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Forum Cinema em Cena

Os Queridinhos e os Odiados do Fórum CeC


Engraxador!
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Adorado? Qualquer coisa q Shy fizer.

 

Se ele filmar um jardim crescendo' date=' diariamente, 24 horas por dia. O pessoal por aqui encontrará sinais do apolypse no filme. 06

[/quote']

 

Indeed... Peça para o Bay tomar umas aulinhas com o Shy...

 

Ah...daí, nos primeiros 2 minutos, dois mísseis atingiriam o jardim inteiro e não teria mais filme. 06

 

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Pelamordedeus' date=' o 'segredo' revelado pelo pai de Ivy não é o pulo de gato do filme e nem é aí que está a força do filme! Quando as criaturas apareceram pela primeira vez eu já tinha sacado que tinha alguma coisa 'estranha' naquilo tudo...

 

E sobre o VERDADEIRO segredo, alguém poderia me dizer se dá pra sacar 'fácil, fácil'?
[/quote']

 

Sua época é o maior segredo. Afinal achamos estamos no passado, mas estamos no presente. Tudo mundo que viu o filme percebe isto Dook, o mundo de isolação e bitolação deles era tão problemático, que preferiram se isolar do mundo de vez e da época.  

É isto que salva a maior parte do filme na minha opinião. O que foi apontado pelo Troy é o que sempre me incomodou. É uma das falhas do roteiro na quals eles poderiam revelar o segredo depois (esquece o antes. Errei...06) da morte da suposta criatura que queria matar a Ivy. No mais o conjunto da obra é que se salva o filme, além do mais algumas atuações me soaram forçadas e tem um roteiro que falha em partes.

Plutão Orco2007-09-21 16:54:43
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Pra mim, o maior "segredo", por assim dizer, é o tapa que o Shy dá em quem esperava mais uma das suas "revelações". Quem ignora o contexto e a ordem da filmografia, perde muito do que A Vila tem a oferecer. Ele deixa os espectadores com aquela cara de "oh!", mas por motivos completamente inusitados (e ainda mais surpreendentes), fazendo do seu final quase que um corte (desculpem, me fugiu o nome do recurso). Assistir às reações das pessoas àquele final é interessantísimo. "tá, mas acabou? Ah, não acredito!". É como se ele dissesse "querem minha 'grande revelação'? Então chupem, porra!".

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Eu gostei de A Vila, mas não acho genial. É um bom suspense autoral com um comentário social, e sempre que vejo alguém cavando demais o filme, dá uma leve sensação de superestimação. Por mais ricas que as interpretações sejam, acho que o Shy não tinha nem idéia que isso ia acontecer, e se realmente existe algo genial no filme (e que pra mim teria passado em branco), parece que foi feito "sem querer". Mas isso é algo 100% subjetivo, e eu respeito a opinião de quem idolatra o filme.

 

 
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Tem duas surpresas apenas. Não consegui ver nada além. E as supressas são a época real e origem da criatura. Temos ainda um final que acaba <?:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />em aberto.  Mas o final em aberto não é uma surpresa. É apenas um dos muitos filmes que fazem isto, embora não seja comum no cinema comercial. <?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

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Tem duas surpresas apenas. Não consegui ver nada além. E as supressas são a época real e origem da criatura. Temos ainda um final que acaba <?:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />em aberto.  Mas o final em aberto não é uma surpresa. É apenas um dos muitos filmes que fazem isto' date=' embora não seja comum no cinema comercial. <?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

[/quote']

 

Você leu o que eu disse?
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Já eu acho A Vila uma bosta. Bem filmada, é verdade (Roger Deakins?), mas uma bosta ainda assim. E não me refiro às surpresas, ou à quantidade delas, ou à falta delas, ou ao que diabos o diretor estava querendo dizer com aquilo. Comigo não rolou e não sinto nenhuma falta, na verdade.

 

"tá' date=' mas acabou? Ah, não acredito!". É como se ele dissesse "querem minha 'grande revelação'? Então chupem, porra!".[/quote']

 

Ainda que esse não seja o cerne do problema comigo (até por achar interessante quando o artista desafia esperanças de seus admiradores), tomara que Shyamalan não tenha sido idiota a esse ponto. Seria como penalizar o público por acreditar em expectativas que ele mesmo cultivou. Quem esteve usando essa linguagem cinematográfica desde O Sexto Sentido? O espectador é que não foi.

 

No dia em que o cineasta não acreditar na capacidade de sua própria platéia, ele está acabado. Melhor mudar de ofício (para um que não exija habilidades de comunicação, pelo menos).

 
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Heresia suprema... Nem vou questionar os pontos que acho 13 pq aqui não é o tópico do filme...

 

Mas vou dar corda nisso aqui:

 

Ainda que esse não seja o cerne do problema comigo (até por achar interessante quando o artista desafia esperanças de seus admiradores)' date=' tomara que Shyamalan não tenha sido idiota a esse ponto. Seria como penalizar o público por acreditar em expectativas que ele mesmo cultivou. Quem esteve usando essa linguagem cinematográfica desde O Sexto Sentido? O espectador é que não foi.
[/quote']

 

Hitchcock sempre usou uma linguagem característica em seus filmes... Chega Vertigo que dispara numa direção COMPLETAMENTE diferente do que ele vinha fazendo há pelo menos 15 anos e o filme fracassa. Devo culpá-lo pq ele 'cultivou expectativas' no seu público? Ou será que o público esperava uma coisa e Hitch entregou outra?

 

No dia em que o cineasta não acreditar na capacidade de sua própria platéia' date=' ele está acabado.[/quote']

 

Não creio em incapacidade da platéia... Creio em comodismo...
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Heresia suprema... Nem vou questionar os pontos que acho 13 pq aqui não é o tópico do filme...

 

 

Não é heresia não' date=' é só uma opinião mesmo. Questionar nem iria adiantar muito, já que eu considero uma perda de tempo repetir todos aqueles argumentos de antes. Nem o filme vale a pena, diga-se de passagem.

 

 

Hitchcock sempre usou uma linguagem característica em seus filmes... Chega Vertigo que dispara numa direção COMPLETAMENTE diferente do que ele vinha fazendo há pelo menos 15 anos e o filme fracassa. Devo culpá-lo pq ele 'cultivou expectativas' no seu público? Ou será que o público esperava uma coisa e Hitch entregou outra?

 

 

Isso não tem nada a ver com o que escrevi, mas ainda assim, a que fracasso você se refere? De público? De crítica? Nenhum dos dois atrapalha minha leitura de um filme, mas eu preciso saber de que dimensão de fracasso você está falando. E esse tal fracasso se deveu apenas à mudança de rumo? Ou outros fatores estão envolvidos?

 

A quebra das expectativas que Vertigo - nos seus dizeres - representou é o fim ou apenas um meio? Talvez eu não tenha sido claro o suficiente quando comentei o que o Forasteiro tinha dado a entender, mas foi essa a minha ênfase. Não custa repetir, inclusive com as mesmas palavras: acho interessante quando o artista desafia esperanças de seus admiradores. Se isso se torna o próprio objetivo da obra de arte, no entanto, vira uma tolice sem tamanho. O confronto pelo confronto no caso de A Vila seria um grande atestado de mediocridade, algo do tipo "vejam, eu também sei dirigir filmes sem twist endings!" E daí? Quem deu a entender o contrário, cara pálida, a não ser você mesmo? Essa contradição absurda é que me levou a postar aqui; do contrário eu nem perderia meu tempo.

 

Só pode ser um idiota a pessoa que faz uma coisa dessas, e é por isso que eu continuo dando ao Shyamalan (um sujeito que fez filmes maravilhosos como O Sexto Sentido e Corpo Fechado, e meu gosto por eles não tem nada, absolutamente nada a ver com surpresas) o benefício da dúvida. Por hora, enquanto estou de bom humor. Hehe

 

Não creio em incapacidade da platéia... Creio em comodismo...

 

E eu creio em ruindade do material mesmo. Sabe, a última coisa que eu sou ao ver um filme é preguiçoso. Devo até ter outros defeitos enquanto espectador, coisas que posso muito bem desconhecer. Mas má vontade para embarcar na proposta de um filme, não. Por se tratar de uma coisa que eu reservo tantas horas da minha semana, seria até muita esquizofrenia da minha parte se eu agisse assim.

 
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Não é heresia não' date=' é só uma opinião mesmo. Questionar nem iria adiantar muito, já que eu considero uma perda de tempo repetir todos aqueles argumentos de antes. Nem o filme vale a pena, diga-se de passagem.
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Força de expressão, já ouviu falar? Da próxima vez uso um emoticon aí dispersa qualquer dúvida ou mal entendido...

 

Quanto aos argumentos, quais? De que o filme é extremamente pretencioso pois Shyamalan 'dá um salto maior que a perna'? De que Saura, Bergman, Fassbinder e Solondz - diretores que não tem absolutamente qualquer semelhança com o cinema de Shyamalan - fizeram melhor?

 

Aí repito o que já disse anteriormente: o que vai sair se eu comparar Kubrick com Michael Bay?

 

E o que significa 'nem o filme vale a pena, diga-se de passagem', quando há um comentário seu relativamente recente no cCc dizendo o seguinte:

 

Gosto mais dos primeiros' date=' até Sinais, que é uma espécie de ponto crítico na filmografia do cara (o turning point, momento em que a megalomania passou a invadir áreas mais funcionais de seu cérebro).

Depois disso o caldo começou a entornar, ainda que não sejam filmes ruins.
[/quote']

 

E aí vc me vem falar que o filme é uma bosta? 09

 

Isso não tem nada a ver com o que escrevi' date=' mas ainda assim, a que fracasso você se refere? De público? De crítica?(1) Nenhum dos dois atrapalha minha leitura de um filme, mas eu preciso saber de que dimensão de fracasso você está falando. E esse tal fracasso se deveu apenas à mudança de rumo? Ou outros fatores estão envolvidos? (2)
[/quote']

 

1) De ambos;

 

2) Leia uma das críticas e tire a conclusão por si mesmo:

 

"A última meia hora é tão sem sentido como a água parada, depois disso não há mais suspense e não resta nenhum mistério, exceto o mistério de saber quem se importa com o que vai acontecer." (The London Observer);

 

Só aí já dá pra perceber a 'expectativa' que Hitch sempre criou no público e na crítica com seus filmes, expectativa essa frustrada com Vertigo que só teve seu devido reconhecimento anos mais tarde, figurando hoje na maioria das listas como um dos melhores filmes de todos os tempos...

 

A quebra das expectativas que Vertigo - nos seus dizeres - representou é o fim ou apenas um meio?

 

Em que sentido? Dentro da filmografia do Hitch ou intrínseco ao próprio filme?

 

Talvez eu não tenha sido claro o suficiente quando comentei o que o Forasteiro tinha dado a entender' date=' mas foi essa a minha ênfase. Não custa repetir, inclusive com as mesmas palavras: acho interessante quando o artista desafia esperanças de seus admiradores. Se isso se torna o próprio objetivo da obra de arte, no entanto, vira uma tolice sem tamanho. [/quote']

 

Qual seria o objetivo ético, viável então, do diretor desafiar as esperanças de seus admiradores, em sua opinião? O diretor é refém de seu público ou é autônomo para se expressar da forma como melhor lhe convém?

 

O confronto pelo confronto no caso de A Vila seria um grande atestado de mediocridade' date=' algo do tipo "vejam, eu também sei dirigir filmes sem twist endings!" E daí? Quem deu a entender o contrário, cara pálida, a não ser você mesmo? Essa contradição absurda é que me levou a postar aqui; do contrário eu nem perderia meu tempo.[/quote']

 

Então das duas uma: a) ou eu não entendi o que você disse; B) ou vc quis dizer uma coisa e disse outra. Repito o trecho que vc escreveu que me levou a fazer o comentário:

 

Seria como penalizar o público por acreditar em expectativas que ele mesmo cultivou. Quem esteve usando essa linguagem cinematográfica desde O Sexto Sentido? 

 

Se eu estou acostumado a fazer filmes dentro de uma 'receita de bolo' e de repente faço um filme deliberadamente diferente estou penalizando meu público pelas expectativas que supostamente EU gerei nele? A questão é: quem gera expectativa? O diretor ou o público que espera exatamente a mesma coisa no filme posterior daquele diretor que ele tanto admira? Não consigo pensar em nada mais arrogante do que jogar para o diretor a culpa pelas minhas expectativas não terem sido satisfeitas. Uma coisa é a expectativa que eu crio' date=' outra é o material que o diretor me apresenta. Para evitar mal entendidos, costumo ver diversos filmes que eu tinha 'expectativa' duas vezes. É na segunda que eu elaboro a minha posição final. E mesmo no caso de não gostar, JAMAIS eu me dou à posição prepotente de dizer 'o filme não correspondeu às minhas expectativas'. Digo somente o que funcionou e o que não e pronto.

 

Como eu já disse diversas vezes no fórum, filmes são o que eles são, não que gostaríamos que ele fosse.

 

Veja, não estou aqui dizendo que é o seu caso, estou apenas ilustrando a questão utilizando seu ponto como base.

 

Ademais, A Vila tem twist ending se vc não percebeu... Mas o público é tão acomodado que espera algo escancarado, com direito a flashback (o único problema narrativo de todos os filmes do Shy, IMO) mastigando tim-tim por tim-tim o que está acontecendo ali. Em A Vila isto não ocorre. O twist é totalmente visual. Cabe a você, enquanto expectador, prestar atenção ao que está vendo. Culpar o diretor depois é cômodo demais.

 

Again, não estou dizendo que é o seu caso...

 

Só pode ser um idiota a pessoa que faz uma coisa dessas, e é por isso que eu continuo dando ao Shyamalan (um sujeito que fez filmes maravilhosos como O Sexto Sentido e Corpo Fechado, e meu gosto por eles não tem nada, absolutamente nada a ver com surpresas) o benefício da dúvida. Por hora, enquanto estou de bom humor. Hehe

 

Rapaz... imagina vc de mau humor então... 12

 

E eu creio em ruindade do material mesmo. Sabe' date=' a última coisa que eu sou ao ver um filme é preguiçoso. Devo até ter outros defeitos enquanto espectador, coisas que posso muito bem desconhecer. Mas má vontade para embarcar na proposta de um filme, não. Por se tratar de uma coisa que eu reservo tantas horas da minha semana, seria até muita esquizofrenia da minha parte se eu agisse assim.
[/quote']

 

Eu não diria 'má vontade', mas repito aqui o que disse no cCc quando discutimos sobre o filme:

 

Fassbinder não faz cinema comercial' date=' nem Saura, nem Godard... Shyamalan faz... é essa mistura entre o comercial dispensável, a utilização da fórmula e o relevante que faz de Shyamalan um diretor especial em meio ao LIXO disponível hoje em dia... Não se trata de condescendência, mas sim de compreensão da proposta feita pelo diretor.
[/quote']

 

Portanto, às vezes me parece que vc não consegue compreender que um filme comercial que envereda por um assunto complexo não tem a intenção de 'mudar a vida de ninguém'. Um filme comercial que aborda um tema complexo quer apenas isso: tirar vc da fórmula e te fazer pensar só um pouquinho... E ainda te entreter no processo. Acho isso extremamente válido e, por ora, o Shyamalan tem todo o meu apoio.
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Já eu acho A Vila uma bosta. Bem filmada' date=' é verdade (Roger Deakins?), mas uma bosta ainda assim. E não me refiro às surpresas, ou à quantidade delas, ou à falta delas, ou ao que diabos o diretor estava querendo dizer com aquilo. Comigo não rolou e não sinto nenhuma falta, na verdade.

 

"tá, mas acabou? Ah, não acredito!". É como se ele dissesse "querem minha 'grande revelação'? Então chupem, porra!".

 

Ainda que esse não seja o cerne do problema comigo (até por achar interessante quando o artista desafia esperanças de seus admiradores), tomara que Shyamalan não tenha sido idiota a esse ponto. Seria como penalizar o público por acreditar em expectativas que ele mesmo cultivou. Quem esteve usando essa linguagem cinematográfica desde O Sexto Sentido? O espectador é que não foi.

 

No dia em que o cineasta não acreditar na capacidade de sua própria platéia, ele está acabado. Melhor mudar de ofício (para um que não exija habilidades de comunicação, pelo menos).

 

 

Exatamente por acreditar, que ele usou deste artifício, considerando que seu público (do qual eu também faço parte, sem me sentir "punido") entenderia a sua reversão de expectativa (terminando, pra mim, em algo muito mais excitante e memorável que o final de O Sexto Sentido, pra ficar no exemplo comum).

 

Alex, você não acha que seria muito pior se ele continuasse abastecendo seu público com exatamente aquilo que este exigisse? Se ele não acreditasse na sua platéia, se não desse crédito à sua capacidade de adaptação frente a qualquer elemento que fuja àquilo que ela já esperasse, Shyamalan teria feito apenas mais um dos seus filmes de suspense, e se tornaria um diretor com fórmula colada na testa.
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Putz, tantas coisas pra ler e eu aqui engastalhado por causa desse filme! Esse será um post longo, Dook, também pelo fato de que será o último. Vou fazer como a Scarlett O'Hara e fazer uma promessa: nunca mais mencionarei o nome do filme A Vila novamente! Só assim esse encosto de filme sai de mim. Larga do meu pé, chulé! Ahaha

 

Não vou picotar o post, por isso os números se referem aos seus parágrafos. Abra duas janelas, Dook, ou eu vou dizer que você é comodista... Hehehe

 

1. Não ofenda minha inteligência, é claro que eu já ouvi falar de força de expressão. Meu comentário inicial era muito mais jocoso com a expressão que você usou, 'heresia' (que tem um contexto religioso, algo muito apropriado para o culto que essa bobajada chamada A Vila tem nesse fórum). Mas estava meio pesado também, aí eu suavizei. E sim, meus argumentos são aqueles, mas não posso fazer nada se você não os considera suficientes. Eu os reli ontem e considero, sem nenhuma falsa modéstia, que são muito lúcidos. E sobre a comparação, não estou medindo cineastas, e sim temas e propostas.

 

2. Eu me expressei mal, na verdade. Deveria ter escrito que os últimos filmes do Shyamalan não são de todo ruins. No caso de A Vila, tem Dallas Howard e Roger Deakins, e só. O resto é crap.

 

3. Eu posso tirar minhas próprias conclusões mesmo? Sério? Olhe que eu vou usar isso depois, hein? Ahahah

 

Esse trecho aí do London Observer não trouxe comparação alguma com a filmografia do Hitchcock. Isso está bem claro, aliás. Vertigo é querido pelos seus valores artísticos próprios, e não pelo fato de ter produzido um corte no modus operandi do diretor. Ainda assim, o que isso tem a ver com o ponto que eu comentei no post do Forasteiro? Estou falando do processo que move um diretor ao realizar um filme, e não de resultados. De público, de crítica ou de qualquer outra coisa.

 

O que impele um diretor a fazer um filme? Se esse filme for boa arte, uma resposta sintética seria: ele quer dizer alguma coisa. O cinema é uma forma de linguagem, assim como são a pintura, a escultura e outras artes. Como ele também precisa pagar suas contas, há um interesse financeiro subjacente, e outros como auto-afirmação e vaidade também são possíveis, a lista pode ser longa. Se o diretor tiver outros interesses como primários, aí pode ser comércio ou outras coisas, mas arte, não.

 

Esse é o foco da minha discussão. Todas as querelas sobre os méritos de A Vila (ou a ausência deles) não me interessam. O Forasteiro levantou a possibilidade de A Vila ter como objetivo primário desconstruir uma linguagem cinematográfica que o próprio diretor havia cimentado ao longo de vários anos. Se esse tiver sido a meta principal do filme, então repito: é uma idiotice sem tamanho. Usando os próprios termos do Forasteiro, chupe você seu próprio pau, diretor de merda. Você não fez outra coisa, aliás, desde que resolveu filmar tolices como A Vila ou A Dama na Água. Saia dessa auto-felação e traga uma proposta decente, sim?

 

4. Já respondi, no próprio filme. É muito interessante quando um diretor (ou um músico, ou um pintor) tem um objetivo quando da feitura de sua obra de arte que é incompatível com a linguagem que ele mesmo sedimentou. Isso faz com que ele e sua platéia tenham de se libertar, exercitar outros músculos sensoriais. Bom pra ele e bom para seu público. Por isso é que eu disse que a quebra de paradigmas é mais do que válida quando representa um instrumento, não o fim. Sozinha ela não passa de um mero agente confirmador da repetição do passado. Aí o Shyamalan é muito mais tolo do que eu pensava.

 

5. Também já me pronunciei sobre esse assunto, não é possível que você queira que eu fale novamente! Ainda assim, tem uma outra questão interessante nesse parágrafo. Nunca afirmei que o artista é refém do público, e sim que seria um absurdo o Shyamalan sacrificar a platéia desenvolvendo de maneira pobre uma premissa interessante apenas para provar para si mesmo e pros outros que pode fazer filmes sem twist endings. Seria uma estupidez de marca maior.

 

6. Já falei. E estou mais cansado do que antes com relação a esse filme e sua defesa intransigente dele, se é que isso é possível.

 

7. PUTA MERDA, nem tô acreditando nisso. É CLARO que é o diretor que gera essa expectativa, cacete! Shyamalan faz seu primeiro filme, o público: uau, uma surpresa! Segundo filme: uma surpresa também. tecreiro filme, outra surpresa. Quarto filme: cadê a surpresa? Ah ok, não tem, ou tem uma que nem é muito importante. Mas peraí, você fez um filme só pra me dizer que pode não usar de surpresas?

 

É incrível como você troca as bolas e distorce o que eu escrevi. Nunca afirmei que é papel do diretor satisfazer as expectativas do público, mas isso você não entende, por mais que eu digite aqui. E se não é o meu caso de ser comodista ou qualquer outro defeito que você insiste em atribuir à platéia e não ao diretor (se esquecendo que o sucesso da comunicação depende também de quem fala, e não apenas de quem ouve), porque voce está se referindo a isso?

 

Sabe o que eu acho, rapaz? Que você se morde pelo fato de A Vila não ter a mesma receptividade dos outros filmes desse diretor, ou pelo filme ter sido um fracasso (de crítica ou de público ou sei lá do quê, eu nem me importo). Depois de ler toda essa tempestade num copo d'água, é o que me parece. Se eu fosse você, deixava isso pra lá. Abandone essa cruzada de querer que as pessoas gostem do filme mesmo que a fórceps. Além de poupar cansaço pra você e para os outros, vai te permitir aproveitar mais o filme, sem esse ranço todo.

 

Opa, mas conselhos assim parecem que eu estou querendo ficar por cima da carne seca, então deixa pra lá. Ehehe

 

8. Não, eu estou de bom humor sim. Minha impaciência é pelo fato de que essa merda de filme só traz complicações para quem não gosta. Não gostou, o pobre tem sua existência aqui transformada num inferno, é obrigado a justificar sua opinião tintim por tintim para os integrantes da PIS (Patrulha Ideológica do Shyamalan). E isso chega ao ponto de se insultar quem não gosta do filme, como fez o Forasteiro no post mais infeliz que eu já vi esse usuário, o bom Foras, escrever.

 

9 e 10. Não compreendo isso porque acho uma grande imbecilidade. Só pelo fato de o filme ser comercial, eu tenho que ser condescendente com ele? Ora francamente! Fazer pensar? Sinais me faz pensar muito mais sobre a cultura do medo do que A Vila. E com um bônus, ele ainda toca no poder de persuasão da TV. Mostra uma família completamente desestruturada e com uma TV como o único ponto de contato com o mundo exterior. E enquanto aqueles pobres coitados transformam a própria casa num bunker, o terror interior passa a comandar seus atos tanto quanto o exterior. Ótimo filme, cheio de insights interessantes, 10 vezes mais envolvente que aquela coisa insossa e tacanha que é A Vila.

 

Como você pode ver, Dook, não é o comodismo que me impede de gostar do filme, e sim o fato de que eu o considero ruim mesmo. Graças a Deus, sou dotado de ótima inteligência, suficiente para perceber a maior parte das mensagens que o artista insere em suas obras, explícitas, implícitas ou mesmo subliminares. Mas não no caso de A Vila, um filme que não consegue ser uma alegoria social decente, não consegue ser um drama familiar decente, não consegue ser um suspense decente, não consegue ser porra nenhuma.

 

Ufa, já deu. Esse filme é o próprio arquétipo de "queridinho do CeC", eu acho. Aceitem quem não gosta dele e sejam felizes, ó adoradores, sem insultar ninguém.

 

Avho que esse foi o post mais longo que já escrevi aqui, Bati meu próprio recorde.
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Já eu acho A Vila uma bosta. Bem filmada' date=' é verdade (Roger Deakins?), mas uma bosta ainda assim. E não me refiro às surpresas, ou à quantidade delas, ou à falta delas, ou ao que diabos o diretor estava querendo dizer com aquilo. Comigo não rolou e não sinto nenhuma falta, na verdade.

 

"tá, mas acabou? Ah, não acredito!". É como se ele dissesse "querem minha 'grande revelação'? Então chupem, porra!".

 

Ainda que esse não seja o cerne do problema comigo (até por achar interessante quando o artista desafia esperanças de seus admiradores), tomara que Shyamalan não tenha sido idiota a esse ponto. Seria como penalizar o público por acreditar em expectativas que ele mesmo cultivou. Quem esteve usando essa linguagem cinematográfica desde O Sexto Sentido? O espectador é que não foi.

 

No dia em que o cineasta não acreditar na capacidade de sua própria platéia, ele está acabado. Melhor mudar de ofício (para um que não exija habilidades de comunicação, pelo menos).

 

 

Exatamente por acreditar, que ele usou deste artifício, considerando que seu público (do qual eu também faço parte, sem me sentir "punido") entenderia a sua reversão de expectativa (terminando, pra mim, em algo muito mais excitante e memorável que o final de O Sexto Sentido, pra ficar no exemplo comum).

 

Alex, você não acha que seria muito pior se ele continuasse abastecendo seu público com exatamente aquilo que este exigisse? Se ele não acreditasse na sua platéia, se não desse crédito à sua capacidade de adaptação frente a qualquer elemento que fuja àquilo que ela já esperasse, Shyamalan teria feito apenas mais um dos seus filmes de suspense, e se tornaria um diretor com fórmula colada na testa.

 

Já eu me sinto punido se ele realmente tiver feito um filme ruim só para provar que não está preso à fórmula que ele mesmo elaborou.

 

Em O Sexto Sentido a última coisa que me interessa é o final. Esse filme tem uma cena, maravilhosa (dentre tantas outras), na qual a mãe olha para o desenho feito pelo suor do próprio filho numa mesa. Naquele momento poético até morrer, ela entende que está acontecendo algo muito errado com ele, mas não alcança e, por isso mesmo, se sente incapaz de ajudar. Aquele suor tem muita história. Tem mais significado, mais empatia, mais compreensão da alma humana do que todos os intermináveis minutos do filme que eu agora me recuso a escrever o nome (será "o filme", hehe).

 

O Sexto Sentido fala, entre outras coisas, da agonia de ver alguém sofrer e não poder fazer nada. Fala também de uma coisa até óbvia, que crianças podem sofrer tanto quanto adultos; nosso comportamento ao ver um garotinho se arrebentar no chão e chorar (dizemos "tá doendo não, passou, passou!", minimizando seu sofrimento) revela que essa lição, por mais banal que seja, ainda não foi adequadamente assimilada. É preciso falar dela muitas e muitas vezes.

 

O filme tem muitas outras virtudes na minha opinião, tanto nas idéias quanto em sua execução, em um número tão grande que eu poderia passar o dia inteiro escrevendo, e nenhuma delas tem nada a ver com o fato de o tal lá já estar morto. Cada vez que eu o revejo, aprendo coisas novas e me divirto ainda mais. Nada disso eu obtenho com "o filme".

 

Tanto nesse post quanto naquele tratado que eu escrevi para o Dook, você pode perceber que considero os três primeiros filmes do Shyamalan muito mais que meros suspenses. A quebra da fórmula não me diz nada se não vier acompanhada de um argumento inteligente e um desenvolvimento satisfatório. Nada disso eu vi no "filme". Devo vê-lo com bons olhos só pelo fato de seu diretor estar admitindo que se considera o umbigo do mundo e que, por isso, tem que fazer coisas só para saber que é capaz de contrariar sua própria fórmula? Não creio.

 
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Olha, sobre a Vila, já me comprometi a assistir a esse filme de novo, mas ainda não tive o prazer (ou desprazer, sei lá).

O fato é que achei o filme uma porcaria quando vi também. Não me envolvi com a estória, acho que os posts a respeito do filme, vindo de vários usuários do fórum (incluindo o Foras, o Dook, o Nonô e vários outros) são INFINITAMENTE mais interessantes que o filme em si. Enfim, ele NÃO me transmite nem um décimo do que dizem. E aí? Minha percepção é inferior à de vocês ou simplesmente percebo as coisas de forma diferente (e no caso, não me agrada)?

 Agora, tenho que concordar com o Alexei VEEMENTEMENTE quando diz que há uma defesa extremamente irritante dessa obra de Shyamalan nesse fórum. Pessoal, vocês precisam entender uma coisa importante: não é porque tal usuário não convenceu vocês que não gostou do filme com uma argumentação que OS convençam, que essa justificativa deixa de existir. E aqui não falo de discordância (muito razoável em um fórum de discussão), mas de RESPEITO pela opinião dos outros, coisa que muitas vezes vejo deixar de existir.

E aí não adianta ficar falando que ele não entendeu a estória, que a proposta é muito maior do que ele conseguiu vislumbrar ou algo parecido como já vi ocorrer várias vezes (e aqui não me refiro nem ao fórum, mas a várias pessoas que conheçam que idolatram A Vila).

Também me considero um usuário razoavelmente capaz de compreender propostas e desenvolvimentos de idéias e digo que MESMO que A Vila tivesse sido um sucesso no estabelecimento das propostas que muitos dos defensores viram (e que passa MUITO longe de cumprir), AINDA assim não seria um grande filme pra mim...por quê? Simplesmente porque não as acho tão interessantes pessoalmente para que constituam em nenhum aspecto a obra prima que vejo tratarem aqui no CeC.

Enfim, acho que muitos usuários até falam que gostaram da obra porque são simplesmente ESCULACHADOS quando dizem o contrário. Será que isso é positivo? Será que não é hora de deixar esse culto bobo de lado (sou fãzóide de Donnie Darko e jamais fiz coisa semelhante, mesmo sabendo ser um filme de difícil compreensão) e começar a aceitar a opinião de pessoas que simplesmente não consideram o filme tão bom assim sem diminuí-las por isso (como já vi várias vezes ocorrer no CeC)?

 

Mr. Scofield2007-09-22 11:58:43

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Bom... os dois me conhecem. Sabem que eu falo direto e sem firulas. Quando quero falar 'A' eu falo 'A' e não 'B' querendo dizer 'A'. Não piso em ovos só pq considero os dois meus amigos (pessoais até, embora não tecnicamente isso não corresponda à realidade), mas me pareceu nas duas réplicas aí uma justificativa desesperada em tom extremamente defensivo como se eu e o Foras estívessemos 'convertendo'-os à força.

Me espanta vc, Scofa, dizer que aqui se defende 'ferrenhamente' A Vila quando já cansei de ver posts seus fazendo exatamente o mesmo com Donnie Darko. Será que posso encarar que toda vez que vc conversa sobre o filme com aqueles que não gostaram e/ou não entenderam o faz 'diminuindo-os' pois parte-se do pressuposto que vc coloca o seu ponto de vista como meio para explicar o filme, o que, em uma análise, significaria que vc está querendo dizer que o outro é incapaz de, por si só, entender o filme? Fica pra pensar...

 

Pense também que eu nunca vi Donnie Darko até pq sei que caso eu não compreenda alguma coisa e/ou não goste do filme lá vem o Scofa me mostrar de forma didática o que estava na minha cara e eu não percebi...

 

Depois respondo o Alexei...
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