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Alfred Hitchcock


Na sua opinião, qual é o melhor filme de Alfred Hitchcock?  

85 members have voted

  1. 1. Na sua opinião, qual é o melhor filme de Alfred Hitchcock?

    • A Dama Oculta
      1
    • Disque M para Matar
      8
    • Festim Diabólico
      16
    • Janela Indiscreta
      15
    • Os Pássaros
      3
    • O Homem que Sabia Demais
      1
    • Pacto Sinistro
      2
    • Psicose
      19
    • Topázio
      0
    • Um Barco e Nove Destinos
      0
    • Um Corpo que Cai
      20
    • Outro. Qual?
      3


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Sobre o filme' date=' o Questão e o Dook já falaram tudo, apesar de que eu gostei mais da atuação da Joan Fontaine do que o Questão (não vi Rebecca): a cena do leite é ótima, mas o final deixa a desejar bastante. Não foi surpresa o fato de o final ter sido obrigado pelos produtores, algo semelhante aconteceu em Aurora, de F. W. Murnau, em que eu quase chorei na metade e provavelmente choraria horrores no final original, mas, alterado, o filme perde um pouco do sentido.

Fiquei curioso em ver o trailer agora.[/quote'] Eu até gostei do trabalho da Fontaine, mas comparado com oq ela fez em REBECCA, torna-se fraco, pois sei q ela podia ter feito melhor.

Link para o trailer(sem legenda)

 

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Durante a pós produção de SUSPEITA, Os Estados unidos entrou na 2ª guerra mundial. Hitchcock começou a pensar então, que seu proximo filme teria q tratar disso.

 A RKO, não quis aceitar um projeto com esse teor, e Selznick, q ainda era dono do "passe"do diretor estava ocupado com outro projeto. Isso levou Hitch para a Universal, q aceitou o projeto. O Proprio Hitchcock escreveu o roteiro de SABOTADOR(SABOTEUR/1942).

axis-conquers-philippines-36.jpg

 

 Na trama, Barry Kane(Robert Cummings) é um operario que trabalha em uma fabrica de aviões, até que um dia, um misterioso incendio ocorre, e nele morre o seu melhor amigo.

 Descobre-se que o incendio foi fruto de uma sabotagem, e a culpa recai sobre Barry. Ele sabe que o culpado é um homem chamado Frank Fry(Norman Lloyd) que fingiu trabalhar na fabrica, e agora desapareceu sem deixar vestigios.

 Em sua fuga para provar sua inocencia, Kane descobre que uma nova e maior sabotagem esta sendo armada pela quinta coluna, um braço nazista dentro dos Estados unidos, liderada por Charles Tobin(Otto Kruger) .

 

 SABOTADOR, foi de certa forma a contribuição de Hitchcock no movimento patriotico que tomou conta dos Estados unidos. O filme é cheio de discursos e frases patrioticas, com direito a embate ideologico. Se  CORRESPONDENTE ESTRANGEIRO, exalta o fato dos americanos estarem fora da guerra, SABOTADOR deixa o povo em alerta.

 O filme segue aquela velha formula de Hitchcock, homem acusado injustamente foge pra provar sua inocencia, nada muito diferente de outros filmes como OS 39 DEGRAUS e JOVEM E INOCENTE.

Não há muitas sequencias dignas de nota nesse filme, tirando o excelente climax na estatua da liberdade, tanto na construção do suspense, quanto nos detalhes tecnicos, tudo muito bem feito.

 Robert Cummings, em seu 1º trabalho com Hitchcock tem uma atuação correta, nada mais. Não existe quimica entre ele e sua companheira de cena, Priscilla Lane, q vive a impetuosa patricia, modelo e sobrinha de Philip Martin(Vaughan Glaser), um velho cego q acolhe Barry.

 Esse personagem merece destaque, pois é de uma fé inabalavel, e mesmo sendo cego, vê muito mais do q os outros. é um cliche, mas um cliche muito bem utilizado, sem dizer q esse personagem faz o unico discurso patriotico do filme q se aproveita.

 A trupe do circo tambem é muito interessante, quase um elemento surreal no meio da historia, q corria o risco de ser destoante, mas felizmente isso não ocorre.

 Otto Kruger consegue conferir um pouco de humanidade a seu vilão, fugindo da figura raivosa que os nazistas tinham nos filmes da epoca, e mesmo hoje.

 

 Algumas curiosidades que merecem ser destacadas, Hitchcock queria Gary Cooper para o papel, mas ele recusou, foi a segunda vez q Cooper disse não a Hitchcock, a 1ª foi em CORRESPONDENTE ESTRANGEIRO.

 A classica aparição do mestre se dá com ele parado em frente a uma tabacaria, mas originalmente, ele apareceria como um surdo mudo, que no fundo da tela tentaria falar com uma mulher e levaria uma bofetada. A cena foi vetada pelo estudio por ser considerada ofensiva aos surdos mudos.

 Na cena em q Frank Fry anda de taxi em Nova york e passa por um navio semi naufragado , o navio de fato foi afundado em um caso real, Hitchcock só requisitou as imagens do navio.

 Aqui tem um spoiler, então só leia se já víu o filme.

 Hitchcock considerou um erro o fato de Fry se redimir no final, segundo Hitch, vilão bom é vilão que não se arrepende do q faz.

 Eu teria mais algumas  coisas pra falar desse filme, mas deixo o proprio Hitchcock fazer.

Valeu16

Truffaut: Eis que chegamos agora a Sabotador, e em Hollywood e Nova Iorque em 1942, e que é preciso não confundir com seu filme inglês, O marido era o Culpado (1936). Esse filme é explorado há quase vinte anos na França sob o título de Quinta Coluna. Um jovem empregado em uma fábrica de armamentos é acusado sem razão de uma sabotagem. Ele foge, encontra uma moça que de início quer entregá-lo à polícia, depois decide ajudá-lo. Isso se parece com o resumo de quase todos os seus filmes de perseguição, mas todo mundo sabe de que filme se trata quando se faz alusão ao final que se desenrola no topo da estátua da Liberdade.

Hitchcock: Com Sabotador, nos encontramos sob o domínio de Os Trinta e Nove Degraus, de Correspondente Estrangeiro ou ainda de Intriga Internacional. Novamente nos vemos diante do MacGuffin, diante das algemas e diante de um roteiro-itinerário. Ainda uma vez, o risco principal de um filme como esse reside na dificuldade de conseguir um ator importante. A cada vez que rodei um filme desses gênero e que o herói não era um astro, parece-me que o resultado foi afetado por isso, pela simples razão de que o público atribui menos importância aos aborrecimentos e problemas de um personagem interpretado por um ator que não lhe é familiar.

Em Sabotador, o papel do herói era interpretado por um ator muito competente, Robert Cummings, mas que pertence a categoria dos atores ligeiros. Seu rosto tem um ar divertido e, quando está realmente em uma má situação, não se pode ler isto em seu rosto.

Segundo problema: eu estava emprestado, ou melhor, alugado, por Selznick, a um produtor independente e o filme ia ser distribuído pela Universal, ora, o estúdio me impôs a estrela feminina principal. Não era uma mulher para um filme de Hitchcok.

Truffaut: Era Priscilla Lane, essa, não se pode nem acusá-la de ser sofisticada! Ela era muito familiar e até um pouco vulgar...

Hitchcock: Sim, nisso fui realmente traído. Chegamos ao terceiro problema: a escolha do vilão. Estávamos em 1941 e havia na América sociedades pró-alemãs que eram chamadas de America Firsters, exatamente fascistas americanos, e foi neles que havíamos pensado ao escrever o roteiro. Para fazer o papel de chefe dos vilões, tinha pensado em um ator muito popular, Harrey Carey. Habitualmente, ele só fazia papéis muito simpáticos e quando o contatei, sua mulher ficou encolerizada: "Estou realmente indignada de que ouse oferecer a meu marido um papel como esse. Afinal, depois que Will Rogers morreu, toda a juventude americana tem os olhos voltados para o meu marido!". Eu estava decepcionado por perder esse elemento de contraponto e finalmente contratamos um vilão convencional: Otto Kruger.

 

 
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 Durante a pós produção de SABOTADOR, o produtor Jack Skirball, da Universal, procurou Hitchcock com o Livo Shadow of a doubt, de Gordon McDonell, para que eles o adaptasssem. Hitchcock lêu o livro e simplesmente adorou a ideia do "mal" visitar uma pacata cidade. Estava plantada a semente para A SOMBRA DE UMA DUVIDA.(SHADOW OF A DOUBT/1943)

shadow-4.jpg

 

 Na trama, o tio Charlie(Joseph Cotten) esta foragido, e vai para a pequena cidade de Santa Rosa, onde sua irmã vive com o marido e os filhos. Lá, a pequena charlie(Teresa Wright) a filha mais velha , esta entediada com a rotina, e fica radiante com a chegada do tio, uma pessoa que gosta muito, e acha que pode sacudir a vida da familia. Logo, esse sonho se transforma em pesadelo, quando Charlie começa a desconfiar que seu querido tio possa ser o serial killer conhecido como "o assassino das viuvas alegres".

 

 Com certeza esta entre os melhores de Hitchcock, a tensão cresce a cada minuto do filme, Wright esta excelente em seu papel da garota inocente, que vai aos poucos descobrindo que o mundo não é tão bonito assim.

 Cotten tambem esta perfeito no papel do ambiguo Tio charlie, um personagem extremamente carismatico, mas que ao mesmo tempo guarda uma grande descrença e raiva no mundo, e ele realmente parece ver em sua familia a salvação, em todos os sentidos. Ele realmente os ama, oque torna tudo mais ironico.

 O alivio comico no meio de toda essa tensão é proporcionado pelo pai da pequena charlie(Henry travers) e seu amigo Herbie Hawkins(Hume cronyn), que passam o tempo todo discutindo sobre assassinato.

 Hitchcock considerava esse filme a sua grande obra prima, acima té mesmo de filmes como PSICOSE, UM CORPO QUE CAI, e JANELA INDISCRETA. Quando perguntado porque, Hitch dizia que fez o filme no meio de uma grande depresssão(sua mãe faleceu durante as filmagens) e que não tinha nenhum grande astro, e mesmo assim o filmme conseguiu agradar publico e critica, e ficou impecavel, ele achava que isso fazia o filme superior aos outros, pois este estava em desvantagem, e mesmo assim venceu.

 Vale resaltar duas curiosidades. A 1ª esta em forma de spoiler. Joseph Cotten procurou Hitchcock, e disse que não estav encontrando uma maneira de compor um assassino. Em resposta,o diretor o levou a um posto de gasolina, e mandou que ele apontasse um assassino alí. Resumindo, um assassino aje como qualquer um, menos na hora de agir.

 A casa que serve de lar para a familia de Charlie era uma locação. Hitchcock achou perfeita, bem como no livro" uma casa de classe media numa rua de classe media". Os donos da casa, querendo fazer bonito, pintaram a casa, quando Hitchcock chegou para gravar, ficou muito decepcionado. Então, mandou a produção deixar a casa com aparencia de gasta de novo06

 

 Fico esperando opiniões sobre esta pequena obra prima.

Valeu16

 
Questão2008-08-05 12:01:53
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A Sombra de uma Dúvida é, na minha opinião, o primeiro filme em que a genialidade do Hitchcock aparece em sua totalidade. Essencialmente, toda a composição da obra é primorosa, desde o apartamento ocupado pelo tio Charlie no início, passando pelos cômodos (e pela escada, ah, aquela escada) da casa da família, por aquele galpão no quintal, a biblioteca... Cada cenário tem uma estória própria, e cada um é tb uma ferramenta que ajuda a construir talvez o melhor clima que Hitch impôs a uma de suas produções. O crescendo de tensão é arrebatador, me deixou com os cabelos em pé. Há que se mencionar ainda a trilha sonora, que de forma bastante sutil enfatiza a descoberta de Charlie sobre a verdadeira identidade de seu tio.

 

E por fim, volto à escada... Aquela cena da sombra projetada no chão ao pé da escada é uma das que eu guardo na memória e de vez em quando tento remontar em pensamento, em detalhes. Coisa divina.

 

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Esse sim é OP fácil.


Planos absurdamente lindos; seu protagonista é um crápula liso com um motivo para lá de justificável, você quase torce por ele [/pablo]; a mocinha amadurece na base da porrada; o filme é uma crítica ao idealismo que muitas pessoas fazem do mundo e da vida; situar a história em uma cidade pequena, bucólica e inocente que faz do seu visitante uma espécie de "filho" a torna um local extremamente amoral evidenciando uma crítica ao american way of life num filme de 1942!!!!
Tá bom ou quer mais?

 

5/5
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A Sombra de uma Dúvida é tranquilo um dos meu favoritos do Hitchcock. Visualmente é espetacular (tanto pelos planos quanto pela foto e tal), e eu curto muito isso que o Dook falou, que ele praticamente levou o espírito do noir (um monte de sujeira encoberta pelo moralismo, que as coisas não são bem o que parecem, o contraponto entre anos 40) pra um ambiente bucólico algo que era mais urbano. Na maneira dele, claro. E o jeito como ele vai criando a expectativa em torno da relação Charlie/Charlie é fenomenal.

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 Em 1944, Hitchcock decide adaptar o conto Lifeboat de John Steinbeck. Todo rodado em um tanque, Hitchcock começa a rodar UM BARCO E NOVE DESTINOS(LIFEBOAT/1944)

barco-e-9-destinos-poster01.jpg

 

 Na trama, um submarino alemão afunda um navio americano, no bote salva vidas, só restam oito pessoas. Constance Porter(Tallulah Bankhead) uma escritora cetica e até meio egoisa, Gus Smith(William Bendix) um marinheiro com um grave ferimento na perna, Alice MacKenzie(Mary Anderson) uma enfermeira que estava viajando para encontrar o amante, John Kovac(John Rodiak) um marinheiro que não suporta o jeito de Constance, e parece ser o lider natural do grupo,alem de ter tendencias comunistas, Charles Hittenhouse(Henry Hull) um esnobe empresario,a Sra Higgins(Heather Angel) uma mulher em choque com a morte de seu bebe, Stanley Garret(Hume Cronyn, q trabalhou com Hitchcock em seu filme anterior) um marinheiro que nutre uma paixão por Alice, e George Spencer(Canada Lee) um marinheiro negro extremamente religioso.

 O nono passageiro surge na figura de um tripulante  do submarino alemão, que tambem foi destruido(Walter Slezak) oque cria um dilema entre os passageiros da barca, eles devem manter um nazista a bordo?, e ainda mais quando ele parece ser o unico que sabe navegar naquelas aguas?

  UM BARCO E NOVE DESTINOS foi o primeiro filme de Hitchcock que se passa em um unico cenario, no caso, o barco salva vidas onde estão os nove sobreviventes. Este filme esta longe de ser um dos filmes fracos do mestre, mas tambem igualmente longe de ser uma de suas obras primas, oque não é demerito.

 Aqui, o suspence Hitchcockiano é trocado pela agonia de vermos os passageiros sofrendo de fome e sede dia após dia, enquanto o tempo passa, e eles não são resgatados.

 Slezak transforma a figura do nazista a bordo no mais interessante do filme, a primeira vista em desvantagem ,e a merce dos americanos, o nazista vai, aos poucos, revertendo a situação a seu favor, e ao mesmo tempo em que ficamos admirados com a sua aparente energia ilimitada, se comparado com os demais, tambem é revoltante a falta de gratidão ou piedade que ele apresenta.

 Dos outros passageiros, o unico que chamou a atenção Foi Tallulah Bankhead, com a sua excentrica Constance Porter. Sempre com algo a dizer, seja sobre mulheres, homens casados, ou nazistas.

 Uma coisa que fiquei me perguntando quando ví esse filme foi, como Hitchcock fara sua classica aparição se o filme se passa todo em um barco? A solução encontrada pelo diretor é genial, e faz referencia a uma acontecimento de sua propria vida.

 Algumas curiosidades que sempre valem ser resaltadas. O elenco inteiro pegou pneumonia, pois o filme todo foi feito na agua, bem gelada por sinal.

 O filme ganhou um Remake em 93(que eu não ví) chamado LIFEPOD, O NONO PASSAGEIRO, a trama se passava no futuro, e o barco salva vidas era substituido por uma capsula espacial, oque sera que saiu disso?

 O escritor do conto no qual o livro se baseia, disse que não gostou do filme, por Hitchcock ter tratado o personagem negro de forma rascista. Pelo menos eu, não percebi tal tratamento.

 Espero opiniões sobre o filme.

Valeu16
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Um barco e nove destinos é um filme que não vejo a muito tempo e por isso merece uma revisita. Mas um coisa que me lembro que me marcou profundamente foi a introdução de personagens.

Lado a lado com a introdução do personagem de Jimmy Stewart em Janela Indiscreta(aquela da maquina fotográfica quebrada, das fotos na parede), Lifeboat é lotado de introduções marcantes. O filme começa com uma chaminé de navio que assistimos afundar. Uma boia nos diz que esse navio ia de Nova Iorque para Grã Bretanha e em meio às claros elementos de um naufágio vemos o bote do titulo se aproximar. Nele, uma mulher quieta parece não se importar com o que acaba de presenciar. Ela ouve um grito e pega a maquina para tirar uma foto do homem que se aproxima. Isso já diz muito sobre a personagem. Já quanto ao homem, enquanto nada para o bote para e apanha dinheiro que flutua sobre o mar. Quem numa hora dessas pensa em dinheiro? Isso, de novo, diz muito sobre ele.

 

O primeiro ato do filme é permeado dessas introduções inspiradas de Hitchcock. Me faz ter saudade de quando os diretores se preocupavam primorosamente com a introdução dos personagens. Em montar visualmente suas caracteristicas em nossas mentes, e não apelar pro diálogo como geralmente acontece.
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 Enquanto Hitchcock fazia cada vez mais sucesso, o produtor David Selznick não ia tão bem. Estava viciado em carteado, perdendo grandes quantias. Pra piorar, seu irmão morre de tanto beber.

 Selznick entrou em uma depressão profunda, a ponto de dizer para a esposa que estava enlouquecendo. Preocupada, ela contratou a psiquiatra May E. Room. Apesar de não ter conseguido resolver totalmente o problema de depressão dele, mas pelo menos ele voltou a trabalhar.

 Mas oque o tratamento psiquiatrico de Selznick tem a ver com Hitchcock? É que entusiasmado com a psicanalise, Selnick queria fazer um filme onde a psicanalise fosse fundamental para a resolução da trama, e chamou Hitchcock para dirigir, sendo essa a 2ª vez que eles trabalham juntos, a 1ª foi em REBECCA. Ironicamente, Hitchcock havia lido um livro chamado THE HOUSE OF DR EDWARDS, e convenceu Selznick a comprar os direitos, oque saiu por 40 mil dolares.Assim começa a jornada de QUANDO FALA O CORAÇÃO(SPELLBOUND/1945)

quando-fala-o-coracao-poster01.jpg

 

  Na trama, A Dra Constance Peterson(Ingrid Bergman) trabalha como psicologa em um sanatorio, que esta prestes a ter um novo diretor, o Dr Edward(Gregory Peck) que substitui o Dr Murchison(Leo.G.Carrol)

 Constance se apaixona pelo Dr Edward, e estranha seu comportamento, e não demora a descobrir que este Dr Edward é um impostor, que não sabe quem é, e nem oque aconteceu com o verdadeiro Dr Edward.

 

 Hitchcock trabalha pela 1ª vez com Ingrid Bergman e Gregory Peck. Ele voltaria a trabalhar mais duas vezes com ela, e uma vez com ele.

 O filme é excelente, o misterio que envolve o passado do falso Dr Edward é envolvente, todos os traumas e fobias que ele tem, como a cor branca é muito bem explorado por Hitchcock, e Gregory peck entrega uma atuação competente, embora não tenha quimica com Ingrid Bergman, que se sai muito melhor que o colega em cena, interpretando a inteligente Dra Peterson.

 Entre os coadjuvantes, deve-se destacar Michael Chekhov, q da vida ao Dr Brulov, antigo professor de Constance, e q vai ajuda-la a resolver o problema que ela tem em mãos, Brulov é um psiqiatra sagaz e bem humorado, e q tem uma figura q lembra Freud.

 Ele protagoniza com O Falso Dr Edward, uma tensa cena, envolvendo uma navalha, e como sempre Hitchcock desenvolve aquele suspense particular, q nos deixa com o coração na boca até o ultimo instante.

 Outra sequencia q merece destaque, é a surreal sequencia do sonho, desenvolvida por ninguem mais ninguem menos que Salvador Dali. Tremo só de pensar que essa maravilhosa sequencia quase ficou de fora do filme, por causa dos pitacos da consultora do filme, embora deva se reconhecer, que a consultoria da Dra Romm foi util, pois psicanalise era um assunto novo para o cinema.

 Selznick só aceitou a contratação de Dali, pois achou que Hitch queria aumentar a publicidade do filme, mas não era isso que o diretor queria. Ele achava que os traços agudos e claros de Salvador Dali seriam perfeitos pra representar a narração do sonho

A historia original, q de psicanalise só tinha o fato de se passar em um sanatorio, foi bastante alterada por Hitchcock em seu 1º esboço de roteiro. Entre essas ideias, haveria um paciente, que acreditava ter 10 anos de idade. Selznick não gostou nada do roteiro de Hitchcock, e não só contratou outro roteirista pra reescrever, como tambem a sua propria psiquiatra como consultora do filme.<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 Hitchcock tinha um certo problema em levar a psicanalise para o cinema. Ele dizia q era quase impossivel juntar o cinema(essencialmente feito de imagens) com a psicanalise(essencialmente feito pela fala), mas fez um otimo trabalho.

 Outro grande trabalho do mestre, fico esperando os comentarios.

Valeu16

 
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Considero esse um dos filmes "intermediários" do Hitch, visto que é claramente superior a Sabotagem, Agente Secreto, Trama Macabra, etc., mas não chega perto da genialidade das obras-primas do mestre. Isso, é claro, exceto por aquela cena, que é um baita diferencial para o filme.

 

Concordo com o Questão, o suspense em torno da real identidade do personagem principal é bastante envolvente. O romance, em si, nem tanto.

 

Enfim, é um filme entre o bom e o muito bom, e obrigatório para os fãs do gordinho.

 

 

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Eu lembro de ter gostado mto desse filme, pena ser mais daqueles que vi há mtos anos e não tive mais a chance de rever. Me lembro da tão falada sequência de sonhos de Salvador Dalí. E noutra de suas aparições relâmpagos, o mestre Hitch aparece fumando charuto, senão me engano.

Questão, prometo ajudar mais qdo der. 05050606

Ô memória sofrida 060606

 

 

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Acabo de assitir Quando fala o coração e achei fantástico!

 

Sei que é perigoso escrever qualquer coisa no calor do momento, mas tirando o meio meio arrastado esse filme está na lista dos melhores dele pra mim. A Ingrid traz uma beleza e um charme imbativeis pra doutora Constance, em compensação, Gregory Pack é uma pedra sem emoções e se torna dificil para o espectador se importar com ele.

 

Das tão faladas sequências, além da sequência do sonho queria destacar também a sequência SPOILERS ADIANTE do suicídio e da morte do irmão que trazem todo o impacto do filme.
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 Durante a pós produção de QUANDO FALA O CORAÇÃO, Hitchcock escrevia um roteiro juntamente com Ben Hecht. Chamando dois de seus atores favoritos para protagonizar seu novo filme, Hitch deu inicio a produção de INTERLUDIO(NOTORIOUS/1946).

interludio-poster01.jpg

 

  Na trama, Alicia Huberman(Ingrid Bergman) é uma jovem que acabou de ter o pai nazista condenado por espionagem.

 Para encobrir a vergonha, ela se refugia em homens e bebida, até a noite em que conhece T.R. Devlin(Cary Grant) um agente secreto americano, que a recruta para uma missão no Rio de janeiro, que consiste em se aproximar de um antigo amigo de seu pai(Claude Rains) que esta diretamente ligado ao partido nazista, e que sempre nutriu uma paixão por ela. Sem muita perspectiva, ela aceita, mas as coisas se complicam quando Alicia e Devlin passam a nutrir uma paixão um pelo outro.

 Fenomenal é o minimo que se pode dizer de INTERLUDIO. Temos aqui um Hitchcock em sua melhor forma, e com um excelente casal de protagonistas em mãos.

 Cary Grant consegue conferir ao agente Devlin, a seriedade e o charme q esse necessita, mas o destaque vai mesmo para Ingrid Bergman. Alicia Huberman vai num caminho totalmente oposto de sua personagem anterior. Enquanto a doutora Constance de QUANDO FALA O CORAÇÃO é uma mulher educada, e puramente racional, Alicia Huberman é pura emoção, e uma mulher vista como promiscua pela sociedade. Palmas para Bergman, q consegue interpretar duas personagens opostas de forma igualmente fantastica10.

 Os coadjuvantes tambem são muito bem utilizados, Claude Rains esta perfeito como Alexander Sebastian, o nazista do qual Alicia deve se aproximar para obter informações. Como já havia feito no passado, Hitchcock prefere não apresentar os nazistas  como figuras cliches, cães raivosos, e Rains parece ter entendido o recado. Dá até pra simpatizar e sentir pena de Alexander, excelente atuação.

 Outra personagem curiosa é a mãe de Alexander, madame Sebastian(Leopoldine Konstantin) mãe dominadora, e que muitas vezes pensa pelo filho. Um prototipo talvez da famosa mãe de PSICOSE, guardada as devidas proporções, é claro.

 O gordinho já mostra de cara o veredicto do pai da moça, tendo mais uma vez"o expectador como observador", um close no rosto triste e decepcionado de Alicia, e já corta para uma festa, ou seja, em dois minutos, já sabemos como a personagem chegou ao seu atual estado.

 Outras cenas que merecem destaque são a cena em que Devlin mostra a Alicia uma gravação de uma conversa entre ela e o pai. A medida que ela vai ouvindo o conteudo, vai aos poucos saindo das sombras, a cena é realmente de uma sutileza impresionante, e muito bem bolada, apesar do carater patriotico.

 O Brasil é retratado perfeitamente. Não falamos espanhol e ha varias citações a outros cantos de nosso pais, oq significa q a equipe fez a lição de casa, oq infelizmente, mesmo hoje, não é tão frequente quanto deveria.

 SPOILER( O final do filme não foi o final originalmente planejado por Hitchcock. Na verdade, Hitchcock tinha duas versões do final. Na 1ª, Devlin encontraria Alicia morta no quarto de Sebastian, e o mataria, só não sendo morto pela chegada de reforços. Na 2ª, ao tentar tirar Alicia da casa, Sebastian atiraria nela, e Devlin morreria tomando a bala por ela, ela atiraria nele e na mãe, e os reforços chegariam. Selznick Não permitiu, dizendo que o final tinha que ser feliz, então Ben Hecht reescreveu o final, em que os dois protagonistas sobreviviam para ficar juntos, pois conseguiram deixar a mansão de Sebastian em segurança, o reforço de Devlin foi cortado dessa versão final, e foi isso q foi visto no cinema. Pessoalmente, fiquei muito satisfeito com essa versão final).

 Porem, diferente das outras vezes que trabalharam juntos, essa foi a ultima vez que Selznick interferiu no filme. Isso se deve ao fato de que na epoca, Selznick estava produzindo outro filme, DUELO AO SOL. Ele estava mais interessado nesse do q em INTERLUDIO, e o primeiro estava tendo problemas de orçamento. Hitchcock havia comprado uma pequena produtora, e comprou parte do filme de Selznick. O trato foi o seguinte, SELZNICK levaria a maior parte da bilheteria, e seria creditado como produtor, mas não poderia intervir na parte criativa, oque o impediu de impor Vivien Leigh como a protagonista.

 O resultado não foi muito bom para SELZNICK, INTERLUDIO foi um sucesso de publico e critica, já DUELO AO SOL foi justamente o contrario.06

 

 Uma duvida, alguem entendeu porque o titulo do filme? pois eu não08.

Espero opiniões. Valeu16

 
Questão2008-08-19 23:55:38
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 Com o sucesso de INTERLUDIO,  Hitchcock não via a hora de se livrar definitivamente de Selznick. Mas por contrato, ele ainda deveria fazer mais um filme.

 Selznick convocou Hitchcock para adaptar o romance de Robert Hichens, deixando inclusive q ele escrevesse o roteiro. O problema foi q o produtor não gostou nada do roteiro, e anos depois, Hitchcock confessaria q não estava interessado no filme, e q isso se refletiu no roteiro. Selznick decidiu escrever ele mesmo o roteiro, e foi com um produtor metido a roteirista e um Hitchcock desanimado q começou a produção de AGONIA DO AMOR(THE PARADINE CASE/1947)

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 Na trama, Anthony Keane(Gregory Peck, em seu ultimo trabalho com Hitchcock) é um advogado bem sucedido, famoso por nunca ter perdido uma causa, e casado com a meiga Gay(Ann Todd)

 O advogado é chamado por Sir Simon Flaquer(Charles Coburn) para defender a Sra Paradine(Alida Valli) uma jovem viuva que esta sendo acusada de ter envenenado o marido cego.

 O problema é que Anthony se apaixona por sua cliente, amor esse que não é correspondido, oq coloca em risco não só o caso da senhora Paradine, mas tambem o casamento dos Keane.

 

 AGONIA DO AMOR é outro q entra pra lista de filmes fracos do mestre. A historia se arrasta durante toda a projeção, só ganhando folego mesmo em seu climax, no caso, o julgamento. Gregory Peck não convence muito com seu Anthony Keane,  e sequer convence como experiente advogado. É espantoso q seja esse mesmo Gregory Peck q daria um show anos depois, na obra prima O SOL É PARA TODOS, embora claro, não se compare Keane a Atticus.

 Valli tambem não convence nada como a Sra Paradine, e não dá pra entender como o experiente e esperto Anthony Keane tenha se apaixonado por uma mulher tão inespressiva.

 O destaque vai mesmo para Ann Todd, q consegue dar uma humanidade incrivel a Gay(Nos dias de hoje esse nome é bem estranho06). Ela consegue passar toda a angustia de estar perdendo o homem q ama.

 Charles Laughton, com quem Hitchcock já havia trabalhado naquele q considero seu pior filme, ESTALAGEM MALDITA, volta a trabalhar com o mestre em uma pequena participação como o juiz do caso, e ironicamente se sai melhor aqui. 

 Muito do fracasso desse filme se deve a desorganização com que foi feito. Os atores recebiam suas falas horas antes das gravações, e Hitchcock de tão entediado q estava, aproveitava para se recolher em seu escritorio e cochilar06.

 O filme foi um fracasso, mas o interessante é  q a critica da epoca eximiu Hitchcock das falhas do filme, creditando-as a Selznick. Uma delas dizia"Existe muito David Selznick nesse filme, mas percebe-se o toque de Hitchcock nos acertos".

 Selznick tentou fechar um novo contrato com Hitchcock, mas este recusou, e foi trabalhar na sua propria produtora, a Transatlantic pictures, acabava aqui a sociedade de Selznick e Hitchcock.

 Hitchcock, como todos sabem, só subiu depois disso, mas Selznick decaiu cada vez mais, morrendo em 65, com o titulo q ele odiava "o produtor de E O VENTO LEVOU".

 

Valeu16

 

 

 
Questão2008-08-23 19:10:56
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 Enfim livre de Selznick, e com sua propria produtora, a Transatlantic pictures, Hitchcock decidiu q seu proxijmo filme seria a adaptação de uma peça de teatro, q ele havia visto em Londrês, no ano anterior. Trata-se de FESTIM DIABOLICO(ROPE/1948)

festim-diabolico-poster02.jpg

 

 Na trama, Brandon Shaw(John Dall) e Philip Morgan(Farley Granger) são dois jovens q decidem cometer um assassinato perfeito. Para isso, estrangulam um ex colega de faculdade, David Kentley(Dick Hogan).

 Porem, o assassinato era somente uma parte de sua "obra de arte". Eles escondem o cadaver num bau, e já haviam previamente convidado para um jantar o pai da vitima(Cedric Hardwicke) a mãe, q acaba sendo substituida pela tia, Sra Atwater(Constance Collier) a noiva,(Joan Chandler) q tambem cursou a universidade com os assassinos, Kenneth Lawrence(Douglas Dick), outro amigo de faculdade q namorou a noiva de David no passado, e finalmente Rupert Cadell(James Stewart) q ensinou filosofia a Brandon, Philip e ao falecido David.

 Pra dar o toque final, Brandon usa o bau onde esta escondido o corpo como mesa para os convidados se servirem, mas Philip não é tão frio quanto o colega, oque pode atrair a atenção do esperto professor.

 

 Filme realmente incrivel, embora sua fama seja meio exagerada. O filme é original, por ser filmado como uma peça de teatro, e dar a impressão de ser um plano sequencia. Fica obvio q esse plano sequencia é uma ilusão, mas para epoca foi eficaz. O truque usado por Hitchcock é até bastante simples.

 A Classica tensão Hitchcockiana esta presente, principalmente na otima sequencia em q a camera foca o bau, enquanto só ouvimos a conversa dos personagens, e a empregada(Edith Evanson) vai tirando a comida de cima do bau, na eminencia de abri-lo a qualquer momento, e revelar o morto.

 Na conclusão do filme, Hitch faz oq mais gosta, deixando os dialogos de lado, para q os gestos e postura dos personagens falem por si.

 É interessante notar, q o professor, de certa forma tambem é culpado do assassinato. Foi ele, com suas ideias do ser superior de Niezstiche, q inspirou seus alunos a cometer o crime. O dialogo do professor com o pai de David sobre o assunto é carregado do humor negro q o diretor tanto aprecia.

 James Stewart faz bem a figura ambigua do Prof Cadell, sempre atento e insinuando algo. John Dall faz do frio Brandon, o adversario intelectual perfeito para o personagem de Stewart.

 Philip Morgan é o elo fraco, bem interpretado por Farley Granger, já q Philip não consegue manter a frieza de Brandon.

 A sub trama envolvendo a noiva de David e seu ex namorado é meio desnecessaria, mas não prejudica.

 

 As escolhas iniciais de Hitchcock para viver Brandon e Cadell eram Montgomery Cliff e Cary Grant, mas ambos recusaram, decido ao conteuso homossexual subliminar q a historia apresentava, já q Brandon e Philip têm obviamente um relacionamento homossexual, e na 1ª versão do roteiro, o prof tambem daria a entender q jogava no mesmo time dos alunos. Stewart só aceitou o papel pois essas insinuações foram retiradas do roteiro.

 Esse foi o 1º filme colorido do mestre.

 é impossivel assistir FESTIM DIABOLICO, e não lembrar do posterior DISQUE M PARA MATAR, mas é só a primeira impressão, pois os filmes guardam muitas diferenças entre sí.

 Hitchcock faz não uma, mas duas aparições neste filme, uma delas muito original,inclusive.

PS: FESTIM DIABOLICO é o 1º dos 5 perdidos de Hitchcock.

 

Espero opiniões.

Valeu16

 

  
Questão2008-08-26 00:01:17
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