Jump to content
Forum Cinema em Cena

A Origem | Inception (Contém Spoilers)


-felipe-
 Share

Recommended Posts

Gostei muito. Acima de tudo achei um puta filme de ação, com a melhor direção do Nolan to date. E não concordo que o filme se "resume" as explicações, gostei delas nesse aqui, até porque apreciei as cenas em que a gente mergulha em um insight maior nos personagens, em especial na relação do Dicaprio com a Cotillard (ambos ótimos). Se é repetitivo ou não nem sei, mas não me incomodou. Achei fácil de se acompanhar, ao contrário do que andaram reportando, mas nem menos interessante por isso; É daqueles que tu fica 2 horas e meia com os olhos grudados na tela, e essa característica por si só já é suficiente, embora Inception agregue mais.

 

Os Alivios cômicos dos filmes do Nolan em algumas cenas por outro lado continuam não funcionando muito imo. São chatinhos. 
Beckin2010-08-11 11:47:53
Link to comment
Share on other sites

  • Replies 695
  • Created
  • Last Reply

Top Posters In This Topic

  • Members

Rapaz, eu não ia dizer nada não, mas agora eu vou. 06.gif

 

Sobre essa coisa de os sonhos terem sido muito presos à realidade e menos fantasiosos...

Para mim, isso se explica pelo fato de que são arquitetos que projetam o sonho, especialmente, para que os invasores possam achar as informações que querem. Sendo assim, o sonho teria que ter o máximo de proximidade possível  com o mundo real, senão a galera se perderia full lá dentro, já pensou? Anarquia total?

Então acho que os espaços criados pelo arquiteto no sonho atendem ao objetivo do cliente que recrutou o projeto.

 

Em resumo, live the architects aloooone.

 

Falando nisso...

Não fiquei para ver os créditos finais, mas se o Nolan tiver tido um mínimo de dignidade, ele colocou o M.C. Escher como diretor de arte "in memorian". (06.gif) Só deu os desenhos do cara no design dos sonhos.

 

E com relação à frieza do Nolan. O cara é frio mesmo. Calculista, meticuloso, "realista" na medida do possível, concretista. E foi com todas essas características que ele recuperou a dignidade perdida do morcegão mascarado.

 

Podem reclamar a vontade da frieza dele, mas eu mesma, particularmente, saí da sessão de Inception morrendo de vontade de lascar um beijo naquela boca frígida do Nolan.
Veras2010-08-11 13:20:50
Link to comment
Share on other sites

  • Members

O fato dos sonhos terem sido idealizados por Nolan de forma mais "real" que o esperado está explicado no próprio filme.

 

Quando sonhamos, nós não notamos a estranheza ululante do que está à nossa volta; só nos damos conta disso depois de acordados, caos contrário, SEMPRE teríamos ciência de que estamos sonhando!

 

No filme, eles estão dentro de sonhos que, lógico, parecem bem reais para eles e para nós.

 

Link to comment
Share on other sites

  • Members

Enquanto vcs decem o sarrafo no filme....13 Deveriam fazer filmes em que vc pudesse mudar o roteiro, as cenas, a trilha sonora, a direção, a casca de banana que ficou no chão, enfim tudo, pra ficar do jeitinho que vc quer, já imaginaram, filme customizado, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk a percepção de cada indivíduo é que dá o tempero.05

Como se faz um filme<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

 

 

Interpretações psicanalíticas à parte, A Origem espelha o próprio ofício de fazer cinema. Seu enredo é basicamente o mesmo que envolve a produção de um filme: precisa-se de uma equipe para construir um sonho e alcançar corações e mentes.

O personagem de Leonardo DiCaprio, Dom Cobb, é o diretor – e o ator não parece ter sido escalado por acaso (aliás, dizem as notas de bastidores, ele era a única escolha): tem um tipo físico semelhante ao de Christopher Nolan, com os mesmos cabelos dourados que, <?:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />em A Origem, estão armados no mesmo topete do cineasta britânico.

Como um diretor não pode trabalhar sozinho, Cobb recruta um time. Arthur é seu braço-direito, desempenhando funções que, no mundo do cinema, equivalem às do diretor de fotografia e do montador, o sujeito que dá ritmo aos filmes – é justamente Arthur quem cuida do enquadramento e da sincronia dos sonhos.

Ariadne, a nova arquiteta, é quem projeta os cenários e decora o estúdio do inconsciente. Yusuf, o químico, pode ser visto como o cara dos efeitos especiais: depende de sua mágica para que os espectadores possam sonhar. Saito é o produtor, o homem que entra com a grana e, por isso, se sente no direito de também entrar em cena. E Eames é exatamente o ator, que encarna um papel para “traduzir a razão (o roteiro, digamos assim) em conceitos emocionais”, para cativar a audiência e inserir em sua cabeça/sua alma uma ideia, um sentimento.

Essa reflexão sobre o cinema não é novidade na obra de Nolan. Lembre-se, por exemplo, de Batman Begins (2005), em que ele reconta a origem do super-herói meditando sobre seu próprio trabalho como diretor – as armas de um e de outro são praticamente as mesmas: ilusão, teatralidade, capacidade de assombrar. A noção de coletivo, de que se cinema é uma coisa que se faz em equipe, também é algo muito caro a Nolan. Três nomes do elenco principal atuaram em filmes anteriores do diretor – Cillian Murphy, Ken Watanabe e Michael Caine. O diretor de fotografia Wally Pfister já acompanha Nolan desde Amnésia (2000). O montador Lee Smith está com ele desde Batman Begins, e o compositor Hans Zimmer assinou as trilhas dos batfilmes. Coincidência ou não, os únicos setores importantes em que há nomes novinhos em folha na filmografia de Nolan são os de design de produção e direção de arte. Como Dom Cobb, ele também teve que procurar um novo arquiteto.

[email protected]

TICIANO OSÓRIO

Fonte:http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a3001096.xml&template=3898.dwt&edition=15272&section=999

Link to comment
Share on other sites

  • Members

 

Isso seria válido se o filme fosse em POV. Não é.

 

Por que em 1º pessoa é válido e em 3º não?

 

Eu acho justamente o contrário. 06.gif

Por exemplo, em Brilho Eterno, que também representou efeitos da mente (no caso, lembranças) e que é em point of view, é claro que os cenários eram concretos, afinal, eram lembranças de coisas que ocorreram na vida real. Mas apesar disso, existem vários momentos em que rola uma viagem lá que representou perfeitamente aqueles vácuos e mudanças secas da mente.

E nesse caso eu já acho que a "loucura" só funcionou porque era em 1º pessoa. Se fosse em 3ª não seria o samba do crioulo doido?

 

Acho que essas loucuras da mente, por serem muito intimistas, são ligadas justamente ao indivíduo e não ao coletivo.

 

 

 

Link to comment
Share on other sites

  • Members

Gostei, mas é um típico filme do Nolan. Uma história interessante que tenta ser intrincada, um ação mal feita, sem clímax e um trilha sonora enjoada.

 

Mas, quero punhetação sobre o filme. Não sei se mosquei e perdi algo ou se foi uma lambança do roteiro.

 

Então, temos as camadas dos sonhos asim:

 

Realidade - Avião: eles dormem e o dono do sonho é o dono do sedativo;

 

Sonho 1 - tempo chuvoso: todos para dentro da van. Eles se "conectam novamente e vão para o próximo sonho, comandado pelo menino de 500 dias;

 

Sonho 2 - hotel: todos se conectam no quarto e vão para o sonho do mestre dos disfarces;

 

Sonho 3 - planeta gelado de Roth: aqui que a coisa complica. O espantalho e o japa morrem aqui. Teoricamente eles deveriam ir para o limbo. Mas a Juno e o DiCaprio decidem se conectar e irem para mais um sonho.

 

Ora, se o Espantalho morreu no sonho anterior e não "se conectou" ao Di Caprio e à Juno, por que diabos ele vai parar como "refém" da Mal dentro do sonho do DiCaprio, que seria o Sonho 4 e não no tal limbo?

 

E a sequência final que mostra a Juno acordando em cada uma das etapas dos sonhos faz pensar. O personagem de DiCaprio diz que ele e sua esposa se aprofundaram nos sonhos e que fizeram vários sonhos dentro de outros sonhos até o ponto que ela já não sabia mais se estavam ou não sonhando. Mas quando eles se matam nos trilhos eles acordam na cama como se ali fosse a realidade. No entanto eles teriam que ter apenas acordado para a realidade anterior à daquele sonho, não? Ou seja, isso reforçaria a tese de que a Marion estava certa ao se jogar da janela e que tudo que aconteceu ao DiCaprio continuava sendo sonho.

 

O final que mostra o pião girando sem parar só confirma isso. Não acho que tenha sido um final para se interpretar. Se o pião cai, era verdade, se não cai era sonho. A câmera corta antes que ele caia, então a intenção do diretor ficou clara, sonho.

 

Ainda fica a questão, por que o DiCaprio teria acesso ao limbo em que vivia o japa se ele não estava conectado a ele no mesmo estágio de sonho?
Link to comment
Share on other sites

  • Members

É isso ai...

 

 

 

Num ano de:

 

 

 

Fúria de Titans

 

Livro de Eli

 

Eclipse

 

Esquadrão Classe A

 

Percy Jackson

 

O Lobisomen

 

Sex and the City 2

 

 

 

Vamos "detonar" Inception! aauahuahuaha

 

 

 

Todos estabelecem critérios (mais que) elevados para comparar o filme.

 

 

 

Enfim, acho até válida uma discussão, mas devemos levar em conta o que nos foi apresentado nos últimos anos, e estabelecer o comparativo.

 

 

 

É bem possível que todos chorem com os próximos lançamentos de 2010. como: (Aprendiz de feiticeiro, O último mestre do ar, Ela dança eu danço 3d, Piranha 3d, Atividade Paranormal 2), entre outras bombas...rs

 

 

 

Não há como negar que Inception é um dos grandes filmes do ano, e com certeza vai brigar por umas estatuetas em 2011.

 

 

 

Minha nota para o fime é 9,0.

 

 

 

E sobre bons filmes para este ano, fiquem com as dicas (Almas à venda, Wall Street 2, Splice, Cyrus, RED), entre outros também!

 

 

 

 

 

AbraçosPaulo Vinicius2010-08-12 08:39:02

Link to comment
Share on other sites

  • Members
Gostei' date=' mas é um típico filme do Nolan. Uma história interessante que tenta ser intrincada, um ação mal feita, sem clímax e um trilha sonora enjoada.

 

Mas, quero punhetação sobre o filme. Não sei se mosquei e perdi algo ou se foi uma lambança do roteiro.

 

Então, temos as camadas dos sonhos asim:

 

Realidade - Avião: eles dormem e o dono do sonho é o dono do sedativo;

 

Sonho 1 - tempo chuvoso: todos para dentro da van. Eles se "conectam novamente e vão para o próximo sonho, comandado pelo menino de 500 dias;

 

Sonho 2 - hotel: todos se conectam no quarto e vão para o sonho do mestre dos disfarces;

 

Sonho 3 - planeta gelado de Roth: aqui que a coisa complica. O espantalho e o japa morrem aqui. Teoricamente eles deveriam ir para o limbo. Mas a Juno e o DiCaprio decidem se conectar e irem para mais um sonho.

 

Ora, se o Espantalho morreu no sonho anterior e não "se conectou" ao Di Caprio e à Juno, por que diabos ele vai parar como "refém" da Mal dentro do sonho do DiCaprio, que seria o Sonho 4 e não no tal limbo?

 

E a sequência final que mostra a Juno acordando em cada uma das etapas dos sonhos faz pensar. O personagem de DiCaprio diz que ele e sua esposa se aprofundaram nos sonhos e que fizeram vários sonhos dentro de outros sonhos até o ponto que ela já não sabia mais se estavam ou não sonhando. Mas quando eles se matam nos trilhos eles acordam na cama como se ali fosse a realidade. No entanto eles teriam que ter apenas acordado para a realidade anterior à daquele sonho, não? Ou seja, isso reforçaria a tese de que a Marion estava certa ao se jogar da janela e que tudo que aconteceu ao DiCaprio continuava sendo sonho.

 

O final que mostra o pião girando sem parar só confirma isso. Não acho que tenha sido um final para se interpretar. Se o pião cai, era verdade, se não cai era sonho. A câmera corta antes que ele caia, então a intenção do diretor ficou clara, sonho.

 

Ainda fica a questão, por que o DiCaprio teria acesso ao limbo em que vivia o japa se ele não estava conectado a ele no mesmo estágio de sonho?
[/quote']

 

Faltou didatismo nessa hora em que Fischer morre, pois ninguém conseguiu entender e como eles sabiam que o rapaz estava com um ataque cardiaco e assim usar o desfibrilador???
Link to comment
Share on other sites

  • Members

 

Por que em 1º pessoa é válido e em 3º não?

 

Eu acho justamente o contrário. 06.gif

Por exemplo' date=' em Brilho Eterno, que também representou efeitos da mente (no caso, lembranças) e que é em point of view, é claro que os cenários eram concretos, afinal, eram lembranças de coisas que ocorreram na vida real. Mas apesar disso, existem vários momentos em que rola uma viagem lá que representou perfeitamente aqueles vácuos e mudanças secas da mente.

E nesse caso eu já acho que a "loucura" só funcionou porque era em 1º pessoa. Se fosse em 3ª não seria o samba do crioulo doido?

 

Acho que essas loucuras da mente, por serem muito intimistas, são ligadas justamente ao indivíduo e não ao coletivo.

 

[/quote']

 

Interessante você ter citado o Brilho Eterno. Claro que a proposta e tamanho dos filmes são diferentes, mas ali o sonho (ou memória) é tratada de forma fantasiosa, como são os sonhos. Os sonhos do Nolan são muito quadrados. Veja, sonhos não tem cronologia, não tem lógica e são invariavelmente uma coleção de Greatest Hits. Eu gostei muito do filme, mas não consigo deixar de pensar que o Nolan se prende demais ao seu roteiro. O filme todo é construído para atender as demandas do Roteiro. Não à toa o filme que mais gosto dele é o Prestige, onde ele insere algo fantástico e inexplicável e trata isso como tal.

 

Imagine se, por exemplo, não existissem os "arquitetos" e os demais personagens embarcassem no sonho do Murphy, com quebras temporais, cenários sendo alterados repentinamente, sendo atacados por dragões, crianças, enfim, um ambiente caótico. Isso faria com que o Nolan diretor rompesse as amarras do Nolan roteirista, mesclando o processo criativo entre roteiro e direção. E na minha opinião poderia gerar um filme mais marcante do que este.

 

 

 

Link to comment
Share on other sites

A idéia toda dos sonhos serem de alguma forma mais parecidos com a nossa realidade e menos fantasiosos (em forma, na tese) me atrai, pra dizer a verdade. Eu gostei muito da descontrução de cenários e dos  toques de intrusão (trem no meio da cidade) que foram surgindo nas diferentes camadas em que os personagens vão passando. Acho interessantíssima essa questão de confusão entre a diferenciação do sonho e a realidade, a ponto da imersão no estado de inconsciência refletir muito daquilo que é a interpretação do mundo da pessoa (sem que pra isso precise haver uma disparidade tão grande assim da realidade)  com a diferença de que eventos extraordinários, aparentemente absurdos são absorvidos com naturalidade. De um jeito pode lembrar a vida real mas com possibilidades infinitas de acontecimentos. Acredito que a mente funcione muito também nesse aspecto de uma descontrução não total da realidade, e muitas vezes o aspecto fantasioso tá mais ligado a determinadas características intrínsecas do que a forma como o todo é percebido. E concordo com a Veras em um certo sentido do que foi colocado no post dela. Como um exemplo, o objetivo da equipe era simular um mundo que fosse acomodável as expectativas do Ficsher e que fosse mais propicio ao propósito deles. Lógico que assim que todos chegaram na primeira camada a coisa se mostrou bem diferente do que os mesmos esperavam (por causa das projeções, treinamento de defesa do subconsciente e etc) mas a expectativa inicial era a de que eles pudessem usar aquele contexto familiar pra fazer a inserção. É uma realidade distorcida, como muitos sonhos são. E não vejo isso como uma falta de imaginação ou como uma contração desse elemento fantasia, até porque quanto mais fundo a gente mais vai nas camadas mais eu senti e vivenciei esses aspectos, de maneira que fiquei imerso naqueles outros mundos, aparentemente parecidos mas muito diferentes ao mesmo tempo.

 

Eu gostei do uso da trilha sonora, que é bem presente mesmo.

 

 

É isso ai...

Num ano de:

Fúria de Titans
Livro de Eli
Eclipse
Esquadrão Classe A
Percy Jackson
O Lobisomen
Sex and the City 2

Vamos "detonar" Inception! aauahuahuaha

Todos estabelecem critérios (mais que) elevados para comparar o filme.

Enfim' date=' acho até válida uma discussão, mas devemos levar em conta o que nos foi apresentado nos últimos anos, e estabelecer o comparativo.

É bem possível que todos chorem com os próximos lançamentos de 2010. como: (Aprendiz de feiticeiro, O último mestre do ar, Ela dança eu danço 3d, Piranha 3d, Atividade Paranormal 2), entre outras bombas...rs

Não há como negar que Inception é um dos grandes filmes do ano, e com certeza vai brigar por umas estatuetas em 2011.

Minha nota para o fime é 9,0.

E sobre bons filmes para este ano, fiquem com as dicas (Almas à venda, Wall Street 2, Splice, Cyrus, RED), entre outros também!


Abraços[/quote']

 

Que Bobagem....

 

E que legais essas tuas dicas de filmes "bons" que nem estreiaram ainda.

 
Beckin2010-08-12 11:04:48
Link to comment
Share on other sites

  • Members
Por que em 1º pessoa é válido e em 3º não?

Eu acho justamente o contrário. 06.gif
Por exemplo' date=' em Brilho Eterno, que também representou efeitos da mente (no caso, lembranças) e que é em point of view, é claro que os cenários eram concretos, afinal, eram lembranças de coisas que ocorreram na vida real. Mas apesar disso, existem vários momentos em que rola uma viagem lá que representou perfeitamente aqueles vácuos e mudanças secas da mente.
E nesse caso eu já acho que a "loucura" só funcionou porque era em 1º pessoa. Se fosse em 3ª não seria o samba do crioulo doido?

Acho que essas loucuras da mente, por serem muito intimistas, são ligadas justamente ao indivíduo e não ao coletivo.

[/quote']

Interessante você ter citado o Brilho Eterno. Claro que a proposta e tamanho dos filmes são diferentes, mas ali o sonho (ou memória) é tratada de forma fantasiosa, como são os sonhos. Os sonhos do Nolan são muito quadrados. Veja, sonhos não tem cronologia, não tem lógica e são invariavelmente uma coleção de Greatest Hits. Eu gostei muito do filme, mas não consigo deixar de pensar que o Nolan se prende demais ao seu roteiro. O filme todo é construído para atender as demandas do Roteiro. Não à toa o filme que mais gosto dele é o Prestige, onde ele insere algo fantástico e inexplicável e trata isso como tal.

Imagine se, por exemplo, não existissem os "arquitetos" e os demais personagens embarcassem no sonho do Murphy, com quebras temporais, cenários sendo alterados repentinamente, sendo atacados por dragões, crianças, enfim, um ambiente caótico. Isso faria com que o Nolan diretor rompesse as amarras do Nolan roteirista, mesclando o processo criativo entre roteiro e direção. E na minha opinião poderia gerar um filme mais marcante do que este.


 

É bem por aí (ia dar quote no texto do Alex também, mas fiquei com preguiça 06 ). O Nolan se limita em prol de satisfazer o publico leigo (ou vai ver ele que que é meio bobinho mesmo 06 ), daí que o filme se posiciona frente um oceano de possibilidades, mas ele acaba se cercando dentro de uma piscininha de plástico.
Link to comment
Share on other sites

  • Members


Interessante você ter citado o Brilho Eterno. Claro que a proposta e tamanho dos filmes são diferentes' date=' mas ali o sonho (ou memória) é tratada de forma fantasiosa, como são os sonhos. Os sonhos do Nolan são muito quadrados. Veja, sonhos não tem cronologia, não tem lógica e são invariavelmente uma coleção de Greatest Hits. Eu gostei muito do filme, mas não consigo deixar de pensar que o Nolan se prende demais ao seu roteiro. O filme todo é construído para atender as demandas do Roteiro. Não à toa o filme que mais gosto dele é o Prestige, onde ele insere algo fantástico e inexplicável e trata isso como tal.

Imagine se, por exemplo, não existissem os "arquitetos" e os demais personagens embarcassem no sonho do Murphy, com quebras temporais, cenários sendo alterados repentinamente, sendo atacados por dragões, crianças, enfim, um ambiente caótico. Isso faria com que o Nolan diretor rompesse as amarras do Nolan roteirista, mesclando o processo criativo entre roteiro e direção. E na minha opinião poderia gerar um filme mais marcante do que este.


[/quote']

 

Não tinha olhado por essa perspectiva... Repensando agora, o filme é incrivelmente quadrado MESMO.
Link to comment
Share on other sites

  • Members

Isso vai ser longo' date=' bem longo. Rs.

 

Infelizmente, o filme não rolou comigo. O Deadman pediu, lá no tópico "O que você anda vendo e comentando", que eu falasse o porquê disso, mas achei melhor fazê-lo aqui, é mais apropriado. Não vou entregar nenhum elemento da trama especificamente, mas alerto que não há como comentar o que eu não gostei sem falar da estética do filme, das escolhas de seu diretor. Portanto, se você não quer saber absolutamente nada do filme pra não estragar surpresas, é melhor não ler.

 

Há uma expressão em inglês que define direitinho o que eu penso do trabalho do Christopher Nolan: bland. O cinema dele é plano, não tem saliências nem reentrâncias; meticulosamente trabalhado, do tipo que é praticamente impossível encontrar furos (não que eu os procure), mas não tem muito sabor nem marca registrada. Todas essas características se aplicam a Inception, que me parece ser algo como a definição do próprio cinema do Nolan.

 

O filme - que é derivativo pra cacete, vai desde Ano Passado em Marienbad até Matrix, passando por Missão: Impossível - tem algumas coisas que me incomodam um pouco e uma outra que me incomoda muito. Dos incômodos menores, além da derivação, me chama a atenção a maneira burocrática como Nolan retratou os sonhos. Tudo é tão mundano, tão apegado ao real, que em um determinado momento, minha mulher perguntou:

 

- Eles estão sonhando?

- Estão.

- E cadê o sonho mesmo?

 

Eu encolhi os ombros e apontei pra tela com o queixo. Não havia realmente nada que indicasse uma outra realidade, nenhum elemento que remetesse a um mundo sem regras, onde a mente corre solta. O máximo que Nolan faz é retratar a sabotagem própria do inconsciente por meio de capangas armados (!). Como nos demais filmes desse diretor, eu penso que sobra competência na execução, mas falta criação. Falta uma visão maior, com mais amplitude, algo que rompa fronteiras de fato. A única parte em que isso ameaça acontecer é no tal Limbo - eu fiquei animado vendo aquelas imagens, mas a coisa toda durou muito pouco. Inception é menos sobre sonhos e muito mais um conjunto de sequências de ação paralelas e coordenadas (muito bem coordenadas, na verdade) por elementos temporais - os gatilhos que ele chama de chutes. De sonho mesmo, ele não tem quase nada.

 

Outro ponto que me chateou foi os personagens - aliás, a ausência deles. Inception tem dois personagens, sendo que um é muito mal desenvolvido - Cobb - e outro é razoavelmente desenvolvido - Mal. Os demais sequer merecem ser chamados de personagens, não passam de funções de roteiro, cuja existência é justificada apenas pra dar andamento à trama. O filme começa, acaba e você não sabe uma linha sequer sobre Arthur, Ariadne, Eames etc. E ele tinha um puta elenco à disposição, viu...

 

O que explica esse desinteresse pelos personagens é justamente o que mais me incomoda no filme, a total ênfase na trama em detrimento de qualquer outra coisa. Já foi dito aqui nesse tópico, muitas vezes, que o filme é explicado demais, e é verdade (o filme é explicado pra caralho). Mas o que me aborreceu não foi a mera presença de explicações, e sim o fato de que Inception praticamente se resume a elas. E as explicações não param, é um troço incessante. Eu não me lembro de nenhum diálogo mais casual, mais solto, todos têm como único objetivo explicar, instruir, não deixar o espectador se perder. Mais um pouco e o Nolan colocaria exercícios de fixação na tela, tenho certeza.

 

Esse volume brutal de explicações não deixa espaço pra mais nada. O filme se torna intrusivo porque não permite reflexões, ele não dialoga com o espectador simplesmente porque fala sem parar. Como Nolan tem um talento natural para compor planos, alguns deles são absurdamente bonitos, e é uma pena que ele sequer tenha se demorado muito neles. Simplesmente não dava tempo. O filme é um grande labirinto no qual você leva duas horas e meia pra sair, mas tudo nele é cronometrado e o caminho da saída está indicado por meio de sinais luminosos.

 

É isso. Não estou querendo chover no desfile de ninguém, já que o pessoal aqui curtiu tanto. Estou apenas comentando o porquê de eu ter considerado esse filme cansativo e limitado. Esses mesmos elementos, que eu considero negativos, provavelmente são irrelevantes para os demais, ou mesmo positivos, tanto que ninguém mais desse fórum desgostou do filme, só eu. Viva a subjetividade.

 

Veja o filme, Dead. É muito mais provável que você goste do que desgoste.

 
[/quote']

 

Genial esse comentário... resumindo ele em uma única frase: Nolan faz um cinema incrivelmente seguro, sem riscos, por mais belo esteticamente que seja... E por isso mesmo que ele não pode ser considerado um gênio, não por enquanto.

 

Aliás, talvez seja essa a razão que eu ache Prestige o melhor filme dele. Ali existe um princípio de risco, um princípio de surto, de burlar as regras.
Link to comment
Share on other sites

  • Members

 Interessante perceber como uma perspectiva um pouquinho mais crítica em relação ao "formato" adotado pelo Nolan na condução do filme (Sapo, Alexei e Schon) parece matar o filme (ok, se não matar, limitá-lo) quando a premissa tinha tudo para fazê-lo, simplesmente, genial.

 Definitivamente, vou conferir o filme com os dois pés atrás...  

 

 PS: "Memento" e "The Prestige" são os filmes que mais gosto. O primeiro por burlar expectativas e a lógica temporal da narrativa e o último pelo "princípio de surto", pelo fantasioso.
Deadman2010-08-12 13:43:56
Link to comment
Share on other sites

  • Members

 Ahh, mas eu não li os spoillers descarados postados aqui, não.  Aliás, nem aqui, nem em nenhum lugar. A única coisa que tô sabendo previamente é que é um filme "redondo", controlado e que segue, rigidamente, meticulosamente às regras.

 (Bizarra esta última frase se considerar que é um filme que se passa no mundo dos sonhos... 09 06)
Link to comment
Share on other sites

  • Members

Então' date=' temos as camadas dos sonhos asim:

 

Realidade - Avião: eles dormem e o dono do sonho é o dono do sedativo;

 

Sonho 1 - tempo chuvoso: todos para dentro da van. Eles se "conectam novamente e vão para o próximo sonho, comandado pelo menino de 500 dias;

 

Sonho 2 - hotel: todos se conectam no quarto e vão para o sonho do mestre dos disfarces;

 

Sonho 3 - planeta gelado de Roth: aqui que a coisa complica. O espantalho e o japa morrem aqui. Teoricamente eles deveriam ir para o limbo. Mas a Juno e o DiCaprio decidem se conectar e irem para mais um sonho.

 

Ora, se o Espantalho morreu no sonho anterior e não "se conectou" ao Di Caprio e à Juno, por que diabos ele vai parar como "refém" da Mal dentro do sonho do DiCaprio, que seria o Sonho 4 e não no tal limbo?

 [/quote']

 

Não existe sonho 4... a Ariadne projetou 3 camadas de sonho. Terminando estas camadas você vai parar no limbo, o mesmo limbo para todos.
Link to comment
Share on other sites

Join the conversation

You can post now and register later. If you have an account, sign in now to post with your account.

Guest
Reply to this topic...

×   Pasted as rich text.   Paste as plain text instead

  Only 75 emoji are allowed.

×   Your link has been automatically embedded.   Display as a link instead

×   Your previous content has been restored.   Clear editor

×   You cannot paste images directly. Upload or insert images from URL.

Loading...
 Share

Announcements


×
×
  • Create New...