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Forum Cinema em Cena

O Que Você Anda Vendo e Comentando?


Tensor
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Tudo pelo Poder
Drama político bacaninha q começa meio morno mas q engrena mesmo a partir após uma hora de projeção, assim como seu similar “Frost Nixon” . O enredo trata das maracutaias, trairagens, teatrinho e td esquema q move as campanhas (por baixo dos panos) na escolha dos candidatos a concorrer à presidência dos States. Ryan Gosling destoa do elenco como o hábil marketeiro de seu candidato, interpretado por um George Clooney pra lá de canastrão, cuja campanha é quase uma cópia da do Obama.  Triste constatar como a ética e moral não valem nada e q a realidade da nossa política é pior ainda.  Até a Levinsky foi lembrada. O resto dos personagens ta bem dentro do q se propõe, seja Phillip Seymour Hoffman ou o Paul Giamatti. Destaque pra cena do debate e pra longa sequencia inicial. Bom filme q nos faz repensar antes de votar, mas nada extraordinario. 9/10

 

 

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DRIVE - 10/10 - Um belíssimo filme, melancólico, violento e muito bem orquestrado pelo diretor Nicolas Winding Refn (grata surpresa) a partir do eficiente roteiro de Hossein Amini (a partir da obra de James Sallis) que sabe ser muito inteligente, explorando o potencial de uma narrativa relativamente simples, mas bem costurada e amarrada e dos seus personagens. Uma produção fria e sombria amparada também por um brilhante trabalho de fotografia e de uma trilha sonora tão estranha e exótica quanto o próprio filme. Mas a "alma" do filme (ou a falta dela) reside de maneira hipnótica na inspirada e econômica composição de Ryan Gosling, que faz do personagem central, um dublê que ocasionamente utiliza suas habilidades no volante para colaborar com a prática de crimes, um sujeiro frio e introspectivo, mas ainda assim admirável pela sua integridade, ética e moral, mesmo que a sua maneira. De qualquer forma, porém, os eventos que sucedem em sua vida a partir do momento em que ele conhece Irene (Carey Mulligan) são tristes justamente por não permitir um mínimo de esperança que permitam que ele escape da sua natureza sombra, o que lhe "obriga" a não brincar em serviço, mas sem disparar um tiro sequer. Uma espécie de "Taxi Driver" moderno, mas igualmente violento e com uma marcante pitada de desesperança.Thiago Lucio2011-12-17 22:24:02
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Padre - em função de alguns comentários, eu até esperava menos. É um filme-pipoca totalmente sem ambições, o que acaba contando pontos a favor. É curto, tem bastantes lutas, tiroteios e explosões e não insulta ninguém. Ninguém perde nada se deixar de ver, mas ninguém perde nada por ver.

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O Nevoeiro (2007) - 5/5

 

 

 

Um dos filmes mais maus e impiedosos que eu já vi. Aliás' date=' leva às últimas consequências o conto do Stephen King, que é o melhor dele que li até agora. O filme acaba se mostrando ainda melhor. Nenhuma surpresa que tenha sido dirigido pelo mesmo cara de The Walking Dead e A Espera de um Milagre. O mais interessante é que, não importando o quanto as criaturas sejam assustadoras, os personagens humanos acabam sendo os principais responsáveis por todo o horror do longa. [/quote']

 

 

 

Marcia Gay Harden está assombrosa. Um filme que eu achei subestimado à época do lançamento - acabei alugando-o por acaso e tornou-se um dos meus favoritos; já nem me recordo de que ano foi. Aos poucos tornou-se mais cultuado, ainda mais depois da paixão geral por The Walking Dead.

 

 

 

Só um comentario adicional, para você que gosta de escrever - e o faz costumeiramente tão bem. O Scofield terá a resposta precisa, mas eu creio que "mais mau" não é correto ortograficamente não - pelo menos soa mal aos ouvidos, rs. O ideal seria "mais malvados", não?

 

 

O filme é ótimo e foi um crime imperdoável a Marcia não ter entrado nas listas de melhores (e ganhado) do ano.  Seu trabalho é assustadoramente monstruoso (no melhor sentido).  Um overacting que tem que comer muita feijoada com buchada de bode pra alcançar a excelência que ela alcançou.

 

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Esquizofrenia, entre o real e o imaginario
Odeio os titulos imbecis q as distribuidoras adotam pra producoes q comecem com algum nome proprio, principalmente qdo o titulo adotado induz o espectador a enxergar a obra sob um unico prisma. É o caso deste interessante indie canadense q, sob forma de drama familiar de suspense, engana o espectador lancando varias pistas falsas na tela. Nele, acompanhamos a obsessao e desespero de um pai q acaba de perder a filha na rodoviaria e sua desesperada busca atras dela. Mas o cara é diagnosticado esquizofrenico e por contadisto passamos a questionar td q vemos na tela ( "Sucker Punch" ? "Cabo do medo" ? ). O Damian Lewis (Homeland) carrega o filme nas costas inerpretando o papel principal, mostrando sua decadencia, depressao e loucura em lances ate bem psicodelicos, e consegue tornar uma experiencia claustrofóbica cada fotograma em q aparece. Um filme diferenciado, um drama pesadao e um estudo de personagem bem bacana q certamente nao é do agrado da maioria. 9/10
 

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ARRASTE-ME PARA O INFERNO

 

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*****************************SPOILERS***********************************

 

Na hipótese de um filme de pretensões dramáticas/realistas terminar com otimismo, não faltará quem o critique por não espelhar o mundo real, onde, é óbvio, nem tudo termina bem. Caso uma fita de fantasia, despretensiosa e ultrajante, passa a rasteira em todos e brinda a plateia com um desfecho trágico, as palmas virão, aclamando a subversão, pouco importando se a dita resolução tem cabimento ou se ela funciona para arrematar o conjunto da obra. A reviravolta com a qual Sam Raimi se despede, aqui, é coerente com o espírito do projeto, um terror-cômico que não se leva a sério, mas não combina com a continuidade emocional dos personagens. Além de pouco impactante, ela é cruel a ponto de gerar insatisfação em quem havia criado empatia com os personagens de Alison Lohman e Justin Lang, bem como com o honesto relacionamento amoroso entre eles.

 

Raimi apostou alto, quis ser maroto e (me) perdeu. Lamentável, pois toda a metagem anterior a essa parte assusta, faz rir e é dirigida com a técnica exemplar esperável do diretor.

 

B

 

 

 

 

Cremildo2011-12-19 15:01:37

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Esquizofrenia' date=' entre o real e o imaginario

Odeio os titulos imbecis q as distribuidoras adotam pra producoes q comecem com algum nome proprio, principalmente qdo o titulo adotado induz o espectador a enxergar a obra sob um unico prisma. É o caso deste interessante indie canadense q, sob forma de drama familiar de suspense, engana o espectador lancando varias pistas falsas na tela. Nele, acompanhamos a obsessao e desespero de um pai q acaba de perder a filha na rodoviaria e sua desesperada busca atras dela. Mas o cara é diagnosticado esquizofrenico e por contadisto passamos a questionar td q vemos na tela ( "Sucker Punch" ? "Cabo do medo" ? ). O Damian Lewis (Homeland) carrega o filme nas costas inerpretando o papel principal, mostrando sua decadencia, depressao e loucura em lances ate bem psicodelicos, e consegue tornar uma experiencia claustrofóbica cada fotograma em q aparece. Um filme diferenciado, um drama pesadao e um estudo de personagem bem bacana q certamente nao é do agrado da maioria. 9/10

 

 

[/quote']

Nu, vi esse filme há tanto tempo que nem me lembrava mais. Acho apenas regular, embora o plot da estória seja mesmo muito bom. O desenvolvimento do personagem é previsível e a  choco, falta alguma coisa. Não sei, acho que esperava demais. Eu adoro o tema, mas esse não fez nenhuma diferença pra mim.

 

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THE DOORS

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O roteiro apresenta Jim Morrison como um artista de fé na música como um meio canalizador de de ideias profundas em vez de um simples produto consumível e comercializável. Sentia ojeriza por categorizações, padronizações, censura; se houvesse um molde, ele tratava de quebrá-lo. Era, enfim, um autêntico purista. Traumas pessoais, segredos do passado, fascinação autodestrutiva pela morte - tudo era combustível para incendiar seu talento, ajudado por bebedeiras e entorpecentes que "expandiam a mente". O céu e o inferno estavam sempre ao alcance, alternando-se de repente, sem aviso, para alegria e desgosto da banda e da namorada.

 

Oliver Stone e o DF Robert Richardson captam essa jornada regada a excessos por meio das mais variadas técnicas de iluminação, efeitos obtidos com a própria câmera ou com ajuda da IL&M e um esquema editorial que acentua o frenesi nos momentos necessários. A impressão é a de compartilhar do estado de mente de Morrison; o resultado é imersivo, energizante e espetacular. Somada à invencionice técnica e à trágica exploração da vida desregrada do vocalista do The Doors, há Val Kilmer, hoje decadente e com fama de canastrão, mostrando que em 1991 era digno de uma indicação ao Oscar. Que talento existe (existia?) nesse ator.

 

B+

 

 

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Missão Madrinha de Casamento (2011)

 

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Annie(Kristin Wilig) uma jovem balzaquina falida e convidada para ser madrinha do casamento da sua melhor amiga Lilan(Maya Rudolph), mas tem que enfrentar a costante competição da sofisticada Helen(Rose Byrne) e se mete inumeras confusões que faz o humor bacana desta comédia, que tras os problemas amorosos e financeiros de Annie e suas caras e bocas  e o universo feminino e suas tipicas neuroses, uma das melhores comédias do genero, recomendadissimo

 

bridesmaids

 

 
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Namorados para Sempre: típico filme de atuações, Gosling e Williams carregam nas costas. O enredo tem momentos tocantes, mas no geral não chegou a me atingir muito. Fico imaginando que a ideia é que, pelo menos em um ou outro momento, eu deveria ter ficado muito sensibilizado, o que não aconteceu. Mas gostei bastante de como a estória se desenvolve de forma lógica. Seria cruel, se não fosse plenamente justificado.

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Esse "Missão Madrinha de Casamento" é divertido, mas vem sendo muuuuuuuito superestimado... 7/10 [/quote']

Na minha singela opinião, Bridesmaids é um dos melhores filmes do ano e merece toda a aclamação que recebeu. Não consigo me lembrar de outra comédia recente com tantos momentos hilários quanto essa. 5/5

 

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Warrior
“Rocky”
encontra “O Lutador” q encontra “Menina de Ouro” definem esta ótima produção q apenas muda de esporte: ao invés de boxe os caras se pegam nos Ultimate Fight da vida. O enredo é pra lá de batido (e previsível até), mas é mto bem conduzido e diferenciado ao se apegar mais ao drama familiar de dois irmãos separados q seguiram rumos distintos na vida, mas cujos destinos se cruzam novamente em cima do tablado, num gde torneio de MMA. As tretas entre ambos é tocante no q se refere ao relacionamento com seu pai bebum (o ótimo Nick Nolte), e enqto um luta pelo prêmio (e saldar dividas) ou outro apenas o faz pra expurgar fantasmas do passado. A pancadaria tb rola solta e é bem orquestrada, lembrando em certos aspectos os antigos filmes do Van Damme e olha q odeio esse tipo de filme. O trio principal de protagonistas esta perfeito, com destaque principalmente pra interpretação hipnótica do Tom Hardy, q aqui deve ter sido seu teste pra faturar o papel do Bane no próximo (e tão aguardado) filme do morcegão. O vigor, porte fisico e dedicação do cara matam a pau em cada cena em q aparece. Destaque pra emocionante, envolvente e memorável luta final entre os irmãos, e vá preparando o lenço. 9,5/10

 

 

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MELANCOLIA

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Críticos escreveram que este é um drama no qual o elemento de ficção científica ocupa um plano secundário ante o estudo autobiográfico de Von Trier sobre a depressão, bem como o olhar sobre uma família desmoronada. Se a meta do diretor e de Kirsten Dunst era preencher a tela com a representação de um estado de espírito - qual seja, de profunda, incapacitante tristeza -, eles foram bensucedidos.

 

Contando com uma abordagem distanciada das catarses e das tragédias externalizadas dos marcantes Ondas do Destino e Dançando no Escuro, Trier consegue fundir imagens pictoricamente belíssimas com sentimentos negativos (rancores profundos escavados numa festa de casamento) ou desesperançosos (a convicção da protagonista de que a Terra é um lugar mau e de que estamos sós no universo): a sensação incitada no espectador é de distanciamento, pois é isso que o contraste sugere entre a forma e o conteúdo. Melancolia não tem a pretensão de arrancar fortes emoções (e, se tiver, falha), mas sim de registrar a vida estéril e patética de pessoas infelizes.

 

B

 

 

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 Tudo Pelo Poder. Outro bom trabalho de direção do Clooney, embora menos bem resolvido e amadurecido do que Boa Noite, Boa Sorte. A história te prende bastante mas algumas escolhas dele fizeram o filme cair um pouquinho no quesito originalidade porque tudo é muito previsível. Apenas em um momento há, no mínimo, três caminhos pra seguir e, até nessa hora, Clooney não arrisca e mantém a mesma rota até o desfecho.

 

Outra coisa que me desagradou foi o ritmo da primeira parte que quase te faz desistir do longa porque você demora quase 40 minutos pra descobrir qual é o verdadeiro enfoque da história. Daí pra frente, Clooney apura sua visão, foca no que realmente importa e transforma todos os personagens em principais. Isso é um grande acerto porque ele conta com excelentes atores no seu casting (inclusive ele próprio, que funciona muito bem pra este tipo de papel) e extrai o melhor de todos, destacando a baita atuação do Gosling que tem duas cenas brilhantes.

 

Não sei se isso chega a ser um defeito mas a linguagem na qual Clooney aposta é muito direcionada a um tipo específico de público. Você precisa conhecer ao menos um pouquinho do complicado sistema de eleição norte americano pra acompanhar a estória sem se perder. Além disso, a atenção tem que ser total pro texto que diz muitas coisas nas entrelinhas e consegue comunicar de modo perfeito tudo a que se propõe.

 

No geral, o filme é bom, embora não o tenha considerado um grande filme e duvido que esteja sequer entre os melhores do ano. É inegável que Clooney tem um estilo, está desenvolvendo uma forma própria de falar sobre o que quer e pode atingir aquele nível onde mesmo sem saber de quem é o filme vc já identifica o diretor. Ainda peca um pouquinho na execução mas é objetivo, enxuto, seco e bastante direto: sabe exatamente onde quer chegar. 7,5/10
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TUDO PELO PODER

 

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Enfim um título nacional representativo do teor do filme, ainda que perca o tom profético e evocativo do original shakespeariano, Os Idos de Março. Se porventura os responsáveis pela nomenclatura tivessem optado por extrapolar, "A Ciranda das Punhaladas nas Costas "seria apropriado, ainda que por demais escandaloso, contrastando com a tensão controlada que Clooney imprime a esta abosrvente fábula sobre desilusão.

 

A arena política de uma campanha para uma candidatura presidencial é onde John (Ryan Gosling) passa a compreender que o idealismo, a integridade, a ética e a moral não são páreos para os altos interesses em jogo. Longe de se limitar a uma vítima, ele próprio cai em tentação, se enreda nas consequências e aprende que, para evitar ser passado para trás, terá que fazer parte do jogo duro dos seus adversários.

 

Sem clichês sensacionalistas, dando as costas conspirações bombásticas ou clímaxes catárticos, Clooney serena porém implacavelmente contrapõe as palavras vazias dos discursos embelezados e o comprometimento de valores que grassa por trás dos bastidores.   

 

B

 

 

 

Cremildo2011-12-23 18:40:32

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TUDO PELO PODER

 

Até que enfim, um título nacional fielmente representativo do teor do filme, ainda que perca o tom profético e evocativo do original shakespeariano, Os Idos de Março.

[/quote']

Por mais fiel que seja ao filme, Tudo pelo poder acaba soando genérico, e nem de longe evoca a força e a qualidade artística do título original. As traduções nacionais acabam, invariavelmente, recorrendo a expressões lugar-comum (amor, paixão, medo, poder, etc) para deixar a temática bem clara para o espectador. Mas concordo com você que, em meio a tantas traduções lamentáveis, acabamos apreciando quando a tradução consegue, ao menos, manter-se fiel ao espírito do filme.

 

---

 

http://www.moma.org/explore/inside_out/inside_out/wp-content/uploads/2010/08/Love_Parade.jpg

 

The Love Parade (Ernst Lubitsch) O que mais me

impressiona é o fato de ser um filme de 1929 que parece ter sido feito

10 anos mais tarde, tanto pelo estilo quanto pela temática moderna e

criativa (e a dupla Chevalier/McDonald está ótima, como de costume). A

parte musical é extremamente integrada ao plot e realizada com fluidez,

algo que o resto de Hollywood só aprenderia a fazer no começo da década

de 40. 4,5/5

 

 

 

-felipe-2011-12-22 23:28:29

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DRIVE

 

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Drive parece deliberadamente cool em sua estética lustrosa e nas escolhas da trilha musical, desapegado da violência impactante que exibe, pensado sob medida para ser cultuado como fita de ação alternativa, "de arte". Longos minutos são preenchidos por silêncio, a câmera habilidosa atenta ao olhar pensativo, melancólico e esperançoso dos protagonistas (Ryan Gosling, Carey Mulligan), que se exprimem mais pela fisionomia do que por palavras.

 

Tamanha pretensão poderia significar o sinal verde para espinafrar Nicolas Windin Refn, o que não acontece por causa da qualidade existente em todos os elementos da produção, por não amaciar a repugnância da sanguinolência e sobretudo pelos flashes de um coração batendo por baixo de toda a carroceria sofisticada e gélida: o romance entre o mocinho lacônico capaz de esmagar a cabeça de um homem com os pés e a vizinha garçonete.

B

 

 

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(Equus 1977)

 

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O que é este filme?

 

Indigesto.

 

Visceral até a raiz, é grandioso ao dramaticamente colocar como não se estabelecem limites para a mente humana.

 

Alias, não consegue perder de vista, à todo momento a grande questão de como é  - simultaneamente - relativo, complexo, conflituoso, determinante o processo de formação de referencias, noções de certo e errado na mente humana. E como pode saltar de eterno devir, mutável , para algo permanente, irreversível, pétreo...até que, em uma dada altura da vida enseja questionamentos, indagações  que fazem cair por terra todos aqueles postulados até então denotavam um indiscutível teor de axioma.

 

Tal idéia é exposta de forma magistral no jantar do médico com a amiga em que ele percebe ter inveja da anormalidade da vida do paciente quando comparada com a sua que apesar de ser enquadrada como “saudável” não consegue trazer felicidade, realização...fazendo oportuno o questionamento de o que era sua função afinal...ou qual de fato seria a sua competência para exercer a sua ocupaçao...

 

O ser humano é incapaz de desenvolver suas potencialidades intelectuais longe de seus semelhantes, desprovido de pilares introdutórios, para interagir em sociedade.Sem referências,ou sem as suficientes, torna-se selvagem ; substitui os instintos animais pela concretização das mais funestas noções de realidades , ou cria uma razão alternativa, podendo esta vir a ser extremamente degenerada de alta periculosidade quando inserida em um meio ideológico de convívio incompatível. Dando a este ser uma condição de inimputabilidade.

 

 

Equus-877980.jpg
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Comentário bárbaro, Calvin. O filme é indigesto demais. 10

 

Vi no ano passado. Olha o que escrevi na época

Equus 7.9/10

 

A discussão da loucura e de suas

consequências não tem origem, naturalmente, no cinema, em filmes como

Shutter Island, de Scorsese. Estudos amplos sobre essa patologia

existem em várias obras que abrangem-na com numerosas abordagens

distintas. Logo se percebe que o cinema em sua gênese possui em comum

com uma visão mais geral das doenças mentais, a característica de ambos

lidarem com a possibilidade de expandir a realidade, criando um

universo alternativo, diante de elementos comuns e observáveis.

Nele, as interpretações dos objetos adquirem novas perspectivas que

destróem o conceito do senso determinante do que significam e criam

novos e inumeráveis padrões, que, vinculados a outras significâncias

dos elementos a eles vinculados compõem uma lógica própria cuja

existência está condicionada ao papel de cada um deles nesse universo

paralelo. E assim se forma a liberdade de criação na sétima arte, que

nos presenteia com belíssimos espetáculos que unem a lógica, a

racionalidade e a emoção humana versus a chamada visão distorcida do

senso comum ou reinterpretação do fato observável (por vezes de forma

antissocial), comumente chamado de loucura.

Lumet utiliza, em Equus, de um componente trágico – um rapaz de 17

anos, apaixonado por cavalos, cega, aparentemente sem motivo, seis

animais em um estábulo – para dar vida a discussões graves e complexas.

O garoto é analisado por um psiquiatra que é absorvido pelo sofrimento

e, em seus monólogos diretos ao espectador, revela, gradativamente, o

quanto a compreensão da lógica de qualquer coisa prejudica nossas

concepções socialmente aceitas por ser demasiado difícil designar algo

sem recorrer a definições pré concebidas e simplesmente aceitas por

nós. Pensar demais é proibido porque nos tira os pilares do que

acreditamos cegamente, uma vez que tudo pode ser reinterpretado de

maneira não convencional e não desejável.

Equus é uma viagem pela consciência atormentada de um rapaz que é

produto do meio onde viveu. O encadeamento racional e emocional de suas

relações com seus pais o levam a uma jornada de luta e dor. E para

compreendê-la é necessário conhecer seus fundamentos e construir junto

com ele seu “universo paralelo”. Mas o risco é muito grande. Você pode

ser chamado de louco ao terminar. Excelente filme de Lumet com uma

atuação espetacular de Richard Burton e do protagonista. A discussão é

acessível, palpável e não é exposta de forma complexa, embora o seja.

Recomendabilíssimo.

 

Spoilers

Me incomodou muito o fato do imdb ter classificado como uma das plot

words algo relacionado a homossexualismo.Interessante como questões

relativas a problemas sexuais são imediatamente relacionadas a homo-bi

ou outros comportamentos comumente relatados. Não há respostas simples

aqui.

O filme não tem absolutamente nada a ver com o tema. A sexualidade

do rapaz está vinculada de forma rígida a seus preceitos religiosos

cerceados pela mãe (interessantíssima discussão, inclusive, porque a

retirada do fanatismo da mãe da formação da personalidade do menino –

simbolizada pela retirada do quadro horrendo da condenação de Jesus –

foi ainda mais catastrófica que sua manutenção). E sua conotação em

Equus nada tem a ver com homossexualidade, mas é convertida, escondida,

transformada em idolatria.

Um dos principais problemas tem origem sexual e não homossexual. A

falha na relação sexual com a garota no final está relacionada à

suposta traição do Deus Equus (figura relacionada a Jesus Cristo

construída através da relação inconsciente entre os quadros na parede

do quarto do garoto e similaridade de elementos) e sua punição, bem

como a revolta por não conseguir conter sua natureza de SER sexual. Ele

não poderia suportar a ideia de Equus ver sua traição, pela vergonha,

obscenidade e sua fraqueza humana e daí o ato de violência contra os

animais.

 

 

 

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O HOMEM QUE MUDOU O JOGO

 

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Basta um filme ser competentemente realizado para ser aprovado? Mesmo que seu mote seja desinteressante? Moneyball se concentra em baseball e estatísticas computadorizadas, ambos assuntos que, para mim, merecem pouco além de um dar de ombros. Os admiradores insistem que o âmago do projeto trata de outras questões, menos rarefeitas, baseadas em fatos verídicos - a virada do azarão, perseverança, superação, engenhosidade etc. Na tela, porém, vê-se beisebol e estatísticas, entremeadas por conversas também focadas nisso, saídas da boca de um Brad Pitt beirando a antipatia e de um monótono Jonah Hill.

 

É como A Rede Social ("não é sobre o Facebook! É sobre uma amizade desfeita"), outro pastel de vento surgido de uma premissa pífia que, segundo a opinião majoritária, ganhou peso pelas mãos de gente talentosa. É justo dar o devido reconhecimento ao profissionalismo de figurinhas tarimbadas como Bennett Miller e Aaron Sorkin, assim como é legítimo se perguntar: "E daí"?

 

B-

 

 

Cremildo2011-12-24 13:24:29

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O HOMEM QUE MUDOU O JOGO

 

Basta um filme ser competentemente realizado para ser aprovado? Mesmo que seu mote seja desinteressante? Moneyball se concentra em baseball e estatísticas computadorizadas, ambos assuntos que, para mim, merecem pouco além de um dar de ombros. Os admiradores insistem que o âmago do projeto trata de outras questões, menos rarefeitas, baseadas em fatos verídicos - a virada do azarão, perseverança, superação, engenhosidade etc. Na tela, porém, vê-se beisebol e estatísticas, entremeadas por conversas também focadas nisso, saídas da boca de um Brad Pitt beirando a antipatia e de um monótono Jonah Hill.

 

É como A Rede Social ("não é sobre o Facebook! É sobre uma amizade desfeita"), outro pastel de vento com uma premissa pífia que ganhou vida pelas mãos de gente talentosa. É válido dar o devido reconhecimento ao profissionalismo de figurinhas tarimbadas como Bennett Miller e Aaron Sorkin, assim como é legítimo se perguntar: "E daí"?

 

B-

 

[/quote']

 

Cremildo, eu suspeito que o mote tenha sido desinteressante só para nós. Ouvi dizer que os americanos realmente se emocionaram com a história, principalmente por tratar de um esporte que está muito mais próximo deles do que da gente.

 

Claro que o ponto de partida de A Rede Social é a história idiota do Zuckerberg, mas os roteiristas e o Fincher conseguiram fazer com que ela tivesse um significado e implicações bem maiores. E, pra mim, é a partir daí que ela deixa de ser um "pastel de vento" e passa a ter importância.

 

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Cremildo' date=' eu suspeito que o mote tenha sido desinteressante só para nós. Ouvi dizer que os americanos realmente se emocionaram com a história, principalmente por tratar de um esporte que está muito mais próximo deles do que da gente.

[/quote']

 

Verdade. O filme é dos mais adorados da temporada nos EUA. Bilheteria excelente (quase 75 milhões), críticas excepcionais, diversas indicações a prêmios e a promessa de ser um forte concorrente ao Oscar.

 

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(...)

Excelente filme de Lumet com uma atuação espetacular de Richard Burton e do protagonista. A discussão é acessível, palpável e não é exposta de forma complexa, embora o seja. Recomendabilíssimo.

(...)

 a retirada do fanatismo da mãe da formação da personalidade do menino – simbolizada pela retirada do quadro horrendo da condenação de Jesus – foi ainda mais catastrófica que sua manutenção

(...)
[/quote']

 

 

<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

 

Concordo plenamente com essas colocações...Burton está espetacular mesmo...e essa sua sacada aí da mãe do cara foi muito feliz!  

 

                                                                                                                         

Uow!

Foda essa resenha cara! Já ia perguntar como você conseguia lembrar de tanta coisa, ai depois vi que vc fez esse comentário quando viu o filme ano passado rsrs!

 

Realmente é MUITO gratificante encontrar aqui no fórum um espaço pra discutir cinema, quando o tema é filmes que não estão em cartaz no cinema, ou que não passaram ontem na televisão sem ser visto como pretensioso, metido a bosta, ou com ar de intelectual ou maluco no circulo de amizades. (kkkkkkkk)

 

Esse filme  foi um achado.Tava procurando filmes com temática psicológica aí me deparei com este no imdb, e decidi caçar pra assistir, mesmo sem nunca ter ouvido falar, nem procurar saber quem eram diretores, atores e etc e me virando mesmo legenda. O trabalho valeu a pena!!

 

 

Realmente esse posicionamento do imdb em Equus é um assunto mais polemico que mamilos...que se trata de um problema sexual, é evidente. Não obstante, não possa, por mera eliminação, reputar como homossexual, pelo fato de o protagonista não conseguir concretizar o ato...nem mesmo se trata de zoofilia ou qualquer raio categórico.De fato, nem um pouco simples, se trata de um transtorno com matrizes psicológicas (patológicas?!?) aparentemente agravado pela educação/ religião .

 

Agora quanto ao ato de violência aos cavalos, ao meu ver, ficou muito insustentável... mesmo com todo a “degeneração da razão” pela educação, religiao e isolamento do garoto sem TV e etc...nao achei que foi concebível, justificável, concebível (enfim) furar os olhos(wtf?) dos eqüinos-deuses-vivos.

 

  

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