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Forum Cinema em Cena

Inimigos Públicos (Public Enemies)


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filmaço, vi agora a pouco e não digeri muito bem a ponto de conseguir situá-lo no meu top do Mann. assim de cara, me lembrou demais o Miami Vice (que pra meu gosto é obra-prima, ou algo muito perto disso), é como se fosse o Miami situado nos anos 30 até na forma que o enredo é conduzido. tem algumas das cenas mais fodas que ele dirigiu, a sequência toda do bosque é espetacular, e o final maravilhoso, bem como o climax, extremente tenso, me arrebentou os nervos.

 

e como é bom ver o Depp num papel "normal", no estilo Donnie Brasco (que pra meu gosto é das suas melhores e mais subestimadas atuações), a gente não sabe se o Dillinger que é tão foda ou o Depp que deixa ele extremamente carismático, a ponto de torcermos pro vilão. mas a Cotillard foi quem me deixou boquiaberto, a cena final dela é cortante.

 

ah claro, Mann e câmera digital nasceram um pro outro.

 

batgody2009-07-24 23:21:42

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Como assistir a um filme desses se vc precisa pegar a fila de ingressos com o mesmo público infanto-juvenil de Harry Potter e a Era do Gelo 3???? Dá desânimo ir no cinema nestas condições... [/quote']

 

 

Ah, velho. Tu tá reclamando de barriga cheia. Eu enfrento a fila de O Rei Leão pra ver um filme desses. :D
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Vc tem razão pq eu acabei de almoçar mesmo06, mas enfim... brincadeiras à parte... eu tô com muita vontade de ver o filme... e não será isso que me impedirá... é só uma questão de adequar horários... mas ultimamente não tô com muito saco pra esse povo de 4ª série...12Thiago Lucio2009-07-25 14:46:59
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É do caralho.

 

Mann transcendendo os acontecimentos em favor de imagens e sentimentos. Little Bohemia e Saída do Biograph Theater falam por si, mas há, a partir de um certo momento, uma sensação de que o Dillinger não é apenas uma representação ao mesmo tempo realista e glamourosa de um mito, mas um homem em face de uma dura consequência de sua escolha. É doído, mas de uma maneira bem bonita.

 

E fico cada vez mais interessado nos romances do Mann. Agora foi o caso de um cara que precisa proteger uma garota dos perigos causados pelo simples fato dela ser a sua mulher. É a troca de todo casamento, só que moldado pelas curvas de um filme de gângster: Billie necessita (provavelmente porque quer) de alguém que remedie sua vulnerabilidade, enquanto Dillinger precisa de alguém para proteger. Lindo.

 

 

Gago2009-07-26 00:00:50

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Esse é o melhor filme do Michael Mann e existe uma razão para tal afirmação. Mann, esteta e formalista, aqui joga com uma arma que acrescenta ainda mais ao seu cinema de imagens: Mann constrói um personagem. Dillinger é o resumo de uma era, mas é um resumo às avessas. Enquanto nos filmes de gangster da década de 30, mesmo os mais charmosos dos criminosos continuavam como os "homens maus", bandidos mesmo, em Public Enemies, Dillinger é um herói, um homem popular, recebido em sua prisão com ares de estrela de cinema. Dillinger rouba, mas poupa o dinheiro do povo, mata, mas não é mostrada no filme nenhum remorso, ou conseqüência desses atos. É aquilo e pronto, é o homem e sua imagem. E o filme a constrói na maior das riquezas, no digital mais pleno já mostrado numa tela de cinema, que revela Dillinger em cada mínima marca no rosto de Johnny Depp. É assim que vemos sua paixão por Billie nascer (e a entendemos, em cada poro do rosto admirado de Marion Cotillard, num desempenho fundamental para minha chave de interpretação do final), se fundamentar e sua trajetória se modificar.

Se o início de Public Enemies mostra o destemido Dillinger fazer o que bem entender e sair impune, um super herói absoluto, a parte final mostra que Dillinger é um homem, mesmo que ele mesmo tente negar essa condição. Ele promete coisas que ninguém poderia cumprir, muito menos alguém na condição dele (prometer a Billie morrer velhinho nos braços dela parece até uma piada, mas na qual ele acredita e a faz acreditar também), e segue uma trajtória fantasiosa, em sua própria condição. Daí a complexa mutação que Depp empreende em seu personagem nos minutos finais, quando Dillinger parece entender que libertar Billie seria sua própria necessidade de liberdade de si, de sua figura. Dillinger não pode mais prender Billie e não suportar a dor de vê-la pagar por ele, mas acima disso ele não pode mais ser ele. Ao planejar o assalto ao trem para terça e a partida para quarta, Dillinger dá sua última mostra de esperança na fantasia: caso não desse certo "deixar a cena", só restaria a ele continuar. Mas ele se deixa pegar, é morto do modo mais simples que alguém como ele poderia ser; o super herói vira ser vivo, mas não perde a áurea de mito. Dillinger morre em meio ao povo, subitamente (como Gable prega no filme do cinema), mas de modo planejado. Seu modo de se matar, sem precisar sujar as mãos, de deixar Billie ir, de se libertar enfim.

 

Billie observa cada passo de Dillinger com extremo zelo e profunda admiração. É essa admiração que o público tem pelo criminoso/herói mostrado em tela, e a aceitação de Billie em fazer tudo que ele pede é completamente crível. O amor dela é o nosso amor, o olhar dela é o nosso olhar. E é esse olhar que Mann coloca em perspectiva, na câmera subjetiva do olhar de Billie, vendo a lei fechar a porta para sua fantasia, num final magistral para este filme inacreditável!
Thico2009-07-26 00:48:36
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Thico, genial essa interpretação sobre a Billie, e é impossível discordar disso em tendo prestado atenção ao filme. fica claro que ela é, sim, uma boa pessoa, correta e que não liga pra dinheiro, por exemplo, até que conhece o mito e além do dinheiro e das possibilidades de conforto surge a admiração que junta com amor e a leva pra uma outra dimensão, assim como a gente.

 

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e ai' date=' povo! esse filme ai do Mann dá p/ encarar17??? ta + pra Collateral10, Heat 01 ou o Ultimo dos Moicanos09??[/quote']

 

obra-prima, Soto, depois de assistir dá uma lida nos comentários ali do Thico e do Gago que sacaram muito bem qual era a do Mann. fora toda a parte técnica sempre impecável, mas isso é praxe. é do nível tanto de Collateral quanto Heat, hehe.

batgody2009-07-28 22:29:45

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Interessante e muito bem feito' date=' mas menos envolvente que os melhores trabalhos do Mann. Um bom filme, mas eu confesso que esperava algo mais arrebatador.

[/quote']

 

O Tensor estava com uma cara tensa (?) depois da sessão06. Já imaginei que não seria big deal.

É isso mesmo. Muito bem filmado, estética ok, mas não é uma história envolvente. Vale a conferida, mas eu esperava mais.

 

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