentro da série, já que diz a Norma, o que a princípio é obvio, se Norman tem algum tipo de problema mental, ele precisa de tratamento.

 

  Entretanto, Norman consegue viver sendo um monstro? Aparentemente não, e ao voltar pra casa, Norma encontra um bilhete de despedida do filho, e corre pra floresta, só pra encontra-lo com uma arma, planejando se matar. Aqui temos o diálogo onde mais uma vez, vemos o amor doentio (e de certa forma egoísta) de Norma pelo filho aflorar. Ele não pode se matar, pois se fizesse isso, estaria se matando. Pois os dois são um único ser. A cena é forte, e maravilhosamente atuada por Highmore e Farminga, terminando de maneira polêmica com um beijo pra lá de incestuoso entre mãe e filho.

 

  Mas chega a hora da verdade. Norman faz o teste do poligrafo, e então o título do episódio vem a tona. É a verdade tão imutável? Não para Norma, que mesmo fingindo que não vê, sabe que existe algo sombrio crescendo na mente do filho, nem para Romero, que sabe que White Pine Bay precisa de seu "lado sombrio" para existir, e que tudo que ele pode fazer é não deixar que esta sombra se espalhe demais.

 

 Mas para Norman Bates, a verdade pode ser muito mutável. Durante o teste, "A Mãe" aparece para ele, e assume o crime. Claro, ele não pode contar pra ninguém. Mas Norman agora sabe que ele não matou Blaire Watson, assim como sabia no clássico de Hitchcock que não havia esfaqueado Marion Crane no chuveiro. Enquanto Romero, Dylan e Norma comemoram que o teste inocentou Norman, o rapaz olha sinistramente satisfeito para a câmera, pois sabe que sua "Mãe" esta segura.

 

  Enquanto a 1ª temporada encerrava deixando o publico na duvida sobre a natureza de Norman neste momento de sua vida, esta 2ª temporada encerra fazendo uma rima visual e narrativa fantástica com o final do clássico que lhe deu origem, com o jovem Bates abrindo totalmente as portas de sua mente para o seu demônio interior. Mas diferente do filme de Hitchcock, Norman e sua "Mãe" não estão indo para tratamento, estão livres, a "Mãe" mais do que nunca. Assim, creio que o Bates Motel acaba de se tornar um estabelecimento menos seguro.

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Eu já não sei de mais anda!

Se na caixa, ele teve aquele insight e as cenas que se lembram aocnteceram, não foi a mama dele quem matou.

 

Sem falar que ela ficou o tempo todo preocupada com onde Norma havia ido e o que havia feito.

E todos esse apagões... sei lá...

 

By the way, a cara que ele faz nos segundo finais foi tão Norman "Perkins" Bates !

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