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Temporada dos Grandes Diretores no CeC


Nacka

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Boa lista a do Big' date=' embora nunca vou entender como o Nolan ficou na frente do Hitchcock 06. [/quote']

 

Ninguém nunca vai entender...

 

06


Desencana, nem fiz em ordem de preferência. Escolhi aleatoriamente.

 

Por que parece ser tão... "complicado" colocar os nomes por ordem de preferência ? Já vi várias listas fazendo o mesmo, não é como se precisasse ser algo em definitivo, tão decisivo assim. Não que faça A diferença, mas de qualquer jeito é interessante ter uma noção

 

Sobre a Naomi, pena, tomara que ela posta mais tarde ao menos.
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Sem querer desanimar, mas... o próximo da lista Jack_Kundeiner entrou no fórum a última vez em 28 Nov...04 espero que pelo menos os 3 últimos Scofa (que já me confirmou), Felipe e o Deadman salvem a pátria. Vamos lá:

 

 

 

Temporada dos Grandes Diretores no Cec<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

 

01 - Tensor - Dia 17 Nov

02 - Nacka - Dia 20 Nov 

03 - Dr. Calvin - Dia 24 Nov

04 – Stradivarius - Dia 27 Nov

05 - Beckin - 01 Dez

06 - Veras - 04 Dez  

07 - Sync - Dia 08 Dez - Não postou

08 - Fulgora - Dia 11 Dez

09 - FRAM - Dia 15 Dez

10 - Big One - Dia 18 Dez (sem resenha)

11 - Fapreve - Dia 22 Dez (sem resenha)

12 - Naomi Watts - Dia 25 Dez - Não Postou

13 - Jack Kundeiner - 29 Dez

14 – Mr. Scofield - 01 Jan 2009

15 – -felipe-  - 05 Jan 2009

16 - The Deadman - 08 Jan 2009

 

 

 
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O Forasteiro me pediu e o mais importante, enviou a lista dele, nem preciso dizer, mais eu digo: Adorei que Herói esteja na sua lista e ainda mais que tenha crescido nessa revisitada é um dos filmes mais lindos que já vi.

 

Depois a gente conversa sobre: Ran, Lawrence da Arábia e Novo Mundo... 11

Então aqui está os queridinhos e odiados dele:

 

 

Adorados:

01. Mario Bava – Operazione Paura (1966)
02. Sergio Leone – Era uma Vez no Oeste (1968)
03. Dario Argento – Prelúdio Para Matar (1975)
04. Jean-Pierre Melville – O Samurai (1967)
05. Alain Resnais – Providence (1975)
06. Stanley Kubrick – Barry Lyndon (1975)
07. David Lynch – Império dos Sonhos (2007)
08. Frank Capra – Este Mundo é um Hospício (1942)
09. Howard Hawks – O Paraíso Infernal (1939)
10. Lucio Fulci – Terror nas Trevas (1981)

Odiados:

01. Lars Von Trier – Dogville (2003)
02. Gus Van Sant – Garotos de Programa (1992)
03. Mário Peixoto - Limite (1931)
04. Paul Thomas Anderson - Magnólia (1999)
05. Akira Kurosawa – Ran (1985)
06. David Lean - Lawrence da Arábia (1962)
07. Terrence Malick - O Novo Mundo (2005)
08. François Truffaut – Os Incompreendidos (1959)
09. Peter Jackson – SDA (década vigente)
10. Zhang Yimou – Herói (2002)

Antes de mais nada, seguinte: Herói até não faria parte dessa lista (entre os 10, digo), mas é o único filme que eu sabia que tinha chances de crescer numa revisão, e o único que eu estava a fim de assistir. Daria dois dentes da frente pra não precisar rever qualquer um dos outros nove. E segundo que assisti Herói há uns 2 anos mais ou menos. Na ocasião achei uma porra brega e extremamente cansativa, mas como os filmes vão hibernando na memória e ganham vida própria conforme a nossa visão de cinema muda (no meu caso é como trocar de roupa), tive vontade de dar outra chance. Pra mim.

De resto, o filme do Yimou é um balé pros sentidos, cirurgicamente coreografado e apaixonadamente filmado. Olímpico, solene e deslumbrante. A própria estrutura e o modo como Herói flui sugerem a execução de um ritual, uma celebração dos sentimentos mais primitivos e tão saturados com os quais o homem vem tendo contato desde sempre. Uma encenação pura das emoções. A paixão, o amor, a compreensão, a vaidade e a paz. E é acima de tudo um canto de socorro.

Porque Herói pede um abraço, pede que esqueçamos de onde viemos ou quem somos para mergulharmos de olhos, ouvidos e coração abertos neste sonho filmado de Zhang Yimou, um universo ancestral onde os valores mais simples do mundo podem enfim voltar a ter sentido, onde uma declaração de amor é livre para ser dita sem este filtro aborrecido que nos faz enxergar pieguice em tudo. Por isso mesmo, é mais que natural que Yimou entoe seu hino de paz de uma conexão direta com a imaginação e a fantasia, onde preocupar-se com detalhes tão elementares como leis da física diante da eloqüência visual e sonora dos sentimentos sendo materializados na tela é simplesmente burrice. Onde abdicar de si por algo maior soa tão ridículo e faz tão parte de um sonho quanto chineses voando por aí.

Herói exige entrega suicida, exige que você abra os braços e se lance em queda livre por um mundo impossível que, se chegou realmente a existir, foi por um momento, nos lábios de alguém que disse "eu morreria por você" de um jeito assim cheio de verdade.

4/4  [/quote']

 

 

 
Nacka2008-12-29 21:08:30
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Odiados:

01. Lars Von Trier – Dogville (2003)

02. Gus Van Sant – Garotos de Programa (1992)

03. Mário Peixoto - Limite (1931)

04. Paul Thomas Anderson - Magnólia (1999)

05. Akira Kurosawa – Ran (1985)

06. David Lean - Lawrence da Arábia (1962)

07. Terrence Malick - O Novo Mundo (2005)

08. François Truffaut – Os Incompreendidos (1959)

09. Peter Jackson – SDA (década vigente)

10. Zhang Yimou – Herói (2002)

Antes de mais nada, seguinte: Herói até não faria parte dessa lista (entre os 10, digo), mas é o único filme que eu sabia que tinha chances de crescer numa revisão, e o único que eu estava a fim de assistir. Daria dois dentes da frente pra não precisar rever qualquer um dos outros nove.[/quote']

Dogville - 177 min;

Magnólia - 180 min;

Ran - 160 min;

Lawrence da Arábia - 222 min;

SDA - 9 horas;

 

Herói - 96 min

Acho que está justificado porque não quis rever os outros.06

 

Ah, poderia ser os que sobraram, mas:

Limite - 1931? Só em VHS ou pirata... baixar tudo de novo para ver um filme que não gosta?06

Garotos de Programa - excesso de bibas;

O Novo Mundo - Collin Farrell;

Os Incompreendidos - Truffaut? zzzZZZZzzzzZZZZ.....

 

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Nem preciso dizer, mais eu digo: Adorei que Herói esteja na sua lista e ainda mais que tenha crescido nessa revisitada é um dos filmes mais lindos que já vi.

 

 

Depois a gente conversa sobre: Ran, Lawrence da Arábia e Novo Mundo... 11

 

 

 
[/quote']

 

Pô, manda ele rever... agora que ele está numa "filosofia picture only" pode apostar que esses aí vão subir na estratosfera...

 

06
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Assisti mais os do lado B e gosto de todos ainda hoje. Limite vi no cinema quando lançaram uma cópia restaurada em um festival de cinema brasileiro aqui em Brasília. Experimental até o talo se não fosse uma mesa redonda depois da exibição, não sei não... seria minha única ressalva e também acho que teria poucas chances de rever, por motivos óbvios.

 

Quanto aos outros sei que alguns são filmes que o Foras gostava antes e ao que parece passou a desgostar, deve ter lá seus motivos mas Herói é o mesmo tipo de cinema encontrado em O Novo Mundo e se você o reviu hoje na madrugada na Globo, dublado e em um fullscreen cortando a fotografia esplendorosa é porque estava a fim de gostar mesmo. Foi? 

 

 

 

Adorados:

01. Mario Bava – Operazione Paura (1966)
02. Sergio Leone – Era uma Vez no Oeste (1968)
03. Dario Argento – Prelúdio Para Matar (1975)
04. Jean-Pierre Melville – O Samurai (1967)
05. Alain Resnais – Providence (1975)
06. Stanley Kubrick – Barry Lyndon (1975)
07. David Lynch – Império dos Sonhos (2007)
08. Frank Capra – Este Mundo é um Hospício (1942)
09. Howard Hawks – O Paraíso Infernal (1939)
10. Lucio Fulci – Terror nas Trevas (1981)

Odiados:

01. Lars Von Trier – Dogville (2003)
02. Gus Van Sant – Garotos de Programa (1992)
03. Mário Peixoto - Limite (1931)
04. Paul Thomas Anderson - Magnólia (1999)
05. Akira Kurosawa – Ran (1985)
06. David Lean - Lawrence da Arábia (1962)
07. Terrence Malick - O Novo Mundo (2005)
08. François Truffaut – Os Incompreendidos (1959)
09. Peter Jackson – SDA (década vigente)
10. Zhang Yimou – Herói (2002)

Antes de mais nada, seguinte: Herói até não faria parte dessa lista (entre os 10, digo), mas é o único filme que eu sabia que tinha chances de crescer numa revisão, e o único que eu estava a fim de assistir. Daria dois dentes da frente pra não precisar rever qualquer um dos outros nove. E segundo que assisti Herói há uns 2 anos mais ou menos. Na ocasião achei uma porra brega e extremamente cansativa, mas como os filmes vão hibernando na memória e ganham vida própria conforme a nossa visão de cinema muda (no meu caso é como trocar de roupa), tive vontade de dar outra chance. Pra mim.

De resto, o filme do Yimou é um balé pros sentidos, cirurgicamente coreografado e apaixonadamente filmado. Olímpico, solene e deslumbrante. A própria estrutura e o modo como Herói flui sugerem a execução de um ritual, uma celebração dos sentimentos mais primitivos e tão saturados com os quais o homem vem tendo contato desde sempre. Uma encenação pura das emoções. A paixão, o amor, a compreensão, a vaidade e a paz. E é acima de tudo um canto de socorro.

Porque Herói pede um abraço, pede que esqueçamos de onde viemos ou quem somos para mergulharmos de olhos, ouvidos e coração abertos neste sonho filmado de Zhang Yimou, um universo ancestral onde os valores mais simples do mundo podem enfim voltar a ter sentido, onde uma declaração de amor é livre para ser dita sem este filtro aborrecido que nos faz enxergar pieguice em tudo. Por isso mesmo, é mais que natural que Yimou entoe seu hino de paz de uma conexão direta com a imaginação e a fantasia, onde preocupar-se com detalhes tão elementares como leis da física diante da eloqüência visual e sonora dos sentimentos sendo materializados na tela é simplesmente burrice. Onde abdicar de si por algo maior soa tão ridículo e faz tão parte de um sonho quanto chineses voando por aí.

Herói exige entrega suicida, exige que você abra os braços e se lance em queda livre por um mundo impossível que, se chegou realmente a existir, foi por um momento, nos lábios de alguém que disse "eu morreria por você" de um jeito assim cheio de verdade.

4/4 [/quote']

 
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Que eu gostava e passei a não gostar, só Dogville.

 

Vi na Globo em fullscreen mas não deixaria de vê-lo só por isso. E tem que ser dublado mesmo, começo a rir com essas línguas orientais.

 

Foi, claro, mas sempre que vou assistir qualquer coisa é porque tô a fim de gostar. Acho que todo mundo é assim. A gente se obriga a ter um certo preconceito seletivo, o tempo é curto e precisa valer muito a pena perdê-lo com qualquer coisa, especialmente no caso do cinema, e acaba-se desenvolvendo mesmo uma habilidade pra escolher assistir apenas os melhores filmes do mundo, embora merdas sempre aconteçam. Por isso, sem chance pra Ran, O Novo Mundo e principalmente Lawrence da Arábia.
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Vi na Globo em fullscreen mas não deixaria de vê-lo só por isso. E tem que ser dublado mesmo' date=' começo a rir com essas línguas orientais.

 

 
[/quote']

 

Eca... 06

 

Mas pegando carona, domingo me vejo assistindo Bad Boys 2 na Globo... Um filme que já é ruim em widescreen e som digital 5.1 fica ainda mais insuportável em fullscreen e aquele som xoxo da dublagem...

 

Desliguei a TV quando o Martin leva um tiro no traseiro... 06
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Vi uns 4 só na lista dos adorados. Do Leone, do Lynch, do Kubrick e do Capra, mas ao menos gosto desses...

 

 

E por mim SDA tava mais alto no Lado B 06. Tirando esse, até os que eu não gosto tanto desses "odiados" pra mim nem chegariam perto de merecer as respectivas posições, heh.
Beckin2008-12-30 09:50:11
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Tá aqui minha participação, nesse início de ano. Os meus diretores adorados estão na ordem (os três primeiros são desesperadores, nunca vi NADA que não tenha gostado), já quanto aos odiados, tentei fugir da obviedade de alguns como Uwe Bowl, etc, mas vale dizer que mesmo se eu colocasse esses alguns aí apareceriam... e com certeza Pedro Almodóvar ainda seria o primeiro colocado (sorry, Shy 06). Alguns aparecem na lista de odiados e adorados (incluindo Miike que adoro desesperadamente e verei cada filme que fizer, mas confesso que já fez merdas escabrosas). Vale dizer também que alguns estão na lista de odiados, como Ridley Scott e não estão entre os preferidos pra contrabalancear, mas existem filmes deles que eu gosto e não estão listados, as únicas exceções são realmente Almodóvar e Stephen Sommers. E que sigam com a polêmica...

Top diretores adorados

 

 

 

  1. Charles

    Chaplin (Tempos Modernos, O Grande Ditador, Luzes da Cidade)

  2. Andrei

    Tarkovsky (Stalker, Solyaris, O Espelho)

  3. Ingmar

    Bergman (Persona, A Hora do Lobo, A Fonte da Donzela, O Sétimo Selo)

  4. Sergei

    Eisenstein (A Greve, O Encouraçado Potenkim, Outubro, Ivan, o Terrível)

  5. Takashi Miike (Visitor Q,

    Audition, Ichi the Killer, Gozu, Koshônin, Three…Extremes, Imprint, One

    Missed Call)

  6. Stanley

    Kubrick (Glória Feita de Sangue, Laranja Mecânica, The Killing, 2001, Dr.

    Strangelove)

  7. Akira

    Kurosawa (Rashômon, Os Sete Samurais, Ran, Yojimbo)

  8. Federico

    Fellini (8½, A Doce Vida, A Estrada, E La Nave Va, Julieta dos Espíritos)

  9. Gus Van Sant (Last Days, Gerry,

    Paranoid Park, Elefante, Paris, Je t’aime)

  10.  Darren Aronofsky

    (A Fonte da Vida, Pi, Requiém para um Sonho)

 

 

 

 

 

Top Diretores Odiados

 

 

 

  1. Pedro

    Almodóvar (Má Educação, Kika, Fale com Ela, Ata-me, Volver, Carne Trêmula)

  2. Stanley

    Kubrick (O Iluminado, Nascido Para Matar) 

  3. M.

    Night Shyamalan (A Vila, Corpo Fechado, Sinais)

  4. Woody Allen (Manhattan, O

    Dorminhoco, Crimes e Pecados)

  5. Steven

    Spielberg (O Resgate do Soldado Ryan, O Terminal, Hook)

  6. Stephen Sommers (A Múmia e suas

    continuações, Deep Rising, Van Helsing, The Scorpion King)

  7. Christopher Nolan (Batman

    Begins, Insônia)

  8. Ridley Scott (Gladiator,

    Hannibal, Cruzada)

  9. Wes Craven (Cursed, Red Eye,

    Shocker, The Serpent and the Rainbow)

  10. Takashi Miike (The City of Lost

    Souls, The Happiness of Katakuris, MPD Psycho)

 

 

 

 

 

Carne

Trêmula (Pedro Almodóvar, 1997)  smiley10smiley10 4,9/10     Top 250      Intermediary     Bottom 44

ATENÇÃO: o texto contém spoilers

 

 

 

 

Considero

notável a idéia de que as pessoas no fundo assimilam qualquer evento da qual

participam ou fazem parte, do jeito que QUEREM assimilar. Essa frase é capaz de

explicar inúmeras opiniões e conceitos diferentes que permeiam as relações

significância-significado que indicam o que sentimos, pensamos ou vivemos.

 

Carne

Trêmula se inicia com o nascimento conturbado do garoto Victor em um ônibus da

capital espanhola. Almodóvar faz questão de ressaltar o período (também

conturbado) de ditadura, do horror espalhado pela Espanha e mesmo da relevância

do evento, que fora tomado como antagonismo às características impopulares do

período, onde o prefeito chega mesmo a levar flores para a jovem mamãe vivida

por Penélope Cruz.

 

Vinte

anos mais tarde, Victor já é um jovem e se envolve em uma cena que determinará

todo o futuro da estória: visita uma moça de índole aparentemente

"questionável" pela qual parece ser obcecado. As consequências desse

ato envolverão outras pessoas e culminará em um universo repleto de intrigas,

paixão, morte e desejo.

 

A

partir daí a trama envolve basicamente cinco personagens que intercambiam entre

si amor e ódio sempre relacionados a tal evento. E aí surge a grande pergunta

que me fez refletir durante toda a projeção: até quando o sexo pode explicar

nossos comportamentos e diretrizes?

Naturalmente que um filme é uma obra de

arte e, como tal, permite a manipulação de elementos que o compõem a gosto do

diretor. Ele pode inclusive destacar eventos únicos como motivações da vida de

seus personagens (que, no final das contas são como propriedades suas, como se

o ser humano pudesse brincar de ser Deus mesmo). Ah, mas há consequências.

 

Sim,

porque acho que, ao contrário de todos, esses personagens para mim são

extremamente fracos, apequeninados. Todas as poucas e pífias relações que possuem giram em

torno de si mesmos e de SEXO. Os pilares do filme obedecem a personagens cujas

sexualidades regem de forma única suas vidas e até mesmo relações amorosas são

questionáveis – a traição de David em relação a Sancho, o tiro de Sancho que

lhe provocará a paraplegia, as intenções de Victor com relação a Helena (e que

não deixam de ser guias nem de seu perverso e ridículo projeto de vingança), os

acontecimentos no final, dentre inúmeras outras. Ou o melhor: TODAS as outras.

 

Embora

o fato de não apreciar esse estilo já seja suficiente para que eu não goste do

filme e me integre de forma muito tênue com as personalidades dos protagonistas

(quem me conhece aqui sabe que de longe a principal característica que me torna

fã de cinema é justamente a construção e desenvolvimento de personagens) há outro

problema que me provoca razoável irritação quando contemplo a estória: o

didatismo de algumas partes. Como exemplo, retomo à primeira cena do filme. A

princípio fiquei imaginando o porquê de mostrarem o nascimento de Victor lá no

início...tudo se esclarece no final de forma extremamente previsível (e que

lembra muitas produções americanas clichezentas) quando presenciamos uma cena

onde existem vários elementos em comum com o evento inicial. Mas como se não

bastasse, os personagens ainda fazem questão de falar, de pronunciar esse

paralelo, como se o espectador fosse um bonequinho de presépio que precisasse

de tudo mastigado para entender.

 

E um

adendo: adoro ler comentários e interpretações de outras pessoas e fiz questão

de destacar logo no primeiro parágrafo. E agora interpretarei de uma forma

diferente a frase que escrevi, tipo uma outra face da moeda: ela justifica porque agimos de determinada

forma com relação a algumas coisas e de outra com relação a outras e porque tal

aparente incoerência simplesmente mostra apenas que somos seres humanos que não

podemos ser sintetizados como se fôssemos máquinas racionais.

 

Vejam

só: acho um PORRE ficar lendo alguns comentários dos fãzóides do Almodóvar

querendo relacionar o período histórico com as características dos personagens,

como se Victor representasse de forma magnânima a convulsiva nação que se

reconstrói durante um período de grande complexidade, David representasse

bláblábláblá, enfim, um saco. Pra mim, o filme não tem nada de demais, é como

se Almodóvar fosse um daqueles caras que quiseram fazer uma associação simples

entre os períodos importantes e a estória em si (quão controverso é falar de

uma estória de base claramente sexual quando um de seus principais

protagonistas nasce em meio ao caos da época da ditadura? Ou, em uma época em

que as Olimpíadas ganhavam destaque em Barcelona, falar das Paraolimpíadas?),

esta associação me soa muito mais tênue do que os (para mim) excessos cometidos

por alguns comentários e algumas comparações estapafúrdias que parecem ganhar

justificativa pelo fato de "ser um filme de Almodóvar".

 

E aí

está a incoerência: porque isso não ocorre com filmes como Primer ou Donnie

Darko, por exemplo? Porque as interpretações que ultrapassam alguns filmes são

recebidas por mim de forma totalmente diferente e me faço ávido ouvinte ou

mesmo as construo mentalmente para filmes nas quais aprecio?

 

A

resposta já foi dada e me condeno a repetir: porque somos seres humanos e como

tais com infinitas redes mentais e psicológicas que se comunicam com nossas

experiências, nos fazem gostar/desgostar em um processo associativo de

altíssima complexidade e nos tornam, se não os mais desenvolvidos (conceito

terminantemente questionável), pelo menos os seres de maior potencial que vagam

por aí na natureza.

E é justamente por características como essa que me fiz a

pergunta inicial e termino me repetindo (again): até quando um elemento simples

e de conceito delimitável pode explicar nossos comportamentos e diretrizes?

PS: e antes que digam qualquer coisa sobre isso... uma cena belíssima de sexo (ver cartaz do filme) e algumas sombras magnificamente filmadas em um evento é muito pouco para fazer uma opinião negativa mudar. Better luck next time, Almodóvar. 06

 

 

 

 

Mr. Scofield2009-01-01 11:10:18

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Steven

Spielberg (O Resgate do Soldado Ryan, O Terminal, Hook)

 

 

 

Terminal eu até entendo... mas Soldado Ryan, só pelo 30 minutos iniciais (dane-se se é o único argumento em favor dele, é o que basta06) seria uma heresia...

 

E eu amo Hook08

Renato, só você mesmo. Tem um tanto de filmes adorados por ali e você destaca Spielberg com Soldado Ryan (tudo bem, é uma bosta mas o pessoal gosta) mas...Hook? 06

 

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Eu sofro de síndrome de Peter Pan...

Acontece... existem filmes que você simplesmente gosta06

 

Eu adoro Hook, a história, o climão família, a trilha é linda, o Dustin Hoffman está demais... Spielberg exorcizando (novamente) seus problemas com seu pai...

 

Acho que se fosse uma história simples do Peter Pan (como a do PJ Hogan) não me marcaria tanto, mas todo aquele lance de relembrar a ser como criança, sendo o auge o cara sair voando por aí, me pegou.08

 

 

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Interessante você falar no Nolan, Angelo, é o único diretor na qual vi toda a filmografia, inclusive o curta Doddlebug. Adoro Memento, é um dos 4 melhores filmes que já vi (e The Prestige também é fenomenal), mas tenho que ressaltar que o fato de um diretor não estar aí não significa que eu não goste dele, é que 10 nomes é simplesmente pouco demais.

By the way, note que todos os diretores citados como melhores têm pelo menos 3 filmes na lista. E vários nomes ficaram de fora, outro que entraria em uma expansão da lista é o italiano Pier Paolo Pasolini e o excepcional Luiz Buñuel, na qual não aparece aí por eu ter visto pouca coisa (mas o pouco que vi já é suficiente para estarem entre os melhores), além do nosso querido Alfred Hitchcock e dos excelentes Frank Capra, David Lynch e David Fincher e muitos outros. Enfim, a lista é muito grande.  

 

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Penúltimo convidado da lista:

 

Temporada dos Grandes Diretores no Cec<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

 

01 - Tensor - Dia 17 Nov

02 - Nacka - Dia 20 Nov 

03 - Dr. Calvin - Dia 24 Nov

04 – Stradivarius - Dia 27 Nov

05 - Beckin - 01 Dez

06 - Veras - 04 Dez  

07 - Sync - Dia 08 Dez - Não postou

08 - Fulgora - Dia 11 Dez

09 - FRAM - Dia 15 Dez

10 - Big One - Dia 18 Dez (sem resenha)

11 - Fapreve - Dia 22 Dez (sem resenha)

12 - Naomi Watts - Dia 25 Dez (Não postou)

13 - Jack Kundeiner - 29 Dez (Não postou)

14 – Mr. Scofield - 01 Jan 2009

15 – -felipe-  - 05 Jan 2009

16 - The Deadman - 08 Jan 2009

 

 
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Na verdade, o Miike é um cara engraçado. Tudo dele é refinado e merece ser visto, é sempre uma grande surpresa, às vezes tem coisas que simplesmente não dão certo. Na verdade, dão muito, mas muito errado. Mas sempre tem alguma coisa que vale a pena ou é bem diferente, no mínimo.

Veja por exemplo: Happiness of Katakuris ou MPD Psycho. São tramas muito estranhas, extremamente difíceis de acompanhar (especialmente MPD) e repletas de um humor mais esquisito ainda na qual não estamos familiarizados ainda, por mais que já tenhamos visto muitos filmes asiáticos. No final você precisa pensar um pouco para saber se não gostou ou não entendeu. Na maior parte das vezes você chega num misto dos dois.

Mr. Scofield2009-01-04 18:43:00

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Melhores diretores:

 

1.    Woody Allen (Annie Hall, Desconstruindo Harry, Crimes e Pecados)

2.    Martin Scorsese (Touro Indomável, O Aviador, Os Bons Companheiros)

3.    Billy Wilder (Crepúsculo dos Deuses, Quanto Mais Quente Melhor, Inferno nº 17)

4.    Stanley Kubrick (Laranja Mecânica, 2001, Barry Lyndon)

5.    Sam Mendes (Beleza Americana, Foi Apenas um Sonho, Soldado Anônimo)

6.    Paul Verhoeven (Instinto Selvagem, A Espiã, Robocop)

7.    Bob Fosse (All That Jazz, Lenny, Cabaret)

8.    Pedro Almodóvar (Tudo Sobre Minha Mãe, Fale com Ela, A Má Educação)

9.    Vincente Minnelli (Agora Seremos Felizes, A Roda da Fortuna, Assim Estava Escrito)

10.  Christopher Nolan (O Grande Truque, Amnésia, O Cavaleiro das Trevas)

 

 

Piores diretores:

 

1.    Jorge Hernandez Aldana (O Búfalo da Noite)

2.    Richard Fleischer (O Fantástico Dr. Dolittle)

3.    Rod Hardy (Um Verão para toda Vida)

4.    Mike Newell (O Amor nos Tempos de Cólera)

5.    Roland Emmerich (Independence Day)

6.    Mel Gibson (Apocalypto)

7.    Tony Richardson (Um Hotel Muito Louco)

8.    Chris Columbus (Rent)

9.    Ron Howard (O Código Da Vinci, A Luta pela Esperança)

10.  Gus Van Sant (Gerry, Até as Vaqueiras Ficam Tristes)

 

 

Gerry começa. A câmera, estática, acompanha um carro na estrada. 5 minutos depois a câmera ainda acompanha o carro na estrada, e eu já não vejo a hora de o filme acabar. Isso basicamente resume minha experiência com Gerry. Revendo-o para essa resenha peguei no sono duas vezes e tive que recomeçar o filme depois. As cenas são todas extremamente longas, filmadas com a câmera parada, de uma distância que mal se vê os dois atores, que, por sinal, passam a maior parte do tempo calados. Não que eu tenha nada contra filmes lentos, ou que demoram mais pra desenvolver sua narrativa... mas o que exatamente Van Sant desenvolve aqui? O filme não atinge um mínimo de comunicação comigo. O que eu poderia possivelmente tirar de Matt Damon e Casey Affleck andando de um lado pro outro da tela, e voltando, permanece uma incógnita pra mim. Você os assiste caminhando, descansando, discutindo sobre qual caminho tomar (direita ou esquerda?). Com certeza existem inúmeras teorias sobre o grande e nobre propósito de Sant com tudo, mas, sinceramente, acho que mesmo se o filme fizesse algum sentido ainda não compensaria o caráter sonolento das andanças dos protagonistas. Não consigo evitar a idéia de que a motivação do diretor aqui era simplesmente se transformar em alguém extremamente off e se distanciar se um passado obscuro (Psicose?) Pelo menos a linha o levou a alguém lugar depois, achando o caminho com Elefante.

 

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Foi difícil organizar essas listas. Na de melhores, por exemplo, vários diretores que eu gosto muito ficaram de fora, e foi difícil estabelecer um parâmetro (se é que há algum). Na de piores fiquei sem criatividade, juntei alguns filmes péssimos e alguns diretores medíocres, e Howard e Sant entraram mesmo já tendo feito filmes que gosto bastante (como Uma Mente Brilhante e Paranoid Park, respectivamente) então foi mais pelos filmes especificados mesmo.

-felipe-2009-01-05 00:03:29

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