Members Rob Gordon Posted December 27, 2008 Members Report Share Posted December 27, 2008 Eu não quis aceitar o convite para isto justamente pq eu não sabia como andaria meu tempo e não quis causar transtornos ou atrasar a lista dos outros...o que acabou acontecendo pelo visto e em alto grau... Rob Gordon2008-12-27 15:24:00 Quote Link to comment
Beckin Posted December 27, 2008 Report Share Posted December 27, 2008 Boa lista a do Big' date=' embora nunca vou entender como o Nolan ficou na frente do Hitchcock . [/quote'] Ninguém nunca vai entender... Desencana, nem fiz em ordem de preferência. Escolhi aleatoriamente. Por que parece ser tão... "complicado" colocar os nomes por ordem de preferência ? Já vi várias listas fazendo o mesmo, não é como se precisasse ser algo em definitivo, tão decisivo assim. Não que faça A diferença, mas de qualquer jeito é interessante ter uma noção Sobre a Naomi, pena, tomara que ela posta mais tarde ao menos. Quote Link to comment
Nacka Posted December 29, 2008 Author Report Share Posted December 29, 2008 Sem querer desanimar, mas... o próximo da lista Jack_Kundeiner entrou no fórum a última vez em 28 Nov... espero que pelo menos os 3 últimos Scofa (que já me confirmou), Felipe e o Deadman salvem a pátria. Vamos lá: Temporada dos Grandes Diretores no Cec<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /> 01 - Tensor - Dia 17 Nov 02 - Nacka - Dia 20 Nov 03 - Dr. Calvin - Dia 24 Nov 04 – Stradivarius - Dia 27 Nov 05 - Beckin - 01 Dez 06 - Veras - 04 Dez 07 - Sync - Dia 08 Dez - Não postou 08 - Fulgora - Dia 11 Dez 09 - FRAM - Dia 15 Dez 10 - Big One - Dia 18 Dez (sem resenha) 11 - Fapreve - Dia 22 Dez (sem resenha) 12 - Naomi Watts - Dia 25 Dez - Não Postou 13 - Jack Kundeiner - 29 Dez 14 – Mr. Scofield - 01 Jan 2009 15 – -felipe- - 05 Jan 2009 16 - The Deadman - 08 Jan 2009 Quote Link to comment
Members Administrator Posted December 29, 2008 Members Report Share Posted December 29, 2008 Isso aqui ficou bem vazio com os furos. Esse povo não tem coração. Pontos para o Gordon que tinha dúvidas se poderia ter tempo de postar e portando não aceitou. Já diz o ditado: "Melhor dizer não do que deixar na mão" Quote Link to comment
Nacka Posted December 29, 2008 Author Report Share Posted December 29, 2008 O Forasteiro me pediu e o mais importante, enviou a lista dele, nem preciso dizer, mais eu digo: Adorei que Herói esteja na sua lista e ainda mais que tenha crescido nessa revisitada é um dos filmes mais lindos que já vi. Depois a gente conversa sobre: Ran, Lawrence da Arábia e Novo Mundo... Então aqui está os queridinhos e odiados dele: Adorados: 01. Mario Bava – Operazione Paura (1966)02. Sergio Leone – Era uma Vez no Oeste (1968)03. Dario Argento – Prelúdio Para Matar (1975)04. Jean-Pierre Melville – O Samurai (1967)05. Alain Resnais – Providence (1975)06. Stanley Kubrick – Barry Lyndon (1975)07. David Lynch – Império dos Sonhos (2007)08. Frank Capra – Este Mundo é um Hospício (1942)09. Howard Hawks – O Paraíso Infernal (1939)10. Lucio Fulci – Terror nas Trevas (1981) Odiados: 01. Lars Von Trier – Dogville (2003)02. Gus Van Sant – Garotos de Programa (1992)03. Mário Peixoto - Limite (1931)04. Paul Thomas Anderson - Magnólia (1999)05. Akira Kurosawa – Ran (1985)06. David Lean - Lawrence da Arábia (1962)07. Terrence Malick - O Novo Mundo (2005)08. François Truffaut – Os Incompreendidos (1959)09. Peter Jackson – SDA (década vigente)10. Zhang Yimou – Herói (2002) Antes de mais nada, seguinte: Herói até não faria parte dessa lista (entre os 10, digo), mas é o único filme que eu sabia que tinha chances de crescer numa revisão, e o único que eu estava a fim de assistir. Daria dois dentes da frente pra não precisar rever qualquer um dos outros nove. E segundo que assisti Herói há uns 2 anos mais ou menos. Na ocasião achei uma porra brega e extremamente cansativa, mas como os filmes vão hibernando na memória e ganham vida própria conforme a nossa visão de cinema muda (no meu caso é como trocar de roupa), tive vontade de dar outra chance. Pra mim. De resto, o filme do Yimou é um balé pros sentidos, cirurgicamente coreografado e apaixonadamente filmado. Olímpico, solene e deslumbrante. A própria estrutura e o modo como Herói flui sugerem a execução de um ritual, uma celebração dos sentimentos mais primitivos e tão saturados com os quais o homem vem tendo contato desde sempre. Uma encenação pura das emoções. A paixão, o amor, a compreensão, a vaidade e a paz. E é acima de tudo um canto de socorro. Porque Herói pede um abraço, pede que esqueçamos de onde viemos ou quem somos para mergulharmos de olhos, ouvidos e coração abertos neste sonho filmado de Zhang Yimou, um universo ancestral onde os valores mais simples do mundo podem enfim voltar a ter sentido, onde uma declaração de amor é livre para ser dita sem este filtro aborrecido que nos faz enxergar pieguice em tudo. Por isso mesmo, é mais que natural que Yimou entoe seu hino de paz de uma conexão direta com a imaginação e a fantasia, onde preocupar-se com detalhes tão elementares como leis da física diante da eloqüência visual e sonora dos sentimentos sendo materializados na tela é simplesmente burrice. Onde abdicar de si por algo maior soa tão ridículo e faz tão parte de um sonho quanto chineses voando por aí. Herói exige entrega suicida, exige que você abra os braços e se lance em queda livre por um mundo impossível que, se chegou realmente a existir, foi por um momento, nos lábios de alguém que disse "eu morreria por você" de um jeito assim cheio de verdade. 4/4 [/quote'] Nacka2008-12-29 21:08:30 Quote Link to comment
Members Administrator Posted December 29, 2008 Members Report Share Posted December 29, 2008 Os 2 únicos filmes que assisti da lista do forasteiro foram: SDA e Herói. Os dois na lista dos odiados... preciso dizer mais? Herói é visualmente muito bonito. Acho legal cada versão da história ter sua cor... do trabalho minucioso da arte do filme. É um daqueles casos de pouca história e muito visual que saaiu com saldo positivo. Quote Link to comment
Members Renato Posted December 29, 2008 Members Report Share Posted December 29, 2008 Odiados: 01. Lars Von Trier – Dogville (2003) 02. Gus Van Sant – Garotos de Programa (1992) 03. Mário Peixoto - Limite (1931) 04. Paul Thomas Anderson - Magnólia (1999) 05. Akira Kurosawa – Ran (1985) 06. David Lean - Lawrence da Arábia (1962) 07. Terrence Malick - O Novo Mundo (2005) 08. François Truffaut – Os Incompreendidos (1959) 09. Peter Jackson – SDA (década vigente) 10. Zhang Yimou – Herói (2002) Antes de mais nada, seguinte: Herói até não faria parte dessa lista (entre os 10, digo), mas é o único filme que eu sabia que tinha chances de crescer numa revisão, e o único que eu estava a fim de assistir. Daria dois dentes da frente pra não precisar rever qualquer um dos outros nove.[/quote'] Dogville - 177 min; Magnólia - 180 min; Ran - 160 min; Lawrence da Arábia - 222 min; SDA - 9 horas; Herói - 96 min Acho que está justificado porque não quis rever os outros. Ah, poderia ser os que sobraram, mas: Limite - 1931? Só em VHS ou pirata... baixar tudo de novo para ver um filme que não gosta? Garotos de Programa - excesso de bibas; O Novo Mundo - Collin Farrell; Os Incompreendidos - Truffaut? zzzZZZZzzzzZZZZ..... Quote Link to comment
Members Dook Posted December 29, 2008 Members Report Share Posted December 29, 2008 Nem preciso dizer, mais eu digo: Adorei que Herói esteja na sua lista e ainda mais que tenha crescido nessa revisitada é um dos filmes mais lindos que já vi. Depois a gente conversa sobre: Ran, Lawrence da Arábia e Novo Mundo... [/quote'] Pô, manda ele rever... agora que ele está numa "filosofia picture only" pode apostar que esses aí vão subir na estratosfera... Quote Link to comment
Nacka Posted December 29, 2008 Author Report Share Posted December 29, 2008 Assisti mais os do lado B e gosto de todos ainda hoje. Limite vi no cinema quando lançaram uma cópia restaurada em um festival de cinema brasileiro aqui em Brasília. Experimental até o talo se não fosse uma mesa redonda depois da exibição, não sei não... seria minha única ressalva e também acho que teria poucas chances de rever, por motivos óbvios. Quanto aos outros sei que alguns são filmes que o Foras gostava antes e ao que parece passou a desgostar, deve ter lá seus motivos mas Herói é o mesmo tipo de cinema encontrado em O Novo Mundo e se você o reviu hoje na madrugada na Globo, dublado e em um fullscreen cortando a fotografia esplendorosa é porque estava a fim de gostar mesmo. Foi? Adorados: 01. Mario Bava – Operazione Paura (1966)02. Sergio Leone – Era uma Vez no Oeste (1968)03. Dario Argento – Prelúdio Para Matar (1975)04. Jean-Pierre Melville – O Samurai (1967)05. Alain Resnais – Providence (1975)06. Stanley Kubrick – Barry Lyndon (1975)07. David Lynch – Império dos Sonhos (2007)08. Frank Capra – Este Mundo é um Hospício (1942)09. Howard Hawks – O Paraíso Infernal (1939)10. Lucio Fulci – Terror nas Trevas (1981) Odiados: 01. Lars Von Trier – Dogville (2003)02. Gus Van Sant – Garotos de Programa (1992)03. Mário Peixoto - Limite (1931)04. Paul Thomas Anderson - Magnólia (1999)05. Akira Kurosawa – Ran (1985)06. David Lean - Lawrence da Arábia (1962)07. Terrence Malick - O Novo Mundo (2005)08. François Truffaut – Os Incompreendidos (1959)09. Peter Jackson – SDA (década vigente)10. Zhang Yimou – Herói (2002) Antes de mais nada, seguinte: Herói até não faria parte dessa lista (entre os 10, digo), mas é o único filme que eu sabia que tinha chances de crescer numa revisão, e o único que eu estava a fim de assistir. Daria dois dentes da frente pra não precisar rever qualquer um dos outros nove. E segundo que assisti Herói há uns 2 anos mais ou menos. Na ocasião achei uma porra brega e extremamente cansativa, mas como os filmes vão hibernando na memória e ganham vida própria conforme a nossa visão de cinema muda (no meu caso é como trocar de roupa), tive vontade de dar outra chance. Pra mim. De resto, o filme do Yimou é um balé pros sentidos, cirurgicamente coreografado e apaixonadamente filmado. Olímpico, solene e deslumbrante. A própria estrutura e o modo como Herói flui sugerem a execução de um ritual, uma celebração dos sentimentos mais primitivos e tão saturados com os quais o homem vem tendo contato desde sempre. Uma encenação pura das emoções. A paixão, o amor, a compreensão, a vaidade e a paz. E é acima de tudo um canto de socorro. Porque Herói pede um abraço, pede que esqueçamos de onde viemos ou quem somos para mergulharmos de olhos, ouvidos e coração abertos neste sonho filmado de Zhang Yimou, um universo ancestral onde os valores mais simples do mundo podem enfim voltar a ter sentido, onde uma declaração de amor é livre para ser dita sem este filtro aborrecido que nos faz enxergar pieguice em tudo. Por isso mesmo, é mais que natural que Yimou entoe seu hino de paz de uma conexão direta com a imaginação e a fantasia, onde preocupar-se com detalhes tão elementares como leis da física diante da eloqüência visual e sonora dos sentimentos sendo materializados na tela é simplesmente burrice. Onde abdicar de si por algo maior soa tão ridículo e faz tão parte de um sonho quanto chineses voando por aí. Herói exige entrega suicida, exige que você abra os braços e se lance em queda livre por um mundo impossível que, se chegou realmente a existir, foi por um momento, nos lábios de alguém que disse "eu morreria por você" de um jeito assim cheio de verdade. 4/4 [/quote'] Quote Link to comment
Members Forasteiro Posted December 30, 2008 Members Report Share Posted December 30, 2008 Que eu gostava e passei a não gostar, só Dogville. Vi na Globo em fullscreen mas não deixaria de vê-lo só por isso. E tem que ser dublado mesmo, começo a rir com essas línguas orientais. Foi, claro, mas sempre que vou assistir qualquer coisa é porque tô a fim de gostar. Acho que todo mundo é assim. A gente se obriga a ter um certo preconceito seletivo, o tempo é curto e precisa valer muito a pena perdê-lo com qualquer coisa, especialmente no caso do cinema, e acaba-se desenvolvendo mesmo uma habilidade pra escolher assistir apenas os melhores filmes do mundo, embora merdas sempre aconteçam. Por isso, sem chance pra Ran, O Novo Mundo e principalmente Lawrence da Arábia. Quote Link to comment
Members Dook Posted December 30, 2008 Members Report Share Posted December 30, 2008 Vi na Globo em fullscreen mas não deixaria de vê-lo só por isso. E tem que ser dublado mesmo' date=' começo a rir com essas línguas orientais. [/quote'] Eca... Mas pegando carona, domingo me vejo assistindo Bad Boys 2 na Globo... Um filme que já é ruim em widescreen e som digital 5.1 fica ainda mais insuportável em fullscreen e aquele som xoxo da dublagem... Desliguei a TV quando o Martin leva um tiro no traseiro... Quote Link to comment
Beckin Posted December 30, 2008 Report Share Posted December 30, 2008 Vi uns 4 só na lista dos adorados. Do Leone, do Lynch, do Kubrick e do Capra, mas ao menos gosto desses... E por mim SDA tava mais alto no Lado B . Tirando esse, até os que eu não gosto tanto desses "odiados" pra mim nem chegariam perto de merecer as respectivas posições, heh.Beckin2008-12-30 09:50:11 Quote Link to comment
Members Fulgora Posted December 30, 2008 Members Report Share Posted December 30, 2008 Também não vi muita coisa da lista. Mas PTA entre os piores retira vários pontos do Foras no meu conceito. Quote Link to comment
Mr. Scofield Posted January 1, 2009 Report Share Posted January 1, 2009 Tá aqui minha participação, nesse início de ano. Os meus diretores adorados estão na ordem (os três primeiros são desesperadores, nunca vi NADA que não tenha gostado), já quanto aos odiados, tentei fugir da obviedade de alguns como Uwe Bowl, etc, mas vale dizer que mesmo se eu colocasse esses alguns aí apareceriam... e com certeza Pedro Almodóvar ainda seria o primeiro colocado (sorry, Shy ). Alguns aparecem na lista de odiados e adorados (incluindo Miike que adoro desesperadamente e verei cada filme que fizer, mas confesso que já fez merdas escabrosas). Vale dizer também que alguns estão na lista de odiados, como Ridley Scott e não estão entre os preferidos pra contrabalancear, mas existem filmes deles que eu gosto e não estão listados, as únicas exceções são realmente Almodóvar e Stephen Sommers. E que sigam com a polêmica... Top diretores adorados Charles Chaplin (Tempos Modernos, O Grande Ditador, Luzes da Cidade) Andrei Tarkovsky (Stalker, Solyaris, O Espelho) Ingmar Bergman (Persona, A Hora do Lobo, A Fonte da Donzela, O Sétimo Selo) Sergei Eisenstein (A Greve, O Encouraçado Potenkim, Outubro, Ivan, o Terrível) Takashi Miike (Visitor Q, Audition, Ichi the Killer, Gozu, Koshônin, Three…Extremes, Imprint, One Missed Call) Stanley Kubrick (Glória Feita de Sangue, Laranja Mecânica, The Killing, 2001, Dr. Strangelove) Akira Kurosawa (Rashômon, Os Sete Samurais, Ran, Yojimbo) Federico Fellini (8½, A Doce Vida, A Estrada, E La Nave Va, Julieta dos Espíritos) Gus Van Sant (Last Days, Gerry, Paranoid Park, Elefante, Paris, Je t’aime) Darren Aronofsky (A Fonte da Vida, Pi, Requiém para um Sonho) Top Diretores Odiados Pedro Almodóvar (Má Educação, Kika, Fale com Ela, Ata-me, Volver, Carne Trêmula) Stanley Kubrick (O Iluminado, Nascido Para Matar) M. Night Shyamalan (A Vila, Corpo Fechado, Sinais) Woody Allen (Manhattan, O Dorminhoco, Crimes e Pecados) Steven Spielberg (O Resgate do Soldado Ryan, O Terminal, Hook) Stephen Sommers (A Múmia e suas continuações, Deep Rising, Van Helsing, The Scorpion King) Christopher Nolan (Batman Begins, Insônia) Ridley Scott (Gladiator, Hannibal, Cruzada) Wes Craven (Cursed, Red Eye, Shocker, The Serpent and the Rainbow) Takashi Miike (The City of Lost Souls, The Happiness of Katakuris, MPD Psycho) Carne Trêmula (Pedro Almodóvar, 1997) 4,9/10 Top 250 Intermediary Bottom 44 ATENÇÃO: o texto contém spoilers Considero notável a idéia de que as pessoas no fundo assimilam qualquer evento da qual participam ou fazem parte, do jeito que QUEREM assimilar. Essa frase é capaz de explicar inúmeras opiniões e conceitos diferentes que permeiam as relações significância-significado que indicam o que sentimos, pensamos ou vivemos. Carne Trêmula se inicia com o nascimento conturbado do garoto Victor em um ônibus da capital espanhola. Almodóvar faz questão de ressaltar o período (também conturbado) de ditadura, do horror espalhado pela Espanha e mesmo da relevância do evento, que fora tomado como antagonismo às características impopulares do período, onde o prefeito chega mesmo a levar flores para a jovem mamãe vivida por Penélope Cruz. Vinte anos mais tarde, Victor já é um jovem e se envolve em uma cena que determinará todo o futuro da estória: visita uma moça de índole aparentemente "questionável" pela qual parece ser obcecado. As consequências desse ato envolverão outras pessoas e culminará em um universo repleto de intrigas, paixão, morte e desejo. A partir daí a trama envolve basicamente cinco personagens que intercambiam entre si amor e ódio sempre relacionados a tal evento. E aí surge a grande pergunta que me fez refletir durante toda a projeção: até quando o sexo pode explicar nossos comportamentos e diretrizes? Naturalmente que um filme é uma obra de arte e, como tal, permite a manipulação de elementos que o compõem a gosto do diretor. Ele pode inclusive destacar eventos únicos como motivações da vida de seus personagens (que, no final das contas são como propriedades suas, como se o ser humano pudesse brincar de ser Deus mesmo). Ah, mas há consequências. Sim, porque acho que, ao contrário de todos, esses personagens para mim são extremamente fracos, apequeninados. Todas as poucas e pífias relações que possuem giram em torno de si mesmos e de SEXO. Os pilares do filme obedecem a personagens cujas sexualidades regem de forma única suas vidas e até mesmo relações amorosas são questionáveis – a traição de David em relação a Sancho, o tiro de Sancho que lhe provocará a paraplegia, as intenções de Victor com relação a Helena (e que não deixam de ser guias nem de seu perverso e ridículo projeto de vingança), os acontecimentos no final, dentre inúmeras outras. Ou o melhor: TODAS as outras. Embora o fato de não apreciar esse estilo já seja suficiente para que eu não goste do filme e me integre de forma muito tênue com as personalidades dos protagonistas (quem me conhece aqui sabe que de longe a principal característica que me torna fã de cinema é justamente a construção e desenvolvimento de personagens) há outro problema que me provoca razoável irritação quando contemplo a estória: o didatismo de algumas partes. Como exemplo, retomo à primeira cena do filme. A princípio fiquei imaginando o porquê de mostrarem o nascimento de Victor lá no início...tudo se esclarece no final de forma extremamente previsível (e que lembra muitas produções americanas clichezentas) quando presenciamos uma cena onde existem vários elementos em comum com o evento inicial. Mas como se não bastasse, os personagens ainda fazem questão de falar, de pronunciar esse paralelo, como se o espectador fosse um bonequinho de presépio que precisasse de tudo mastigado para entender. E um adendo: adoro ler comentários e interpretações de outras pessoas e fiz questão de destacar logo no primeiro parágrafo. E agora interpretarei de uma forma diferente a frase que escrevi, tipo uma outra face da moeda: ela justifica porque agimos de determinada forma com relação a algumas coisas e de outra com relação a outras e porque tal aparente incoerência simplesmente mostra apenas que somos seres humanos que não podemos ser sintetizados como se fôssemos máquinas racionais. Vejam só: acho um PORRE ficar lendo alguns comentários dos fãzóides do Almodóvar querendo relacionar o período histórico com as características dos personagens, como se Victor representasse de forma magnânima a convulsiva nação que se reconstrói durante um período de grande complexidade, David representasse bláblábláblá, enfim, um saco. Pra mim, o filme não tem nada de demais, é como se Almodóvar fosse um daqueles caras que quiseram fazer uma associação simples entre os períodos importantes e a estória em si (quão controverso é falar de uma estória de base claramente sexual quando um de seus principais protagonistas nasce em meio ao caos da época da ditadura? Ou, em uma época em que as Olimpíadas ganhavam destaque em Barcelona, falar das Paraolimpíadas?), esta associação me soa muito mais tênue do que os (para mim) excessos cometidos por alguns comentários e algumas comparações estapafúrdias que parecem ganhar justificativa pelo fato de "ser um filme de Almodóvar". E aí está a incoerência: porque isso não ocorre com filmes como Primer ou Donnie Darko, por exemplo? Porque as interpretações que ultrapassam alguns filmes são recebidas por mim de forma totalmente diferente e me faço ávido ouvinte ou mesmo as construo mentalmente para filmes nas quais aprecio? A resposta já foi dada e me condeno a repetir: porque somos seres humanos e como tais com infinitas redes mentais e psicológicas que se comunicam com nossas experiências, nos fazem gostar/desgostar em um processo associativo de altíssima complexidade e nos tornam, se não os mais desenvolvidos (conceito terminantemente questionável), pelo menos os seres de maior potencial que vagam por aí na natureza. E é justamente por características como essa que me fiz a pergunta inicial e termino me repetindo (again): até quando um elemento simples e de conceito delimitável pode explicar nossos comportamentos e diretrizes? PS: e antes que digam qualquer coisa sobre isso... uma cena belíssima de sexo (ver cartaz do filme) e algumas sombras magnificamente filmadas em um evento é muito pouco para fazer uma opinião negativa mudar. Better luck next time, Almodóvar. Mr. Scofield2009-01-01 11:10:18 Quote Link to comment
Members Renato Posted January 1, 2009 Members Report Share Posted January 1, 2009 Steven Spielberg (O Resgate do Soldado Ryan, O Terminal, Hook) Terminal eu até entendo... mas Soldado Ryan, só pelo 30 minutos iniciais (dane-se se é o único argumento em favor dele, é o que basta) seria uma heresia... E eu amo Hook Quote Link to comment
Mr. Scofield Posted January 1, 2009 Report Share Posted January 1, 2009 Steven Spielberg (O Resgate do Soldado Ryan, O Terminal, Hook) Terminal eu até entendo... mas Soldado Ryan, só pelo 30 minutos iniciais (dane-se se é o único argumento em favor dele, é o que basta) seria uma heresia... E eu amo Hook Renato, só você mesmo. Tem um tanto de filmes adorados por ali e você destaca Spielberg com Soldado Ryan (tudo bem, é uma bosta mas o pessoal gosta) mas...Hook? Quote Link to comment
Members Renato Posted January 1, 2009 Members Report Share Posted January 1, 2009 Eu sofro de síndrome de Peter Pan... Acontece... existem filmes que você simplesmente gosta Eu adoro Hook, a história, o climão família, a trilha é linda, o Dustin Hoffman está demais... Spielberg exorcizando (novamente) seus problemas com seu pai... Acho que se fosse uma história simples do Peter Pan (como a do PJ Hogan) não me marcaria tanto, mas todo aquele lance de relembrar a ser como criança, sendo o auge o cara sair voando por aí, me pegou. Quote Link to comment
Members Angelo Voorhees Posted January 1, 2009 Members Report Share Posted January 1, 2009 Stanley Kubrick (O Iluminado) M. Night Shyamalan (A Vila, Sinais) Steven Spielberg (O Resgate do Soldado Ryan)[/quote'] Fala sério. Da lista dos adorados não vi quase nada, mas pensei que você botaria o Nolan com Memento.Angelo Voorhees2009-01-01 13:17:32 Quote Link to comment
Mr. Scofield Posted January 1, 2009 Report Share Posted January 1, 2009 Interessante você falar no Nolan, Angelo, é o único diretor na qual vi toda a filmografia, inclusive o curta Doddlebug. Adoro Memento, é um dos 4 melhores filmes que já vi (e The Prestige também é fenomenal), mas tenho que ressaltar que o fato de um diretor não estar aí não significa que eu não goste dele, é que 10 nomes é simplesmente pouco demais. By the way, note que todos os diretores citados como melhores têm pelo menos 3 filmes na lista. E vários nomes ficaram de fora, outro que entraria em uma expansão da lista é o italiano Pier Paolo Pasolini e o excepcional Luiz Buñuel, na qual não aparece aí por eu ter visto pouca coisa (mas o pouco que vi já é suficiente para estarem entre os melhores), além do nosso querido Alfred Hitchcock e dos excelentes Frank Capra, David Lynch e David Fincher e muitos outros. Enfim, a lista é muito grande. Quote Link to comment
Nacka Posted January 3, 2009 Author Report Share Posted January 3, 2009 Penúltimo convidado da lista: Temporada dos Grandes Diretores no Cec<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /> 01 - Tensor - Dia 17 Nov 02 - Nacka - Dia 20 Nov 03 - Dr. Calvin - Dia 24 Nov 04 – Stradivarius - Dia 27 Nov 05 - Beckin - 01 Dez 06 - Veras - 04 Dez 07 - Sync - Dia 08 Dez - Não postou 08 - Fulgora - Dia 11 Dez 09 - FRAM - Dia 15 Dez 10 - Big One - Dia 18 Dez (sem resenha) 11 - Fapreve - Dia 22 Dez (sem resenha) 12 - Naomi Watts - Dia 25 Dez (Não postou) 13 - Jack Kundeiner - 29 Dez (Não postou) 14 – Mr. Scofield - 01 Jan 2009 15 – -felipe- - 05 Jan 2009 16 - The Deadman - 08 Jan 2009 Quote Link to comment
Members Dook Posted January 3, 2009 Members Report Share Posted January 3, 2009 Bom, ninguém pode dizer que o Scofa é fãzóide do Takashi... o cara está lá na lista de melhores e na de piores... Quote Link to comment
Mr. Scofield Posted January 4, 2009 Report Share Posted January 4, 2009 Na verdade, o Miike é um cara engraçado. Tudo dele é refinado e merece ser visto, é sempre uma grande surpresa, às vezes tem coisas que simplesmente não dão certo. Na verdade, dão muito, mas muito errado. Mas sempre tem alguma coisa que vale a pena ou é bem diferente, no mínimo. Veja por exemplo: Happiness of Katakuris ou MPD Psycho. São tramas muito estranhas, extremamente difíceis de acompanhar (especialmente MPD) e repletas de um humor mais esquisito ainda na qual não estamos familiarizados ainda, por mais que já tenhamos visto muitos filmes asiáticos. No final você precisa pensar um pouco para saber se não gostou ou não entendeu. Na maior parte das vezes você chega num misto dos dois. Mr. Scofield2009-01-04 18:43:00 Quote Link to comment
Members -felipe- Posted January 5, 2009 Members Report Share Posted January 5, 2009 Melhores diretores: 1. Woody Allen (Annie Hall, Desconstruindo Harry, Crimes e Pecados) 2. Martin Scorsese (Touro Indomável, O Aviador, Os Bons Companheiros) 3. Billy Wilder (Crepúsculo dos Deuses, Quanto Mais Quente Melhor, Inferno nº 17) 4. Stanley Kubrick (Laranja Mecânica, 2001, Barry Lyndon) 5. Sam Mendes (Beleza Americana, Foi Apenas um Sonho, Soldado Anônimo) 6. Paul Verhoeven (Instinto Selvagem, A Espiã, Robocop) 7. Bob Fosse (All That Jazz, Lenny, Cabaret) 8. Pedro Almodóvar (Tudo Sobre Minha Mãe, Fale com Ela, A Má Educação) 9. Vincente Minnelli (Agora Seremos Felizes, A Roda da Fortuna, Assim Estava Escrito) 10. Christopher Nolan (O Grande Truque, Amnésia, O Cavaleiro das Trevas) Piores diretores: 1. Jorge Hernandez Aldana (O Búfalo da Noite) 2. Richard Fleischer (O Fantástico Dr. Dolittle) 3. Rod Hardy (Um Verão para toda Vida) 4. Mike Newell (O Amor nos Tempos de Cólera) 5. Roland Emmerich (Independence Day) 6. Mel Gibson (Apocalypto) 7. Tony Richardson (Um Hotel Muito Louco) 8. Chris Columbus (Rent) 9. Ron Howard (O Código Da Vinci, A Luta pela Esperança) 10. Gus Van Sant (Gerry, Até as Vaqueiras Ficam Tristes) Gerry começa. A câmera, estática, acompanha um carro na estrada. 5 minutos depois a câmera ainda acompanha o carro na estrada, e eu já não vejo a hora de o filme acabar. Isso basicamente resume minha experiência com Gerry. Revendo-o para essa resenha peguei no sono duas vezes e tive que recomeçar o filme depois. As cenas são todas extremamente longas, filmadas com a câmera parada, de uma distância que mal se vê os dois atores, que, por sinal, passam a maior parte do tempo calados. Não que eu tenha nada contra filmes lentos, ou que demoram mais pra desenvolver sua narrativa... mas o que exatamente Van Sant desenvolve aqui? O filme não atinge um mínimo de comunicação comigo. O que eu poderia possivelmente tirar de Matt Damon e Casey Affleck andando de um lado pro outro da tela, e voltando, permanece uma incógnita pra mim. Você os assiste caminhando, descansando, discutindo sobre qual caminho tomar (direita ou esquerda?). Com certeza existem inúmeras teorias sobre o grande e nobre propósito de Sant com tudo, mas, sinceramente, acho que mesmo se o filme fizesse algum sentido ainda não compensaria o caráter sonolento das andanças dos protagonistas. Não consigo evitar a idéia de que a motivação do diretor aqui era simplesmente se transformar em alguém extremamente off e se distanciar se um passado obscuro (Psicose?) Pelo menos a linha o levou a alguém lugar depois, achando o caminho com Elefante. --- Foi difícil organizar essas listas. Na de melhores, por exemplo, vários diretores que eu gosto muito ficaram de fora, e foi difícil estabelecer um parâmetro (se é que há algum). Na de piores fiquei sem criatividade, juntei alguns filmes péssimos e alguns diretores medíocres, e Howard e Sant entraram mesmo já tendo feito filmes que gosto bastante (como Uma Mente Brilhante e Paranoid Park, respectivamente) então foi mais pelos filmes especificados mesmo. -felipe-2009-01-05 00:03:29 Quote Link to comment
Members Thiago Araujo Posted January 5, 2009 Members Report Share Posted January 5, 2009 Alguns aparecem na lita de odiados e adorados (incluindo Miike que adoro desesperadamente e verei cada filme que fizer, mas confesso que já fez merdas escabrosas). [/quote'] Você ainda não viu 'Sukiyaki Western Django' ou ele não está no 'top odiado'???? Ben Wade2009-01-05 00:19:35 Quote Link to comment
Members Administrator Posted January 5, 2009 Members Report Share Posted January 5, 2009 Lista muito bacana, Felipe. As duas, na verdade. Por mais que nossas coincidências não tenham sido muitas... não há nada da lista que eu discorde. E parece ser uma lista bem honesta. É bom ter pessoas com o Felipe aqui no fórum Quote Link to comment
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